A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 24 de maio de 2022

Seis meses de artroplastia...

 

Dia 23 deste mês completei meio ano da abençoada cirurgia de colocação da prótese no lado esquerdo da bacia. Após vinte sessões de fisioterapia apropriada, e com as atuais atividades de Pilates e bicicleta ergométrica posso dizer que estou 90% recuperado. Tentei largar da bengala há algumas semanas mas há dias em que volto a apoiar na bendita, principalmente se tenho que andar bastante. Ainda sinto (por vezes) de modo algo estranho as renovadas estruturas aqui implantadas. É estranho ficar de pé e não sentir mais aquelas fortes dores que sofri por quase 3 anos. Parece que vai doer, mas nada acontece! Fiquei com certo 'condicionamento' em relação a algumas posturas e o próprio caminhar, consistindo em expectativas de dor, que gradualmente vão se esvanecendo. Soube que demora até um ano para a recuperação desta cirurgia ficar 'cem por cento'... 

Que época abençoada esta que tenho o privilégio de viver. Há décadas atrás não tinham ainda desenvolvido com o sucesso de hoje tal procedimento. Fui pesquisar e vi no site medicinadoquadril.com.br  uma extensa informação sobre o assunto. Sou grato às inúmeras pessoas que possibilitaram melhorar minha qualidade de vida. Imagine que antigamente a amputação da perna era uma alternativa para debelar o enorme sofrimento oriundo do avançado desgaste ósseo da cabeça do fêmur. Ou a pessoa era condenada a ficar imobilizada, deitada ou sentada até o fim da vida. Qualquer movimento, por menor que seja, faz doer!

Minha atitude só pode ser de agradecimento a Deus. Olho em torno e vejo tantas pessoas que, por uma razão ou outra, não tem condições de mitigar apropriadamente seu sofrimento. Mudei um tanto minha visão de certos atos extremos que algumas pessoas perpetram. Certos desgostos tiram o vivente do seu eixo, fazendo ocasionalmente as pessoas tomarem decisões que nos parecem absurdas, mas a mente em tais situações de aguda e/ou crônica tribulação já não está a funcionar apropriadamente... Ficamos, nesta desolação, próximos da insanidade, é o que parece...

Ainda tenho muito medo de cair - uma queda pode estragar toda a cirurgia, tendo que voltar à mesa de operações no Hospital. Como comentei aqui em posts passados, a recuperação é muito dolorosa, e ninguém avisa dos desafios que vamos percorrer, ainda que o imperativo seja fazer ou fazer a cirurgia. Sei de idosos que colocaram prótese e nunca mais saíram da cama. Imagino que uma das respostas seja o medo que paralisa a pessoa, impedindo-a de enfrentar a trabalhosa recuperação.  O ser humano é, cada um, uma caixa de surpresas, um universo único, ainda que sejamos muito assemelhados... Costumo dizer que, depois de quase 45 anos de formado em Psicologia, e tendo realizado muitos estudos pós-graduados, ainda me surpreendo - para o bem e para o mal - com a atitude de certas criaturas, em especial nas suas aflições... 

Esta nossa existência é um mistério, e arte de viver é uma disciplina que nem todos tem sucesso em aprimorar-se.  No meu caso, passar por esta atribulação me fez uma pessoa melhor, pois vi o quanto limitado e provisório sou. E se já orava pelas pessoas que me são caras, passei a orar mais pelos semelhantes que sofrem. Peço que nosso Pai Celestial dê a eles e elas firmeza e coragem, pois Ele não nos dá, a cada um(a) na sua condição, uma cruz maior do que possamos carregar. É a minha fé.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Final de março...

Foto obtida via Google nesta data de
https://www.otempo.com.br/mundo/movimentacao-chinesa-pode-ajudar-a-conter-guerra-entre-russia-e-ucrania-entenda-1.2623978


1. O grande fato atual é a guerra da Ucrânia. Que tristeza! Quantas notícias, opiniões, narrativas e a velha politicalha a atazanar as pessoas cá de fora da confusão. Assistimos a tudo consternados, impotentes. Duas coisas gostaria, modestamente, de ressaltar. (a) Existem outros conflitos no mundo, determinando covardes perseguições, mortes, sofrimento, exilados/refugiados e tudo o mais. Na grande imprensa vejo que, em geral,  não houve repercussão da magnitude desta da Ucrânia. Será que uma razão para esta atual 'preferência' da mídia seria que se trata de população branca, de olhos claros? (os outros conflitos envolvem etnias bem distintas desta, principalmente pela cor da pele etc.). (b) Interessante a defesa do presidente russo sobre as razões de tal empreitada militar, alegando 'ameaças' a seu país. Mas quem, em sã consciência ousaria ameaçar um país com um arsenal atômico como a Rússia possui? Creio estar patente que as desalmadas motivações são outras. Em todo caso, temos tantas opiniões e análises que a cada vez ficamos mais confusos, ainda que tristes.

