A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Confissão... e mais alguns apotegmas

          Já falei sobre isso anteriormente, mas volto ao tema para esclarecer mais alguns de seus tons: sou um ser de certo modo solitário, apesar de apreciar a inter-convivência com os demais, e isso desde a juventude. É minha idiossincrasia, minha apercepção do Eu. (com o tempo adquiri, me constatei em solitude, mas sinto-me ainda por vezes de certo modo apartado). Não conseguia e continuo com certa dificuldade de trocar ideias com as pessoas. Não percebo, principalmente nos assuntos mais aprofundados, a interlocução necessária. Costumo assim ficar mais com os livros, que procuro a toda hora. Reconheço que meus ansiados assuntos de diálogo são no mais das vezes inusitados: bioética, existencialismo, filosofia da linguagem, Jazz e hermenêutica. Não tenho a necessária paciência para divagar, devanear sobre os assuntos  quase-mundanos (as leituras diárias de cinco grandes jornais já me abastece deste tipo de assunto - em geral muito 'aborrecente', tedioso: panta Rei, nihil novi sub sole...)

          Antigamente (juventude) os temas mais cismados eram os porquês desta vida complexa, e mais uma vez os livros - principalmente a boa literatura - me forneceram os principais rumos de compreensão pois me considerava ainda muito imaturo, sem estofo para refletir apropriadamente (pensava, pensava e não chegava a muita conclusão satisfatória). Quando o enfado e a melancolia se achegavam eu buscava boa música - meu pai tinha seleta discoteca em casa. Um dos meus principais projetos nesta idade então foi ler, ler muito, para ter criticidade, fundear o discernimento. E assim gradualmente, e mais fortemente depois dos anos da primeira faculdade, durante as muitas pós-graduações que cumpri (meu projeto era preparar-me para a docência universitária) cheguei à solitude. Mas sinto sempre alguma inquietação...

          Outra intelecção que finalmente auferi foi a compreensão da importância do entendimento do papel do agir, da ação (intencionalidade+ato+agente) para debelar a cabal tendência de ficar "só" no ato de pensar, ruminando interminavelmente. A mente só se pacifica quando equilibramos estas instâncias do vivenciar, do viver enfim, que a todo momento nos interpela...

Mais alguns apotegmas preferidos:

A água que você toca nos rios é a última daquela que se foi e a primeira daquela que vem. Assim é o tempo presente.  (Leonardo da Vinci)

A arte de ser sábio é a arte de saber o que ignorar. (William James)

A verdade é a essência da moralidade. (T. H. Huxley)

O tempo dura bastante para quem sabe aproveitá-lo. (Leonardo Da Vinci)

Atribuo um enorme valor ao fato de poder me permitir compreender uma outra pessoa. (Carl R. Rogers)

Evitar superstições é outra superstição. (Francis Bacon)

Inteligência não é sabedoria. (Confúcio)

Pessoas vivendo intensamente não têm medo da morte. (Anaïs Nin)

A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido. (Siddartha Gautama, o Buda)

De todas as doenças do espírito humano, a fúria de dominar é a mais terrível. (Voltaire)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Esforço Correto


Gosto, artísticamente, das figuras do Lorde Gautama (o conhecido príncipe indiano Siddharta Gautama, que viveu de 563 a 483 a.C., que depois se cognominou, do sânscrito, 'Buddha' - 'despertado', querendo significar 'esclarecido', 'iluminado') pois elas passam um tanto do desapego e da serenidade que o Budismo prega. Diferente do que se observa em algumas vertentes do cristianismo com relação às imagens, estátuas, relíquias e figuras, em geral aqui estas representações imagéticas não são adoradas, ainda que algumas, pelo seu valor histórico, sejam reverenciadas pelos adeptos de algumas seitas. Budismo é considerado como religião em nossas imprecisas ocidentais considerações, mas muitas vertentes, na verdade, constituem-se  mais como uma espécie de 'filosofia de vida', uma maneira ética de se relacionar com o Cosmos. É assim que eu encaro esta ampla escola de pensamento oriental, mesmo porque creio que só o Zen (e dentro deste, a escola japoneza Sotozen) represente a essência do Budismo, como Lorde Gautama o concebeu. Ele nunca pensou em fundar uma religião e, creio, ficaria 'chocado' com o que algumas correntes eregiram a partir de seus ensinos originais...

