A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 11 de junho de 2019

Notícias esparsas...

 
Jantar do Lions Clube São João da Boa Vista Centro
Presidente CL Lucas e DM Ruth

1. Está para terminar meu mandato na Presidência do LC São João B. Vista Centro (Ano leonístico 2018-2019 - no mundo, todos os clubes de Leões seguem o padrão fiscal americano julho-junho do ano seguinte), mandato que não foi muito eficiente, tendo em vista meus problemas de saúde. Mas a gente procura colaborar com a burocracia necessária para seu adequado funcionamento, inclusive porque temos uma sede enorme, que demanda manutenção, pois a usamos para angariar fundos ou realizar benemerências diversas. E nosso clube, apesar do passado glorioso de várias décadas aqui em Sanja, hoje tem poucos membros, com média elevada de idade e, assim, boa parte dele não é assídua como seria necessário. É uma honra poder participar de uma obra centenária, a maior ONG de serviços comunitários do mundo, presente em quase todos os países civilizados... 



2. Acima temos duas fotos ilustrativas de um dos vários serviços que nosso LIONS CLUBE realiza aqui na cidade - serviços voluntários de cuidados a idosos - no caso acima, um trabalho que estou há quase dez anos realizando pessoalmente no Lar São Vicente de Paulo: barba e corte de cabelos aos homens, cumpridos tanto na pequena barbearia de lá, quanto nos quartos e apartamentos daqueles idosos impossibilitados de locomoção. Todo domingo cedo depois das 07:30 horas até o meio dia, consigo cortar em média quatro cabelos e realizar de 13 a 17 barbas. O pessoal de lá quando me vê chegando vai logo sentando (anoto os nomes em sequência num quadro) no corredor em frente à barbearia e ficamos lá ao som do radio ou da TV que colocamos no espaço. No fundo é bem divertido, pois faço muita palhaçada com eles para descontrair, e não vejo a hora passar... 

Renan Sandrini (Polo verde), eu, e Jelde Beloni

3. Acima, dois amigos/afilhados aqui de Sanja, o Renan e o Jelde. Pensem em dois moços empreendedores de sucesso - Renan, dono de uma concorrida, acreditada e mui apreciada loja local de roupas masculinas exclusivas e Jelde, proprietário da melhor (e acolhedora) loja de equipamentos eletrônicos da marca americana Apple aqui da região. Eles me "adotaram" como uma espécie de mano mais velho ou pai postiço, pois gostam de ouvir alguns de meus conselhos de velho, imagina! São pessoas bonitas por dentro e por fora, homens muito ciosos de suas empresas, com grandes responsabilidades apesar da pouca idade, porém verdadeiros mestres em seus ofícios, geração hiper-conectada no mundo digital das redes sociais, que entendem a fundo seus negócios, como poucos... Na verdade eu que aprendo muito com eles, sem eles perceberem, pois são muito generosos, educados, leais, simpáticos, e muito charmosos... Mas a qualidade que mais admiro neles é a humildade!


Meu fuscão 1974, com pintura "camisa social"

4. Acima, meu xodó vintage, um modelo do primeiro automóvel que tive, um fuscão (originalmente era, em 1974, na Faculdade de Psicologia em Campinas, na cor gelo, ano de fabricação 1971). Eu viajava direto com ele, principalmente a Rio Claro nos fins de semana. A gente não esquece a primeira viatura e, no Brasil, o pessoal da minha idade invariavelmente tinha um fusca ou fuscão. Por isso que tanta gente gosta de restaurar carros velhos por aqui, em especial os da marca VW. Eu já tive vários, e o melhor de tudo é ficar fazendo amizade com os aficionados por estas antiguidades e também os profissionais que deixam estes carros "em forma". Outro dia fui passear com o bólide em Poços de Caldas e diversos homens da minha idade na rua ficaram perguntando se eu venderia o bruto - é lógico que não...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Paraphernalia...

Imagem obtida agora (via Google Images) de
https://www.flickr.com/photos/rw_photography/3231613295

1. Este mundo moderno é de deixar qualquer um boquiaberto... (imagine agora - tempo real -  que estou a batucar aqui estas mal-traçadas linhas e que acabo de 'receber' um pop-up informando que existe uma atualização do software Java disponível... cacildis! - nossa, sou muito fã do Mussum...) Mesmo aqui em brazólia tem começado faz tempo iniciativas de empreendedores oferecendo serviço de qualquer coisa - não digo em São João, uma quase-bucólica cidadezinha do interior - mas nos centros maiores... maluco!, e tudo facilitado pela mobilidade facilitada pelos aparelhos celulares. Temos hoje em dia uma parafernália, gadgets, softwares, de todo tipo, à disposição do vivente... é só ficar antenado. 