2. Outro fato inusitado recente foi o tapa, a bifa do ator norte-americano Will Smith num conhecido comediante durante a cerimônia de entrega do Oscar. Defensores e críticos de lado a lado se pronunciaram à mão cheia. A lição que fica possui duas constatações: atitude grosseira é muito fácil de ocorrer, o quanto mais deselegante e deseducado seja o perpetrador, e  violência nunca é solução para nada... Mas aponto que é complexo julgar as condutas envolvidas, pois nunca se sabe de todo o entorno psicológico/social implicado na sequência de fatos. E houve até quem postulou que, no show business - que visa lucro - tudo é ensaiado, feito de caso pensado, e tal performance bombástica seria tudo encenação. Vai saber. Que elevou a audiência geral, trend topics e que-tais,  elevou...

3. Finalmente, depois de tantas sessões de fisioterapia, começo a me enxergar não usando mais um adereço que fez parte de minha configuração nos últimos anos: a bengala. Considero-me 85% recuperado da massiva cirurgia de artroplastia do fêmur-quadril esquerdo. Mas não vou fazer mais nada de atividade física de impacto, pois o outro lado da bacia apresenta leve desgaste ósseo (na verdade, igualmente na cabeça do fêmur). Meu fisioterapeuta afirmou que, com fortalecimento, o mesmo não vai evoluir ao grau desta que necessitou de excruciante cirurgia, Insha'Allah!

4. Uma última palavra à minha querida mãezinha, que está muito doente. Que tenacidade nestes seus 92 anos e quanta vontade de viver! Sempre foi uma batalhadora incansável, apesar de sempre ter muitos problemas de saúde (mas nunca a vi maldizer a sina). Até agora se interessa por tudo o que ocorre, e quer ajudar as pessoas ou com a lida da casa. Meu pai se desdobra em cuidados, mas vejo-o já cansado de tanta providência sem sucesso. Oro sempre para que o Pai Celestial ampare este casal que sempre foi modelo de fidelidade cristã e fé inabalável. Quantas vezes os vi rezando juntos o têrço... Este ano soube que farão 70 anos de convivência, entre namoro, noivado e casamento feliz - são muito enrabichados até hoje. Uma lição de vida. Sou muito grato a Deus por termos, junto com meus queridos 2 irmãos e 2 irmãs, pais tão valorosos, tão dedicados à família. 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Tragédias periódicas e outros comentários.


 Fernando Frazão/Agência Brasil

(obtido de https://noticias.r7.com/ em 21/02/2022)


1. Quantas notícias tristes acerca dos desmoronamentos na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro! Agora que o tempo começa a passar e a ampla comoção começa a ser "esquecida", principalmente pelos órgãos de comunicação (sim, a guerra da Ucrânia agora domina o noticiário...) creio que aí sim deveríamos colocar em pauta novamente o assunto e pressionar as excelentíssimas autoridades para que tomassem decisões efetivas para minorar o sofrimento. Todo ano escutamos tais tragédias, com perdas de muitas vidas, resultado de uma enormidade de fatores, principalmente a omissão dos políticos. Difícil não se emocionar com as estórias das famílias impactadas, uma mais triste que a outra. A impressão que fica é que a vida humana, a cada dia, tem seu valor mais diminuído: parece valer quase nada. Como somos frágeis e desamparados... Num instante podemos deixar de existir, restando na memória dos sobreviventes somente saudade dorida e permanente. 

2. Minha recuperação da artroplastia tem sido errática: após uma fase praticamente sem dor, ultimamente tive que apelar para remédios, principalmente à noite. Tenho feito com minudência minha Fisioterapia e Pilates (bicicleta ergométrica minha fisioterapeuta aconselhou-me suspender por um pouco, até o quadro geral ficar mais claro...) mas sem forçar, sem ocasionar dor - ordens médicas. Tenho uma hipótese para o retorno de tal estado dolorido deve-se à postura de minha perna na hora do sono. Como devo, dormindo de lado (que é a melhor posição), colocar um travesseiro ou almofada espessa entre as pernas, sinto que, ao me movimentar durante a noite, a perna com a prótese acaba perdendo o apoio apropriado, prejudicando o próprio sono, inclusive. Voltei a amarrar a almofada na perna, e parece que dormi melhor esta noite - mas pode ter sido também por causa da medicação - prefiro relaxante muscular a analgésicos. Outro dia teimei em não tomar nenhum remédio - temo pelo meu fígado -  e demorei muito a conciliar o sono. Vai demorar para tudo ficar cem por cento...

