A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sábado, 10 de outubro de 2015

Aniversário e Boulangerie-pâtisserie

Foto obtida agora (via Google Images) de
http://www.boulangerie-mittenaere.com/

Gente... uma coisa que gosto muito é pão!! Tudo que tem massa, pasta, hmm, que coisa boa, adoro mesmo... Às vezes junto bons vinhos (adoro os chilenos!) e pães diversos e fico degustando com meu amor na espaçosa cozinha (que é o lugar mais preferido da nossa casa...). Mas agora a nossa médica cardiologista mandou evitar, bem como o açúcar, pode? Parece que tenho certo pendor ou propensão ou disposição para ter pressão alta, e estou no limite em alguns índices (mas nada  tão preocupante assim). Sim, não inspira maiores cuidados, tanto que ela não me receitou nada de remédio (Ruth já está tomando pilulinhas para pressão,  e nem está acima do peso ou faz uso de tabaco ou bebidas alcoólicas, imagina!) e vamos repetir os exames daqui a seis meses para ver se meu regime e ginástica (faço bicicleta ergométrica e um pouco de musculação dia sim dia não aqui mesmo em casa; comprei há tempos alguns equipamentos de academia que coloquei lá no porão...) conseguiram debelar a ameaça. Coisas da idade! Tenho me divertido muito com Ruth pois uma parte do salário agora vai para as coisas da Farmácia! Até agora eu gastava praticamente nada neste setor...

Fim de semana esticado (segunda feira é feriado, dia das crianças e de nossa senhora de Aparecida, hurra!!), com meu niver neste dia de hoje. Não ligo para aniversários, acho que é um dia igual aos outros. Tem gente que fica esperando telefonema, recados no Face, lembranças etc.,  mas eu não. Acho aborrecente. As pessoas ficam constrangidas por vezes pelo fato de ter esquecido ou não retribuído a gentileza. Desnecessário. Mas eu fui no Face agradecer às almas caridosas que se dispuseram a gastar algumas palavras com este diletante alfarrabista. Mas o legal é que minha família virá amanhã aqui em casa para celebrar tanto o natalício quanto o fato do meu pai ter tido sucesso na sua angioplastia (e colocação de 3 stent), e também a gente ter conseguido consertar os telhados aqui da casa, que estava precisando (telhado principal e cobertura da garagem de cima - pois tem outra garagem no piso inferior, junto ao porão).

Momento cultural. Ganhei um livro de Ruth (3 volumes) muito legal... Ela foi num congresso da Igreja Presbiteriana em Serra Negra e me trouxe "Uma história do pensamento cristão", de Justo L. González (2a. edição, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2015 www.editoraculturacrista.com.br).  Muito bom, obra bem acabada, e que não defende nenhuma confissão em particular, apesar de ser impressa por esta Editora de linha Reformada, pertencente à IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil. É uma discussão impressionante pela amplitude (quase mil e duzentas páginas) e bem acadêmica, densa e bem escrita. Adoro este tipo de literatura, informativa, que provoca, que esclarece! O afamado Professor Justo leciona no ITC - International Theological Center, de Atlanta, na Geórgia (USA). Recomendo...

Hoje cedo já fui dar um rolê com o fusca, e aproveitei para comprar jornal na banca preferida. Adoro dirigir o Toyota Corolla, carro fantástico, mas o fusqueta é emoção, e saudade - meu primeiro carro era um fuscão assim, 1500cc, ano 1971. Este atual que tenho foi fabricado em 1974, e está bem 'ajeitado', conservado, gostoso de dirigir, macio, econômico e marca presença porque coloquei escapamento esportivo para possibilitar certo ronco do motor (é a única hora em que gosto de um pouco de barulho...). Já arrumei diversos 'catadinhos' que a gente herda quando compra um carro idoso assim - é o nosso divertimento, e arruma-se conversa e amizade onde se estaciona (ou mesmo nas oficinas onde costumeiramente  levamos) o bólido...  E de quebra, não se paga IPVA de carro com mais de 20 anos... Legal!

Acabo de receber uma ligação via Facetime (Apple) de minha filha Marilia, lá de Salt Lake City (Utah). Que maravilha esta tecnologia - é só ter um wifi perto e a gente fala ao celular vendo perfeitamente a pessoa do outro lado, que bênção!! E amanhã o meu filho José Geraldo (que agora está publicando livros, imagina! ) vai nos ligar na hora do almoço, para poder falar via Facetime com os outros familiares aqui presentes.  Vai ser um aniversário muito legal!

sábado, 26 de setembro de 2015

Que fazer...

figura obtida agora (via Google Images) de
http://www.campusghanta.com/latest/how-to-survive-something-boring

Estamos (bem, Bilú só chega amanhã... Ela foi num Congresso da Igreja) no apartamento dos pais, em visita. Meu velho descobriu entupimentos em veias importantes e vai colocar stents na terça feira. A gente veio dar uma força e rever os irmãos. Aproveitei e fui conhecer a sede dos Gideões ontem, e fiz lá umas compras. Que privilégio poder privar com pessoas especiais, unidas em um objetivo tão elevado. Gostaria de trabalhar lá; creio que o ambiente é muito especial - pelo menos foi o que eu respirei no pouco tempo que lá estive. Fui a pé mesmo, gosto de andar e não temi a longa distância. Gosto de ir vendo a paisagem. E não é que a sede dos Gideões fica ao lado da Clinica de Stress da famosa Professora Dra. Marilda Novaes Lipp? Esta conhecida Psicóloga foi uma das minhas docentes no programa de Doutorado que eu fiz na PUC-Campinas. Na época ela me convidou para dar orientação; me senti honrado com a delicadeza dela, mas minha temática era bem outra, mas se fosse estudar o tema do estresse, seria a melhor opção, sem dúvida. Que profissional!! Grata memória.

Mas o tédio que me caracteriza há tempos é com esta situação pós-moderna de violência e falta de caráter por parte das pessoas. Li ontem uma crônica do novel colunista do jornal Folha de São Paulo Leonardo Padura sobre a 'licença' que certos esportistas tem atualmente para burlar a ética. Eu já acho que a coisa não se restringe mais ao campo esportivo, mas a todas as áreas, posto que é uma marca destes tempos. Seremos conhecidos no futuro pelo mau-caratismo desenfreado e desabrido. Não é mais feio ou censurável ser aético (sobre o uso do termo, veja por favor http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3593856 ). É a minha maior fonte de stress atualmente. Já comentei que a educação que recebi dos meus pais faz-me ficar, ao fim e ao cabo, chocado demais com as condutas periféricas. Quer ver? Desisti de combinar serviço com pedreiros e assemelhados. Ôo pessoal 'enrolado'; prometem na cara dura e nem aparecem! Sinto-me um idiota por confiar na palavra deles. Fico imaginando ser indenizado se gravasse a promessa solene que estes cascateiros fazem (pelo telefone ou vis-à-vis mesmo) e os acossasse com um processo judicial. Outro dia marquei hora com um mecânico especialista em eletricidade para fazer um serviço no meu bólide (meus amigos sabem que falo do meu querido Fusca) e quando chego lá, haviam 3 carros na minha frente! E vou dar um sopapo no mau profissional, que é o que ele merecia? Aí viro eu o culpado - violento e tal, e ainda por cima bem maior que o outro etc. Duvido se antigamente ele faria isso... Por medo ou por ser efetivamente ético/educado, coisa que a cada dia mais se perde pelo poviléu.