2. Estou usando o micrinho de Bilú para perpetrar este post, pois os meus outros equipamentos estão longe dela (no escritório o principal, de uso mais ou menos dedicado; outro no meu cafofo de trabalho, no porão aqui de casa, ao lado do consultório da Fisiodermato da patroa, e o quarto micrinho nosso - um notebook - deixo no UNIFAE, para trabalhos esporádicos ou ministrar aulas com MS power-point, a partir de um projetor de multimídia que comprei há tempos) e agora na hora do almoço a gente sempre toma ou um vinho ou uma cerveja enquanto ela prepara a comida; então, assumo que gosto da companhia dela. Digo micrinho porque é um netbook HP muito bom, e que não é desconfortável para digitar. 

3. Até que este clima, apesar de não ser verão efetivamente, não está de todo mal - tem chovido bem e as manhãs são agradáveis. Depois que coloquei ar-condicionado no quarto de dormir a vida aqui melhorou em sua qualidade... De dia a gente vai levando; o ruim é ter que tomar 2 ou 3 duchas, gastando mais água, ainda que sejamos breves neste ritual...

4. Novamente vamos a Campinas nas festas de fim de ano - é tradição na família e temos que aproveitar bastante, principalmente pelo fato dos velhos ainda estarem com a gente. Não consigo imaginar como vai ser triste quando eles forem se encontrar com o Absoluto; é o destino de todos nós, mas a mudança é por demais portentosa e acachapante, como se dizia em Rio Claro. Espero que eu consiga ter meus irmãos juntos nos posteriores festejos, mas cada qual tem sua família, e como eu só tenho Bilú, a tendência é a gente ir ficando meio de escanteio quando os nossos pais se forem. Não tenho filhos ou netos comigo há muitos anos, para a alegria de minhas ex-esposas.  

5. Pelo menos as perspectivas de trabalho para 2016 melhoraram. Para manter minha posição como professor no Mestrado de minha Universidade terei que publicar um ou dois artigos científicos por ano, trabalhar a interlocução com colegas em Grupos de Estudo CNPq  e atender a orientandos, coisas que não me causam espécie de forma alguma. Preciso de ânimo mesmo, pois o avançar da idade, além de periclitar a saúde e as demais potencialidades corpóreas, costuma abater o espírito aos desavisados. Não creio ser bem o meu caso esta última cláusula, visto que - até estava a comentar isto agora há pouco com um humilde Pastor amigo meu, o Ricardo, marido da Deise, via telefone - depois que um cristão devoto estuda as Institutas da Religião Cristã, de Calvino, não há mais desculpa para enfraquecer a Fé. Não há meio-termo. Sabe-se de plano, com clareza, de que lado deseja-se estar.

6. Gente, em todos os jornais que leio diariamente (são pelo menos 4) só vejo notícia ruim sobre Economia e Política, principalmente. O negócio é não ter dívidas, para passar incólume por esta crise (aliás, desde que me conheço por gente escuto que o Brasil "está em crise"...) e saber manter o bom humor. Eu sou muito abençoado, e o Lions, os Gideões e meu trabalho (especialmente este, com todos os seus desafios...) são a fonte de minha disposição positiva, além da esposa abençoada com que Deus me coroou. Sinto-me um privilegiado num mundo de tanta tristeza. Por isso que me sinto tão bem quando Deus me honra em permitir que eu sirva no trabalho como voluntário no Asilo, toda quinta feira. É uma fonte de alegria esperar por quinta feira!!

domingo, 6 de setembro de 2015

Razões...

última foto que tirei.. (agora)

Sim, tenho escrito pouco, quase nada. As razões?

1. Troquei minha moto pelo Fusca, como disse, e agora a parte mecânica está ok, permitindo-me extrair do recurso automobilístico seu ótimo emprego, sem sustos ou outras intercorrências. Vou me divertir muito (por muitos anos) com este bólido, reciclando também os neurônios, seguramente, pois ainda tem muita coisa para nele consertar -  de pequena monta, mas tem. Mas aí reside a beleza de ser ter um carro quase tão velho como eu, coisa que muitas mulheres não entendem... 

2. Tem acontecido tanta coisa maluca neste mundo absurdo e no meu entorno (especialmente no meu trabalho), que certo desânimo se me acometeu, infelizmente. A maioria não devo comentar aqui, em especial para não aborrecer meus poucos leitores. A última foi...



Ainda que eu ache certa hipocrisia de todos, foi muito impactante, realmente, ainda que logo fique esquecida... Quer ver? Imagine se fosse um menininho afrodescendente, será que seria a mesma enormidade a ampla comoção? Creio que não.

3. Tenho me preocupado mais em fazer o que preciso. O que tem significado mais minha vida atualmente são 3 coisas: distribuir a Palavra trabalhando como Gideão (www.gideoes.org.br) ; fazer semanalmente a barba e cabelo dos meus velhinhos no Lar (Asilo) São Vicente de Paulo, e atuando com meus companheiros do Lions, fazendo fraldas geriátricas e outras ações para melhorar nossa Comunidade Sanjoanense e da região. Tenho encontrado muito companheirismo e coleguismo nestas atividades, coisa que vinha sentindo muita falta, e que cada vez menos se encontra no mundo em geral, em especial no trabalho 'oficial' que fazemos. (Não, na minha Igreja não temos vida social ou mesmo muitas atividades, infelizmente.) Como decorrência destas minha atividades voluntárias, nossa vida social ficou um tanto mais agitada - mas estava muito 'parada' mesmo, inclusive porque Ruteca e eu somos muito caseiros!