3. Iríamos, toda a Sociedade, retomar no começo deste mês de fevereiro as atividades em geral que preveem certo ajuntamento, como as reuniões da Arte Real, mas o recrudescimento da pandemia, via a variante Ômicron, obrigou-nos a deixar tudo como está por pelo menos mais um mês. Em que pese a esta altura  quase 90% da população no Estado de São Paulo estar vacinada (ainda que certa parcela não tenha completado toda a série de aplicações) as internações e mortes voltaram a aumentar, obrigando as medidas restritivas. Mas, se não surgir outra variante, outra cepa de virus mais mortífera, julgam as autoridades que a tendência doravante é amainar as contaminações e, por decorrência, abrandarem-se mais um tanto as restrições sociais. Quanta saudade dos outros tempos! Creio que doravante o povo, tão cioso de sua 'liberdade', vai valorizar mais a convivência...

4. Já comentei anteriormente isso: depois que tive que a Covid-19, minha memória que nunca foi ótima, por falta de sono reparador, ficou pior, ao que parece. Mas, otimista que sou, vejo um lado positivo nisso... Muitas séries de TV que apreciei em canais de streaming não retiro do meu catálogo pessoal, e volto a assistir as mesmas, um ano ou tanto depois! Recentemente encetei apreciar a ótima série policial 'Bosh' (2016, com 7 temporadas de 10 episódios cada), da Amazon Prime Video. O ator Titus Welliver interpreta um detetive durão, marrento, mas apreciador - olha só - de smooth jazz, o que me atraiu ainda mais. Muito bem filmado, com enredos impactantes em cada temporada. Outra série que retomei, agora da operadora Netflix, foi a mui interessante 'Tokyo Stories: Midnight Diner', de 2019, com duas temporadas de 10 episódios cada. Enredos de 25 minutos, com tópicos bem humanos, mas engraçados por vezes. Ali, outra série japonesa que retomei também, 'Samurai Gourmet' (2017), diferente de tudo o que você possa ter visto, com ótimos atores. Fala sobre as descobertas gastronômicas de um recém-aposentado disposto a novas vivências. 

Até mais...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Pensamentos esparsos...

 

Fotógrafo Rafael (Trick Foto, de S.J.B. Vista, SP)

[Hoje escuto Dr. Saxlove, um canal de Smooth Jazz no YouTube;
ontem estava, via Alexa da Amazon, a escutar Peter, Paul & Mary]

1. Olhem aí Bilú e eu num ensaio fotográfico que periodicamente realizamos na Trick Foto (este menino, Rafael, foi meu aluno na Faculdade e fotografou - maravilhosamente - nosso casamento, um graaaande profissional). A gente faz um álbum com as melhores fotos, além de um ou dois quadros (frame) para exibir em cima dos móveis . Livia participou de algumas destas sessões fotográficas passadas mas, ultimamente, ela anda muito atarefada com sua faculdade e com outras incumbências... A cada vez pareço mais velho e Ruth, mais bonita. Ainda bem. Se esta equação ficar novamente muito díspar, tomo minhas providências!

2. Outro dia vi no Estadão uma citação do notável Senador e Historiador Romano Públio Cornélio TÁCITO ( Publius Cornelius Tacitus, 56 dC 117 dC ?) que ilustra bem - faz tempo - minha querida mas sofrida Pátria: 'O mais corrupto dos Estados tem o maior número de leis'. O Brasil tem um rol de dispositivos legais assombroso, dando azo inclusive a que classifiquemos as que "pegam" daquelas que são ineficazes, ineficientes, insonsas. Em decorrência, o funcionamento do outro poder, o Judiciário, fica a dever também, tantas as brechas e contorcionismos hermenêuticos que tal cornucópia legislativa permite. Lendo nos jornais o que boa parte de nossos representantes em diversos níveis diuturnamente perpetram, parece que usam sua imaginação de modo diverso ao que um verdadeiro estadista faria. Tristes trópicos... (lembrei-me do livro do grande antropólogo e filósofo Claude Lévi-Strauss)

