A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

Mostrando postagens com marcador Narrativa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Narrativa. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Ipês amarelos de Agosto...

( fotinhos tirados por mim )

1. Agosto é um mês abençoado pela visão de milhares de Ipês amarelos que florescem quase ao mesmo tempo... uma coisa mais linda que a outra. A foto à esquerda é o que observei quando abri a janela do meu quarto, vários dias daquele mês... A da direita tirei da sacada da sala de estar, na rua ao lado (minha casa é de esquina no quarteirão). Fico por vezes contemplando estas maravilhas,  as flores caindo preguiçosas, uma a uma, de seus galhos; as (diversas espécies de) abelhas passeando de flor em flor; passarinhos buliçosos alimentando-se aqui e ali. Que privilégio!

2. Nossa, tenho roupas de décadas de sua aquisição, especialmente as de clima frio. Como somos, Ruth e eu, muito cuidadosos com as vestimentas, elas duram bastante, e não nos importamos se "saem de moda" e outros apegos do genero... Tenho muitas camisas de manga comprida (poucas de manga curta) e tipo "Polo" (que não gosto de usar - sou muito 'calorento'), mas somente duas jaquetas multi-uso e três ternos para qualquer eventualidade formal. Alguns pullovers e muitas meias esportivas (poucas formais) completam o acervo. Gosto mesmo de usar simples camiseta (preta) e jeans, como o falecido Steve Jobs: na Universidade era conhecido por usar só este tipo de "uniforme" (certa vez uma aluna abusada perguntou se eu possuía apenas aquela camiseta; repliquei que, na verdade, tinha umas trinta daquele modelo!). Sapato, a mesma coisa - e agora que tenho meus problemas ósteo-articulares, uso sapato de tecido, tipo Crocs - muito confortáveis, leves e duráveis. Boas economias nestes tempos bicudos de pandemia.

3. Estão proliferando ali e acolá inúmeras fintechs. Um amigo cordialmente fez-me a tutoria no credenciamento de uma delas, e estou apreciando deveras. É muito prático, desburocratizado. Não precisa, graças à onipresente digitalização de tudo, ir a uma agência física ficar demorando em filas. Inclusive, mediante o downloading de outro aplicativo, adquiri um cartão de crédito, tudo feito pelo celular, tudo muito amigável (o apelo deste ultimo cartão foi a facilidade e financiamento para aquisição de gadgets de uma famosa marca oriunda a leste de Suez...) mesmo para quem não é muito versado em tecnologia, como este macróbio aqui. A vida moderna está apresentando cada "solução" pra gente, muitas deveras irresistíveis! Procuro me manter razoavelmente atualizado; é cacoete da profissão docente - senão a moçada zoa com a gente... Ôôo tiozão...eles provocam.

4. Tenho lido muito, como já noticiei aqui anteriormente. Sabe o que mais aprecio nas narrativas? A criatividade, a correção e rigor da argumentação nos mais diversos discursos. Para um psicoterapeuta e docente de Metodologia longevo como eu (desde fins de 1.977) consigo dissecar 'cirurgicamente' as mais obscuras argumentações. Minhas pós-graduações latu e strictu sensu (8) me capacitaram para tal enlevo. Fico absorto em leitura de autores muito cuidadosos, caprichosos na escrita, o que me faz admirar muito. Atualmente estou com os altamente polêmicos Richard Dawkins e Christopher Hitchens, cientista e jornalista, o último já falecido. Que milagre diariamente renovado poder ler! Ainda bem que li muito de Monteiro Lobato quando criança...

5. Tenho sentido mais solidão agora que antigamente, como já comentei antes. Sempre fui arredio, isolado, algo macambúzio, mas com a idade os valores mudam. Fundamental conhecer a si mesmo, mas somos seres altamente sociais, e a cada dia que passa nos sentimos de certo modo mais 'fragilizados' - sei lá o porquê. Acho que vou ligar para uns amigos e convida-los para vir aqui em casa, pois estou muito limitado para ficar "andando por aí". Mas quem sabe logo poderei colocar prótese no quadril: estão retomando nos hospitais as cirurgias eletivas, que ficaram em segundo plano na pandemia. Creio que vou ter que ir atrás de alguns amigos, pois muitos estão como eu, encorujados em casa... Agora que (parece) esta pandemia está minorando (diferente de semestres atrás, a vida hoje 'voltou' quase 100% ao normal...), e as autoridades sanitárias estão planejando dar a terceira dose de vacina contra o Sars-Cov-2 - de 'reforço' - sinto que muita coisa mudou em sociedade, mas a vontade de socializar sempre será preponderante, primacial... Deus queira!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Visita da Marilia e também, mais uma vez, ateus X religiosos...