4. Fiquei sabendo outro dia que mesmo estas nossas memórias registradas aqui na nuvem podem se evaporar dentro de alguns anos. Pen-drives, DVDs e outros suportes não duram mais que papel ou outro material assemelhado. Como não dá para gravar tudo em aço ou pedra, fica ao sabor das conveniências. Por outro lado, não sei se o Google vai durar tanto, se não vai virar outra empresa ou mudar de política. Mas no fundo sei que depois de uma ou duas gerações ninguém vai se lembrar da gente mesmo. Não sei quem foram os pais de meus avôs, e alguns destes nem conheci pessoalmente, como a mãe de minha mãe. E veja só, no meu caso, como não convivo com meus netos, talvez nem destes serei relembrado daqui a alguns anos! Meus irmãos, esposa e filhos falecendo, serei menos que uma poeira de estrela, como sou agora...   < certa vez tentei baixar todo meu conteúdo googleano para fazer back-up... Ia demorar alguns dias para isso se realizar, e ia gastar um 'monte' de DVDs. Com a baixa conexão que dispunha, desisti. >

5. Reformei todo o telhado aqui da cazupita. O dono anterior fez uma reforma muito pobre e deixou todo o telhado 'quase-centenário' sem qualquer manutenção. Removemos uma grossa camada de fuligem entre o telhado e o forro. Estava um horror. E o que foi retirado de ninhos de passarinhos... Imagino se houvesse uma faísca o incêndio seria total!. Mas agora, com a graça de Deus, estamos com a casa bem ajustada. Futuramente realizaremos a pintura e vai ficar cem por cento. Tenho muitos anos ainda, se o Pai Celestial permitir, para me entreter aqui com a casa.  É o meu castelo, e muito bem cuidado pela Ruth; que amor ela tem pela casa - como cuida bem dela (coisa que matrimonialmente nunca tinha visto)...

6. Viciamo-nos, Ruth e eu, no Netfix. Bilú comprou uma Smart TV e agora nossa programação de filmes e documentários está bombando via streaming, coisa louca! E nem precisa ter uma conexão tão veloz de internet como eu imaginava. A enormidade de séries e filmes é avassaladora. Tenho agora  'mil'   filmes para ver e o lazer nosso é garantido e, melhor, por um preço muito baixo!

7. Tenho tido alguns problemas de saúde. A última coisa, de certo modo muito 'aborrecente' foi o herpes zoster nas costas. Coisa de maluco. Nunca tive isto; herpes simplex (nos lábios) sempre tive, mas nos últimos anos parece que desapareceu, o que não é verdade - está ali nos recônditos, amortecido... Mas com este herpes zoster, que não sei como surgiu, pensei estar com pedra nos rins, problema na vesícula biliar, problema de estômago, problema muscular, coceira, tudo junto!! (nossa, coisa de idoso ficar falando de doença, mas sou-o!!)  Teve noites que não consegui dormir com o desconforto geral. Tive que me valer dos remédios da farmacinha de Bilú, coisa que nunca faço. Mas já foi tudo resolvido, com a graça do Pai Celestial. Mas foi um mês de infortúnio. E temperado com mau atendimento de médicos, etc. Ôo vidinha (rs rs rs)  Estou sentindo falta de alguns emoticons aqui do WatsApp...

Bom, vamos ver se volto mais vezes aqui neste espaço. Tenho muitas coisas para dizer, mas será que vale? Às vezes me pergunto - iniciei meus escritos aqui neste espaço por causa dos netos e dos meus alunos, mas estes... não sei se se incomodam mesmo - em sala de aula vejo tanta alienação e desrespeito! É a maior fonte de certo banzo que se me instalou no espírito... Imagine você sonhar em realizar ( e isto operacionalizar arduamente depois de tantos anos) uma vocação que acredita possuir e, depois, como que se arrepender de ter trilhado aquele caminho... Ainda bem que tenho encontrado minha significação de vida nas minha atividades voluntárias!




sábado, 25 de maio de 2013

Friozinho 'ajeitado'!!

"Cold Blues", by alexiuss,
obtido agora, via Google Images, de
http://fc06.deviantart.net/fs10/i/2006/080/3/1/Cold_Blues_by_alexiuss.jpg

Linda imagem, não? Gosto muito de boas fotos; esta aí é ótima... Lembra-me a infância, quando passávamos temporada na Fazenda Boa Esperança, na cidade de Piraçununga (este vocábulo, de origem indígena - tupi -  quer dizer 'cachaça', aguardente de cana) , de propriedade do sr. Rolf Weinberg - não sei se erro na grafia do nome; era um dos judeus patrões do meu pai - muito boa pessoa, educadíssimo - na empresa que ele trabalhava na época (anos 60, começo dos 70).