Mas o ápice desta falta de ética em nossos tempos aqui em brazólia são as falcatruas dos políticos e dirigentes democraticamente eleitos, coisa pela qual seremos lembrados por todas as futuras gerações. Não sei se um dia sairemos desta enrascada, mas que desanima, desanima! Lembro-me agora que há mais de dez anos meu amigo José Márcio já me dizia que Brasília tinha virado um balcão de negócios!

Para equilibrar nossa mente e não sucumbir, só procurando pessoas que comungam de nossos valores. Tenho encontrado lenitivo no Asilo, no Lions, no trabalho do Gideões. A leitura de boas obras sempre é seguro refúgio também, a Bíblia principalmente. Gosto de diariamente realizar meus estudos, e uso para isso 3 ou 4 devocionários (a editora Ultimato tem ótimos - www.ultimato.com.br - comprei lá um com textos selecionados de Martinho Lutero que é ótimo!), além das Institutas da Religião Cristã, de Calvino. Tenho relido também a Hermenêutica de Hans-Georg Gadamer (Os dois volumes de  Verdade e Método, sua obra-prima), que empreguei na minha Tese, e matado as saudades. Quanto esclarecimento!



Mas creio que o que nos faz de certo modo macambúzios com nosso entorno é a saúde que, mais e mais (dado o processo de envelhecimento),  se mostra fragilizada e comprometida. Isto nos tira o foco e o enlevo da vida, certamente. E só vejo duas estratégias possíveis para minimizar a inexorabilidade da tendência: boa alimentação e atividade física.  

Amanhã Bilú chega (que saudades da baxinha!) e iremos passear no Shopping Center, que é a praia dos paulistas. Vamos, no Iguatemí, visitar a Livraria Saraiva, que é uma espécie de paraíso para mim, e ver as novidades. Pelo menos isso! 


domingo, 6 de setembro de 2015

Razões...

última foto que tirei.. (agora)

Sim, tenho escrito pouco, quase nada. As razões?

1. Troquei minha moto pelo Fusca, como disse, e agora a parte mecânica está ok, permitindo-me extrair do recurso automobilístico seu ótimo emprego, sem sustos ou outras intercorrências. Vou me divertir muito (por muitos anos) com este bólido, reciclando também os neurônios, seguramente, pois ainda tem muita coisa para nele consertar -  de pequena monta, mas tem. Mas aí reside a beleza de ser ter um carro quase tão velho como eu, coisa que muitas mulheres não entendem... 

2. Tem acontecido tanta coisa maluca neste mundo absurdo e no meu entorno (especialmente no meu trabalho), que certo desânimo se me acometeu, infelizmente. A maioria não devo comentar aqui, em especial para não aborrecer meus poucos leitores. A última foi...



Ainda que eu ache certa hipocrisia de todos, foi muito impactante, realmente, ainda que logo fique esquecida... Quer ver? Imagine se fosse um menininho afrodescendente, será que seria a mesma enormidade a ampla comoção? Creio que não.

3. Tenho me preocupado mais em fazer o que preciso. O que tem significado mais minha vida atualmente são 3 coisas: distribuir a Palavra trabalhando como Gideão (www.gideoes.org.br) ; fazer semanalmente a barba e cabelo dos meus velhinhos no Lar (Asilo) São Vicente de Paulo, e atuando com meus companheiros do Lions, fazendo fraldas geriátricas e outras ações para melhorar nossa Comunidade Sanjoanense e da região. Tenho encontrado muito companheirismo e coleguismo nestas atividades, coisa que vinha sentindo muita falta, e que cada vez menos se encontra no mundo em geral, em especial no trabalho 'oficial' que fazemos. (Não, na minha Igreja não temos vida social ou mesmo muitas atividades, infelizmente.) Como decorrência destas minha atividades voluntárias, nossa vida social ficou um tanto mais agitada - mas estava muito 'parada' mesmo, inclusive porque Ruteca e eu somos muito caseiros!

4. Fiquei sabendo outro dia que mesmo estas nossas memórias registradas aqui na nuvem podem se evaporar dentro de alguns anos. Pen-drives, DVDs e outros suportes não duram mais que papel ou outro material assemelhado. Como não dá para gravar tudo em aço ou pedra, fica ao sabor das conveniências. Por outro lado, não sei se o Google vai durar tanto, se não vai virar outra empresa ou mudar de política. Mas no fundo sei que depois de uma ou duas gerações ninguém vai se lembrar da gente mesmo. Não sei quem foram os pais de meus avôs, e alguns destes nem conheci pessoalmente, como a mãe de minha mãe. E veja só, no meu caso, como não convivo com meus netos, talvez nem destes serei relembrado daqui a alguns anos! Meus irmãos, esposa e filhos falecendo, serei menos que uma poeira de estrela, como sou agora...   < certa vez tentei baixar todo meu conteúdo googleano para fazer back-up... Ia demorar alguns dias para isso se realizar, e ia gastar um 'monte' de DVDs. Com a baixa conexão que dispunha, desisti. >

5. Reformei todo o telhado aqui da cazupita. O dono anterior fez uma reforma muito pobre e deixou todo o telhado 'quase-centenário' sem qualquer manutenção. Removemos uma grossa camada de fuligem entre o telhado e o forro. Estava um horror. E o que foi retirado de ninhos de passarinhos... Imagino se houvesse uma faísca o incêndio seria total!. Mas agora, com a graça de Deus, estamos com a casa bem ajustada. Futuramente realizaremos a pintura e vai ficar cem por cento. Tenho muitos anos ainda, se o Pai Celestial permitir, para me entreter aqui com a casa.  É o meu castelo, e muito bem cuidado pela Ruth; que amor ela tem pela casa - como cuida bem dela (coisa que matrimonialmente nunca tinha visto)...

6. Viciamo-nos, Ruth e eu, no Netfix. Bilú comprou uma Smart TV e agora nossa programação de filmes e documentários está bombando via streaming, coisa louca! E nem precisa ter uma conexão tão veloz de internet como eu imaginava. A enormidade de séries e filmes é avassaladora. Tenho agora  'mil'   filmes para ver e o lazer nosso é garantido e, melhor, por um preço muito baixo!

