A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

domingo, 21 de junho de 2020

Um singelo poema, achado dentro de um livro, em terra distante...

O recorte de jornal (08 de janeiro 1977 ??)

    Em julho de 2004 fiz uma de minhas viagens a Salt Lake City, capital do estado norte-americano de Utah, onde na oportunidade residiam meus filhos José Geraldo D. Dutra (JD) e Marilia B. D. V. Dutra, ambos casados. É uma linda cidade, onde eu gostaria de residir, depois de Sanja... Lá é a sede mundial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecidos como Mórmons. É um povo único, laborioso, que, vindo do leste dos Estados Unidos, construíram no meio do deserto e ao lado do Lago Salgado (um mar pré-histórico) um estado bonito e acolhedor. Esta Igreja é muito presente no oeste americano, e possui talvez a maior obra missionária em ação no mundo todo. É uma corporação que atua em diversos ramos, todos voltados para a divulgação de sua obra cristã. Eu os respeito muito, pois são sérios e corretos!

    Passeando pela cidade fui numa das loja-depósitos da Deseret Industries, uma das divisões da Igreja Mórmon, dedicada (entre outras atividades) a vender artigos recebidos em doação ao público em geral. Em outras palavras, as pessoas doam bens os mais diversos, e os voluntários da obra social colocam os artigos a preços bem baixos, à disposição da população. Eu, professor, fui à seção de livros e encontrei uma obra bem bacana! E por um preço quase de graça, dois dólares, em perfeito estado! Junto com outros artigos adquiridos lá, trouxe tudo de volta aqui para o Brasil.


    Este livro é uma compilação de citações bíblicas do Velho e do Novo Testamento, organizados por temas (de 'abasement' a 'zeal'), publicada pela tradicional Editora Doubleday and Company (Garden City, N.Y.) em 1948. Seu autor, Lester Berrey, foi um clérigo antes de dedicar-se à lexicografia e editoria de livros. É uma fonte de citações muito útil para preparar prédicas e para estudos bíblicos... Ótima aquisição para minha biblioteca!

    Uma coisa curiosa me aconteceu. Folheando o livro, encontrei o pequeno recorte de jornal, já amarelecido pelo tempo, cuja foto inicia esta postagem. Trata-se de um lindo e emocionante poema, escrito pela esposa de um senhor falecido em oito de janeiro de 1976. Foi publicado em algum jornal, recortado e colocado no meio do livro. 


    Está escrito nesta primeira página "MOTHER BEAN FROM RUBY WELCH DAUGHTER", ou seja,  significa algo como (foi presenteado) "de sua filha Ruby Welch para mãe Bean".  Obviamente não podemos saber quem destas pessoas todas - ou até outra! -  foi quem fez chegar até mim o recorte de jornal, mas vale a pena meditar sobre o poema que nele há (humilde tradução minha...):


Em amorosa memória de Delmar Teets, falecido um ano atrás em 8 de Janeiro de 1976.

Dormindo suavemente no campo santo,
onde as flores gentilmente ondulam,
repousa aquele que mui ternamente amei,
mas que não pude salvar.

Deus sabe o quanto sinto saudade,
Ele conta as lágrimas que verti,
e sussurra que ele somente dorme,
meu amado não está morto.

Se o mundo todo fosse meu,
eu o daria, sim, e muito mais,
para ver o rosto de quem amei
e tê-lo  de volta novamente.

Eu não soube a dor que sentiu
nem ouvi seu último suspiro,
Sei somente que ele partiu
sem uma despedida final.

Deus me fortalece para aceitar
e coragem para suportar o golpe,
mas o que significa perde-lo
ninguém jamais saberá.


Sua esposa amada e saudosa,
Joanne.

    
    Que bela lição de vida nos passa, ainda que num vislumbre, estas palavras, que meramente ilustram o que pode ter sido uma vida em comum tão plena! E, à parte os meandros do destino que fizeram tal depoimento chegar às minhas mãos, achei que seria de certa forma uma espécie de egoísmo guardar isso só para mim. Nestes tempos "pandêmicos", doridos, lancinantes, qualquer emoção que nos faça lembrar que sempre pode haver uma dor maior que a nossa nos faz ser agradecidos pelo tanto que temos e tivemos e, por decorrência,  que necessitamos ter esperança - sempre - de tempos melhores.  Isto também vai passar!

segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Sublime Ordem



1. Depois de velho, aceitei o convite de um amigo do Lions para candidatar-me a fazer parte desta tradicional fraternidade. Como várias outras associações discretas, sofre perseguição e más-compreensões, honestas ou não, de pessoas corretas (ou não). Outro dia vi a defesa desta minha agremiação por um eminente estudioso Espírita e, sendo presbiteriano, senti mais forte minha admiração por estes irmãos kardecistas (na oportunidade - um vídeo numa destas populares redes sociais virtuais - o erudito, grande conhecedor da Maçonaria - e sem pertencer a ela, revelou saber, entre outras coisas, que somos perseguidos como eles). Creio que a melhor 'vacina' para não cairmos em preconceitos e proferirmos sandices ou parvoíces (denotando nossa ignorância - que 'mico' terrível que muitos pagam hoje em dia e parecem até achar bonito!!) é estudar, inspecionar, averiguar, antes de opinar.  Pessoas corretas (e incorretas) existem em qualquer agremiação, associação ou sociedade honesta, com objetivos sadios. Que erro crasso julgar uma associação pela conduta eventual de um(uns) de seu(s) membro(s); mais obtuso ainda explanar (maldosamente) sem conhecer sobre o quê está a referir-se. E hoje em dia a irracionalidade parece (paradoxalmente) recrudescer, nos mais diversos campos, malgrado os avanços culturais e científicos... Crédo!

2. A Maçonaria visa aperfeiçoar a sociedade mediante o amplo e perene primoramento de seus membros, privilegiando em especial o estudo da Ética. São investigadas e debatidas livremente várias disciplinas dentro do programa de estudos inerente à formação do Mestre Maçom. Existem três graus de estudos a galgar, abrangendo temas pertinentes do nível de Aprendiz, nível de Companheiro e o nível final, de Mestre, cada qual enfatizando aspectos determinados para o aperfeiçoamento do Homem. Existe a possibilidade de avançar em estudos filosóficos, após o grau de Mestre. O Maçom estuda a vida inteira, a si e ao mundo, de um modo geral. 

3. A Maçonaria é uma ordem discreta (e não 'secreta', como muitos gostam de sussurrar à boca pequena...) e, por causa disto, desperta infundados temores em muitos dos que não pertencem aos seus quadros. Mas é uma sociedade regular como as outras, que deve registrar seu objetivo social em cartório, pagar impostos, etc. Tem Regulamentos, Ritos e uma Constituição e,   em seus mais de 300 anos de organização acreditada, em todos os países onde atua,  os seus membros são patriotas e afirmam serem crentes em Deus (se a pessoa que se candidatar a fazer parte for ateu, sua admissão, de acordo com os Estatutos, não se concretiza.  Ahh... e a esposa do candidato também tem que autorizar sua candidatura, senão "nada feito"...). Tradicionalmente, a grande maioria - praticamente a totalidade - das sociedades Maçônicas são formadas somente por homens, tendo as mulheres e jovens efetiva participação nas sociedades para-Maçônicas. 

Creio que um dos motivos de certa (maldosa) 'ignorância' sobre a Maçonaria resida no fato de haver uma bela cerimônia (mantida oculta ao iniciante, para fins propedêuticos) quando da iniciação da vida maçônica do homem aceito. Há muito simbolismo na tradicional cerimônia, e depois, um jantar de confraternização maravilhoso - e isto ninguém nunca diz... Vá entender! 

A Sociedade Maçônica faz benemerência (sem tocar trombeta, como p. ex. os admiráveis Vicentinos ou os Espíritas, entre tantos) em sua comunidade pois seus membros habitualmente tem projeção social, mas são antes de tudo cidadãos, representantes dos diversos estratos sociais, sem qualquer distinção. Um dos ótimos materiais informativos que vi sobre a Maçonaria foi o documentário inglês "Maçonaria - segredos revelados", no NETFLIX, de 2017, com 5 episódios. É muito bem produzido e dá uma boa (e divertida) ideia sobre esta antiga sociedade, amálgama de muitas (algumas algo obscuras) tradições antigas.

4. A ideia de Deus na Maçonaria é representada consensualmente como 'Grande Arquiteto do Universo', evitando desgastes com os membros que O denominam como Allah, Krishna ou Buda. Assim, apesar de não ser entidade religiosa (meus 'irmãos' maçons professam diversas religiões), é de certo modo espiritualizada. Aqui no Brasil temos um Livro Sagrado - a Bíblia - presente na sala de reuniões; em países majoritariamente muçulmanos pode-se ter o Alcorão,  e assim por diante. 