'Adoro' o frio - sinto-me bem à vontade. Nesta semana os colegas foram 'encapotados' na Universidade; eu ia só de 'uniforme' mesmo: camiseta paquistanesa preta e calça jeans (como o Steve Jobs...) - não tem nada mais confortável. Só não uso tênis todo o tempo, pois gosto de mocassim.

Nestas férias que se aproximam vou fazer umas mudanças 'logísticas' aqui em casa; sairei das catacumbas, dos porões aqui do casaréu, e ocuparei uma dependencia na parte de cima. Lá em baixo, apesar do isolamento, não temos bom alcance do serviço de celular e da web (wireless). E também Bilú vai precisar de um cantinho para colocar seus apetrechos de trabalho de Fisioterapia, agora que vai se diplomar (é sua segunda faculdade; ela é Administradora de Empresas). Acho que tudo vai se acomodar bem, pois lá na 'antiga' sala tem até instalações sanitárias do lado - esta casa tem vários cômodos pelos 2 pavimentos, e 4 banheiros (!) ; é bem mais que suficiente para nós dois.

No fundo, eu e ela gostamos de sempre estar alterando as coisas aqui em casa e 'sendo alterados' por elas... Gostamos de mudança. É um truísmo que  única coisa fixa neste mundo é que tudo se altera, e não se pode lutar contra esta determinação. Mas Ruth gosta ainda mais que eu de mudar mobília e adereços - interessante esta persistente inclinação dela. Ela é muito zelosa do lar, como eu acho que tem que ser uma esposa; infelizmente, este valor não é mais comum entre as mulheres, atualmente. Sinal dos tempos.

Fim de semana agitado este aqui - temos visita de um jovem casal aqui em casa (ela é minha colega pesquisadora na Universidade) com sua filhinha, também de nome Mariana, como minha primeira menina. No domingo, almoçamos na Igreja. Semana que vem é Semana Cultural no UNIFAE, e vou dar duas palestras, e acompanhar mais uma (desta professora, a Valéria, que vem aqui em casa hoje), todos os temas voltados à Terceira Idade, linha de pesquisa do meu Grupo de Estudos (GP-CNPq) lá onde trabalho. Já elaborei as provas de final de semestre (que 'trabalheira' isso dá...) e me preparo para as férias. Como o tempo anda 'passando' rápido - sinal que estamos velhos! Ah, e na quinta feira próxima vamos buscar Lívia para passar o feriado e fim de semana conosco. Saudades... falo com ela quase todo dia pelo celular, mas ficar junto é mais legal!

Revisando o texto, vi que coloquei muitas aspas nas palavras - será cacoete (acepção 06 do Dicionário Eletrônico Houaiss, por favor... )? Costumo ficar 'polindo' as palavras, pois elas são tão limitadas-poderosas... mas o fato é que aprendi a ama-las, com certo temor e reverência. É a grande experiência que um vivente pode ter, no plano mais elevado do saber. São como que chaves para boa existência; abarcam aquela classe de objetos que ninguém consegue nos subtrair, nos impedir de desfrutar. É a grande invenção da Humanidade - o resto são derivações, derivativos, derivatórios... gosto destes jogos de linguagem!

Já fui fazer a barba dos velhinhos; hoje tinha um lá que não gosta de tomar banho e as atendentes me 'ordenaram': "se ele não for tomar banho, não faça a barba dele!!" Eu disse "Fulano, se você não tomar banho não vou fazer sua barba"... e ele disse que ia 'me matar'...  demos muitas risadas, todos que estavam perto...  Ao final, duas mulheres atendentes, santas senhoras, com toda a paciência e boa vontade (como ocorre sempre lá no asilo Lar São Vicente de Paulo) vieram e o convenceram a se banhar (acho que ele faz certo charme, denguice, mas não posso afirmar; ele é simpatico comigo e ficamos depois dando risada da sua teimosia...). O gozado é que eu estava comentando jocosamente com o senhor sentado na cadeira na hora "puxa, faz muito tempo que duas mulheres não me convidam para ir tomar banho..." e não vi que uma das moças estava por perto e ela disse, deixando-me "sem graça":  "... Não seja por isso!!" O fato é que naquele Asilo a camaradagem é enorme, ainda que o serviço seja ininterrupto àqueles 76 idosos que lá residem. Azáfama diária... E só aumenta a demanda de lar de idosos e asilos no Brasil. A Irmã Superiora das Freiras que administram o lar, a querida Irmã Davina, disse-me que se houvesse outro asilo igual àquele a ficar pronto, num momento já estaria com todas as vagas preenchidas, tal é a fila de espera de famílias para colocar lá seus idosos. Que coisa; é o envelhecimento da população, que caminha célere... E eu no meio da turma!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Barbearia...

Foto obtida agora, via Google Images, de
http://jp.freepik.com/free-photo/barber-in-india_577622.htm

Ontem fui no Lar são Vicente de Paulo para mais uma sessão de barba e cabelo dos idosos de lá. Confesso que espero com certa ansiedade os dois dias que dedico lá nesta atividade - sinto certa falta, acho eu; é muito divertido: a gente conta estórias, e ouve muitas também.  Os administradores do querido tegúrio disseram que no dia que não compareço, por algum outro compromisso ou impossibilidade, a grita ocorre... eles reclamam minha falta, o que me faz sentir querido, de certa forma. 

