A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O ano passado...



Foto obtida (via Google Images) de
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/10/capa/nacional/214188-tempo-seco-agrava-crise-hidrica-cantareira-baixa-para-4-7.html
(Do CORREIO POPULAR, de Campinas - é o
 jornal digital que eu assino... recomendo!)


O ano passado a gente estava bem assustado com a falta de chuva... Este ano graças aos Céus melhorou bem. Vai levar bom tempo - alguns anos, dizem... - para se encher os reservatórios como antigamente, mas pelo menos creio que o povo aprendeu a lição...  não dá para brincar com o meio ambiente, com certeza. Mas ainda se vê desperdícios por aí, que fazer?

Mas a sêca maior que observo é a seca de amor nos corações. A motivação para se corromper é a maior evidência nesse sentido. Hoje o mau-caratismo e a grosseria campeiam impunes! Não é mais tão feio fazer coisas reprováveis, ao que parece.  Veja o que está a ocorrer no Congresso, nas duas casas legislativas. Não sei como o povo não pega em armas e põe todo aquele povo no paredón... que horror, que palhaçada!! As consciências aparentam estar anestesiadas... cavalheirismo é virtude cada vez menos apreciada, ou mais desejada, sei lá; nobreza de caráter ainda existe, mas é item raro.

Outro dia uma conhecida perguntou como iam as coisas... respondi que 'envelhecendo', com dores aqui e acolá... aí ela me disse... 'envelhecendo e reclamando!!'  Assim, tomei consciência do meu mau costume; na verdade, não era a minha intenção reclamar, mas ilustrar, retratar, mas a percepção da pessoa foi noutra direção... Corrigi logo a má impressão, dizendo que, ao contrário, eu agradeço, e muito, meu entorno e a vida que tenho, pois me considero privilegiado, em todos os sentidos!! Mas depois fiquei pensando, que 'intimidade', que comentário desnecessário que a pessoa fez; nem pensou que poderia me constranger. A troco de quê? Dar-me lição? Sim, quero aprender sempre, e eu sou agora meu principal instrutor; busco as Escrituras todo tempo, pois é de lá que me vem a Luz e a motivação. Ah, a Razão me ajuda, mas parece que a Lógica é disciplina pouco valorizada hoje em dia...  Mas de qualquer forma vou 'policiar-me'. Deve ser chato conviver com pessoa 'reclamona'. Bom, afinal tenho já 61 anos, sou idoso (tenho até a permissão para parar em vaga especial!!) Mas é chato pessoa assim, e isso não é exclusivo de velho, concedamos...

Quando eu era criança, minha querida mãe sempre se preocupava em nos ensinar a sermos escrupulosos - nos perguntar a nós mesmos se não estávamos sendo inconvenientes ou mal-educados, grosseiros com os outros. Ela contava estórias de pessoas que tinham condutas muito nobres no sentido de se importarem com os demais (lembro de muitas delas - ela aproveitava todos os momentos para nos alertar - que Mãe maravilhosa que Deus me agraciou!), e eu creio que esta era a marca tempos atrás: as pessoas se preocupavam em ser educadas aos olhos dos outros. Não é isso o que se chama civilidade, urbanidade? Saber precisamente como bem conviver? Pois todos somos neuróticos mesmos, mas é nobreza poupar o outro de nossas deficiências, o mais que pudermos. Já falei aqui sobre o tal 'desconfiômetro', que a minha mãe (e meu pai também) nos recomendava desenvolver... Obviamente tentei passar muito disso para meus filhos e acho que tive sucesso, pois são muito polidos, educados, acolhedores e queridos.  Oro todo o dia por eles, para que tenham Deus em seus corações. 

Mais uma semana e... férias!!  Mas não vou ficar parado; tenho que escrever artigo científico e preparar aulas escaladas para o programa de Mestrado no ano que vem. E seguramente terei atividades do Comitê de Ética para realizar, mesmo no fim do ano. O gostoso é que sempre tenho um tempo a mais para rever na TV meus shambara (ou chambara, filme japonês de samurai e/ou com as técnicas de kenjutsu...) - tenho vários aqui em casa! Ah, e vou manter minhas atividades no Asilo e no Lions, me fazem muito bem!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Conduta assertiva e outras modernidades.