Hoje veremos um dos oitos passos do Nobre Caminho Óctuplo, que encerra interessante ensinamento. Esforço Correto (também entendido como Diligência Correta) é aquele passo que abarca um tipo de energia que ajuda ao budista (e qualquer vivente; não tem que ser adepto desta escola de pensamento para auferir sua inteligência...) a percorrer de modo mais apropriado o Caminho do Meio, o Nobre Caminho Óctuplo. Este esforço correto liga-se, creio, ao foco que deve presidir a maioria de nossas ações. Vejamos:

1. Esforçar-se corretamente não significa necessariamente intensidade de praticar, agir. Por exemplo, se nossa prática, nosso agir, qualquer que seja, nos fizer sofrer, ou sofrer a outros, está desvirtuada. Nossa prática e ação deve ser inteligente, baseada na real compreensão do ensinamento subjacente. (No Budismo se diz 'praticar' pois, mediante nosso correto, diligente - aplicado -  agir, nossa atenção constitue-se como que em método para alcançar fins; é metodologia de aprender a viver, de vivenciar)

2. Um Esforço Correto conduz nosso agir a alcançar valores humanos como amor, lealdade, reconciliação. Obviamente quando nos esforçamos de modo correto a alegria e a felicidade a acompanha, mais cedo ou mais tarde - são índices, critérios de nosso esforçar apropriado. Um exemplo: quando se acorda, devemos sorrir - temos a bênção de mais um dia para praticar o Caminho. Mas como sorrir, se acordo com dores, angustiado, temeroso? Sorria para tudo isso também!!  Antigamente eu poderia me assustar quando acordava e ia ao toalete escovar os dentes, com a minha cara amassada. Resolvi colocar no espelho um lembrete tipo post-it que dizia, com aquela figurinha muito conhecida estilizada de sorriso :-) "Sorria!!" e, logo-logo, me condicionei a realizar isto 'automaticamente' nas manhãs, quero dizer, de modo cônscio; sim, consciente da necessidade do sorriso ser presente em meu rosto frente a qualquer situação (minha feição não ajuda muito as pessoas a 'se  soltarem' na minha presença, e se estiver carrancuda, então, pode mesmo assustar...). Mas confesso que ainda tenho dificuldades de manter esta prática; que fazer... - devo insistir, esforçar, pois sei que isso é correto em todos os sentidos!

3. Com o tempo descobre-se que qualquer prática, qualquer agir, se realizado com a energia e disposição da plena atenção, pode ser expressão de um esforço correto. Assim, lavar os pratos, varrer o chão, cuidar de crianças ou idosos adoentados podem ser eventos muito preciosos  (hoje cedo fiquei minhas 3 horas cortando cabelo e barba no asilo, como sempre faço às terças e sextas-feiras, e pude orar ao Pai Celestial mais uma vez pela bênção de poder servi-Lo)  para nosso despertar.

Aprendi em minha vida que o sofrimento é um tipo fundamental de experiência que pode nos conduzir a uma prática, a um agir consciente que, adornado pelo Esforço Correto, nos faz atingir conquistas existenciais, pessoais, muito importantes. Se estamos ansiosos ou tristes, quando assim praticamos sentimos alívio. Necessitamos de muita energia (leia-se estudo, conscientização) para contemplar o sofrimento e investigar suas causas, e sabemos que somente este tipo de compreensão é que poderá nos dizer como (qual o caminho para)  colocar um ponto final no sofrimento. Em outros termos, quando acolhemos o sofrimento, investigando sua(s) origem(ns), poderemos constatar que é possível por um fim no sofrer, visto que existe um caminho para realizar isso. 

O praticar do vivenciar consciente deve ser alegre, prazeroso. Devemos examinar nossa forma de praticar (de agir) em tudo. Não fomos criados para sofrer, ainda que nossa natureza decaída nos induza a isso. Mas, em si, a forma de lidar, de praticar, de agir, com relação a todas as coisas (boas e ruins, doloridas ou agradáveis, ...) deve ser alegre, prazerosa; se não, não estaremos nos esforçando corretamente.