A V I S O


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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fábula de Esopo: O lobo e o cordeiro

Gravura obtida nesta data, de
http://digiport.athabascau.ca/fp/fontaine.php

        Uma fábula (nro. LXXII, p. 75) do libreto já comentado... Diz o texto que, após ser atacado por uns cães, um lobo estava ferido e não podia mover-se. Por essa razão, quando um cordeiro passou por ali, o lobo rogou a ele que fosse buscar-lhe água de uma fonte próxima. "Se você me conseguir algo para beber", ele disse, "logo poderei ser capaz de conseguir comida por mim mesmo". "Sim", disse o cordeiro, "não tenho dúvida de que, assim que eu me achegasse com a água, você certamente me faria servir  de sua comida...". Moral da estória: hipocrisia é chegada à mentira.

        O grande problema do mentiroso é que ele mormente subestima a inteligência do pretenso incauto. Uma das principais formas com que o mentiroso imagina dissimular suas intenções é pela hipocrisia de sua articulação, sua argumentação. O mentiroso vê-se sempre mais inteligente do que os outros, e aí está sua miséria, reveladora precisamente de sua falta de inteligência: desdenhar do outro, de modo a minimizar a si mesmo a vilanagem que sabe perpetrar.

      Insegurança, auto-estima baixa, boçalidade intrínseca, e outros motivos ensejam a esta classe de criaturas a se engajarem sistematicamente nesta lutuosa classe de condutas. Recentemente vislumbrei certo segmento da categoria dos parvenu que se embrenharam neste manancial de péssimas estratégias de relacionamento, e alguns até pejados de suspeita jactância!

      O rol de pessoas que se valem destes oprobriosos expedientes parece aumentar exponencialmente nos dias de hoje. Sei, de auditu, de empresas onde o clima de trabalho é pavoroso, com as pessoas espreitando como podem espezinhar, debicar o colega, de modo a se 'dar bem' em tudo. Que os céus me protejam de trabalhar com semelhante plévia!