A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Ética da Virtude: a Fidelidade.

Escrevo novamente sobre a Ética da Virtude, abordando um tópico específico  para aprofundar. Seria interessante ao leitor averiguar a minha postagem anterior a esta e minha outra postagem que se pode ler através deste link: https://reflexoesparsas.blogspot.com/2009/01/#3785834747266441385 para contextualizar o assunto de modo mais aprofundado. 

Hoje abordarei algumas nuances acerca da fidelidade. Este termo é derivado do latim fidelis, expressando atitude de quem é fiel, característica da constância do ente aos compromissos assumidos com outrem ou, complementarmente, aquela característica de quem demonstra zelo, respeito e lealdade, esta entendida como compromisso (quem está familiarizado com meus escritos sabe que, para mim, a tríade zelo-comprometimento-respeito é a essência ou substância do amor). Assim, a fidelidade faz parte intrínseca do amor. Quem verdadeiramente ama é fiel, é confiável, é honesto, é verdadeiro.

Um aspecto do ser fiel é a necessidade de primeiro ser fiel a si mesmo, a fidelidade de si para consigo, pois esta primeira fidelidade ao que somos, nossos valores etc. fundamenta nossos (exigentes, imprescritíveis) deveres, nossos compromissos. A pessoa deve cultivar-se, "conhecer-se" bem, para bem expressar fidelidade. Pois um aspecto que embasa o ser fiel é a fidelidade ao nosso bem-pensar, às nossas preciosas cogitações. Cultivar precisamente aqui o rigor, a correção, e esforçar-se para rememorar as boas ideias e intelecções que cultivamos, que experienciamos em nossa vida, querer conserva-las vivas, vibrantes, significativas. É assim antídoto a fanatismos, a dogmatismos, pois não tememos mudar de ideia, mas muda-la para melhor, como os fatos determinam, e não as preferências ou inclinações da moda ou do grupelho que possamos momentaneamente pertencer. Resumindo - fidelidade à verdade, e fidelidade à verdade lembrada (a verdade res-guardada, memorizada).

Exibe fidelidade quem cultiva em seu espírito a boa memória (porque a matéria não tem "memória", tem o seu ordenamento físico-eletro-químico), lembrando-se em seu pensar, daquilo que quer rememorar. Podemos decidir as coisas ou criar/inovar porque reunimos novamente coisas úteis, verdadeiras, previamente alocadas lá na mente. A verdade nos interpela!

Rememora bem quem cultiva pelo apropriado razonar o que experimenta, aquilo que ao final do processo "arquiva" na mente. O conhecimento é preciosa riqueza, que se deteriora se não polida, aperfeiçoada, questionada, trabalhada diuturnamente frente às novas experienciações que o viver (com sentido, com significado) propicia.

(Vemos aqui como a Educação é - também - importante no vivenciar humano com sentido e proveitoso resultado: não se pode bem viver se não se cultiva o viver bem, instruído pela Razão, algo que exige refinamento, esforço, instrução, reflexão)

Podemos intuir disto tudo o perigo da infidelidade que ronda perigosamente em torno de cada um de nós, o que vai exigir constante vigilância e discernimento aprimorado para evitar a (auto-)traição, que parece residir junto com a fidelidade. Mas no fundo é ilusão que nossa mente faz, como aquele que caçoa de si mesmo. Fidelidade fundamenta a racionalidade. Quem trai a si mesmo não se ama, e quem não tem amor-próprio não 'ama' nada bem e, pior, não pode exigir amor de ninguém...

Devemos ser fiéis à fidelidade.