gravura obtida agora de: bit.ly/GzGJbl (ali tem notícia sobre isso também)
Para mim, a notícia impactante da semana passada foi o fato de a centenária Encyclopaedia Britannica não vai mais ser oferecida em papel. Lembro-me até hoje da emoção de receber a minha, na época em que fazia Mestrado em Ciências da Motricidade, lá no Instituto de Biociências da UNESP, em Rio Claro (SP). Eu tinha ido acompanhar minha orientadora, a inesquecível Professora Maria Eunice Quilici Gonzalez, a um Congresso de Filosofia em Águas de Lindoya, e lá havia um vendedor da Britannica muito eficiente e... resultado: como consegui uma condição bastante favorável, com suaves prestações, logo estava com minha coleção. Sempre que posso a manuseio - é algo incomparável, realmente.
Quando adolescente li muito a Britannica de meu pai (ele também havia comprado a Britannica Júnior, mas eu logo me apossei da edição principal) e aprendi a amar aquela coleção; até o cheiro do papel - igual a da Bíblia - me seduzia... Coisas de quem ama os livros - fato que era muito estimulado em casa. Que rigor, que textos primorosos! Os maiorais de cada campo do conhecimento escreviam nos diversos tomos, ricamente encadernados e decorados. Um primor de acabamento (couro!), sem dúvida... Parece que os novos tempos da digitalização de tudo são 'irreversíveis'; veja mais sobre esta tendência em bit.ly/zqFmqg
Outro fato que chamou muito minha atenção: um ínclito membro do Ministério Público decidiu processar o maior de nossos dicionários por constar nele o registro desabonador da palavra 'cigano'. Se isso vingar (em nosso país pode-se esperar tudo!) veremos revisar todos termos pejorativos em nossos dicionários (se bem que o insigne funcionário da justiça verberou somente contra o Houaiss...). Mas como que ainda hoje se pensa em matar o mensageiro por causa da mensagem que ele carrega? Eu sempre imaginei que quem deveria ser 'morto' seria aquele que precisamente mandou o mensageiro carregar/entregar a mensagem... que coisa! Vi um comentário a respeito do assunto pelo literato Paquale Cipro Neto, da Folha de São Paulo (Ano 92, nro. 30.297, de 15 de março de 2012, à p. 'C-2' do Caderno Cotidiano) e ri muito. O professor tem a finura das palavras, efetivamente.
Cáspite! Tenho uma certa mania, confesso: acumulo textos que gosto, e arquivo em pastas suspensas e caixas 'montes' de recortes de jornal e cópias impressas de artigos, papers e xerox de capítulos de livros. Que excentricidade a minha, vou procurar um psicanalista... Digo a mim mesmo que 'um dia' posso precisar, etc... será patacoada? Tenho dó de deitar fora; folhas e folhas contendo ditados, aforismos, apotegmas e parêmias as tenho reunidas em diversas pastas 'preciosas'! Que mania, preciso remir... =)