3. Gente, toda vez tenho que falar... Cada modalidade de extremismo, negacionismo e terraplanismo que grassa hoje em dia em todos os meios de comunicação e nas redes sociais! O pessoal passa recibo de inculto, bronco, e nem (parece) percebem. Cada argumentação rasa, sem evidência(s) factual, firme, veraz, fundamentada por critérios verificados (que é o que justificariam a crença correta em algo, sem temor de errar) que se observa e, pior, por vezes proferida por aqueles que conseguiram estudar no terceiro nível (faculdades etc.).  O problema é que não temos atualmente (antigamente havia Feira de Ciências etc.) educação para a Ciência em nosso sistema educacional, desde as primeiras letras... O 'ouvi dizer' , 'li em tal lugar' ou 'fulano afirmou' parece ter  tanto valor hoje quanto pesquisa sistemática, rigorosa, regulada, ética, examinada por pares. E, para completar o cenário cruel, adornada este soi-disant saber pela virulência, fanatismo, e intolerância que em geral acompanham as tais condutas dogmáticas e radicais, inviabilizando o necessário debate (saudável) das ideias. 

4.  Um efeito colateral que a recuperação desta minha cirurgia de artroplastia determinou-me é a melhor atitude de atenção e concentração, que temos que observar em todas as coisas. Tenho certo distúrbio de atenção que me faz estabanado, estouvado em muitas coisas, mas agora o medo obriga redobrar (triplicar) o atento cuidado com as atividades mais comezinhas, sob perigo de cair, acidentar-me. E a idade aumenta as oportunidades de agir desajeitadamente, credo. Assim, mesmo uma coisa drástica de saúde pode transmutar-se em boa prática Zen... E isto ajuda também a melhorar a memória que, como já comentei anteriormente, anda ruim, ruim. 

5. Sou muito grato a Deus por tanta coisa... Lembro-me de um jovem senhor que estava albergado no Lar de Idosos São Vicente de Paulo aqui de Sanja, onde sou voluntário. Ele tinha certa proeminência no braço que chamava a atenção. Disse-me que era por causa das sessões semanais de diálise que ele precisava realizar. Que tristeza! Raro o dia em que, indo ao toilette, eu não agradeça aos céus ter bom funcionamento renal. Uma coisa banal, corriqueira mas que, se não estiver ok determinaria tanta perda de Qualidade de Vida... Estou constantemente agradecendo e nas minhas orações reforço meu reconhecimento pelas abundantes graças dos Céus. Quando listamos os alimentos que temos, o sono reparador, os amigos, a Familia etc. podemos constatar o quanto somos ricos! Agora que estou a andar sem dor alguma (coisa que por três anos sofri) vejo realmente como é nas pequenas coisas que efetivamente reside o ser feliz...

6. Adoro quadrinhos, mangás e gibis... Mas não compro mais como antigamente. O que mais aprecio são estórias gráficas de Samurais. Mas o que tenho curtido mais recentemente são os quadrinhos nos jornais. Um dos quadrinistas que mais admiro é a Laerte, do jornal Folha de São Paulo. Tem dias que parece que a artista toma umas biritas ou fuma algo alucinante, mas em geral nos faz pensar e/ou rir sobre o certo absurdo do existir com seu traço característico. É de admirar...

Publicado dia 31/janeiro/2022 no jornal Folha de São Paulo.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Chuva, Sars-Cov-2 e visita a meus pais em Campinas (#400 a. postagem...)

Foto obtida agora de
https://www.climatempo.com.br/noticia/2021/11/09/brasil-com-chuva-volumosa-e-temperaturas-amenas-nesta-semana-2753

1. Dou pequena pausa nas postagens sobre ética da virtude; temos que variar um pouco senão "cansa", como se diz. Ia agora cedo fazer bike ergométrica mas a chuva incessante acautela-me a não descer desprotegidas escadas, que justamente dão acesso ao ambiente onde fica (numa das garagens) meu recurso esportivo. Assim, com o gostoso barulhinho das águas caindo no telhado aqui do escritório de cima (meu Consultório), animei-me a deitar pensamentos aqui no blog. Coloco smooth jazz na caixa de som e lá vamos nós...

Uma curiosa intelecção que obtive recentemente é que, em fase de cicatrização da extensa cirurgia a que me submeti (artroplastia com enxerto ósseo), flagrei-me com receio de dar correto passo com a perna 'biônica', como se ainda tivesse a dor da artrose - parece que fiquei condicionado com o desconforto irritante que de lá se originava, a cada passada, ainda que com a ajuda de bengalas.  Como bom Psicólogo, já estou trabalhando para desfazer este liame atroz, e tenho observado como a mente é fantástica... De uma hora para outra já enfrento a tarefa de caminhar sem (meio que inconscientemente) coxear, manquitolar! Nesta semana inicio firme a Fisioterapia e o Pilates e creio que em duas semanas poderei com segurança fazer mais e mais tarefas.

