Fui a Belorizonte semana passada (Bilú, óbvio, foi comigo!); peguei avião em Viracopos (TRIP), descendo em Pampulha; voltei via aeroporto de Confins (TAM) - estas viagens valem cada centavo, pois já fui lá de carro e é um sacrifício atroz. Mas ambas as viagens foram ótimas, menos de uma hora, quando de dá conta estamos aterrizando!
Fomos visitar meu tio (86 anos, com sua esposa de 90) e minha tia Cordélia (93 anos, veja na galeria de fotos), irmãos de meu pai, que tem 83 anos. Engordamos um tanto - comida mineira 'cozinhada' pela secretária de minha tia (Elaine, de Barbacena!) é um atentado à boa forma. Se pudesse morava por lá - eles moram na Serra de BH, ao fim da avenida Afonso Pena, que permite uma visão privilegiada da cidade, lá em baixo. Deslumbrante. Quando criança íamos muito lá, e tenho ótimas recordações de minha avó Zizi, sempre sorrindo das traquinagens dos netos.
Nossa família vive bastante - minha avó viveu 97 anos, e acho que meus tios vão suplantá-la. Comparo a saúde de meus tios e pais (minha mãe tem 82 e é muito forte, faz Pilates e é totalmente autônoma) como a dos idosos dos Asilos onde superviono atividades de alunos, dentro de um dos programas comunitários promovidos pelo UNIFAE, o Centro Universitário Municipal onde trabalho aqui em São João. Em ambas instituições, mantidas por Ongs cristãs de caráter voluntário, os asilados, não obstante o carinho e zêlo com que são cuidados, exibem muitos impedimentos, e em grande parte por pessoas com idade de sessenta e pouco anos! Na verdade, o que temos de qualidade de vida na idade provecta é oriundo, em boa medida, do estilo de vida que esposamos (estilos de alimentação e visão de mundo, p. ex.) o que, interfaceando as condições orgãnicas derivadas da genética, redundam em sua somatória na boa o deletéria condição de existência detida pela pessoa.
Vejo que muitos idosos estão tendo um tipo de 'existir' que, muitos deles, já vinham cultivando por toda sua vida, o que, na velhice, tem maximizados os seus efeitos, para o bem ou para o mal. Exemplo: vejo idosos que,m ainda que tenham saúde geral boa, evitam a todo custo envolvimento com os demais, preferindo uma vida 'embotada', ensimesmada, voltada para suas cogitações solipsistas... Outros, mesmo que com má condição física ou mental, esforçam-se para interagir, 'fazer parte', compromissar-se... Pode ser que nossos 'filtros' profissionais façam exigências descabidas a estas criaturas, mas é comprovado que vida ativa, interessada, compartilhada, é uma espécie de 'antídoto' para muitos dos malefícios da idade avançada... E o Brasil será, dentro de alguns anos, um dos países com maior contingente de pessoas com mais de 60 anos, em comparação com a totalidade da população.
Minha profissão e o da Ruth (ela estará formada em Fisioterapia dentro de 3 anos, tendo feito Administração de Empresas anteriormente e trabalhando nesta área toda sua vida, em grandes empresas de São Paulo) estão bem cotadas entre aquelas que serão bastante solicitadas para dar cabo de tal demanda. Aguardo com interesse tais cenários (eu, espero, farei orgulhosamente parte deste contingente da 'Melhor Idade'...), e grande parte de minhas preocupações intelectuais atuais são dirigidos à Gerontopsicologia, área que se abastece, entre outras fontes, com a enorme evolução que se observa na Geriatria.