A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Tragédias periódicas e outros comentários.


 Fernando Frazão/Agência Brasil

(obtido de https://noticias.r7.com/ em 21/02/2022)


1. Quantas notícias tristes acerca dos desmoronamentos na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro! Agora que o tempo começa a passar e a ampla comoção começa a ser "esquecida", principalmente pelos órgãos de comunicação (sim, a guerra da Ucrânia agora domina o noticiário...) creio que aí sim deveríamos colocar em pauta novamente o assunto e pressionar as excelentíssimas autoridades para que tomassem decisões efetivas para minorar o sofrimento. Todo ano escutamos tais tragédias, com perdas de muitas vidas, resultado de uma enormidade de fatores, principalmente a omissão dos políticos. Difícil não se emocionar com as estórias das famílias impactadas, uma mais triste que a outra. A impressão que fica é que a vida humana, a cada dia, tem seu valor mais diminuído: parece valer quase nada. Como somos frágeis e desamparados... Num instante podemos deixar de existir, restando na memória dos sobreviventes somente saudade dorida e permanente. 

2. Minha recuperação da artroplastia tem sido errática: após uma fase praticamente sem dor, ultimamente tive que apelar para remédios, principalmente à noite. Tenho feito com minudência minha Fisioterapia e Pilates (bicicleta ergométrica minha fisioterapeuta aconselhou-me suspender por um pouco, até o quadro geral ficar mais claro...) mas sem forçar, sem ocasionar dor - ordens médicas. Tenho uma hipótese para o retorno de tal estado dolorido deve-se à postura de minha perna na hora do sono. Como devo, dormindo de lado (que é a melhor posição), colocar um travesseiro ou almofada espessa entre as pernas, sinto que, ao me movimentar durante a noite, a perna com a prótese acaba perdendo o apoio apropriado, prejudicando o próprio sono, inclusive. Voltei a amarrar a almofada na perna, e parece que dormi melhor esta noite - mas pode ter sido também por causa da medicação - prefiro relaxante muscular a analgésicos. Outro dia teimei em não tomar nenhum remédio - temo pelo meu fígado -  e demorei muito a conciliar o sono. Vai demorar para tudo ficar cem por cento...

3. Iríamos, toda a Sociedade, retomar no começo deste mês de fevereiro as atividades em geral que preveem certo ajuntamento, como as reuniões da Arte Real, mas o recrudescimento da pandemia, via a variante Ômicron, obrigou-nos a deixar tudo como está por pelo menos mais um mês. Em que pese a esta altura  quase 90% da população no Estado de São Paulo estar vacinada (ainda que certa parcela não tenha completado toda a série de aplicações) as internações e mortes voltaram a aumentar, obrigando as medidas restritivas. Mas, se não surgir outra variante, outra cepa de virus mais mortífera, julgam as autoridades que a tendência doravante é amainar as contaminações e, por decorrência, abrandarem-se mais um tanto as restrições sociais. Quanta saudade dos outros tempos! Creio que doravante o povo, tão cioso de sua 'liberdade', vai valorizar mais a convivência...

4. Já comentei anteriormente isso: depois que tive que a Covid-19, minha memória que nunca foi ótima, por falta de sono reparador, ficou pior, ao que parece. Mas, otimista que sou, vejo um lado positivo nisso... Muitas séries de TV que apreciei em canais de streaming não retiro do meu catálogo pessoal, e volto a assistir as mesmas, um ano ou tanto depois! Recentemente encetei apreciar a ótima série policial 'Bosh' (2016, com 7 temporadas de 10 episódios cada), da Amazon Prime Video. O ator Titus Welliver interpreta um detetive durão, marrento, mas apreciador - olha só - de smooth jazz, o que me atraiu ainda mais. Muito bem filmado, com enredos impactantes em cada temporada. Outra série que retomei, agora da operadora Netflix, foi a mui interessante 'Tokyo Stories: Midnight Diner', de 2019, com duas temporadas de 10 episódios cada. Enredos de 25 minutos, com tópicos bem humanos, mas engraçados por vezes. Ali, outra série japonesa que retomei também, 'Samurai Gourmet' (2017), diferente de tudo o que você possa ter visto, com ótimos atores. Fala sobre as descobertas gastronômicas de um recém-aposentado disposto a novas vivências. 

