A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Esparsos comentários...

Seriado "Bosh" (Amazon Home Video)

1. Tenho re-assistido a séries de TV, da Netflix e da Amazon Home Video, perpetrando verdadeiras maratonas. Uma das que mais gosto é a do marrento detetive (Hyeronimus) Bosh, muuuito bem feita e eletrizante! Existem 7 temporadas, uma melhor que a outra. E, de quebra, ficamos conhecendo no programa artistas de smooth jazz fantásticos. Outra série, obrigatória (mas da Netflix) é o impactante Orange is the new Black. Eu, como psicólogo, sempre descubro ali nos episódios nuances novas do humano, ainda que com viés por vezes violento, quase psicopático...

2. Existem pessoas que vemos pouco, às vezes uma ou duas vezes por ano, como o Contador que faz meu Imposto de Renda (que faço desde que comecei a trabalhar), ou o médico que acompanha meus exames clínicos anuais (check-up) - que faço 'religiosamente' desde os 40 anos... Tenho saudades de outras pessoas que, infelizmente, o destino nos afastou. Existe uma pessoa de nome Ariovaldo César Júnior, que deve ainda estar residindo em Araraquara, município do interior de São Paulo, que tenho certeza que, se nos encontrássemos novamente (depois de décadas sem nos vermos), seria como fossem somente alguns meses de separação - que alma boa, santa mesmo, em todos os sentidos. Moramos por um tempo nos anos 70 na mesma república estudantil e afeiçoei-me pela nobreza de seu caráter. Um grande cristão, patriarca de linda Família. Acho que um dia logo-logo vou ter que ir atrás dele... Fecho os olhos e vejo-o sorrindo, alegre e grato pela vida. Soube que sempre realizou obras caritativas, fiel espírita que é. Deus o abençoe!

3. Estou lendo bastante ultimamente. Retomei o gosto pela leitura, um tanto deixada de lado por causa da dor e desconfortos gerais da artrose e da artroplastia, que tiraram muito da minha vontade de viver. Mas tudo já passou e retomo aos poucos as minhas delícias. Leitura seguramente é a maior delas. Posso ficar sem vinho ou cerveja, mas sem leitura é quase impossível... É quase como ficar sem a Ruth - nem imagino!

4. Uma das pragas modernas da cidade são aqueles motoqueiros (motociclista de acôrdo não faz isso) que danificam o escapamento de suas máquinas, determinando a emissão de elevadíssimos decibéis de irritante barulho, perturbando definitivamente a paz social onde quer que infelizmente se encontrem. Abusam da falta de vigilância das autoridades, posto que constitui flagrante prática ilegal. Tristes personalidades que, no afã de chamar a atenção dos semelhantes, acham bacana detonar nossos delicados tímpanos. Mal sabem que, gradativamente, estão periclitando sua acuidade auditiva, ficando não poucos quase surdos ao longo de suas míseras existências, que não respeitam o próximo.

5. O verão foi embora mas o abafamento teima em não nos deixar - que triste sina. Nem na praia gosto de calor. Temo que, com a evidente mudança climática, nossa temperatura em geral vá se situar no topo do termômetro ao longo do ano, com escassos episódios de friozinho, que aprecio tanto. Sofro demais com isso, fico suado, irritadiço. No frio é tudo melhor; conseguimos nos agasalhar e apreciar melhor um vinho... 

6. Agora à noite o nosso guarda noturno se faz presente. Ele é um autônomo que vem nos cobrar a taxa pela vigilância, mais ou menos certeira, todo começo do mês. Das 22 horas até as 4 da madrugada nosso valente paladino percorre nossas ruas e avenidas com variada periodicidade. O ruim é que o gajo, apesar de eu ter já lhe pedido modificar sua conduta, insiste em ficar tocando tresloucadamente um característico apito, que curiosamente denuncia sua presença já no quarteirão anterior. Imagino que o mesmo deva - comercialmente - nos certificar de sua pontual presença, mas também creio que, se houver meliante na circunvizinhança, o mesmo (oops!) também será alertado com incompreensível antecedência, dando tempo de evadir-se em segurança. Intrigante dualidade de seu importante serviço...


quarta-feira, 6 de abril de 2022

A virtude da coragem.


