A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quinta-feira, 27 de março de 2025

Pistas do sentir-se de bem com o mundo...


https://www.pensador.com/frases_sobre_felicidade/


Sou uma pessoa feliz. Aprendi a contentar com o pouco que tenho e sistematizei uma maneira de ver o mundo de ta modo que dificilmente me entristeço. Hoje vou dar uma pista, um dos fundamentos de minha maneira de considerar as coisas que não posso mudar, ou seja, que estão fora de mim, em tese, "fora" do meu poder de altera-las. Óbvio que o acesso a muitas coisas que aprecio me fazem "feliz", como a música, a companhia de gente boa, etc., mas o modo de pensar é o segredo de ser feliz, pois visualizamos o mundo melhor do que ele em geral se apresenta e, grosso modo, minimizamos ou impedimos assim as chances da infelicidade se apresentar...


Uma conceituação que me ajudou muito em treinar minha mente foi o conatus, que é um dos pilares fundamentais da filosofia de Baruch de Spinoza (1632-1677), filósofo holandês de origem portuguesa, cujo pensamento se distingue pela busca de um sistema filosófico racionalista e monista. Spinoza (em português Bento de Espinosa - a familia dele veio para Holanda de Portugal) foi um dos pensadores mais influentes da era moderna, e sua teoria ética e metafísica, expressa principalmente em sua obra magna, Ética, oferece uma visão profunda da natureza humana, do universo e da moralidade. O conatus, ou "impulso" ou "tendência", é uma ideia central em seu sistema filosófico e está diretamente ligado à sua concepção de substância, livre-arbítrio, emoções, ética e à busca pela felicidade. No pensamento de Spinoza, o conatus pode ser compreendido como o esforço ou a tendência fundamental de cada ente para preservar sua própria existência. A palavra "conatus" vem do latim e pode ser traduzida como "esforço" ou "tendência". De forma simplificada, é a força interna que move todo ser a buscar a autossustentação e a perpetuação de sua natureza. Em sua obra Ética, Spinoza formula o conatus como a essência de cada coisa, afirmando que cada ente no universo possui uma tendência natural de continuar existindo conforme suas próprias propriedades essenciais.


Spinoza propõe que existe uma única substância, a qual ele chama de Deus ou Natureza (Deus sive Natura), que é a causa de si mesma e que contém todas as coisas que existem. Esta substância única se manifesta em tudo o que existe no Universo, e cada coisa particular que existe, seja ela uma pedra, um ser humano ou um planeta, é uma modificação ou modo dessa substância. Cada modo da substância, ou seja, cada ser ou objeto particular, possui o conatus como a tendência intrínseca à sua natureza. Isso significa que o conatus não é algo externo ou imposto de fora, mas uma força interna e essencial que está diretamente ligada à própria definição do ser, uma força vital que busca preservar a existência e aprimorar-se dentro dos limites da natureza. No caso dos seres humanos, o conatus é descrito por Spinoza como a tendência fundamental para a preservação e aumento do poder de agir. Para ele, a essência humana é definida pela razão e pelo desejo de autoconservação. Cada ser humano, então, está em busca de aumentar o seu próprio poder, o que pode ser entendido como o esforço para atingir a plenitude da sua natureza. 


Spinoza vai mais longe ao sugerir que o conatus também está intimamente relacionado ao desejo (ou amor), sendo este o desejo de perseverar na existência. Isso implica que os seres humanos, como todas as coisas no universo, são movidos por essa força essencial que, no entanto, é experimentada por nós de maneira mais complexa e mediada pelas emoções. Spinoza considera que as emoções humanas são modulações do conatus. Ele os chama de 'afecções' e os define como os modos pelos quais o conatus se manifesta, sendo sempre uma experiência interna do indivíduo em relação à sua autossustentação. As emoções, então, são a resposta do indivíduo à sua interação com o ambiente, sendo causadas pela adequação ou inadequação do ambiente à sua natureza.  Spinoza distingue entre emoções positivas (como o prazer e a alegria) e emoções negativas (como o sofrimento e a tristeza), e argumenta que as emoções podem ser controladas ou melhor compreendidas quando se entende a relação entre o conatus e o mundo ao redor. A felicidade, no pensamento de Spinoza, é entendida como o aumento do poder de agir de um indivíduo, e esse aumento está diretamente relacionado ao domínio das emoções e ao uso da Razão para entender melhor o que é benéfico ou prejudicial ao conatus.


