Já falei sobre isso anteriormente, mas volto ao tema para esclarecer mais alguns de seus tons: sou um ser de certo modo solitário, apesar de apreciar a inter-convivência com os demais, e isso desde a juventude. É minha idiossincrasia, minha apercepção do Eu. (com o tempo adquiri, me constatei em solitude, mas sinto-me ainda por vezes de certo modo apartado). Não conseguia e continuo com certa dificuldade de trocar ideias com as pessoas. Não percebo, principalmente nos assuntos mais aprofundados, a interlocução necessária. Costumo assim ficar mais com os livros, que procuro a toda hora. Reconheço que meus ansiados assuntos de diálogo são no mais das vezes inusitados: bioética, existencialismo, filosofia da linguagem, Jazz e hermenêutica. Não tenho a necessária paciência para divagar, devanear sobre os assuntos quase-mundanos (as leituras diárias de cinco grandes jornais já me abastece deste tipo de assunto - em geral muito 'aborrecente', tedioso: panta Rei, nihil novi sub sole...)
Antigamente (juventude) os temas mais cismados eram os porquês desta vida complexa, e mais uma vez os livros - principalmente a boa literatura - me forneceram os principais rumos de compreensão pois me considerava ainda muito imaturo, sem estofo para refletir apropriadamente (pensava, pensava e não chegava a muita conclusão satisfatória). Quando o enfado e a melancolia se achegavam eu buscava boa música - meu pai tinha seleta discoteca em casa. Um dos meus principais projetos nesta idade então foi ler, ler muito, para ter criticidade, fundear o discernimento. E assim gradualmente, e mais fortemente depois dos anos da primeira faculdade, durante as muitas pós-graduações que cumpri (meu projeto era preparar-me para a docência universitária) cheguei à solitude. Mas sinto sempre alguma inquietação...
Outra intelecção que finalmente auferi foi a compreensão da importância do entendimento do papel do agir, da ação (intencionalidade+ato+agente) para debelar a cabal tendência de ficar "só" no ato de pensar, ruminando interminavelmente. A mente só se pacifica quando equilibramos estas instâncias do vivenciar, do viver enfim, que a todo momento nos interpela...
Mais alguns apotegmas preferidos:
A água que você toca nos rios é a última daquela que se foi e a primeira daquela que vem. Assim é o tempo presente. (Leonardo da Vinci)
A arte de ser sábio é a arte de saber o que ignorar. (William James)
A verdade é a essência da moralidade. (T. H. Huxley)
O tempo dura bastante para quem sabe aproveitá-lo. (Leonardo Da Vinci)
Atribuo um enorme valor ao fato de poder me permitir compreender uma outra pessoa. (Carl R. Rogers)
Evitar superstições é outra superstição. (Francis Bacon)
Inteligência não é sabedoria. (Confúcio)
Pessoas vivendo intensamente não têm medo da morte. (Anaïs Nin)
A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido. (Siddartha Gautama, o Buda)
De todas as doenças do espírito humano, a fúria de dominar é a mais terrível. (Voltaire)