7. Tenho tido alguns problemas de saúde. A última coisa, de certo modo muito 'aborrecente' foi o herpes zoster nas costas. Coisa de maluco. Nunca tive isto; herpes simplex (nos lábios) sempre tive, mas nos últimos anos parece que desapareceu, o que não é verdade - está ali nos recônditos, amortecido... Mas com este herpes zoster, que não sei como surgiu, pensei estar com pedra nos rins, problema na vesícula biliar, problema de estômago, problema muscular, coceira, tudo junto!! (nossa, coisa de idoso ficar falando de doença, mas sou-o!!)  Teve noites que não consegui dormir com o desconforto geral. Tive que me valer dos remédios da farmacinha de Bilú, coisa que nunca faço. Mas já foi tudo resolvido, com a graça do Pai Celestial. Mas foi um mês de infortúnio. E temperado com mau atendimento de médicos, etc. Ôo vidinha (rs rs rs)  Estou sentindo falta de alguns emoticons aqui do WatsApp...

Bom, vamos ver se volto mais vezes aqui neste espaço. Tenho muitas coisas para dizer, mas será que vale? Às vezes me pergunto - iniciei meus escritos aqui neste espaço por causa dos netos e dos meus alunos, mas estes... não sei se se incomodam mesmo - em sala de aula vejo tanta alienação e desrespeito! É a maior fonte de certo banzo que se me instalou no espírito... Imagine você sonhar em realizar ( e isto operacionalizar arduamente depois de tantos anos) uma vocação que acredita possuir e, depois, como que se arrepender de ter trilhado aquele caminho... Ainda bem que tenho encontrado minha significação de vida nas minha atividades voluntárias!




quinta-feira, 16 de julho de 2015

Entrevista sobre Ética...


Meu Fusca é igual a esse!!
(imagem obtida agora (via Google Images) de
https://utinuti.wordpress.com/2012/11/ )

Estive ausente demais, estava com saudades! Mas sabe o que aconteceu? Tenho agora Netflix e fiquei como que viciado! e tive 9 classes, inclusive de Mestrado (assunto novo) para ministrar. Correria é pouco. E o comitê de ética em pesquisa, como aumentou a demanda! E troquei minha motocicleta por um Fusca azul claro, dá para acreditarEntão não é que esqueci deste espaço - outras intercorrências intervieram...

Mas coloco aqui uma entrevista que acabo de dar para um jornal da região sobre o tema da Ética.  Enjoy...

Qual a melhor definição de ética para o senhor?

Ética é um exemplo daqueles termos para os quais  não se pode dar uma definição simplista. Grosso modo, Ética é o estudo sistemático sobre o modo reto de agir. Seria a educação da vontade pela Razão, para tornar a vida mais justa, feliz e bela.  Alguns autores julgam que reside na reflexão ética a base para a escolha entre o Bem e o Mal. A tarefa da ética seria  precisamente  refletir sobre as questões que fundamentam a tomada de decisão prática, e suas preocupações principais incluem a natureza  última dos valores e os padrões pelas quais as ações humanas podem ser julgadas certas ou  erradas. Um pensamento que gosto muito foi formulado por Giovanni Vidari em 1922  que afirma que o objeto da ética seria o estudo “das relações entre a vontade e a conduta; como isso se processa perante o coletivo e o individual, em causa, efeito, no tempo, no espaço, em qualidade, quantidade, em face das ambiências próximas e futuras”.

Qual a relação entre a ética e a política?

Deveria ser orgânica; ética nas relações entre as pessoas e grupos deveria ser parte da natureza do fazer Política.

As pessoas enxergam a ética como sendo o comportamento considerado correto ou aceitável em uma sociedade. Essa definição é muito simplista?

Sim, pois como vimos na definição que formulei na questão 4 acima o fenômeno é muito complexo. “Correto”, “aceitável” são conceitos muito relativos, ainda mais hoje em dia...

O senhor acredita que após tantas crises sociais e econômicas, a tendência é de que a sociedade passe a se balizar por valores morais?

Difícil dizer, pois o que falta é Educação, inclusive se valores e cidadania. Crises são sintomas da falta de prioridade em Educação, em todos os sentidos.

O senhor acredita que seja mais benéfico para a população investir em formação para melhorar a política brasileira ou desenvolver uma formação ética para o governo?

Não creio que reforma política seja factível – basta ver o que anda pelos jornais neste sentido. Agora, educar para valores e cidadania, creio que seria um caminho.

A falta de ética está diretamente ligada à corrupção?

Sim, creio que se houvesse mais consciência ética na Sociedade haveria menos espaço para estas práticas deletérias. Hoje a norma é cada um por si e defraudar o máximo que se puder.

Qual a opinião do senhor sobre as recentes manifestações populares que aconteceram em vários municípios brasileiros?

Descoordenadas, politizadas, esvaziadas, inócuas, infiltradas por baderneiros e vândalos, infelizmente. Mas inegavelmente é um sintoma que a paciência do povo anda no limite.

No último mês, um vereador de Espírito Santo do Pinhal apresentou atestado médico em duas sessões legislativas e participou nos mesmos dias de partidas de futsal na cidade de Andradas. Que análise o senhor faz de casos como esse?

A certeza de impunidade é que autoriza esta criatura a agir com tal nível de deboche para com as instituições democráticas e pior, com os seus eleitores. Mas não é o primeiro e nem será o último, a não ser que o povo passe a eleger seus representantes com mais consciência.

Geralmente, a população toma conhecimento de atos de corrupção apenas quando o caso vira manchete de jornais com números alarmantes de desvio de recursos ou de casos semelhantes. No entanto, não são penas os casos de enormes repercussões que envolvem corrupção. Como mostrar para as crianças que o que acontece ao nosso redor, na nossa rua, na nossa cidade, também são atos de corrupção?

A educação para a cidadania começa em casa. Se o pai ou mãe dá mau exemplo para o filho e depois fica cobrando que ele seja honesto ou ético a criança passa a ver a ambivalência hipócrita das atitudes dos adultos.

Como ser ético na vida, no trabalho e na sociedade?

Instruindo-se com valores democráticos, de cidadania, de sustentabilidade, participando e não ficando somente com postura passiva e auto-vitimizadora, como faz a maioria.

Qual o impacto da globalização das relações humanas atuais? Na sua opinião, essas relações estão mais ou menos éticas?

O impacto é enorme, pois há valores e valores, muitos deles que não nos pertence... Estão cada vez menos éticas, pois o que se vê é mais e mais violência, desrespeito e irresponsabilidade, a começar daqueles que deveriam dar o exemplo, como os políticos.

Qual o grande dilema ético da sociedade?