Um dos aspectos mais intrigantes do conceito de conatus é a maneira como ele se relaciona com a liberdade. Em muitos sistemas filosóficos, a liberdade é muitas vezes associada ao livre-arbítrio, à capacidade de agir de forma independente. No entanto, Spinoza rompe com essa concepção. Para ele, a verdadeira liberdade não é a capacidade de agir de maneira arbitrária, mas sim a capacidade de agir de acordo com a Razão e, portanto, de agir de maneira que favoreça o conatus de forma racional e consciente. A liberdade, portanto, em Spinoza, está diretamente relacionada à compreensão da Natureza e à ação conforme a Razão. Quanto mais uma pessoa compreende as leis da natureza, tanto do universo quanto de si mesma, mais ela é capaz de agir em conformidade com o seu verdadeiro conatus, o que resulta em um aumento do seu poder de ação. Dessa forma, a liberdade verdadeira é encontrada na compreensão do que é natural e necessário, e não na capacidade de agir contra essa ordem. Em sua moralidade, Spinoza propõe que a virtude é um meio de aumentar o poder de agir, que é essencialmente a preservação do conatus. A virtude, para Spinoza, não é uma obediência a um código moral externo, mas sim uma expressão do aumento do poder de agir de um indivíduo conforme sua natureza racional. A moralidade e a ética no pensamento de Spinoza não se baseiam em mandamentos ou proibições externas, mas na Razão como um guia para viver de acordo com o conatus, ou seja, com o esforço natural de preservação e realização do ser. De acordo com Spinoza, viver eticamente significa viver em harmonia com as leis naturais do Universo, reconhecendo que a felicidade é alcançada através do conhecimento e da Razão, e não através da satisfação de desejos irracionais ou contraditórios ao conatus. Isso implica que a ética spinozista é essencialmente uma ética do autoconhecimento e do entendimento do próprio ser dentro de um Cosmo causal e interconectado. Obviamente que um razonar adequado se adquire com treinamento, dedicação e persistência.


O conceito de conatus em Baruch de Spinoza é fundamental para entender sua filosofia, pois reflete sua visão do universo como um sistema dinâmico e interconectado, onde cada ser possui uma tendência essencial à auto-sustentação e ao aprimoramento de sua natureza. Esse conceito abarca não apenas a metafísica e a ética spinozistas, mas também oferece uma perspectiva única sobre a liberdade, as emoções e a felicidade. A liberdade verdadeira, segundo Spinoza, não é a ausência de determinação externa, mas a capacidade de agir em conformidade com a Razão e de realizar o pleno potencial do conatus, levando ao aperfeiçoamento tanto do indivíduo quanto da sociedade como um todo.


sábado, 19 de setembro de 2020

Quase outubro deste ano coronaviral...

Fotinho sem barba...(e sem cabelo)
Ruth de cabelo curto, como a conheci.

1.  Que bênção recebi em ter esta criatura em minha vida! Não existe deleite maior em desfrutar a companhia de pessoa realmente virtuosa. Sempre refleti sobre este fato: 'juntando' as esposas anteriores, vejo que não abarcaram 10% das qualidades desta. Nunca casei pensando em me separar, mas somos - em especial na juventude - levados de roldão nesta vida. As duas ex-esposas anteriores que desejaram terminar o relacionamento; então, fica a sensação nunca elucidada dos defeitos que puderam redundar em tais tristes desenlaces. Por outro lado não creio que fui tão ruim como cônjuge que merecesse me apartar da prole, como elas fizeram... mas tudo isso não importa mais - são mães de meus filhos, então não desejo mal àquelas criaturas, ao contrário.

2. Sempre durmo pouco, e parece que isto piora com a idade. Levanto da cama duas a três vezes para tomar água, e escuto por volta das 3hs. da madrugada os característicos ruídos daquela senhora que faz a importante tarefa de varrição da minha rua. Certa vez, sentada ao meio-fio, desancou a falar ao celular (não em voz alta mas, naquele silêncio todo, a conversação ribombava através da janela)... Por vezes penso em fazer um café para levar para ela. A intrépida servidora deve deitar-se às 17 ou 18 horas para poder cumprir esta notívaga tarefa! 

3. Meu querido irmão Luiz, rearranjando espaço em sua magnífica vivenda, doou-me caixas de livros, revistas,  gibis e dezenas de CDs... uma quantidade enorme de preciosidades que vieram enriquecer minhas biblioteca e discoteca. Curiosamente, auferi ali muito Jazz, que não sabia ser de sua predileção. 'Santo' Serginho, o mais querido dos manos, talvez por ser o do meio dos 5 filho(a)s de Geraldo e Firmina. Não; é porque ele é um gentleman mesmo, em todos os sentidos!

4. Notícias parecem informar que o 'pico' de infestação do Sars-Cov-2 já foi atingido. Doravante teremos - Deus queira! - menos mortes e internações, até que surja a vacina, 'prometida' para o primeiro (ou mais tardar segundo) semestre de 2021. Todos estão cansados de ficar em casa em "prisão domiciliar"...

