[ Coloco agora no dispositivo a música "You go to my head", magnificamente conduzida pelo saxofonista americano Art Pepper (disco 'Bunny')... É um maravilhoso entorno para escrevinhar estas modestas linhas... ]
Jornal Folha de São Paulo
1. Gosto muito de quadrinhos (em inglês cartoon). Considero uma forma refinada de arte visual ilustrada bidimensional, com um potencial de entretenimento/comunicação enorme, permitindo, além de diversão, refletirmos nossa realidade pessoal e/ou social, por meio de abordagem satíricas ou mesmo fazendo caricaturas. Tenho diversas revistas de quadrinhos aqui, dos mais variados formatos, sendo que a modalidade que mais aprecio é a dos 'mangás': produções características da Terra do Sol Nascente, em especial aquelas que envolvem estórias de ninjas e samurais. Acima, temos um exemplo de uma forma "resumida" de quadrinho que os jornais (e algumas revistas) costumam publicar nas páginas de variedades. Elas possibilitam a quase instantânea transmissão sintetizada de informações, subsidiando ao leitor pontos importantes para considerar, ou somente divertir. Nesta 'tirinha' acima podemos apreciar, p. ex., uma caracterização da dubiedade por vezes absurda, quase 'cinematográfica', que envolve o cenário político atual aqui do Brasil...
Jornal O Estado de São Paulo
Neste segundo quadrinho, de um famoso cartunista americano - Addison Morton Walker ('Mort Walker', falecido em 27 de janeiro de 2018) fiquei pensando se o autor não insinua o (desrespeitoso) tratamento que certa parte da população concede aos jornalistas, esta classe trabalhadora tão importante numa democracia... Nestes inusitados tempos de enxurradas de fake-news, temos que prestar mais atenção nos acontecimentos impactantes do dia-a-dia, nos diversos setores. Assim, é imprescindível selecionar veículos sérios de comunicação, onde labutam profissionais gabaritados, para que possamos formar nossa opinião de modo fundamentado, discernindo a natureza das naturais preferências (mormente tendenciosas) que possam toldar nosso julgamento. Mas concedo que hoje em dia esta tarefa está cada vez mais difícil de ser realizada de modo confiável.
2. Acima, uma fotinho deste eventual escrevinhador, tirada há pouco aqui no celular. Resolvi cortar doravante barba e cabelo à "máquina dois", como diria um barbeiro ao regular a altura da máquina elétrica empregada para desbastar os pelos... Já usei barba e cabelos compridos (principalmente quando tive a Garage Barbearia, de saudosa memória), mas sei o trabalho que dá mantê-los em ordem. Ficou agora mais prático, higiênico e, melhor de tudo, autorizado pela patroa (ela diz que aprecia barba tipo 'cafajeste')! Mas o fato é que está na moda usar barba 'por fazer', coisa inimaginável há pouquíssimas décadas atrás. Convenhamos que é muito aborrecido usar gilette, navalha ou aparelho elétrico todo dia, como antigamente se impunha. A moda se altera constantemente (em geral vai e volta)...
3. Dica de livro muuuito legal, principalmente para quem trabalha na área da saúde: O rio da consciência, de Oliver Sacks (São Paulo: Companhia das Letras, 2017). Foi a última obra deste renomado médico, professor e neurocientista inglês, falecido em agosto de 2015 aos 82 anos. Ele publicou muitos outros livros de sucesso tanto para especialistas quanto ao grande público, caracterizados por escrita flúida e empolgante, mas nem por isso menos criteriosa e aprofundada, rigorosa.
Este livro (um tanto memorialista) aborda fatos sobre Darwin, Freud e aspectos sobre a nossa vida mental - p. ex. homeostase, qualias, percepção, memória e neuropatias - que nos deixam ainda mais apaixonados pelos mistérios que envolve a consciência e seus produtos. Para aqueles como eu que valorizam a Ciência como o melhor instrumento que o Homem alcançou, considero esta obra um sedutor relato de como, apesar de tantos percalços que a vida pode trazer, ainda resta muita beleza para ser admirada!