2. À noite, num dos sonhos que me recordo, alguém me pergunta algo sobre as pós-graduações que fiz e achei estranho conseguir lembrar-me, ali nos braços de Morpheu, de somente três (das 6 pós Lato Sensu que fiz), além das duas Strictu Sensu - Mestrado e Doutorado. Na hora amaldiçoei novamente o possível efeito correlato da infecção pelo Sars-Cov-2 que precisamente há um ano tive: a recuperação, a reminiscência que recorrentemente nos falha para as coisas mais firmadas que temos na memória. Nunca tive boa Memória mesmo (por causa do sono ruim), mas agora com a idade e o Covid-19, agravou de vez.  Que horror! Combato incessantemente esta limitação, daninha e frustrante ao extremo. Começa-se a pensar que estamos em processo de apatetar-se, credo.

3. Quanta chuva tem caído estes dias... O verde dos campos, o desenvolvimento das plantas - minhas queridas árvores que plantei nas calçadas aqui ao lado estão dando sombra maravilhosa no calor - são espetáculos divinais, prodigiosos. Lembro-me das viagens que fiz ao estado norte-americano de Utah, onde à época moravam meus filhos, e de sua paisagem amarronzada pelo clima desértico, muito diverso de nossa fartura aqui. O lado ruim de tanta chuva é que por vezes seu excesso e má distribuição acarretam deslizamentos, enchentes, destelhamentos e outras tristezas (como ocorre todo ano), sem que as autoridades deem conta de resolver os percalços do já sofrido povo.

4. Ontem fomos, Ruth e eu, de carro de praça visitar meu pais em Campinas - há quase três meses não os visitava. Como minha mãe deixou (depois de 20 dias) o Hospital, corri lá para cumprir a obrigação filial. Felizmente estão bem, na medida do possível apesar da idade avançada - ela com 92 e ele com 94 anos, benza Deus! Minha mãe não tem se alimentado bem por causa dos tratamentos e remédios, mas levei daqui de São João da Boa Vista curau e pamonha, e ela adora estes quitutes; então, alimentou-se melhor no almoço, com a graça de Deus. Daqui a três semanas voltaremos lá no acolhedor bairro do Cambuí onde eles moram e, se o Pai Celestial permitir já, recuperado, dirigindo meu carro com segurança.

5. Que coisa, as notícias que lemos sobre a nova onda de contaminação deste Covid-19, agora com a majoritária variedade Ômicron. Eu examino detalhadamente, todos os dias, bons veículos de comunicação e começo a ver ali e acolá previsões mais positivas quanto ao curso desta malfadada pandemia. Em que pese o negacionismo inclemente que assola parte da Humanidade (e pior, certas 'autoridades'), propagandeando inverdades sobre vacinas, muitos cidadãos estão se vacinando, inclusive suas crianças. Seria cômico se não fosse trágico o desfile de sandices que alguns postulam, como chips embutidos em fármacos e outras birutices equivalentes. Que os céus nos protejam de tanta ignorância!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Recuperação de cirurgia e a Prudência.


1. Ontem (23/01/2022) fez dois meses que realizei a artroplastia com enxerto ósseo. Vi hoje o Raio-X da minha pelve, que foi solicitado pelo médico e, arrepios à parte, ficou serviço bem-feito, bacana mesmo... (parece, acoplado numa pequena concavidade parafusada na bacia, um punhal fincado no meio do osso da perna, mui estranho).  Estou me sentindo muito bem fisicamente, a ponto de estranhar ficar em pé e não sentir nenhum tipo de dor (o que foi a minha característica diária desde 3 anos atrás, até novembro do ano passado).  Amanhã irei à consulta com o ortopedista que realizou a cirurgia para verificar o estado geral da nova instalação e orientar a Fisioterapia massiva que terei de perpetrar doravante. Que maravilha as conquistas das Ciências, em particular a da Medicina! Quem imaginaria; outro dia ouvi que instalaram num cidadão um coração de porco modificado geneticamente. No futuro seremos realmente biônicos. É só dar um problema em algum órgão que poderemos ir ao médico fazer a troca. Talvez a coisa perca um tanto da graça, sei lá... Não estarei aqui para ver este tipo de procedimento banalizar-se, graças a Deus.