5. Minha mãe ficou dez dias internada por causa de problemas do divertículo (meu pai e eu também temos isto, um tanto encontradiço com o avançar da idade). Fomos duas vezes a Campinas auxiliar no cuidado dos velhos. Felizmente ela já está em casa, recuperando-se. Tivemos graves temores, em especial pela sua idade avançada. Mas felizmente, graças ao avanço da Medicina, tudo se revolveu a contento!

6. Estamos com saudades do festival gastronômico quinzenal que se realizava na vizinha Águas da Prata, nas noites de terça-feira. Quando retornar a atividade, vamos marcar presença lá... Muuuito bom, com muita coisa para ver e degustar, com gente bonita e amiga!

7. A nota triste da semana refere-se ao passamento de nosso colega docente do UNIFAE, professor Sebastião Galdino, mestre querido, pessoa afável e profissional dedicado; rigoroso mas acolhedor. Ficamos sem acreditar como de um momento para outro uma alma bondosa como esta pode deixar de existir. Uns falam que seu infarto foi problematizado pelo COVID-19, mas não tive certeza ainda sobre esta informação. Descanse em paz!

8. Neste período que estamos mais em casa por causa do novo coronavírus, estou me dedicando a um programa pessoal de estudos sobre a Sublime Ordem. Entre os assuntos diversos, temos os Landmarks, como são denominadas as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal, em número de 25, compiladas pelo célebre Alberto G. Mackey. Existe um ótimo comentário sobre o mesmos no livro 'Vade-Mécum do Simbolismo Maçônico', do grande Dr. Rizzardo da Camino (4a. ed., São Paulo: Madras, 2018, p. 103-129). Este notável gaúcho, falecido em 2007, publicou mais de 50 obras, inclusive sobre a sua profissão, Ciências Jurídicas. Espero que em breve possamos retomar nossas agradáveis reuniões...

terça-feira, 24 de março de 2015

Profissionalismo


Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://backstage.com.br/lazzaro/?p=113

Gente...  está difícil neste pós-modernidade! Celular que não funciona, empresa que instala equipamento sem concluir todas as especificações contratadas, e... 'desaparece', sem dar retorno, que tempos; que dirão aqueles nossos descendentes no futuro? Aliás, vi que mesmo estas coisas digitais que perpetramos não vão durar muito mesmo - imaginamos que estariam guardados em algum lugar 'nuvem'? acho que vai evaporar mesmo, ou 'chover'... ou quando a empresa for vendida, pluff!! ) mas que nada, nada garante que nossas coisas vão permanecer mesmo. Bem, eu não sei nada dos pais dos meus avós - e mesmo deles sei tão pouco! 

Mas sofro para 'inter-relacionar' comercialmente pois parece que a maioria do pessoal das empresas acostumaram mesmo a atender mal a clientela. Raras são as exceções... Cansei de ir a Procons; não resolve muito - é certa ilusão também. Existe uma empresa chinesa que agora vende produtos em Pindorama que se apropriou de uma bateria de equipamento eletrônico (eu tinha mandado para conserto toda a unidade - suspeitava que o defeito poderia ser ali ou no elemento principal; não vou dizer o que era, porque já viu, né...) na maior cara de pau: disseram que eu não enviei a peça, e ficou por isso mesmo. Burro eu que não fiz um descritivo minucioso na hora que coloquei o equipamento no correio - confiei na empresa, uma gigante eletrônica, visto que me instruíram superficialmente (vai saber se esta não era a estratégia...). E vai reclamar para quem? No fundo o que eu acho é que o melhor é ter o mínimo possível, ser uma espécie de asceta urbano, vivendo vida espartana. Talvez um ermitão, um eremita!

Hoje é pregado aqui e acolá que estas virtudes pertencentes ao profissional (a coletânea de procedimentos característicos que está englobada no termo profissionalismo), como a seriedade, competência, responsabilidade, ética, enfim - é o apanágio das empresas vencedoras, lucrativas, perenes, etc. visto que do rol de empregados e donos detentores efetivamente destas características vai compor a totalidade da imagem percebida da organização. O problema humano é que 50 pessoas que agem bem, uma é a imagem, um ou dois que procedem mal... Não é fácil, mas somos assim. 

Vou ter mais cuidado doravante. A cada aquisição, a cada direito, temos que discutir o entorno de tudo, cercar-nos de excessivos cuidados e ressalvas, resguardos e restrições a nosso favor, esclarecer minudenciadamente cláusulas e alíneas obscuras... Fazer seguros adicionais e estabelecer parâmetros de auto-proteção; pegar telefones de 'todo mundo' e vigiar...  Que trabalheira!