É uma resposta difícil de dar. Vou eu te fazer perguntas. É certo ser desonesto numa boa causa? Posso justificar a opulência frente à miséria?  Se convocado para uma guerra que não endosso,  eu devo desobedecer à Lei?  Quais nossas obrigações com as futuras gerações? Dilemas morais surgem com a ação humana, relacionados com o cotidiano de cada sociedade. Por exemplo, sair nu em público pode ser ou não ‘moral’, vejam os desfiles de carnaval. É uma hipocrisia só. Existem dois aspectos distintos de cada conduta: o prático, relacionado à ação, e teórico, vinculado à justificação dos valores que dão suporte à ação.  A existência de um dilema moral implica que a ação de um agente (ou grupo) contrariou aquilo que genericamente a maioria da sociedade crê ser o comportamento adequado para aquela situação. Dilema significa encruzilhada onde são se sabe optar – ficamos ‘paralisados’. Agora, como devemos viver?  devemos fundamentar  nossa vida na felicidade?   no conhecimento?  na virtude?  na criação do belo? na justiça?  Mas, se escolhemos a felicidade é a felicidade  nossa, ou a dos outros? E por aí vai. Então, qual o grande dilema ético hoje? É ter pouca Ética...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A teia da Internet e a personalidade



Imagem obtida agora (via Google Images) de
http://baddestmotherever.com/2014/10/15/the-writing-spider/

Vejam só como a teia da internet está abrangendo mais e mais seus tentáculos... Descobri um site interessante - tem gente tentando intuir nossa 'personalidade'  (por mais polissêmico que este termo possa ser...) meramente pelo uso articulado dos mecanismos roboticos mescladamente virtuais e mecânicos - software e hardware -  que a web possa apresentar!

Olhem o site www.crystalknows.com  criado por Drew D'Agostino. As  ideias revolucionarias começam assim hoje em dia como experimentos, e vão se definindo durante o próprio caminhar. Eu gosto de refletir com meus alunos no Mestrado que o conhecimento se constitui muitas vezes no percurso da construção do conhecimento em si, ou seja, denominamos ao fim e ao cabo 'conhecimento' como o resultado final mais o modo de conduzir que precisamente levou àquele resultado do processo do conhecer. 

Fico pensando que um pesquisador disciplinado poderia descrever muito do que somos analisando os ícones, as mensagens, os arquivos que guardamos nos nossos tablets e smartphones... Eu comecei a observar a enormidade de coisas que detenho nos  meus terminais (nossa, tenho uns seis, entre celular, tablets e computadores!!!) e acho que sou um fuçador, no bom sentido de ficar revirando coisas que possam despertar minha curiosidade, e que tenho potencial de me tornar enfadadiço em curto espaço de tempo. Que horror, tenho que meditar sobre este fato. Um filósofo aqui teria muito a considerar, e como sou um tanto disso...

A Educação (e o ensino) parece que está atualmente numa encruzilhada. O que a humanidade será doravante depende do que o próprio homem determinará como deverá ser educado as novas gerações. Como existe um gap (não estou a usar palavra estrangeira - pode verificar: este termo já existe nas edições mais antigas do Aurélio!!) enorme entre os países e (dentro delas inclusive)  suas multifacetadas comunidades no que tange ao acesso a educação formal, podemos ver quão distanciadas serão as disparidades... Guetos (no bom e mau sentido) é que surgirão, cada vez mais. A questão é que as TVs e outras mídias de massa instantaneamente comunicam a todos 'tudo' o que está a ocorrer e, assim, novas modas vão se alternando, tornando velho aquilo que há pouco era novo... E tem gente que é muito sensível sobre o fato de não estar acompanhando as tendências!

Ontem fui mais uma vez num curso de pós-graduação lato sensu que iniciei (é o sétimo que perpetro), de modo a me animar/motivar, reciclar, fazer novas amizades; espanar a poeira dos neurônios, enfim. É um interessante experimento, em todos os sentidos, dada a minha profissão de Educador. Este curso de um ano e meio é realizado mensalmente, no sábado e domingo o dia todo. Sou o mais velho da classe -  a moçada vem em peso.  Muitos ficam somente no celular, alheios ao professor que se esforça para conduzir lá na frente o assunto, mediante as muitas telas do projetor de multimídia intercalado com quase-garatujas rabiscadas ali e acolá no (como se dizia antigamente) quadro-negro, hoje  quadro de giz ou lousa, que fica ao lado da branca tela vinílica.

Neste curso nem presto muita atenção ao assunto (que já é medianamente conhecido por mim: Gestão de Projetos - Project Management) e sim na construção do conhecimento em sala de aula. Vejo as estratégias, os multiformes recursos instrucionais, o entorno todo da situação. Acho que vai ser bem interessante, em todos os sentidos. Estou aberto a novas sugestões para melhorar minhas aulas que, sinto mais e mais, devem se adequar aos novos tempos, onde o aluno tem dificuldade enorme de concentração e se enfada rapidamente... Quem sabe no futuro eu não possa de modo instantâneo me adequar ao temperamento e humor da classe, analisando a população mediante a pesquisa de seus nomes na web?? Quem viver verá...

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Unica carta de Calvino a Lutero


Carta de Calvino a Lutero, em  21 de Janeiro de 1545

         Ao mui excelente pastor da Igreja Cristã, Dr M. Lutero [i],  meu tão respeitado pai.

    Quando disse que meus compatriotas franceses [ii] que muitos deles foram tirados da obscuridade do Papado para a autêntica fé, nada alteraram da sua pública profissão [iii] e que eles continuam a corromper-se com a sacrílega adoração dos Papistas, como se eles nunca tivessem experimentado o sabor da verdadeira doutrina, fui totalmente incapaz de conter-me de reprovar tão grande preguiça e negligência, no modo que pensei que ela merece. O que de fato está fazendo esta fé que mente sepultando no coração, senão romper com a confissão de fé? Que espécie de religião pode ser esta, que mente submergindo sob semelhante idolatria? Não me comprometo, todavia, de tratar o argumento aqui, pois já o tenho feito de modo mais extenso em dois pequenos tratados, em que, se não te for incomodo olha-los, perceberá o que penso com maior clareza que em ambos, e através da sua leitura encontrará as razões pelas quais tenho me forçado a formar tais opiniões; de fato, muitos de nosso povo, até aqui estavam em profundo sono numa falsa segurança, mas foram despertados, começando a considerar o que eles deveriam fazer. Mas, por isso que é difícil ignorar toda a consideração que eles têm por mim, para expor as suas vidas ao perigo, ou suscitar o desprazer da humanidade para encontrar a ira do mundo, ou abandonando as suas expectativas do lar em sua terra natal, ao entrar numa vida de exílio voluntário, eles são impedidos ou expulsos pelas dificuldades duma residência forçada. Eles têm outros motivos, entretanto, é algo razoável, pelo que se pode perceber que somente buscam encontrar algum tipo de justificativa. Nestas circunstâncias, eles se apegam na incerteza; por isso, eles estão desejosos em ouvir a sua opinião, a qual eles merecem defender com reverência, assim, ela servirá grandemente para confirmar-lhes. 