O interessante é que alguns dos homens que eu julgava esclerosados começaram a falar, a se comunicar comigo, de modo inusitado. Todos eles eu já havia convidado para desfrutar das atividades de estimulação que minha Universidade realiza no Asilo (como atividade de extensão acadêmica - atividades comunitárias) e a adesão havia sido quase nula. E depois que 'fizemos amizade' com eles na cadeira de barbeiro, alguns começaram a participar das sessões semanais de estimulação psicossensoriomotora. Quem diria que esta 'estratégia' de barbear voluntário fosse motivá-los? Penso até em relatar em pormenores este acontecimento, via paper... Qualquer recurso vale para tirar um idoso de sua pasmaceira!

Quantas vidas 'desperdiçadas' vejo lá, 'depositadas' num cantinho, olhos esgazeados ou parados, como que esperando a morte chegar... quantas estórias já ouvi - nunca pensei que a cadeira de barbeiro pudesse ser um local de "escuta psicoterapeutica'... A proximidade de certa hora mais dedicada a cada um em sua vez, uma relação de certa forma pessoal, compartilhada (e com uma 'gillette' na mão - não usamos navalha lá, por motivos de segurança; antes usávamos máquina elétrica de barbear, mas estas máquinas são de uso doméstico e logo se desfazem...), onde o barbeado pode relaxar um pouco... É uma cena masculina, que todo homem, por mais que esteja senil, entende e adota, aceitando a prática. Está muito aclimatada em seu ser a idéia do barbear-se, e mais legal ainda se alguém o faz por nós mesmos... 

Mas, como já disse, o mais abençoado com tudo isso sou eu, pela graça dos Céus de poder fazer um - pequeno que seja - trabalho pelo próximo. Todo dia tem ensinamento e privilégio de Deus em meu favor com esta inexpressiva iniciativa que vislumbrei... Sou muito grato ao Pai Celestial por mais esta misericórdia para mim, que nada mereço.

Tem um idoso lá que fica me dizendo que sou barbeiro 'arranca-tôco'. Originalmente este termo significava pessoa valentona, briguenta, mas em minha terra (e parece que aqui também) passou a significar pessoa que faz algo de forma tosca, destituida de refinamento; 'amador', como se diz. Dou muita risada, pois realmente nunca fiz curso da arte da barbearia (mas se eu disser que estou pensando em fazer, você acredita??) O mais interessante, para mim que gosto das letras, é que 'barbeiro' é o termo por vezes assacado para pessoas imperitas, incompetentes na realização do seu trabalho (como um motorista navalha)... olha só as voltas que o linguajar dá... Eu fico extasiado!!

Não temos mutos recursos lá na barbearia do asilo, mas o serviço até que tem sido bom - todo mundo gosta. Se eu pudesse ter água quente para amolecer a barba... mas dou jeito fazendo uma espuma generosa e emoliente. Temos hoje em dia bons saponáceos (tem até tubos com espuma pronta!) para o espúmeo, o espumífero, coisa que se fazia antes com sabão, mas irritava e ressecava a pele. Depois, com o rosto todo 'untado', uso suavemente aquele aparelho de 3 lâminas com fita deslizante, para facilitar - comprei num supermercado; tem em qualquer lugar e é muito bom, pois faz muitas barbas. Tem uma boa torneira para limpar a todo instante o instrumento, e o segredo é esticar bem a pele (tem uns idosos, bem, alguns nem tão idosos assim... com tanta pele sobrando!!), começando pelos lados e pescoço, deixando bigode e queixo para o final, quando a espuma já amoleceu bem os pelos, aqueles multicores elementos filamentosos da pele, ricos em ceratina, que se distribui por quase toda a superfície do corpo, no nosso caso, em especial no rosto, e que se apresentam de muitas formas, distribuição, concentração e tipos (de pelo e pele...). Viu como até um humilde psicólogo pode virar 'especialista' em barba??

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Primeiro post do ano!

gravura obtida agora via Google images de
http://blogdairmamonica.blogspot.com.br/2012/09/blog-post.html
(simpatico blog com wall papers diversos para baixar)


2013 chegou! Novas esperanças, desejos mais ou menos apegados e expectativas racionais ou não... Depois que eu descobri nossa tendência a desenvolver crenças irracionais, vivo a todo tempo averiguando a racionalidade das minhas afirmações, sobre mim e sobre o mundo. É um exercício interessante, quase um passatempo... com a vantagem que previne dores de cabeça.