Marília Barbosa Domingues Vieira Dutra, meu pingo de mel
(fotos por Lucas Vieira Dutra, janeiro 2012)

Como havia dito anteriormente, minha filha caçula do primeiro casamento resolveu, de última hora, nos visitar; fazia muitos anos que ela não saía dos Estados Unidos. Que coisa boa; pudemos passear e conversar bastante! Visitamos Poços de Caldas (MG), Campinas e fomos em lugares 'descolados' aqui de São João, 'só' para deixar a homarada intrigada com o broto (este termo é que se usava nos anos 50 para gatinhas charmosas e estonteantes como você pode constatar pela amostra acima). É um 'avião' e, não bastasse, seus 1,80m deixou alguns dos meninos encabulados. Os céus me abençoaram com 4 filhos altos, bonitos, simpáticos, todos eles. Dizem que todos 'puxaram' bastante as respectivas mães, mas algo de mim a meninada herdou, com certeza.

'Pingo' foi o apelido que eu dei para ela quando criança, pois seus cabelos cacheados dourados assim me inspirou (não sei se sou o único a chama-la deste modo...). É muito charmosa e está estudando Nutrição (não gostou mais de Psicologia, que estava estudando anteriormente...) Levou de volta um 'monte' de presentes e lembranças; dei a ela uma figura de barro feita pelo tio dela, o Zezinho, figureiro premiado, que estava em minha posse. Não sou apegado a coisas, e vou começar a distribuir objetos pelos filhos, reservando o que darei futuramente à Lívia. Já dei bastante fotos minhas quando criança (que recebi de minha mãe) para o José Geraldo - Mariana e Marília, podem 'cobrar' o gugu... tudo o que tenho pertence a vocês!

Dia 25 de janeiro a levamos ao aeroporto de Guarulhos, onde tomou o avião para os EUA às 22:30 horas. Vamos visitá-la em Salt Lake City, Utah (e ao José Geraldo em Fresno, California), Ruth, Lívia e eu, em julho, se tudo der certo com o visto da Embaixada americana - 99,9% certeza... Quem viver, verá.

Semana passada (e esta), preparando as aulas deste semestre - terei 4 classes, 3 do curso de Psicologia e uma, do curso de Ciências Contábeis. Preparo também uma pesquisa científica com idosas sobre percepção de asilamento, com metodologia qualitativa (hermenêutica-fenomenológica), além de um trabalho que meu Centro Universitário realiza com idosos em duas instituições aqui da cidade (supervisionando alunos). Boas perspectivas...

Estava estudando uma passagem de Isaías 55, 6 a 8, que diz:

Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 
Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. 
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. 

Não fosse revelação estas palavras, admira-las-ia pela beleza dos vocábulos, pela narrativa que nos interpela, pelo temor reverente que a fala celestial suscita em meu ser. Eu, converso e regenerado, vejo estas palavras de modo muito diverso do que um agnóstico ou um ateu. Sei que para eles 'são' fábulas, literatura, devaneios de homens rudes, agrestes, toscos. Para mim inserem-se num todo que explicita uma atitude eterna da Deidade para com sua preferencial criação, incompreensível a quem desconhece o entorno e o contexto disto tudo, sua significação e valoração. 

Termino esta breve digressão com um versículo do apóstolo Paulo, de sua carta aos Romanos (v. 08):

Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. 

Para o crente, esta asserção é cristalina, intrínseca, inerente à sua condição de pessoa, epítome do seu ser enquanto filho(a) do Pai Celestial, totalmente dependente d'Ele, soberano e misericordioso. Lembro agora do que disse Benjamin Disraeli: "a vida é muito curta para ser pequena". O que faz nossa existência ter sentido é compreender nosso lugar no Cosmos, posto que somos um átimo dele, fragibilíssimos, efêmeros ao extremo, percorrendo fragoso caminho nesta esfera. 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Do velho embate entre Religião e Ciência...