     Eles têm-me requisitado de enviar um mensageiro confiável até você, que pudesse registrar a sua resposta para nós sobre esta questão. Pois, penso que foi de grande conseqüência para eles ter o benefício de sua autoridade, para que não continuem vacilando; e eu mesmo estou convicto desta necessidade, estive relutante de recusar o que eles solicitaram. Agora, entretanto, mui respeitado pai, no Senhor, eu suplico a ti, por Cristo, que você não despreze receber a preocupação para sua causa e minha; primeiro, que você pudesse ler atentamente a epístola escrita em seu nome, e meus pequenos livros, calmamente e nas horas livres, ou que pudesse solicitar a alguém que se ocupasse em ler, e repassasse a substância deles a você. Por último, que você escrevesse e nos enviasse de volta a sua opinião em poucas palavras. De fato, estive indisposto em incomodar você em meio de tantos fardos e vários empreendimentos; mas tal é o seu senso de justiça, que você não poderia supor que eu faria isto a menos que compelido pela necessidade do caso; entretanto, confio que você me perdoará. Quão bom seria se eu pudesse voar até você, pudera eu em poucas horas desfrutar da alegria da sua companhia; pois, preferiria, e isto seria muito melhor, conversar pessoalmente com você não somente nesta questão, mas também sobre outras; mas, vejo que isto não é possível nesta terra, mas espero que em breve venha a ser no reino de Deus. Adeus, mui renomado senhor, mui distinto ministro de Cristo, e meu sempre honrado pai. O Senhor te governe até o fim, pelo seu próprio Espírito, que você possa perseverar continuamente até o fim, para o benefício e bem comum de sua própria Igreja.

 Extraído de Letters of John Calvin: Select from the Bonnet Edition with an introductiory biographical sketch (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1980),  pp. 71-73.

Tradução livre:
Rev. Ewerton B.Tokashiki

Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras – RO.
Prof. de Teologia Sistemática no SPBC – extensão Ji-Paraná


NOTAS:

[i] Nota do tradutor: o especial interesse por esta carta, pelo que sabemos, é que ela é a única que Calvino escreveu a Lutero.

[ii] Nota do tradutor: pelo que parece Calvino se refere aos huguenotes que embora haviam assumido o compromisso com uma confissão de fé reformada, mas na prática ainda preservavam os ídolos, toda a pompa e ritual da missa católica romana. Esta prática evidenciava uma incoerência entre o ato e a convicção de fé.

[iii] Nota do tradutor: Calvino se refere ao culto como uma confissão pública de fé.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Bioética



Obtido agora (via Google Images) de
http://carfleo.com/tag/bioethics/

Tenho estudado esta temática ultimamente, e como ela é vasta (bem, como qualquer área de  investigação e discussão), com muitas nuances, dimensões, interfaces. É um campo muito gostoso de refletir, pois trata da vida do dia-a-dia, que a todos interessa. O legal nestes tempos cibernéticos é que temos muito material bom na web, à disposição de quem quiser.

'Navegando' há pouco descobri um material bem feito, muito útil para o iniciante: http://lejeuneusa.org/sites/lejeuneusa.org/files/prepress_manual_13050027.pdf   pois  traz os temas mais comuns que impactam o debate, não só entre estudiosos.

Mas se você deseja um livro ótimo, veja o que eu encontrei (colocando no Google a frase 'bioethics free book' ) e está disponível aqui:  http://bit.ly/1BZuwdJ    Um dos melhores livros que eu já vi.  Completo e ainda atual; um dos editores, o Prof. Peter A. Singer, muito conhecido na área, apesar de polêmico, é muito respeitado pelo seu ativismo em prol dos animais.

Mas vasculhando a web, que é algo bem acessível hoje (quando fiz o mestrado, a gente tinha que ir para as boas bibliotecas, como as das Universidades; fui muito abençoado em poder ter perto de mim a da UNESP e a da UNICAMP, fantásticas!), podemos encontrar muita coisa boa. Veja por exemplo http://www.ufrgs.br/bioetica/biosubj.htm    Ali temos um texto que faz parte de um contexto maior, criado por um dos maiores especialistas em Bioética no Brasil, o Prof. José Roberto Goldim. Nesta página vemos a referência do texto, que é: Goldim, J. R. Bioética e Interdisciplinariedade. Educação, Subjetividade & Poder,  1997; 4: 24-8. Vou fazer um pequeno resumo deste texto abaixo - com contribuições das outras páginas do site - para sua informação. Espero que seja útil.

Ética, uma área da Filosofia, abrange um catálogo articulado de conhecimentos oriundos da discussão racional da conduta humana, intentando explicar as diretrizes ditas ‘morais’ de forma racional, justificada (ou seja, fundamentada), utilizando-se da contribuição de outras áreas rigorosas, como as diversas disciplinas científicas. É uma reflexão sobre a moralidade; assim, podemos dizer que é como uma ‘filosofia moral’.

‘Moral’ é o conjunto de regras que o homem consolida ao longo das suas atividades do dia-a-dia, abrangendo a totalidade dos indivíduos dentro de uma cultura situada no tempo e espaço. Tais regras viram, grosso modo, orientar o bem atuar de cada pessoa perante os demais e suas instituições, tentando pautar com equilíbrio as suas ações e os seus julgamentos sobre o que seria moral/imoral, certo/errado, bom/mau. Assim, no aspecto prático do com-viver, Ética e Moral tem fins semelhantes, esclarecendo os fundamentos que esculpem o caráter das pessoas e suas virtudes, facilitando a aprendizado da mais apropriada maneira de agir em sociedade.

A Ética abrange teorização e a aplicação destas reflexões: a Ética Aplicada. Esta consiste no esforço de dar respostas apropriadas a problemas concretos – os dilemas - do existir cotidiano das pessoas, constituindo-se em uma reflexão (prática) com base na realidade concreta, situada. A Bioética, atualmente, é considerada como sendo a Ética Aplicada às questões da saúde e da pesquisa envolvendo seres humanos. A Bioética aborda problemas das pessoas – muitas originadas da evolução dos costumes e da emergência de novas tecnologias -  de forma rigorosa, mas também de maneira original; marcadamente secular, mas sem desprezar as contribuições da reflexão ética de cunho religioso; inter/multidisciplinar; contemporânea, mas sem esquecer as conquistas do passado; global (ampla e inclusiva) e articulada/sistemática. Desta forma, estimula novas dimensões de discussão e de reflexão, que podem possibilitar soluções adequadas para uma enormidade de questões.
Existem várias definições para o termo Bioética, do grego bios (vida) e ética. Uma das mais completas diz que Bioética é um conjunto de pesquisas, discursos e práticas, normalmente multidisciplinares, cuja finalidade é esclarecer e resolver questões éticas suscitadas principalmente pelos avanços e pela aplicação da medicina e da biologia. A Bioética, portanto, tem forte ligação com a filosofia (pois discute as questões éticas) e considera a responsabilidade moral dos diversos tipos de cientistas em suas pesquisas e práticas. É o estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas científicas em biologia e medicina, e suas determinantes psicológicas, legais e filosóficas. 
A Bioética discute questões como a utilização de seres vivos em experimentos; questões sobre a definição de morte e a retirada ou não de tratamento médico destinado a  prolongar a vida; diagnóstico pré-natal e aborto; a estocagem e uso de embriões humanos congelados;  o uso de tecidos humanos, fetais ou animais para a pesquisa científica; a investigação de possível contaminação pelo vírus HIV ou outras infecções; a expansão da engenharia genética e a destinação de escassos recursos de promoção da saúde etc. No âmbito das pesquisas com pessoas, toda investigação científica tem que passar por um Comitê para averiguar a eticidade dos procedimentos, como o que temos no UNIFAE.
Nas minhas aulas de Ética no Centro Universitário sempre relembro aos alunos e alunas que esta disciplina - como a disciplina-mãe, a Ética - visa, em grande medida, a despertar nas pessoas o senso do diálogo, visto que nossos valores e atitudes, bem como nossos sentimentos, são a matéria-prima da reflexão ética, mas utilizando precisamente a Razão para garantir que estes esforços possam efetivamente redundar em mais equilíbrio e justiça - harmonia - nas relações (por vezes conflituosas, dada os multifacetados interesses e expectativas) inter-humanas.