Outro dia ministrei aula sobre assertividade para meus alunos. Não se trata somente de assunto didático - preciso instruir a moçada sobre certa falta de conduta que muito se observa hoje e que já foi assunto de artigos meus em jornais. Há muita confusão hoje em dia sobre como se deve portar junto aos demais. A regra geral parece ser, entre os jovens, da grosseria pura e simples. E quando a gente enfrenta certos descalabros somos taxados de 'arrogantes', como sou conhecido entre os alunos... 

Assertividade, segundo o Dicionário Houaiss, é qualidade ou condição do que é assertivo: que faz uma asserção; que declara algo, positivo ou negativo, do qual assume inteiramente a validade;  mesma coisa que declarativo; afirmação que é feita com muita segurança, em cujo teor o falante acredita profundamente.

O conceito de assertividade, compreendido como uma subárea das habilidades sociais, envolve a afirmação dos próprios direitos e a expressão de pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, honesta e apropriada (sem ser agressivo, sarcástico ou lamuriento), de modo a não violar o direito das outras pessoas. Nas relações interpessoais, assertividade se refere a uma amplitude positiva de respostas e de soluções ganha-ganha, nas quais todos os envolvidos sentem-se confortáveis e comprometidos com os resultados a serem alcançados. 

O comportamento assertivo é ativo, direto e honesto, transmitindo uma impressão de auto respeito e respeito pelos outros. Uma pessoa assertiva convence pela influência, atenção e negociação, oferecendo ao outro a opção pela cooperação. Não oferece retaliações e estimula a comunicação de mão dupla. Enfim, ser assertivo é expressar seus sentimentos sinceros sem constrangimento e exercitar seus direitos sem negar os direitos dos outros. Assertividade é a capacidade de concretizar desejos, incluindo os desejos dos outros.

O comportamento assertivo estabelece-se num conjunto de valores que se deve ter em conta, a saber: ter opinião e defendê-la, enfrentar críticas quando justas e oportunas ou não, manter-se com naturalidade quando formula pedidos ou os recuse, estabelecer conversação sem imposições descabidas, estar receptivo sempre para mudanças mais enriquecedoras.

Os componentes da conduta assertiva são:

1.                  Conteúdo
2.                  expressão facial e corporal
3.                  voz: entonação, volume, cadência
4.                  situação (contexto)

Exemplos de conduta assertiva, quando exibidas de modo apropriado (ou seja, integrando de modo adequado os quatro componentes acima - não os executando de modo isolado, desarticulado):

1.                  pedir desculpas
2.                  elogiar
3.                  dizer “não”
4.                  agradecer
5.                  pedir um favor

(Obviamente, se a pessoa tem problemas nesta área, deve procurar um psicólogo especializado para dissecar estes aspectos sucintamente esboçados acima).

Podemos ver o quanto pode ser trabalhoso para certas criaturas discernir de modo efetivo entre ser assertivo e ser mal-educado, grosseiro, pois não necessariamente se confundem. Hoje não é mais prioridade aos pais ensinar urbanidade às crianças, de modo a imperar a polidez nas relações entre os generos, entre as diversas idades, entre familiares...  Vejo, principalmente nos restaurantes, na escola e no trânsito, exemplos diuturnos de boçalidade explícita. Dá vontade de ir morar no sítio e viver isolado... 

Trabalho em uma instituição de ensino. Quando iniciei lá meus trabalhos ficava muito chocado com alguns docentes que negavam o simples cumprimento quando do encontro em sala de professores - olhávamos em sua face, dizíamos 'bom dia' e nenhuma resposta de volta!!  'É o cúmulo', como diria minha mãe... Imagino que alguns destes mal-educados constituam exemplos do que o anglo-saxão americano rotula de 'stuffed shirt' - ignorantes que se dão muita importância.... Paciência. Para muitos lá não me digno mais dirigir o olhar, nem mesmo quando quase 'trombo' pelos corredores. 