Com esta chuvarada que ocorre normalmente no fim do ano descobri que a casa que nos foi vendida necessita de reparos. Tem ‘chovido’ dentro de algumas salas aqui (ainda bem que é pouco) e não se acha nenhum pedreiro nesta época – bem, aqui em São João achar este tipo de profissional é trabalhoso, pois os investidores aqui apreciam muito aplicar seu dinheiro em casas e apartamentos; vê-se muitas casas em construção, o que determina a escassez de bons profissionais.  Estou vendo com um sobrinho (magrelo...) se ele sobe no telhado para ver as telhas (tempos atrás eu mesmo subiria, apesar dos meus 100kg , mas hoje tenho certo receio, pois meus reflexos não são mais os mesmos...) e averiguar o estado das calhas e rufos. Aparentemente se trata de entupimento de calha, vamos ver... tomara que seja, mas casa antiga costuma guardar ‘surpresas’.... infelizmente.

Acabo de vir do Asilo; realizei mais um dia de tarefa de barbeiro voluntário. Meu dia fica luminoso quando posso fazer minha atividade bissemanal – agora volto lá sábado para dar conta da meta de barbear todos os homens. Alguns até tem pedido para cortar cabelo, o que não é difícil com os equipamentos modernos – mesmo porque não sou cabelereiro, só ‘quebro galho’! mas ninguém tem reclamado...

Nesta semana reinicio a preparação das aulas deste ano. Gosto de me programar antecipadamente pois a carga de procedimentos para elaborar boas aulas é enorme, apesar de parecer coisa de somenos – para quem fez Pedagogia, sabe como é complexa a sistemática do ensino-aprendizagem. Para alguns, ‘dar aula’ resume-se a proferir verbalmente alguns conteúdos que constam na ementa oficial, mas organizar lógica e propedeuticamente as ideias e conceitos não é tarefa simples; exige-se além do conhecimento inerente boa intelecção sobre a totalidade das competências que se quer desenvolver, além de cotejar os recursos midiáticos apropriados com o potencial da ‘clientela’ objeto da aprendizagem. 

Vamos ver o que o Pai Celestial nos reserva neste 2013. Sinto que com o passar dos anos fico menos 'corajoso', mais preguiçoso... e mais decepcionado com a falsidade das pessoas. Mas faz parte do jogo; nossa natureza corrompida nos determina ser assim. Outro dia comentei com Ruth: o que sinto muita 'falta' é pertencer a uma comunidade cristã de verdade, com pessoas amigas que se cultivem, que se visitem e se importem com os outros. Mas estes tempos modernos implicam, ao que parece, que mesmo as igrejas, as comunidades, sejam constituidas por pessoas 'frias', individualistas, que não se importam mais com os irmãos. Uma vez ouvi que nossa Igreja Presbiteriana tem o apelido de 'Igreja Sorveteriana', tal a frieza dos membros. Não sei se é aqui em São João que isso acontece, pois os sanjoanenses não são muito 'dados' mesmo com quem 'é de fora', mas se tal é verdade é uma pena, pois a doutrina protestante reformada é maravilhosa, verdadeira e libertadora!  De qualquer forma, tento fazer a minha parte, mas é desanimador. Pelo menos no grupo de oração que participo toda segunda feira sinto mais calor humano... Estamos agora de 'férias', mas retomaremos os encontros logo-logo, espero, pois a saudade é enorme!

Uma última palavra, um pensamento que serve muito para mim agora, que mandei para meu filho José Geraldo, lá em Fresno, California. Shakespeare disse: ‘our doubts are traitors, and make us lose the good we oft might win by fearing to attempt’ (Measure for measure).

Que 2013 traga as realizações que todos sonhamos!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mais uma do barbeador amador...

gravura obtida agora de
http://www.zazzle.com.br


Hoje cedo fui novamente ao asilo, como faço todas as sextas feiras, aparar as barbas e cabelos dos idosos. Que grata experiência, como já reportei; a turma já acostumou comigo e a coisa flui bem - a média é umas 12 barbas, tudo com máquina elétrica, que é mais prática e o resultado é razoável. Peguei bem o jeito da coisa - o segredo está em esticar bem a pele, fazendo os pelos ficar 'em pé'.

Tem idosos de todo tipo. A tez, a epiderme do rosto de alguns parece tão fina que a temo cortar, se fizer força além do necessário. Alguns homens estão bem enfraquecidos, 'pele e osso', mas gostam de ficar de barba feita. Alguns dos que estão esclerosados protestam, mas com carinho e jeito estamos acostumando todos à rotina. A gente conversa sobre futebol, coisas da vida, fico descobrindo quem é ou foi casado, quem é viúvo ou separado - as mulheres são bom assunto de conversa... Lembro de um caso (se já contei, perdoem, mas vale a pena) de um senhor bem provecto com quem eu estava a conversar que, ao passar de uma donzela calipígia,  o mesmo ficou a olhar a traseira da mesma, sim, o rabiosque (a grande paixão nacional) e eu vendo isso disse, pretendo provocá-lo:  "tio, quê isso, tudo isso é ilusão!", e ele me perguntou, atônito -"Ilusão???"  "Sim", respondi, "tudo isso é ilusão!!", querendo dizer que pode ser bonito de ver, mas por vezes nos faz sofrer etc. Então ele replicou com a maior certeza dos inocentes - "Então quero morrer iludido!!"...