2. Hoje refletiremos brevemente sobre a Prudência. Segundo os dicionários, significa a  virtude que faz prever e evitar as inconveniências e os perigos;  seria a cautela, precaução. Por extensão, podemos assim considerar as condutas que revelam calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou difícil. A Prudência é uma das quatro virtudes cardeais da Antiguidade e da Idade Média. Uma pessoa agindo como um ser prudente pensa (imagina, prevê) em bem responder tanto por suas intenções como pelas (possíveis) consequências do seu agir. 

Hoje em dia, ao se observar as condutas das muitas criaturas ditas racionais, parece a Prudência uma virtude démodé, desaparecida do vocabulário de pessoas de bem. Pois o bom-senso, a disposição que permitiria considerar, julgar sobre o que é bom ou mau para os homens parece 'sumida'. E  olhe que René Descartes disse no seu maravilhoso 'Discurso (sobre/d)o Método', de 1637, que o bom-senso seria a coisa mais abundante no universo, pois todos os homens julgam-se possuidores da mesma... Ledo engano, ainda que o notável Filósofo tenha usado de perspicaz ironia em sua argumentação. 

Santo Tomás de Aquino argumentou que, das quatro virtudes cardeais, a Prudência deveria reger as outras três pois, sem ela, a Temperança, a Coragem e a Justiça não saberiam o que (nem como) deveriam fazer. Sabedoria sem Prudência não seria efetiva Sabedoria... Epicuro, meu pensador favorito, ensina que da Prudência surgem todas as demais, pois esta escolhe, pelo exame das vantagens e desvantagens, os desejos que convém satisfazer bem como os meios para satisfaze-los. A Prudência faz distinguir o impulso (por vezes prejudicial) da ação eficaz e eficiente (veja com um bom Administrador de Empresas a diferença destes dois últimos termos). 

Assim, a própria Moral deve ser modulada, ponderada pela Prudência. Quanto mal já se realizou meramente por desejar-se seguir obstinadamente uma religião, uma regra ou algum ditame decretado. Quantos crimes se cometeram em defesa da virtude... Quantos assassinatos em nome do 'verdadeiro', 'justo' e 'correto'... Quantos preconceitos considerados justificados por razões espúrias!

sábado, 4 de dezembro de 2021

394a. postagem: memórias da artroplastia...

(hoje ordenei à Alexa tocar Nana Caymi...)

Quanta coisa se aprende se temos a abertura do espírito para isso... Hoje cedo Abraham Lincoln me ensinou (via uma edição do jornal Estadão)  que "Tato é descrever os outros tal como eles se julgam".  Adoro estes ensinamentos condensados em ditados, apotegmas, aforismos... Tenho livros com coleções deles, já comentei neste espaço. O meu autor predileto (um dos maiores frasistas que conheci) é Oscar Wilde.  Ele era/é terrível!   rs rs rs

Meu premente aprendizado atual, determinado pelas circunstâncias, é o de ser (estar) de certo modo 'inválido'. Este horrível termo, na verdade, nem deveria ser aplicado às pessoas com deficiência - todo mundo tem seu valor, não importa sua restrição ou condição. Mas para os efeitos vivenciais de agora, estou muito limitado. Se Ruth não estiver aqui em casa (ela ministra aulas de Pilates, entre outras atividades profissionais e caseiras...) não consigo nem ver quem aperta a campainha. Saio da poltrona da sala (cuja altura elevamos com a ajuda de alguns tijolos) para a cama e vice-versa. A altura do mobiliário mais elevada facilita meu sentar e levantar ereto, pois não posso forçar a junta perna-quadril, sob pena de danificar a cirurgia. Creio que, pelo andar da carruagem,  por 2 meses ficarei assim, dependente.

E logo cedo hoje, além de outros cuidados matinais, Ruth fez esforço para colocar as meias de compressão em minhas pernas, pois elas tem inchado um pouco, pela inatividade, ainda que eu as coloque ao alto, para drenar os líquidos. Depois tomei um leite gelado-e-chocolate com uma fatia de pão caseiro que ela faz, que delícia! Rotinas cumpridas, agora ler meus 3 jornais aqui no tablet. O segredo da vida é o equilíbrio, cada um com sua determinação e entorno. "Eu sou eu e minha circunstância ( , e se não salvo a ela, não me salvo a mim) já ensinou o grande filósofo espanhol José Ortega y Gasset, frase que aprendi desde moço, e que muito me ajudou. Somos indissociáveis de nossa condição, nossa circunstância, e temos que primeiramente aprender a aceita-la, como decorrência de adequada (mas laboriosa, árdua) processualidade interpretação-e-compreensão. Eu sou portador de uma limitação de nascença, e graças aos meus pais e à Razão, isto (certa deficiência visual bem restritiva num dos globos oculares) nunca me foi como obstáculo (ou ainda pior, desculpa).