terça-feira, 24 de março de 2015

Profissionalismo


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http://backstage.com.br/lazzaro/?p=113

Gente...  está difícil neste pós-modernidade! Celular que não funciona, empresa que instala equipamento sem concluir todas as especificações contratadas, e... 'desaparece', sem dar retorno, que tempos; que dirão aqueles nossos descendentes no futuro? Aliás, vi que mesmo estas coisas digitais que perpetramos não vão durar muito mesmo - imaginamos que estariam guardados em algum lugar 'nuvem'? acho que vai evaporar mesmo, ou 'chover'... ou quando a empresa for vendida, pluff!! ) mas que nada, nada garante que nossas coisas vão permanecer mesmo. Bem, eu não sei nada dos pais dos meus avós - e mesmo deles sei tão pouco! 

Mas sofro para 'inter-relacionar' comercialmente pois parece que a maioria do pessoal das empresas acostumaram mesmo a atender mal a clientela. Raras são as exceções... Cansei de ir a Procons; não resolve muito - é certa ilusão também. Existe uma empresa chinesa que agora vende produtos em Pindorama que se apropriou de uma bateria de equipamento eletrônico (eu tinha mandado para conserto toda a unidade - suspeitava que o defeito poderia ser ali ou no elemento principal; não vou dizer o que era, porque já viu, né...) na maior cara de pau: disseram que eu não enviei a peça, e ficou por isso mesmo. Burro eu que não fiz um descritivo minucioso na hora que coloquei o equipamento no correio - confiei na empresa, uma gigante eletrônica, visto que me instruíram superficialmente (vai saber se esta não era a estratégia...). E vai reclamar para quem? No fundo o que eu acho é que o melhor é ter o mínimo possível, ser uma espécie de asceta urbano, vivendo vida espartana. Talvez um ermitão, um eremita!

Hoje é pregado aqui e acolá que estas virtudes pertencentes ao profissional (a coletânea de procedimentos característicos que está englobada no termo profissionalismo), como a seriedade, competência, responsabilidade, ética, enfim - é o apanágio das empresas vencedoras, lucrativas, perenes, etc. visto que do rol de empregados e donos detentores efetivamente destas características vai compor a totalidade da imagem percebida da organização. O problema humano é que 50 pessoas que agem bem, uma é a imagem, um ou dois que procedem mal... Não é fácil, mas somos assim. 

Vou ter mais cuidado doravante. A cada aquisição, a cada direito, temos que discutir o entorno de tudo, cercar-nos de excessivos cuidados e ressalvas, resguardos e restrições a nosso favor, esclarecer minudenciadamente cláusulas e alíneas obscuras... Fazer seguros adicionais e estabelecer parâmetros de auto-proteção; pegar telefones de 'todo mundo' e vigiar...  Que trabalheira!

terça-feira, 17 de março de 2015

Chuva fria - que gostoso!

imagem obtida agora (via Google Images) de
http://www.hdfbcover.com/fbcover/abstract/rain-falling-on-floor-fb-cover

1. Pronto, desativei o telefone fixo de casa - doravante teremos somente o celular. Havia feito uma 'portabilidade' - transferência de companhia operadora de telefonia mantendo o mesmo número - mas não funcionou. Como pode uma empresa deste porte oferecer um serviço e depois vir confessar que 'está tendo problemas' - e descontinuar o serviço, deixando-nos a "ver navios"? Não vou fazer portabilidade de novo, inclusive porque inexistem lojas físicas  de qualquer operadora de telefone fixo (agora virou algo ultrapassado, mas que fazer, sou de outros tempos...) hoje em dia na minha cidade: tudo tem que ser feito virtualmente, e já viu, não é?... implica ficar tempos 'pendurado' no telefone ou na web... I quit!!  Décadas atrás, telefone fixo era um bem que você declarava no imposto de renda! Tinha que fazer um carnet de pagamento, para depois de alguns anos a empresa estatal vir instalar o aparelho em sua residência, algo que era bastante comemorado!  Para falar de uma cidade para outra, tínhamos que pedir para a telefonista operadora e esperar por vezes horas para falar, e assim ficávamos em casa aguardando a boa vontade dos deuses...  memórias!

2. Que chuva fria gostosa que está caindo... a gente estava sentindo muita falta; a sequidão foi muito tenebrosa na temporada passada, até comentei aqui. As nossas represas ainda estão com estoque bem baixo do precioso líquido, e quando acabar a época das chuvas poderemos ter problemas homéricos, se tiver nossa estiagem como aquela. Comprarei uma caixa d'água para represar alguma reserva, seguramente!  Mas o tempo cinzento e frio me lembra muito a época que eu viajava toda semana para São Paulo para treinar atletismo no Esporte Clube Pinheiros, onde era atleta federado (arremesso de disco - discus throw). Saudades... Nos Jogos Estudantis Brasileiros de 1971 (Belo Horizonte) sagrei-me vice-campeão nacional nesta modalidade, junto à seleção juvenil paulista (que ganhou a maioria das medalhas, como sempre). Foi o suficiente para saber que, se eu desejasse, com determinação e planejamento, poderia ter minhas metas pessoais efetivamente auferidas - bom para a auto-confiança da gente, não é mesmo? Acho que até o meu Doutorado foi influenciado pelos tempos que me dediquei ao esporte. Realmente ajuda a formar o caráter. 

3. Nossa, gente, minha vizinha cozinhando dá uma vontade de ir lá pedir um 'comercial' pra mim e para a Ruth... que tempero que ela usa! Outro dia recebemos dela umas costelinhas de porco que foi uma experiência quase celestial. Que legal ter bons vizinhos! A dona Elisete passou a bandeja pelo muro mesmo. Retribuí a gentileza com um bom vinho chileno, que sei que eles gostam... Ruth cozinha muito bem também - engordei 20 kgs desde que casei, crédo! Sou um bom garfo; desde criança fui abençoado com acepipes divinos - minha mãe perpetrava pitéus inesquecíveis. Antes de virar atleta eu era quase gordinho!

