Nebulosa (c) Microsoft
Coloco hoje aqui alguns apontamentos de uma das aulas (estudos no Pentateuco) do curso de Teologia que faço no Mackenzie, e que recomendo a todos http://ead.mackenzie.br/cpaj . Te convido a refletir comigo uma das passagens mais impactantes que existe nas Sagradas Escrituras. Refiro-me aos acontecimentos da libertação dos judeus do domínio egípcio (com as diversas idas de Moisés ao Faraó e as pragas que sobrevieram), e sua jornada pelo deserto, por 40 anos. Os fatos abrangem Exodo 4 a 32. Abaixo temos os pontos principais (entre tantos outros que se poderia ressaltar...) que ora destaco.
A idéia de ‘fugir’ do Egito já estava prevista no Plano original de Deus:
Era necessário que o povo padecesse e fosse provado no deserto, conforme Deuteronomio, 2 e 6 e, além disso, Deus já havia feito saber a Abrão o que sucederia à sua posteridade (Genesis 15, 13 a 16), e isto seria para confirmar a palavra que Deus jurou a Abraão, Isaque e Jacó (Deuteronomio 9, 4 a 6).
As idas de Moisés ao Faraó:
a) Na primeira vez que Moisés foi a Faraó, sua a petição era, em nome de Deus, “deixar ir do Egito os filhos de Israel, para que me sirvam no deserto” (Ex 7: 2); Moisés deveria fazer sinais para que acreditassem nele, como lançar o bordão para que virasse serpente. Ainda assim o coração do Faraó se endureceu (7: 13). Como resultado, adveio a primeira praga (7: 17) – as águas se tornarão em sangue. Os egípcios cavaram poços para beber.
b) Na segunda vez que Moisés foi a Faraó, 8:1, a petição foi igual à que vemos em 7: 2, e ‘se Faraó se recusar, castigarei com rãs’ – segunda praga. Faró pediu ( 8: 8) para Moisés tirar a praga e prometeu libertar o povo. Deus fez conf. Moisés falou (v. 13); Faraó, aliviado, não cumpriu, endureceu seu coração. Deus ordena a Moisés: dize a Arão – estende o bordão para que o pó da terra se torne em piolhos – terceira praga. Os magos não puderam igualar: “isto é o dedo de Deus” (v. 19). Ainda assim Faraó não os ouviu.
c) Pela terceira vez, Moisés vai a Faraó, com a mesma petição (8: 20). Caso não deixasse ir, Deus mandaria um enxame de moscas – quarta praga (v. 25). Faraó promete (v. 30); Moisés ora (v. 31), Deus atende Moisés e tira as moscas; Faraó não cumpre sua palavra.
d) Pela quarta vez (9: 1), a petição é igual à do 7: 2. Se o Faraó recusasse, sobreviria a peste no rebanho – quinta praga. No verso 6, vemos que morre todo o gado egípcio e nenhum dos judeus. Ainda assim Faraó endurece o coração e não deixa o povo ir. Deus manda a sexta praga – úlceras, pegas inclusive pelos magos! Lemos, em 9: 12, que o Senhor endureceu o coração do Faraó e ele “não os ouviu”.
e) Pela quinta vez, Moisés vai a Faraó e renova (9: 13) a mesma petição vista em 7:2. Vemos, no vv. 18, 22, que Deus manda a sétima praga – a chuva de pedras. Moisés estende o bordão e cai chuva copiosa de pedras e fogo, menos em Gósen, onde estavam os judeus. Faraó diz “esta vez pequei” e promete (v. 28). Deus atende ao pedido de Moisés (v. 33), mas Faraó torna a pecar (v. 34), ao ver que a chuva de pedras cessou...
f) Na sexta vez que Moisés vai ter com Faraó (10: 1) e exclama ‘até quando recusarás humilhar-te, ó Faraó?’ A petição é a mesma ‘deixai o povo ir para que me sirva’. Pela dureza do Faraó, a oitava praga – gafanhotos, é ministrada. Faraó diz que ‘só os homens podem ir’. Eram muito numerosos os insetos (v. 14) e vemos, no v. 16, Faraó dizer novamente ‘pequei’...Lemos que (v. 19) após Moisés orar, Deus livra o Egito da praga mas, no v. 20, ainda assim ‘Deus endureceu o coração do Faraó’. Moisés estende a mão e houve tenebrosa treva por 3 dias – é a nona praga. Faraó promete (v. 24), mas o Senhor endurece o coração do Faraó (v. 27). Assim, Deus diz a Moisés – ‘darei mais uma praga’ (11: 1) a décima praga: morrerá todo primogênito (11: 5; 12: 29), ‘então Faraó vos deixará ir’. O porquê destas coisas? No v. 9, diz o Senhor a Moisés – ‘Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito’. Mas depois deste último sinal, lemos em 12: 31 que faraó chama Moisés e Arão e ordena, finalmente, que se vão.
Sobre a jornada no Deserto:
A pretensa ‘demora’ para Deus cumprir as promessas feitas aos Patriarcas (os descendentes de Abraão esperaram 4 gerações para vê-las, principalmente a Terra Prometida) deveu-se, podemos ver pelos diversos versículos, à contaminação, abominada por Deus, das terras que seriam dadas ao seu povo santo por parte dos habitantes que lá estavam anteriormente. Sendo Deus Santo, nada impuro pode acercar-se d’Ele, e seu povo eleito deveria saber, assimilar e imbuir-se desta necessidade de santidade.
Creio, adicionalmente, pela perfeição do Plano Celestial, que sempre provê o aperfeiçoamento dos Santos - Deus proveu tudo para que o Pacto fosse efetivo – mesmo em Deuteronomio, no capítulo 8, nos versos 2 e 6 vemos que “o Senhor te guiou no deserto estes 40 anos para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos”... O amor de Deus pelo seu povo excede todo entendimento!
A rebeldia do povo eleito:
A natureza da queda do povo de Israel, que magoou profundamente ao Pai Celestial tem como característica a rapidez com que o povo se desviou do Pacto, e consiste essencialmente esta rebeldia como fazer uma imagem de um outro deus (o bezerro de ouro) e lhe prestar culto.
Estes fatos são importantes para compreendermos o valor do NOVO PACTO, que Jesus veio cumprir. Aprendi ainda mais nestes estudos do Pentateuco o valor da obediência e da disciplina, e vejo com olhos renovados meus Salmos prediletos, 37: 4 e 86: 11.
Nesta noite vou dar mais uma palestra na Igreja, sobre comunicação interpessoal. Que bom sermos instrumentos da obra; é nosso grande privilégio!
Boa semana e que o Pai Celestial possa também muito lhe abençoar!