É muito desafiadora a vida de quem tem deficiência, pelas diversas dimensões e graus onde (em especial socialmente) a limitação se expressa. No meu caso, eu achava interessante a situação de que - nestes três últimos anos - quando, antes de fazer a artroplastia, andando com dificuldade mediante um par de muletas canadenses, as pessoas (talvez acostumadas anteriormente com os meus passos largos e rápidos) me deixam para trás sem a menor cerimônia, absortas vendo vitrines, consultando seus celulares, esquecidas da minha companhia...  Que grande lição para mim. Mas creio - e espero - que, pela minha convivência profissional com PCDs em diversos graus e modalidades, nunca tenha deixado ninguém de lado. Ficaria arrasado comigo mesmo.

Para encerrar.  Estou com diversos pequenos ferimentos, equimoses e hematomas, oriundos da cirurgia (alguns locais me são mistério como foram lá ocorrer). Tudo contribui para dificultar agora o viver, o dormir, o locomover. Se nossa mente não contribuir para realizar o entendimento de todas estas ocorrências entre si, sofre sobremaneira a alma. Tentadora a emoção (traidora) de ter piedade de si mesmo. Mas acho que é porque muita 'coisa' se nos ocorre ao mesmo tempo; se sobreviessem uma por dia ou até duas, dando tempo para descansar, lidar definitiva e apropriadamente com as ('coisas') anteriores, o vivente teria mais coragem. Mas o acúmulo do desfavor, do desvalimento nos desanima, enfraquece, pois as armas e o tempo que temos para enfrenta-las são poucas ou limitado. Mas ao final e ao cabo, estar vivo é isso... sentir (com aceitação, coragem) as coisas, boas ou ruins. Cada qual com sua cruz.   Lucas 9, 23-26


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Espiritualidade e outras constatações...

 

Minha galeria de imagens budistas

(hoje o fundo musical é o conjunto Talking Heads, de David Byrne)


1. Eu sempre gostei de estudar (via Psicologia das Religiões) a espiritualidade e suas expressões religiosas concomitantes à cristã reformada, e uma das que mais me surpreendeu foi a Budista, em especial a vertente monástica Zen, e nesta, a Escola japonesa Soto-Zen. A rigor, aqui no Ocidente não se considera o Budismo como 'religião', mas existem ramificações budistas que se aproximam desta concepção. Em minhas viagens turísticas por vezes adquiri imagens que representam a natureza búdica que nos pertence, e arrumei-as numa prateleira aqui ao lado de minha mesa de trabalho (foto acima). Gosto de relembrar os ensinamentos desta popular filosofia de vida, e estas imagens retratam a serenidade e paz que seus praticantes almejam. 

2. Ano que vem teremos eleições presidenciais novamente... Dia 2 de outubro será a data da votação em primeiro turno. Quanto dinheiro desperdiçado, ainda que seja necessária expressão democrática inerente ao nosso sistema político. Mas, como tudo por aqui reflete nossa escasso nível educacional (penso na população como um todo) e o baixo quilate de nossas lideranças (alguém identifica atualmente ou se lembra de algum estadista brasileiro atualmente?) o que resulta é um certo desânimo frente às coisas que continuarão aqui em Pindorama como sempre foram. Outro dia soube da quantidade de brazucas que emigraram (preste atenção: 'imigrar' é quem vem de fora para cá)  nos últimos anos para outros países e fico desconcertado...não sei se conseguiria fazer isso. Sou apegado à minha terra. 

3. Dia 23 de novembro agora farei a cirurgia de colocação de prótese no quadril, lado esquerdo (artroplastia e enxerto ósseo) no Hospital Poços de Caldas - um dos melhores da região, pois é lá que opera meu médico Dr. Anelo Zenni Neto, mui bem referenciado por estas bandas. Um amigo pergunta se estou ansioso; respondo que, há muito, sou cético e determinista o suficiente para não ter esta afecção comum... Aceito o que surgir! Ficarei um dia na UTI e mais outro no Hospital - depois uma ambulância me trará para casa. A provação maior será nas duas semanas seguintes, pois a recuperação é trabalhosa e deve-se ter o maior cuidado com a nova instalação. Mas serei assistido por Home Care do meu plano de saúde, então tudo bem. E tenho uma esposa fisioterapeuta muito amorosa!