Costumo ir sempre à Biblioteca da Universidade, onde somos muito bem atendidos pelas Bibliotecária e suas auxiliares. Educadíssimas. Mas os alunos... às vezes, sentado em uma mesa lendo meus jornais, os alunos vem e colocam ruidosamente seus pertences na mesa, sem ao menos me dirigir um olhar, enquanto saem para buscar livros; não que tal distinção fosse necessária para 'pedir autorização', mas para me reconhecer como ter chegado anteriormente ao local, delimitando o meu espaço...  Que nada, outro dia eu me imaginei perguntando ao aluno se ele queria que eu saísse do local para ele poder tomar posse condignamente... chega a ser gozado, imagino se fosse uma senhora ou um idoso que ali estivesse! Quanta falta de respeito, lastimável.

Devemos orar por estas almas atormentadas; vai saber o que lhes ocorre no íntimo...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Egoísmo e Fineza

             Nesta semana pude ver novamente como é difícil a convivência interpessoal em geral (e entre pessoas que já foram cônjuges anteriormente; como ouvi certa vez,  “uma ex-mulher é para sempre”...). Sim, no meu caso, vi novamente que, mesmo que me esforce para ser ético, elegante, cuidadoso, cortês; mesmo que confesse meu arrependimento e me desculpe, a ex-esposa pode relembrar rude, traiçoeira e  de modo boçal que ela ainda nos carrega como pesada mágoa encarnada, depois de tanto tempo, envenenando-se inutilmente. Chega a dar pena e nos suscita ao pensamento desonroso que somos, pelo menos ali, melhores que ela (o que realmente não significa muita coisa).  Que viés (por vezes) pernicioso este meu de ‘psicologizar’ os acontecimentos, mas é quase inevitável.  Porquê certas coisas tem o condão de fragilizar tanto determinadas pessoas? Por mim, digo que considero  um auto-treinamento meu ‘insistir’ que as coisas são menores do que eu, e que não é justo deixá-las nos derrubar.  Quando vejo isto nos outros constato como todos temos cruzes a carregar que podem ser, paradoxalmente, um palitinho para os outros. Lembro-me de uma crônica (se assim posso nomear) de Danuza Leão, publicada na Folha de São Paulo em 25 de setembro de 2005 (‘Considerações sobre o egoísmo’, baixar em http://www1.folha.uol. com.br/ fsp/cotidian/ff2509200505.htm) no caderno Ilustrada. Ela dizia que os egoístas não amam os demais mas, antes, não amam a si mesmos. Podem ser até boas pessoas, mas tem uma falha essencial, aquele ‘desconfiômetro’ que minha mãe sempre me lembrava quando era criança.  A grande indagação da articulista é se este tipo de pessoa pode mudar, e como. O bom senso diz que sim, mas o processo é que são elas.  Novamente, neste caso, vejo que (para mim) funciona aquela reflexão sobre o desenvolvimento das virtudes. Os antigos (notadamente Aristóteles) ensinavam que o modo de ‘evoluir-se’ para melhor como ser humano era cultivando as virtudes. Mas o que é uma virtude? Como vimos, sabe-se que, grosso modo, constitui num padrão de comportamento e sentimento: uma inclinação sistemática e consistente para agir de certa maneira e desejar e sentir certas coisas em determinadas situações. Sabemos por experiência própria que possuir emoções apropriadas é essencial para o que nomeamos ‘a arte do bem viver’, consistindo virtude (em grande parte) na posse e uso de raciocínios apropriados sobre as condutas condizentes/adequadas que devemos executar na situação em que nos encontramos, eventos que se nos são dados.  É qualidade por demais complexa, que custamos a nos conscientizar. Mais uma lição a relembrar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cavalheirismo - fora de moda ?