Mas, falando sério, alguns idosos me fazem lembrar meu pai, pelo semblante ou pelo olhar. Difícil segurar a emoção às vezes; fico a pensar se poderei cuidar do meu velho quando ele precisar, do jeito que ele merece, tão zeloso e amoroso ele foi com todos os filhos (na verdade, o é até hoje...) Temos que demonstrar amizade e amor àqueles idosos, coisa que desmonta qualquer prevenção ou desconfiança deles. Um abraço carinhoso, falar que eles são meus amigos e que torcem (bem, nem todos...) para o meu time, que ganhou o último jogo etc. são minhas estratégias para acalmar os mais renitentes que não querem ser barbeados. Mas o pessoal da direção do Asilo faz questão que todos fiquem 'apresentáveis', pois as visitas podem pensar que estão mal cuidados e isto seria uma injustiça - todos as atendentes e as irmãs de caridade  são devotadas a todos eles e elas (são 76 idosos em média) e é fato que a gente se afeiçoa a todos, uns mais e outros menos, mas todos são queridos. 

Que Deus me conserve para servi-Lo ainda por muitos anos nesta minha pequena atividade, que faz mais bem a mim do que aos idosos. Outro dia a Superiora do Asilo, Irmã Davina, um exemplo de Serva de Deus, quis me agradecer pelo meu serviço, mas eu a lembrei que devemos agradecer mesmo é ao Pai Celestial porque todos pertencemos a Ele, e somos todos servos inúteis - fazemos somente aquilo que temos que fazer. O fato é que Deus, em sua eterna Soberania, dispõe (pessoalmente, a cada um) o curso das coisas de modo a nos fazer aprender mais e mais o verdadeiro valor das coisas e isso, principalmente, quando Lhe servimos, mirando Sua misericórdia, mercê das inúmeras bênçãos que recebemos todo dia, sem o merecermos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Barbeiro!

gravura obtida agora de

http://quaseumrickblaine.blogspot.com.br/2008/12/dois-barbeiros-geniais.html


Toda semana vou no Asilo São Vicente de Paulo, uma vez como Supervisor de Estágio de alguns alunos do curso de Psicologia, e outra vez como voluntário, para ajudar a fazer barba e cabelo dos homens. É muito divertido; nem vejo a hora passar. Hoje eu atendi diversos asilados, e o bom é que eles nunca reclamam, pois 'não sabem' que eu nunca fiz um curso qualquer que seja nesta arte (mas vou fazer - tem uma escola aqui perto e acho que tenho que aprimorar...). Digo 'não sabem' porque hoje aconteceu um fato muito hilariante.

Normalmente os idosos estão em estágios diversos de senilidade, de alterações físicas e mentais que os incapacitam, de diversas maneiras. Mas alguns idosos estão bem intelectualmente, ainda que com o corpo enfraquecido, por problemas da idade ou por doenças. Um dos que atendi hoje, com 81 anos começou a dizer: "esta gilete não está boa..." (e era aparelho novo; o pessoal do Asilo compra tudo do melhor para assistir aos idosos!); depois, quando tirei os pelos maiores, passei a usar a máquina elétrica que o presidente do Asilo comprou para usar com eles. O idoso falou "esta maquininha  também não está boa" -  e eu no melhor do meu desempenho, juro... Por fim ele perguntou em que salão de barbeiro eu trabalhava. Eu disse que trabalhava para Jesus, ao que ele (nascido e criado em São João) replicou que não conhecia. Eu disse que meu Patrão não era muito exigente, e perdoava todos os meus deslizes e incapacidades naquele mister.... Podem ser idosos, mas não são bobos, realmente... Mas dei muita risada - procuro conversar muito com todos eles, e acho que é uma boa estratégia, pois alguns idosos que não conversam muito nas atividades de estimulação que fazemos terças e quintas, ali comigo fazendo barba até contaram seus nomes e pensamentos sobre o time de futebol que gostam! 

Na saída (os idosos almoçam a partir das 10 horas da manhã), contei a anedota para o Toninho, presidente do Asilo (que eu chamo carinhosamente de 'chefe' - mas é um amor de pessoa; ele serve ao Asilo há mais de 40 anos, enquanto que sua esposa e filhas tomam conta da loja de sapatos que ele tem no centro), para a Superiora das Freiras que tomam conta da parte da Enfermaria e serviços gerais, Irmã Davina - uma serva de Deus, realmente, a quem chamo carinhosamente de 'chefa' e para a Assistente Social do Asilo, Imaculada, grande profissional, com astral sempre elevadíssimo, com quem aprendo muito. Todos rimos bastante, pois todo dia sabemos de coisas para nos divertir com os 76 idosos assistidos naquela modelar instituição. E como a gente se apega àquelas criaturas, pessoas cada qual com sua história, umas tristes e outras até que alegres...