4. Minha memória parece que piorou com o Covid-19, já falei disso aqui. Curioso que consigo minimizar a deficiência percorrendo com os olhos as inúmeras coisas que tenho aqui no meu den room: livros, revistas, apostilas, mangás, centenas de CDs e DVDs, pastas suspensas, estantes com mil 'caquêdos' (gíria de alguns gaúchos para baguios, tralhas, 'porcariadas'), fotos, gravuras, artigos da antiga barbearia, quadros etc. Todo dia eu, revendo esta coisarada, 'espano' a poeira dos meus neurônios... Agora que vou fazer a cirurgia espero retomar as minhas leituras, coisa que amo fazer, desde a adolescência! Foi o meu primeiro amor, ler, ler, ler sem cansar ou ter enfado. Livros há que li e reli diversas vezes, de tão bons e de tanta alegria e satisfação que proporcionam! Fazem lembrar que minha mente é a melhor coisa que possuo...

5. Felizmente consegui trocar o gabinete do meu banheiro; havia rachaduras na pedra e a hidráulica geral não era 'estas coisas'. Estava mal montado - resquícios aborríveis da reforma que o dono anterior perpetrou nesta casa (felizmente já consegui refazer muitas coisas). Um irmão da igreja presbiteriana instalou todo o novo conjunto (que não foi tão caro como imaginava) em meio dia, com todo o capricho e limpeza. Sofri tanto tempo por nada...


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Chuva chegou... Outubro!

Willian Ricardo/ND+ (https://ndmais.com.br)

1. Chuva chegou! Como faz falta, realmente, esta bênção da natureza. Vemos em quase todo lugar as represas 'vazias' e cidades racionando o precioso líquido... que tragédia. E as previsões oriundas da tal mudança climática nos deixam bem preocupados. Bem, nem todos: vejo políticos (sempre estes implacáveis parasitas) não se importando com isso, pois "o deles já está garantido", como se diz por aqui... Não tem jeito. Benjamim Franklin certa vez disse que só havia duas certezas na vida: a morte e os impostos. Eu acho que são 3: junte a estes dois os políticos... pois em qualquer lugar deste planeta sempre vai ter um aproveitador para explorar os incautos. Triste sina!

2. Em 23 de novembro p.f. deverei sofrer artroplastia com enxerto ósseo -  a cirurgia de colocação de prótese na cabeça do fêmur junto à bacia, para dar conta de vez desta malfadada artrose, que já me incapacita há mais de dois anos. Meu médico opera no Hospital Poços de Caldas, que é um dos melhores da região. Estou fazendo prévia fisioterapia fortalecedora, além do Pilates e da bicicleta ergométrica diária. Espero que dê tudo certo. Imagino o sofrimento de antigamente quando não existia esta solução... isto é tipo de coisa que desacorçoa definitivamente qualquer vivente! 

3. A vida voltou ao normal, com a diferença do uso das máscaras e álcool em gel. Mas a economia está 'patinando', pois o baque foi feroz. Quantas empresas fecharam as portas, quantos empregos perdidos. Poucos segmentos se deram bem com esta pandemia. Vai demorar para recuperar, principalmente porque tivemos o azar de ter concomitantemente um (des)governo dos mais picarescos que se tem notícia, deixando o cidadão diariamente abesbílico com o festival de sandices em todos os níveis de administração. O mundo todo ri do brasileiro. Que urucubaca!

4. Tenho assistido na TV a cabo bastante produções cinematográficas (filmes e seriados) indianas, chinesas e coreanas, que inundaram o mundo de entretenimento streaming. Hoje em dia pode-se escolher entre diversos provedores, um melhor organizado que o outro, mas com oferta de milhares de obras. Algumas tramas são muito complicadas (que imaginação tem alguns roteiristas!) mas o que mais aprecio são os figurinos, os cenários, a interpretação esmerada. Os jornais e revistas com ótimos colunistas especializados ajudam a 'garimpar' preciosidades da sétima arte...

5. Recentemente um provedor de redes sociais deixou de funcionar por diversas horas, deixando seus usuários no maior prejuízo. Curiosa esta danação: já havia acontecido outras vezes este tipo de falha e, ao que parece, a maioria não vislumbrou ter um "Plano B" para o caso de novo evento similar. O amadorismo campeia impune, em especial nas empresas, de todos os tamanhos... Os jornais e programas de notícias adoram, pois assunto para pautar é o que não falta. Ah, e nem os humoristas se apertam, com as patacoadas dos políticos!