 Obtido de https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/coragem-e-base-para-o-sucesso/


Escrevo novamente sobre a Ética da Virtude, abordando um outro tópico específico  para aprofundar. Seria interessante ao leitor averiguar as minhas outras postagens sobre Ética, em especial a minha anterior publicação que se pode ler através deste link: https://reflexoesparsas.blogspot.com/2009/01/#3785834747266441385 ,  para contextualizar o assunto. (copie-o, cole e dê-lhe enter em outra aba do seu navegador)

Hoje diremos algo sobre coragem, talvez a virtude que suscite mais admiração nas pessoas (sendo seu oposto, a covardia, uma das mais execradas...) - pois quantos heróis a Humanidade cultiva, em todo tempo e lugar! Observamos coragem quando vemos alguém determinado a auferir metas importantes (por vezes percebidas como incertas, duvidosas mas valiosas) frente a situações (internas ou externas) adversas. Como sempre, gosto de averiguar como os dicionários definem o termo. Precisamos sempre ter esta preocupação 'linguística' pois, como alertou importante filósofo, os maiores de nossos problemas no fundo são problemas de linguagem, do linguajar. Quando definimos bem os termos que usamos, afastamos muitas de nossas dificuldades, principalmente as da (apropriada e necessária) compreensão...

Coragem seria demonstrar índole resoluta frente a riscos ou perigos: algo como a intrepidez, a bravura, mesmo certa firmeza de espírito para lidar com situações extremas, difíceis. Um complicador para uma análise positiva desta virtude é o fato dela servir para tudo, para o bem e para o mal. Dificilmente alguém consideraria meritório a maldade ou o fanatismo, ainda que corajosas. Então parece que, para ser estimada, levada a sério e louvada, a coragem tem que ter uma faceta moral positiva: se a pessoa faz algo corajosamente, mas pelos motivos julgados errados ou reprováveis, de nada adiantou ser corajoso. Se sou corajoso visando o bem de outro(s), e não agindo egoisticamente, minha coragem ao que parece é, em princípio, valorosa, virtuosa. Exemplo: é preciso ter coragem para assaltar um banco, mas ninguém em sã consciência apreciaria este tipo (imoral) de coragem, próprio dos valentões...

Temos certa dificuldade em conceber ou imaginar a intencionalidade de uma pessoa que tem coragem. Os estudiosos no assunto identificam a bravura 'tipo' física, como os policiais, bombeiros ou soldados realizam. Outro 'tipo' (coloco aspas simples pois, em geral, esta maneira de dar classificação a partir de tipos pode ser enganosa, visto suas fronteiras serem por vezes sorrateiras, ilusórias como um eflúvio, e também poderem ser combinadas, amalgamadas) seria a bravura psicológica, quando a pessoa enfrenta, p. ex., aspectos dolorosos de si mesmo (como numa provação grave, tal como uma doença). Outro  'tipo' seria a bravura moral, como no caso de alguém manter determinada postura intelectual ou emocional impopular, difícil ou ameaçadora. Somos muito sensíveis ao desprezo do outro!

Alguns autores colocam a presença concomitante do medo como um diferenciador dos tipos possíveis de coragem ou assemelhados. Consideram que destemor (p. ex., do imprevidente), ousadia (p. ex., do apaixonado) ou arrojo seriam diferentes de bravura, pois enfrentar o perigo, apesar do medo, isto sim seria bravura, coragem. O valente supera os instintos naturais do medo, enfrentando resolutamente o amplo entorno assustador ou mesmo altamente, como se diz, complicado.

Outro elemento possível na equação da bravura seria a perseverança, que identificamos naquelas pessoas que trabalham duro, focadas em atingir metas, apesar dos obstáculos, ainda que haja o perigo de serem considerados perfeccionistas. Outros autores (sob o contexto da moral) ainda identificam características constitutivas de autenticidade ou integridade num verdadeiro corajoso, e até também o entusiasmo...

Outro aspecto misterioso é que, como toda virtude, a coragem só existe aqui e agora, no presente. Posso ter sido corajoso anteriormente, mas ser covarde agora; nem posso prometer ser corajoso no futuro... (posso lá não vir a se-lo). A coragem é ato oriundo da intenção e decisão do (preciso) instante contextualizado - uma instância determinada que me interpela.

Vejam quantas dimensões - e existem outras - podemos identificar para realizar a compreensão do vem a ser a natureza da verdadeira virtude da coragem. Parece certo que esclarecer situacionalmente os seus termos (os conceitos) seja uma atitude profilática (e propedêutica) no sentido de evitar julgar/entender estas multiformes condutas pelos meios errados!