5. Quando resolvi aceitar o convite para candidatar-me, estas e outras questões básicas me foram esclarecidas (e à minha esposa também, em reunião separada).  Eu não desejaria pertencer a uma associação que conflitasse com minha fé cristã. E apesar de existir muita boa informação hoje em dia nas redes sociais, em Youtube (mas cuidado, tem bobagens de maledicentes também...) etc., uma reunião prévia com o candidato se fez necessária. Posso dizer que não me decepcionei; ao contrário. É uma honra pertencer ao quadro de membros da quase-centenária e prestigiada Loja Presidente Roosevelt - 75, aqui de São João da Boa Vista, SP (e, curioso, quando entrei para a Ordem, vim a saber - no precioso dia de 02 de Setembro de 2019 - que lá fazia parte alguns de meus amigos!).

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sars-CoV-2 ...

Renan, eu e Jelde,  2019...

1. Eis aí dois moços muito bonitos, cheios de vida. Empresários bem-sucedidos, batalhadores. Costumávamos nos encontrar sempre, mas esta peste pós-moderna nos afastou. Procurei algumas vezes os amigos mas estão muito ocupados tentando sobreviver aos percalços econômicos e emocionais que esta pandemia determinou. E a gente se contém aqui para não ser inconveniente... Um dia aparecem! Mas temo que até a saudade "um dia acaba", por vezes nem lembrança restando.

2. Vejo daqui do observatório que muitos vaticinam um tal de "novo normal", tentando advinhar o resultado de tantas e impactantes alterações sociais (em todas as dimensões - econômicas, familiares, emocionais, laborais, educacionais, políticas etc.) determinadas por esta infestação mundial. Creio modestamente que, pelo pouco que sei do humano do Homem, pouca coisa mudará. Continuaremos a flanar pelo mundo, inconstantes, apaixonantes/apaixonáveis (quero dizer "dependentes de apreciar alguma  'paixão', ilusória, passageira, fugaz"), reagindo idiossincraticamente à crise, com as habituais diferenças de competência. Continuaremos a ser invejosos, interesseiros, atraídos pela moda, à novidade que surge a todo instante. 

Salta aos olhos a marcante diferença social:  como ela se torna dramática nestes tempos. Uns, convenientemente 'isolados socialmente' (a melhor estratégia para evitar adoecer, com a inexistência de terapia ou vacina contra o maldito vírus) com a geladeira cheia, vendo TV por diversos canais por streaming e TV aberta, de "férias", e muitos outros tendo que sair do isolamento, por dever profissional ou por ter que buscar diuturnamente o sustento... Stress dobrado e sofrimento sem fim.. 

3. Meus pais idosos (ele 92 anos, ela 90) andam tristes pela prisão domiciliar lá em Campinas, no apartamento ('apertamento' ou 'afastamento' ?), sem  receber visita dos netinhos e bisnetinhos, apesar de um outro filho aparecer de vez em quando. Eu estou saudoso mas voltarei às visitas daqui uns meses, a ver o "andar da carruagem"....  Não dá para brincar com esta doença! Aqui de casa só saio para coisas imprescindíveis, como consulta médica. Aulas, terminando minha carreira docente, tenho ministrado somente pelos aplicativos de "lives", no Facebook, de modo remoto.. Outro aplicativo, o Google Sala de Aula, nos ajuda a fazer verificações de aprendizagem.. Ao fim de junho agora vou digitar no site da Universidade as notas dos alunos e alunas e, dado que já fiz o pedido de aposentadoria ao Instituto de Previdência do Município aqui ( sou funcionário público de Autarquia na área da Educação ) creio que a partir de Agosto poderei me dedicar todo o tempo a ser somente Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta. 

4. Grande saudade sinto da ritualística e da egrégora da Sublime Ordem. Frustra um pouco o atraso das instruções de Aprendiz, mas o que fazer. Quase tudo foi posto em "suspenso" e vai demorar para voltarmos à normalidade ("novo normal" ?) - uns falam que no fim do ano em alguns casos, outros que talvez em 2021 tenhamos vida habitual. Mas a Economia sabe Deus quando, com a confusão das finanças públicas, arrombada desde antes da famigerada  'Presidenta'  Dilma... Eu agora só gostaria de poder ir tomar meu café com Bilú lá no centro da querida São João da Boa Vista, que a cada dia fica mais bonita!