Até mais...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Virtudes... a Temperança.

 


[ Hoje estou a escutar na Amazon Music Prime uma jazzista de traços orientais,
e de curioso nome: Grace Kelly ]

Voltemos ao nosso assunto sobre a Ética das Virtudes. Analiso brevemente a temperança que, conforme os dicionários, seria a qualidade de quem é moderado, comedido (em especial nos dia de hoje em relação às comidas ou bebidas mas, ao que parece, nem tanto com os modos à mesa...), equilibrado, parcimonioso. Esta importante e pouco apreciada virtude, que regularia pela Razão nossos apetites ou desejos sensuais, permitiría-nos assim desfrutar melhor das benesses ao nosso alcance, posto que seria portanto um gozo mais esclarecido, dominado, cultivado, apreciado de modo equânime. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, diria alguém. 

Temperantes, somos senhores de nossos prazeres, não escravos, pois desfrutamos ali juntamente a nossa própria liberdade. Intemperantes, nos tornamos vassalos de nossos corpos, de nossos desejos, de nossos incontroláveis hábitos, aprisionados em sua força ou fraqueza... Se sou temperante, consigo contentar-me com pouco, visto que não é questão de quanto, mas sim do poder que me concedo ao apreciar, e este decididamente um apreciar superior. Revela o temperante um árduo trabalho de vasculhar o desejo sobre si mesmo, visando não a superação ou mera satisfação a partir dos nossos limites, mas sim visando a respeita-los. O intemperante está sempre triste, pois nunca se satisfaz com o necessário e suficiente para viver numa sociedade de abundância relativa, mas a cada momento deseja (e sofre, pela percebida incompletude) mais e mais...

Duas prisões aqui nos sujeitam: quando nos comparamos com o outro (em seu aparente ou efetivo desfrute de algo) e na ilusão da especificação, determinação-quantificação de algo para que venha a nos satisfazer efetivamente. Nossa régua, nosso standard, ilustrado ou estabelecido p. ex.  pela moda, propaganda ou pela vaidade de emular (possível) felicidade do outro, fatalmente entorpece nosso julgamento. O outro ou outra 'sempre' parece ser mais feliz ou realizado que a gente. Tais armadilhas podem estar na raiz de muitos adoecimentos que observamos em sociedade. Por exemplo, nunca consigo entender, por mais que examine as muitas hipóteses, porquê tantas criaturas utilizam substâncias que alteram a consciência... Consumir algo que altera a química de nosso ser em si já deveria ser algo a se duvidar ou desconfiar. Mas mais e mais vemos pessoas se entorpecendo, insatisfeitas, fragilizadas.. Falta instrução, orientação ou amor-próprio? 

As forças do ser do homem voltadas por natureza para a autoconservação, aperfeiçoamento e realização são aquelas mesmas forças que podem desnaturalizar o homem para a autodestruição. Assim, creio que a introspecção metódica da pessoa se impõe como chave para o correto situar-se perante este mundo com tantas 'tentações' - se nos conhecermos melhor poderemos estabelecer e respeitar os limites do desfrutar libertador das coisas que - ao final e ao cabo -  não nos pertencem, mas que insistimos em possuir, ocupar, 'domar'. Ledo engano!


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Pensamentos esparsos...

 

Fotógrafo Rafael (Trick Foto, de S.J.B. Vista, SP)

[Hoje escuto Dr. Saxlove, um canal de Smooth Jazz no YouTube;
ontem estava, via Alexa da Amazon, a escutar Peter, Paul & Mary]

1. Olhem aí Bilú e eu num ensaio fotográfico que periodicamente realizamos na Trick Foto (este menino, Rafael, foi meu aluno na Faculdade e fotografou - maravilhosamente - nosso casamento, um graaaande profissional). A gente faz um álbum com as melhores fotos, além de um ou dois quadros (frame) para exibir em cima dos móveis . Livia participou de algumas destas sessões fotográficas passadas mas, ultimamente, ela anda muito atarefada com sua faculdade e com outras incumbências... A cada vez pareço mais velho e Ruth, mais bonita. Ainda bem. Se esta equação ficar novamente muito díspar, tomo minhas providências!