4. Para variar, a internet hoje cedo não queria conectar. Ficamos parecendo um zumbi, sem ter muito o que fazer - pelo menos é o que parece em nossa mente mal-acostumada. Depois, falando com o suporte da provedora (BVCi - de nossa cidade aqui mesmo) aprendi que o modem parece que demora a 'esquentar' - desenvolver a conexão. Não dá para acreditar, estamos na idade da pedra cibernética. Quando, ó deuses da web, teremos conexão veloz e segura como nos países mais avançados?? Tenha dó!!! 'Ninguém merece'. Temos que sair às ruas com a camisa verde-amarela e bater nas panelas toda semana... Aliás, que bela demonstração de civismo que o Brasil deu neste dia 15! Remarkable, como diriam os americanos...

5. Estou gostando de preparar aulas e ministra-las aos meus alunos este ano - parecem mais interessados que anos anteriores, quando a coisa se arrastava - era frustrante. Como os eventos mudam de uma hora para a outra; será fase? Espero que não - se a juventude não se comprometer com o futuro do Brasil, onde iremos parar? Já não basta de limitação? 

quarta-feira, 11 de março de 2015

Problemas digitais...



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http://businesstech.co.za/news/internet/49352/power-problems-widen-the-digital-divide/

Hoje é dia... nada está funcionando direito! Agora vemos como dependemos destes gadgets que nos acostumamos a utilizar!

1. A internet parece funcionar 'a manivela', como diz a minha secretária do Comitê de Ética, lá do UNIFAE. Demora eternidades para carregar simples páginas, e nem imaginar carregar mais de uma, pois aí que 'quase-trava'. Fico a imaginar como será nestes países mais avançados, onde o pessoal utiliza o terminal móvel até para ver TV... Que inveja!

2. Fiz portabilidade do telefone fixo (sei que poucos tem ainda este 'dinossauro' tecnológico em casa, mas muitas pessoas não gostam de gastar os créditos de celular ligando para fixo...) de uma operadora para outra, mas foi um 'tiro no pé', como se diz. Agora pareço Pai de Santo - só recebo ligações, e isto de poucos, pois muitos tem reclamado que, ao que parece, cancelei a linha, a julgar pelas mensagens que eles recebem quando tentam ligar para casa. Que bagunça: já postei até reclamação na Agencia reguladora nacional, a ANATEL, mas a operadora tem ligado para mim sem resolver a pendência... Acho que terei que ir ao PROCON - a secretaria de defesa do consumidor.

3. A Apple Store e o iTunes resolveram fazer manutenção agora cedo, ao que parece. Não atualiza nada e nem baixa novos apps. Que droga, justamente agora que precisava atualizar um programa de leitura de jornal eletrônico/digital que assinei recentemente, que resolveu dar problema. Costumo ler 3 jornais diários no meu iPad Mini, que é bem confortável, mas hoje deu problema nas leituras. Pelo menos o Yahoo Digest está ok, carregando sem problemas, e ... Ah, e o Flipboard também, e o Spotify.  Menos mal. Acho que é só uma espécie de azar. 

4. Ontem em sala de aula comentei que esta escravidão nos deixa aturdidos e quando pedi para imaginarem viver sem celular ou TV uma mocinha quase gritou, esconjurando:  "Deus me livre"!  Foi hilário... Pensei, acho que teria a mesma reação se o meu Dropbox parasse de funcionar ou desaparecesse, crédo!! Acho que nem vou ver se o OneDrive ainda está ativo...

5. Nem reclamo dos teclados que ficam falhando, dos programas servidores de e-mail que degradam nosso texto quando usamos letras não existentes no alfabeto inglês, dos hubbs para portas USB que ficam a falhar, desconectando apetrechos que a gente pendura no PC; os modems que trazem a web até a minha casa; os controles remotos da TV que estão a ignorar nossos comandos... uff, que horror, quero voltar para a Natureza!! Vou virar 'ermitão' - por um dia -  senão morro de tédio... Será? 
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http://www.pimpmyalfresco.com.au/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Carta de Princípios 2015


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https://help.scholar.vt.edu/Upgrade/

Esta é a minha carta de Princípios deste ano para minhas atividades docentes no Centro Universitário onde trabalho:

                Este documento é dirigido ao corpo discente visando ratificar algumas normas institucionais importantes envolvendo o relacionamento estudante-docente, além de comunicar determinadas expectativas do docente sobre os atos acadêmicos. Espera-se comentários e contribuições para seu aperfeiçoamento.