Volta e meia vemos na mídia (e, para os interessados, especialistas e estudiosos, também em seus respectivos fóruns acadêmicos) pessoas perpetrando comentários sobre o dito embate acima citado. Eu sempre gostei do tema da Psicologia da Religião (uma interface entre estas duas áreas, obviamente mais focada no âmbito científico) mas sempre soube conciliar este mundo com a da vivência de uma religião (minhas raízes são cristãs, do Catolicismo Romano). Tento escolher bem as palavras, pois sei o quanto elas são 'perigosas' para efetivamente transmitir o que pensamos. Como não sou nenhum Affonso Romano de Sant'Anna (recomendo-lhe dele uma obra muito legal de se desfrutar - 'Tempo de Delicadeza', Porto Alegre: L&PM, 2009) um Saramago ou Machado, "todo cuidado é pouco"... (perdoe o lugar comum, mas na minha idade não precisamos mais ter tanto escrúpulo assim!! - aqui, bem, veja só, o Dicionário Aurélio Sec XXI eletrônico, sobre escrúpulo, das 3 acepções, refiro-me precisamente  à primeira - 1. hesitação de consciência, remorso... Mas concedo que, das outras 2, delicadeza de carater, senso moral, zelo, destes não abro mão).

Mas voltando, dos 16 livros que li sobre o assunto, um pouco tardiamente em relação ao rebuliço observado na mídia em seu auge - gosto de deixar a 'poeira assentar', para não ser influenciado - vejo que os querelantes por vezes se pronunciam com inusitado ímpeto... Vejo também que são poucos os que conhecem efetivamente os dois lados para, efetivamente, fornecer uma contribuição polida, como convém. Ora, qual a razão de se gastar a pena com tal tema se não for para contruir 'pontes' entre estes saberes? O número de diatribes é enorme, o que nos faz, quase, arrepender de ter investido alguma soma na aquisição do papelejo. Acabo mais lendo críticas das críticas, o que acaba sendo divertido.

Mas creio que, modestamente, eu obtive uma boa estratégia para não ter qualquer aproximação viesada (o que leva, seguramente, a mal-entendidos e radicalizações...) sobre tão complexa temática - o que aliás procuro, desde a faculdade, seguir para meus estudos e mesmo, creia, nas minhas deambulações... Estudando Psicologia, vi como a Linguagem (um acontecimento incrível, complexo, verdadeiro horror dos polifóbicos) é o fenômeno que subjaz em qualquer manifestação humana. Investi um bom tempo tentando entender suas nuanças, posto que, inclusive, para o fazer psicoterapeutico com a clientela, este entendimento é fundamental. Obviamente, meu treinamento acadêmico em Metodologia Científica e em Métodos e Técnicas de Pesquisa ajudou em muito também a manter um espírito mais desarmado e buscador da Verdade, não tanto das verdades ilusórias a que somos submetidos a toda hora...

Esta idiossincrática estratégia consiste em assumir, em princípio e a princípio, que todas posições e discussões, 'no fundo',  são confrontos de narrativas, de discursos,  de plano eivados ("nossa!", esta palavra é 'pesada' - ainda que me pareça apropriada para o que penso), ou melhor, continuando, de plano plenos de valores e posições assuntíveis e assuntivos, o que faz sempre periclitar  qualquer debate que se pretenda isento. Poucos, não importa o lado, conseguem sucesso nesta empreitada.

Poderia tecer aqui considerações metodológicas, teóricas, filosóficas, sobre o tema, mas somente conto, superficialmente, 'o milagre, não conto o santo'.  Para não ser leviano, em resumo, digo que uma pessoa, pode, sim, abrigar em si diferentes narrativas, basta ser coerente, e não ficar impingindo 'idiomas' peculiares de certa seara em domínios que praticam outras linguagens. Para discutir linguagens, respeitemos as regras do jogo (deste jogo...). É, creio, eu, o que muito estudioso esquece de fazer.

(P.S. de 13 de setembro de 2010 - vejam em http://blogdasciam.blog.uol.com.br a postagem de 03/09/2010 que Ulisses Capozzoli - Editor da Scientific American Brasil - escreveu sobre este tema, comentando o novo livro de Stephen Hawking - The Grand Design. De um modo geral, temos nesta revista um bom painel do que acreditados cientistas pensam sobre este embate...)