2. Outro dia vi no Estadão uma citação do notável Senador e Historiador Romano Públio Cornélio TÁCITO ( Publius Cornelius Tacitus, 56 dC 117 dC ?) que ilustra bem - faz tempo - minha querida mas sofrida Pátria: 'O mais corrupto dos Estados tem o maior número de leis'. O Brasil tem um rol de dispositivos legais assombroso, dando azo inclusive a que classifiquemos as que "pegam" daquelas que são ineficazes, ineficientes, insonsas. Em decorrência, o funcionamento do outro poder, o Judiciário, fica a dever também, tantas as brechas e contorcionismos hermenêuticos que tal cornucópia legislativa permite. Lendo nos jornais o que boa parte de nossos representantes em diversos níveis diuturnamente perpetram, parece que usam sua imaginação de modo diverso ao que um verdadeiro estadista faria. Tristes trópicos... (lembrei-me do livro do grande antropólogo e filósofo Claude Lévi-Strauss)

3. Gente, toda vez tenho que falar... Cada modalidade de extremismo, negacionismo e terraplanismo que grassa hoje em dia em todos os meios de comunicação e nas redes sociais! O pessoal passa recibo de inculto, bronco, e nem (parece) percebem. Cada argumentação rasa, sem evidência(s) factual, firme, veraz, fundamentada por critérios verificados (que é o que justificariam a crença correta em algo, sem temor de errar) que se observa e, pior, por vezes proferida por aqueles que conseguiram estudar no terceiro nível (faculdades etc.).  O problema é que não temos atualmente (antigamente havia Feira de Ciências etc.) educação para a Ciência em nosso sistema educacional, desde as primeiras letras... O 'ouvi dizer' , 'li em tal lugar' ou 'fulano afirmou' parece ter  tanto valor hoje quanto pesquisa sistemática, rigorosa, regulada, ética, examinada por pares. E, para completar o cenário cruel, adornada este soi-disant saber pela virulência, fanatismo, e intolerância que em geral acompanham as tais condutas dogmáticas e radicais, inviabilizando o necessário debate (saudável) das ideias. 

4.  Um efeito colateral que a recuperação desta minha cirurgia de artroplastia determinou-me é a melhor atitude de atenção e concentração, que temos que observar em todas as coisas. Tenho certo distúrbio de atenção que me faz estabanado, estouvado em muitas coisas, mas agora o medo obriga redobrar (triplicar) o atento cuidado com as atividades mais comezinhas, sob perigo de cair, acidentar-me. E a idade aumenta as oportunidades de agir desajeitadamente, credo. Assim, mesmo uma coisa drástica de saúde pode transmutar-se em boa prática Zen... E isto ajuda também a melhorar a memória que, como já comentei anteriormente, anda ruim, ruim. 

5. Sou muito grato a Deus por tanta coisa... Lembro-me de um jovem senhor que estava albergado no Lar de Idosos São Vicente de Paulo aqui de Sanja, onde sou voluntário. Ele tinha certa proeminência no braço que chamava a atenção. Disse-me que era por causa das sessões semanais de diálise que ele precisava realizar. Que tristeza! Raro o dia em que, indo ao toilette, eu não agradeça aos céus ter bom funcionamento renal. Uma coisa banal, corriqueira mas que, se não estiver ok determinaria tanta perda de Qualidade de Vida... Estou constantemente agradecendo e nas minhas orações reforço meu reconhecimento pelas abundantes graças dos Céus. Quando listamos os alimentos que temos, o sono reparador, os amigos, a Familia etc. podemos constatar o quanto somos ricos! Agora que estou a andar sem dor alguma (coisa que por três anos sofri) vejo realmente como é nas pequenas coisas que efetivamente reside o ser feliz...

6. Adoro quadrinhos, mangás e gibis... Mas não compro mais como antigamente. O que mais aprecio são estórias gráficas de Samurais. Mas o que tenho curtido mais recentemente são os quadrinhos nos jornais. Um dos quadrinistas que mais admiro é a Laerte, do jornal Folha de São Paulo. Tem dias que parece que a artista toma umas biritas ou fuma algo alucinante, mas em geral nos faz pensar e/ou rir sobre o certo absurdo do existir com seu traço característico. É de admirar...

Publicado dia 31/janeiro/2022 no jornal Folha de São Paulo.