  1. O professor considera que o aluno universitário habitualmente experimenta uma espécie de ‘choque’ quando se defronta com a metodologia de ensino acadêmico, que pode diferir muito do segundo grau. Ele ou ela se confronta com posicionamentos teóricos que vão mexer com crenças arraigadas, apesar de muitas vezes ainda não ter tido contacto com os assuntos de forma mais sistemática. É natural o aluno sentir dificuldades (que variam em grau e tipo) nesta ou naquela disciplina.
  2. O estudante não deve esperar que o docente vá dar respostas a todos os questionamentos – a meta principal é o aluno sentir-se desafiado a aprender, com certo detalhe, o que os estudiosos propuseram sobre os diversos assuntos e seus principais aspectos, identificando os fundamentos que embasam suas visões. Isto envolve um processo complexo, que fundamenta a gradual aprendizagem de qualquer área de estudo, durante todo o curso (e continua mesmo após a formatura...).
  3. Muitos alunos parecem satisfazer-se somente com que o professor comunica ou trabalha em sala de aula. Na atualidade, qualquer área de estudo é vastíssima, e as aulas acabam abrangendo um pequeno percentual do conhecimento total que existe, inclusive pela limitada carga horária destinada durante a semana. Assim, o docente assume que cabe ao aluno autonomamente AMPLIAR seu conhecimento em todas as matérias, complementando-as com atividades extraclasse, realizando sua própria pesquisa e aperfeiçoamento nas diversas áreas, seja pela internet, seja por estudos dirigidos na Biblioteca, etc. O professor poderá contribuir nesta empreitada, se o aluno ou aluna desejar.
  4. Principalmente em sala de aula, o aluno deverá exercitar suas capacidades de argumentação crítica, ou seja, suas habilidades em oferecer razões sustentadas para seus posicionamentos, ao mesmo tempo em que aprimora suas capacidades em defender sua visão contra as críticas daqueles que discordam dele, ou daqueles que possuem posicionamentos alternativos. Um pressuposto de qualquer trabalho universitário é que um posicionamento, uma visão, requer o suporte de argumentos (assertivas) pertinentes, adequadas. O principal aprendizado do aluno será permitir que alguns de seus posicionamentos sejam alterados, modificados, em face dos argumentos de outros que (igualmente de modo fundamentado, justificado) dele discordam ou se diferenciam.
  5. Muito do trabalho docente é conscientizar o alunado no sentido da descoberta dos mesmos serem os sujeitos do processo educativo (e não o objeto). Assim, os alunos devem aprender a assumir suas responsabilidades dentro de uma caminhada vivencial que contempla, de um lado, o autoconhecimento e, noutro lado, o constante aperfeiçoamento e atualização de seus conhecimentos.  Dito de outro modo, espera-se que o aluno seja o gestor do seu próprio aprendizado, na medida do seu engajamento e necessidades pessoais, e este aprendizado será tanto mais rico quanto sua dedicação à disciplina, assiduidade, sentido ético e esforço em realizar um trabalho de qualidade.
  6. O docente age na situação de sala de aula como um ‘catalisador’, funcionando mesmo como um facilitador da aprendizagem do aluno. Não se considera mais hoje que o professor ‘forneça’ o conhecimento: ele coopera junto ao aluno no aperfeiçoamento gradual de suas competências e habilidades acadêmicas, intelectuais e sociais. A atividade em classe pretende ser uma experiência enriquecedora para ambos, orientador e orientando onde, antes de ser mera obrigação didática, pretende constituir-se num espaço para o exercício de (con)vivências interpessoais significativas.
  7. Qualquer disciplina abarca um conjunto de atividades humanas a serem praticadas, e não um mero corpo de fatos a ser memorizado. Se o aluno faltar e não se atualizar sobre as atividades ocorridas, dificilmente elas surgirão ‘espontaneamente’ em sua mente, concorrendo para que o aluno não satisfaça os critérios de aprovação propostos.
  8. Em princípio, o docente assume que a grande maioria dos alunos é daqueles que demonstram respeito pelos demais colegas, não se atrasando para o início das aulas ou não adentrando à mesma ruidosamente. O professor adicionalmente crê que os alunos possuam um mínimo de capacidade de planejamento de suas atividades intra e extraclasse, de modo a evitar que ‘necessitem’ retirar-se da sala de aula (mesmo que depois voltem), antes da mesma ter terminado.
  9. O professor acredita que cabe aos alunos grande parte da responsabilidade em criar, manter e cooperar para a existência de um clima de ensino-aprendizagem adequado em sala de aula, onde ocorram efetivamente produtivas e questionadoras (motivadoras...) discussão e reflexão.
  10. O regimento interno da Instituição de Ensino Superior prevê que o aluno possa faltar em até 25% do total de aulas efetivamente ministradas, o que, em tese, abrange urgências e emergências a que todos estamos sujeitos. As compensações de faltas (não existe abono de falta) somente são autorizadas legalmente em certas situações (como p. ex., gravidez, doenças infectocontagiosas, serviço militar) e, para tanto, certas requisitos deverão ser cumpridos – o aluno deve se informar sobre as exigências, procedimentos e prazos específicos para requerer o Regime Excepcional. Se o aluno precisar faltar por motivo justo e avisar com antecedência SUFICIENTE ao docente (aconselha-se o envio de SMS/’torpedo’, ou um telefonema), o mesmo poderá, a seu critério, conceder até uma presença extra ao aluno durante a chamada em sala de aula, e desde que posteriormente não falte mais às aulas.
  11. O Regimento Interno do UNIFAE determina a aplicação de uma Avaliação semestral oficial, ao término do semestre, bem como um Exame final. A média final para aprovação (abarcando avaliação oficial e exame) é ‘cinco’ – 5,0. O docente poderá aplicar uma avaliação parcial não-oficial ao final do primeiro bimestre, que será ponderada com a prova oficial, para determinar a média do semestre. Se o aluno alcançar 7,0 (sete) nas avaliações parcial e oficial será dispensado de exame final.
  12. É esperado que o aluno tenha questionamentos e outras necessidades acadêmicas relacionadas à disciplina, em seus diversos aspectos. O professor está à disposição para entrevistas, a qualquer tempo. Por motivos óbvios, se o aluno, por qualquer razão, decidir procurar o Coordenador do Curso antes de falar com o docente, fica reservado a este conduzir a solução da pendência somente com o Coordenador do Curso, desde que devidamente notificado.
  13. É normal que o aluno tenha dificuldades em determinada disciplina, não alcançando boa nota nas avaliações parciais e oficiais. O professor poderá, mediante solicitação do aluno, autorizar ao mesmo a realização de trabalho(s) complementar(es), de modo a melhorar o aproveitamento. O aluno deverá demonstrar que o trabalho é de sua própria execução, e deverá realiza-lo à mão, seguindo as regras de apresentação do Manual UNIFAE de Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.
  14. Fraude de qualquer natureza ofende o docente e os colegas do aluno, não beneficiando de modo algum o Curso, a Instituição de Ensino e seus funcionários. O docente acompanhará cuidadosamente as atividades, averiguando evidência de fraudes. Toda transgressão será devidamente penalizada de acordo com a política educacional vigente.  Em outras palavras, o docente espera que cada trabalho ou avaliação de aprendizagem seja da lavra própria do aluno. Plagiar, preparar trabalhos em nome de alguém ou faltar com a verdade dos fatos em provas e demais atividades será tratado de conformidade com o Regimento Acadêmico do UNIFAE.
  15. Pode ocorrer que uma aula seja cancelada ou substituída por outra atividade acadêmica. Nesta situação, a atividade poderá ser remanejada automaticamente dentro do calendário de dias disponíveis. O cronograma de aula será atualizado no primeiro dia de aula disponível.
  16.  É responsabilidade exclusiva do(a) aluno(a) manter-se atualizado quanto ao seu prontuário acadêmico, suas faltas, e também sobre as atividades acadêmicas intra e extraclasse. Adicionalmente o aluno deve inteirar-se, principalmente, das normas de funcionamento do UNIFAE sobre processos de matrículas, rematrículas, cancelamento e trancamento de matrículas, transferências, solicitação e recebimento de documentação diversas, funcionamento de estágios supervisionados, Programa de Atividades Complementares, elaboração de TCC (monografias de final de curso), bem como sobre as normas de Regime de Dependência e Adaptação. Falhas de entendimento e desconhecimento destas e de outras normas da Instituição pode acarretar sérios prejuízos acadêmicos ao(à) aluno(a).
  17. Aquele(a) que ficar em regime de Dependência deve procurar o docente NO INÍCIO DO SEMESTRE para acertar os trabalhos escritos e a matéria da prova, de modo a livrar o(a) aluno(a) o quanto antes da retenção.
  18. O docente reafirma seu compromisso de desempenhar suas funções docentes com pontualidade, qualidade e dedicação, colocando-se inteiramente à disposição dos alunos. Adicionalmente considera que, ao colocar esta CARTA DE PRINCÍPIOS no Portal Acadêmico UNIFAE, todo aluno e aluna tenha tomado conhecimento do mesmo.