A V I S O


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sexta-feira, 18 de março de 2011

Fernando Pessoa



           Hoje comento, como prometi, um vate da língua portuguesa. Um dos maiores, em todos os sentidos, é o grande Fernando (António Nogueira) Pessoa, nascido em Lisboa em 13 de Junho de 1888 e lá falecido em 30 de Novembro de 1935. Sua participação no Modernismo deu à Literatura Portuguesa uma destacada significação em toda a Europa. Tornou-se fluente em inglês, (passou  infância e adolescência em Durban, África do Sul) sendo nesta língua seus primeiros versos, publicados em 1918. Em 1934 surge seu primeiro livro em português, Mensagem, que atraiu pouca atenção. Ficou afamado após sua morte, pela publicação das obras tais como Poesias de Fernando Pessoa (1942), Poesias de Álvaro de Campos (1944), Poemas de Alberto Caeiro (1946) e Odes de Ricardo Reis (1946) onde, através de alter egos (que ele imaginava viverem dentro de si) produziu diferentes estilos de escrita.

           Outro site que contém informações interessantes sobre a vida e a obra do celebrado poeta é http://www.biografia.inf.br/fernando-pessoa-poeta.html  (interessante que, segundo o Aurélio, 'poeta' vem do grego poietés, 'aquele que faz')

           A poesia abaixo retirei do site do UOL (o melhor em conteúdo, creio eu), no endereço http://pensador.uol.com.br/.  (o endereço específico é http://pensador.uol.com.br/poesia_de_fernando_pessoa )  Veja a profundidade psicológica, coisa marcante na obra do famoso poeta (não consta título):


É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.


          Digo aos meus alunos que, se desejam ser bons Psicólogos Clínicos, uma boa vivência é aprimorar-se na leitura de inspirada poesia. Noutro sentido,  o nosso Machado de Assis também fornece muito fundamento para se conhecer o humano do homem.

          Duas outras pessoas que muito me atraem pela maestria, sensibilidade com as palavras são Cecília Meireles e Clarice Lispector. Um dia falo sobre estas pessoas excepcionais.