Agradeço muito a Deus a oportunidade que Ele preparou para que eu pudesse servir ali, por pouco que seja, ao meu semelhante. Sempre pensei em fazer isso e, principalmente, para a pessoa idosa, que me dá muita pena, ao ver como alguns estão 'acabados' e limitados pela velhice. Penso nos meus pais, com mais de 80 anos, relativamente conservados, lúcidos, e  fico emocionado pelas muitas histórias de pessoas sós, sem o amparo de familiares,  e que terminam suas vidas em instituições asilares, nem todas atenciosas e bem aparelhadas como o Asilo São Vicente de Paulo, aqui de São João. Oro ao Pai Celestial para que me conserve para que eu possa ter o privilegio de servir àquela Instituição por muitos anos ainda, pois me sinto muito abençoado e fortalecido quando cumpro minha tarefa lá. 

(idem...)

sábado, 19 de junho de 2010

Sumido...

Sim, sei, já havia prometido aparecer mais.... Ocorre que, como uma 'desculpa', consegui amealhar mais atividades às que eu realizo. Durante 3 tardes na semana eu supervisiono o trabalho de estudantes universitários em asilos de São João. É muito gratificante este tipo de trabalho. Fazemos estimulação psicomotora/cultural/interpessoal com os asilados. Como daqui a algumas décadas o Brasil será o sexto país do mundo em numero de idosos (projeções apontam para até 25% da população com mais de 60 anos...) esta especialização tem futuro!

O 'chato' é a inevitável burocracia que acompanha estas intervenções na comunidade, mas necessária. Um 'gargalo' na atividade é o nivel de conhecimento/destreza/motivação da equipe, o que limita o escopo e alcance do trabalho. Mas um pouco que se faça é recompensador e realiza enormes progressos entre os atendidos.

Agora tanto se fala da Copa de futebol, que tive oportunidade para averiguar o nacionalismo incipiente dos brazucas. Nossa patria tapuia/tupiniquim parece se revelar por vezes incipiente (não falei 'insipiente', por favor) neste quesito, e demoro a intuir a razão. Muitas explicações são veiculadas pelos nossos luminares de plantão, mas desconfio de todas/todos, posto que as ideologias lhes são intrínsecas. Saber, quem há de? Não imaginem que o desfile de roupas, de carros e adesivos etc. diz algo neste sentido; o brasileiro gosta demais do que está na moda... ou que aumente sua exposição... ou... ou não (para usar um 'gag' - quase caco - do Caetano Veloso... este sobrenome é com um 'éle' ou dois 'éles' ?).

Vou agora a uma festa junina familiar. Tem gosto de infância e saudade de outros tempos. Tenho duas classes para corrigir provas, além das 4 outras que já corrigi, digitei as notas no portal do Centro Universitário e entreguei a documentação pronta e pontualmente na Secretaria. Todas as disciplinas agora são semestrais, o que está causando certo rebuliço na Instituição. Mas entre mortos e feridos serão todos salvos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Projeto com o Asilo São Vicente de Paulo

Meu Centro Universitário incumbiu-me de executar, juntamente com outro colega docente e quatro estagiários(as) - dois do curso de Psicologia e dois do curso de Educação Física - um projeto de estimulação psicomotora e cultural com os asilados desta modelar Instituição de São João da Boa Vista. Eu já havia trabalhado anteriormente no outro centro universitário de nossa querida cidade com esta população e havia apreciado imensamente. Agora os céus me abençoam com esta nova empreitada. Quão realizador verificar que, paulatinamente, diversos idosos embotados, tristes ou alienados tornam a relacionar-se, a sorrir, a participar ativamente das tarefas, a esperar por nossa visita, sabendo todos os nossos nomes e dizendo o que gostariam de fazer no dia... Iniciamos as atividades à tarde (vamos 2 vezes por semana lá, por duas horas cada) ouvindo/acompanhando com palmas algumas músicas dedilhadas ao violão pelo nosso bardo, um dos alunos. Ato contínuo fazemos ginástica adaptada à terceira idade, dinâmicas e jogos. Dando prosseguimento às atividades, realizamos estimulação psicomotora fina (p. ex. colagens, montagens, recortes, desenhos, etc.) e encerramos a jornada com esquetes ou dança (como eles adoram dançar!) - um forró, xote, bolero ou samba tradicional. Mas o que mais nos move é o carinho com que meus prestativos alunos brindam às atividades e aos idosos, complementando os amorosos cuidados com que as Irmãs religiosas, as voluntárias e as atendentes propiciam aos idosos, a maioria com deficiências sensoriais, motoras ou intelectuais, oriundas da idade avançada. Há muitas décadas, quando era um mero petiz, incentivado pelos meus queridos pais, eu costumava visitar a Casa das Crianças de Rio Claro (entidade para acolhimento de órfãos e carentes) e depois, mais velho, como vicentino - membro da Sociedade São Vicente de Paulo (Conferência de São Dimas, de Rio Claro, SP) - a cadeia pública do município. Quantas lições de vida aprendi nestas vivências todas, que marcaram indelevelmente meu caráter e influenciam minha vida até hoje. Como é bom trabalhar para o próximo em situação mais necessitada que a nossa - faz-nos mais humildes e menos pretensiosos...