O tema do cavalheirismo não costuma freqüentar as discussões sobre as relações interpessoais em gerais e nas relações homem-mulher, em particular. Talvez isso seja devido a algumas mudanças ocorridas nos valores que fundamentam nossas condutas sociais.

Mesmo vendo o filme, poucos se deram conta de que o Titanic, após colidir com um iceberg, teve pouco mais de um terço dos seus passageiros sobreviventes, a maioria de mulheres e crianças. Isto ocorreu devido ao fato de que muitos homens se recusaram a entrar nos botes salva-vidas porque não estavam certos de que todas as mulheres e crianças estavam embarcadas neles. Um oficial do navio que sobreviveu, ao ser perguntado se a máxima ‘mulheres e crianças primeiro’ era uma regra do navio ou uma tradição dos mares, o mesmo respondeu que era uma regra da natureza humana.
As pessoas que ainda cultivam semelhante código de valores certamente se constrangem ao ver como o belo sexo é ofendido física ou verbalmente hoje em dia, em especial aquelas que esperam bebês. Alguns críticos afirmam que esta espécie de degradação de nossa civilização se deve em parte às feministas, que diziam o cavalheirismo ser uma modalidade de tirania sutilmente disfarçada. Por outro lado, desde os anos 60 as maneiras do século XIX têm sido desdenhadas como rígidas e ultrapassadas.

Ao que parece, normas gerais de etiqueta parecem ter saído de moda. Modernamente, nossa cultura cibernética algo anárquica como que encoraja imediata gratificação e máxima auto-expressão, a qualquer custo. As mulheres engrossam as estatísticas de condutas desabonadoras praticadas em grande escala, evidenciadas principalmente pela violência, desordens coletivas e abusos de drogas, legais ou proscritas.

Sou daqueles que acreditam que as regras de etiqueta em geral e o cavalheirismo em particular são expressões que complementam as relações interpessoais onde a Lei não alcança, facultando, de um lado, viabilizar vivências enriquecedoras e, de outro, o aperfeiçoamento das instituições, principalmente o casamento. Os valores pelos quais as pessoas são ensinadas a pautar suas ações, não importa a que se dirigem, são determinadas em grande maioria pelo cuidado com que a Sociedade zela pelo constante aperfeiçoamento do mecanismo de ensino destes mesmos valores aos seus membros mais jovens. Ao vermos que a família, como núcleo básico da Sociedade, se encontra enfraquecida, o quê diremos dos valores acessórios, complementares da vida social?

As pessoas internalizam os motivos mais equivocados para autorizarem-se praticar condutas denotativas de falta de urbanidade, de educação. A tônica atual de nossos dias é pelo individualismo, não-cooperação, falta de solidariedade. A re-aprendizagem de valores intrinsecamente humanos, solidários, pressupõe uma reflexão aprofundada sobre os modos como nos tratamos mutuamente, em especial aqueles dirigidos às mulheres e crianças – e também aos idosos... Este repensar é fundamental não somente para dar um novo sentido a temas como etiqueta e cavalheirismo , mas para viabilizar a continuidade de um ensino efetivo destes valores às futuras gerações.

Os gregos clássicos vêm em nosso socorro para compreendermos porque ocorre tamanha modificação nos modos de tratamento entre as pessoas hoje em dia. Esquecemo-nos da ‘regra de ouro’ helênica, que rezava ser um contra-senso desejar-se conhecer o mundo externo, sem antes esforçarmo-nos para conhecer o mundo interno. “Conhece-te a ti mesmo” parece ser ainda hoje um sábio conselho, e a falência das pessoas em conhecer a Felicidade repousa numa série de equívocos, a começar pelo privilégio que se concede às coisas “de fora”, mais do que aquilo que nos é personalístico. Assim, a muitos pode parecer natural não cultivar mais o cavalheirismo, assim como espoliar, defraudar, violentar, impedindo o exercício adequado de nossa civilidade. Em muitos sentidos, creio que estamos não avançando pelo século XXI, mas rumando ao tempo da pedra lascada...