A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

Mostrando postagens com marcador Pacto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pacto. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Provérbios 16: 3 e 4




Como sempre faço todo dia, medito sobre a Palavra e hoje vi algo que quero compartilhar: Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos. Está em Provérbios, 16:3, na versão NVI (em outras edições alguns termos são diversos ocasionalmente, mas com o mesmo sentido). É um procedimento que tenho seguido, o consagrar minhas ações; bem, tentado seguir sempre, apesar de minhas inúmeras deficiências e dificuldades. A chave é sempre iniciar algo com a necessária oração.

Porquê consagrar ao Senhor nossas ações? Porque tudo é dEle, e isso nos ajuda a dar o tom correto, o sentido apropriado às nossas ações. O problema é o automatismo, o 'piloto automático' que configuramos para seguir com a vida do dia-a-dia... E quando divisamos aquelas pessoas tenebrosas, amargas, ameaçadoras de nossa conexão com o Santo Espírito, sei que fica difícil enxergar o Cristo em cada uma delas... Mas aí está um grande desafio. Consigo a cada dia ver o Mestre neste tipo de pessoas, e isso me ajuda a tratá-las diferentemente do modo como elas me tratam. Dura empreitada, mas Ele está do nosso lado; esta é a promessa.

Mas o que também é  interessante nesta perícope vem logo a seguir (verso 4):

O Senhor faz tudo com um propósito; até os ímpios para o dia do castigo.

Aqui reside um outro aspecto que muito me maravilha: a Soberania de Deus, que é o nosso conceito-chave. Temos que nos esforçar para entender o propósito de Deus para cada um de nós. O Pacto é estabelecido com o Seu povo, mas cada um é responsável, em suas diversificadas atribuições, pelo nosso relacionamento pactual. E o sagrado convênio se espraia em diversas dimensões - na familia, na comunidade de Fé dos eleitos, no casamento - cada membro com seus encargos pactuais. Gosto muito de estudar as Santas Palavras, que muito significam minha existência. Sou muito grato ao Pai Celestial pela instrução, pelo amor celestial.

* * *
Uma coisa 'aborrecente' nestes dias é a canícula atroz que se manifesta. Sinal dos tempos? Penso agora em ir na loja e comprar uma mini-piscina... só não vou correndo porque vou suar muito, e meus escrúpulos ecológicos me constrangem, com a escassez do precioso líquido. Fico furibundo quando, nesta estiagem, alguém lava a calçada ou veículos com a água tratada. Mas nossas autoridades são muito incompetentes: não vejo campanhas nem políticas públicas desenvolvendo na população modos mais racionais de lidar com a água. Paciência, podia ser pior! Lembro dos meus filhos lá nos Estados Unidos, com aquele frio todo. Bem, todo extremo é ruim, mas gosto MUITO mais do frio do que do calor...

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Raízes...

Ilustração obtida agora via Google Images de
http://www.biblesamacharam.com/popular-christian-wallpapers-for-download

Todos sabem de minhas raízes cristãs - já comentei aqui anteriormente. Dos 5 filhos do casal Geraldo e Firmina sou o único que professa a Fé Reformada, um dos maiores ramos do movimento protestante. Relembro, já comentei aqui, com carinho, as reuniões familiares que minha mãe dava na sala de jantar com a filharada, falando da Bíblia. Naquela época eram-me coisas um tanto incomprensíveis, mas ficou a semente, inequivocamente. Sempre senti um apelo intenso 'pedindo' minha volta ao redil - coisa que nunca duvidei que seria agraciado (não sei porque, pois os desígnios de Deus são incompreensíveis a nós, finitos e decaídos que somos) - mas que agora com todo o ensinamento que recebi (e continuo buscando) eu consigo entender melhor. 

Foi muito doloroso o período afastado de Deus, agora consigo dimensionar. Quanto tempo perdido. Mas quanta misericórdia e graça sobre graça! Minha gratidão ao Pai Celestial não tem tamanho. Sei agora que Ele nunca desistiu de mim. O peso de minhas faltas era enorme para carregar, e ainda me enche de tristeza (pois muito do mal que fiz não tem volta ou reparação), não importa que eu saiba que Jesus vai estar pronto para me abraçar quando eu atravessar o rio.  Mas o horror do peso dos meus pecados, do afastamento que implica entre meu Criador e eu, é algo que chega a desesperar. Mas a certeza do sacrifício expiatório de Jesus pelos seus eleitos nos conforta e enche de esperança. Não há lugar mais para o desepero, e sim contentamento e gratidão. 

O que o Pai Celestial espera que nós façamos é que O temamos, O obedeçamos. E uma das incumbências mais especiais que podemos receber é o casamento. O desafio de cumprir o que Deus determina em seu Pacto no tocante ao matrimônio é, antes de tudo, uma bênção e um privilégio. Bênção de recebermos uma esposa nesta jornada, para nos ser como co-adjutora, conselheira e companheira nas tarefas que devemos cumprir. E um privilégio no sentido de termos uma rara oportunidade de aprendizado e de serviço.

Gosto muito de ver minha esposa ser a pessoa que é. Nosso dia-a-dia é permeado 98% de risos, alegrias, brincadeiras e companheirismo puro. Somos parceiros em tudo, sem perder a identidade de nossas existências específicas, nossos afazeres pactuados. Gosto de ver como Bilú cuida tão zelosamente da casa, dos seus adereços e guarnição; como ela, vaidosa que é, cuida de seu corpo e mente de modo a ser sempre uma bonita criação de Deus. Até as manias, as idiossincrasias de mulher costumo achar bastante graça. Gosto de ver as caras que ela faz quando a provoco. É muito engraçado, ela, que não faz mal a uma môsca, com seu metro e meio de altura, ficando brava comigo... Sou sempre atento ao ensinamento que Deus me provê por meio dela, pois isto também me foi designado por Ele através dela. Procuro cumprir o que o Pai Celestial espera de mim diante dela. É muito divertido - nunca entramos em tédio, apesar de nossa vida ser bem regulada, rotineira, previsível... nossa casinha velha, humilde mas muito arrumada é a nossa grande bênção, graça recebida sem o merecermos. É o nosso castelo, e apraz-me muito viver aqui, com nossos vizinhos; aqui, tão perto do centro da cidade, com tudo à mão, com tantas facilidades... Imaginava uma casa assim, mas recebê-la de Deus foi algo que guardo em meu íntimo como uma revelação e confirmação - só eu o sei.

Sei que tive dois casamentos anteriores que não deram certo, e não fico procurando culpado(s) porque os relacionamentos não continuaram. Casei na Igreja e no cartório das duas vezes anteriores também; nunca desejei terminar nenhum casamento. Fico mortificado pelo fato de meus filhos terem crescido longe de mim - não pude acompanha-los convenientemente, já o disse várias vezes. Não penso nisto como 'castigo' ou algo parecido; deixo muitas coisas para saber quando me encontrar com Ele (vai, inclusive, que estas preocupações não sejam mais importantes lá...) naquela outra dimensão, noutra Vida. Procuro meditar onde errei, onde não agi como devia, onde não amei minhas ex-esposas como deveria. Nem o fato de ter pedido perdão as fizeram me perdoar. Mas o importante é que sei que Ele me perdou. Este peso de ser divorciado é fardo pesado de carregar, e vou morrer com ele, lembrando-o todo dia de minha vida.

Sou muito grato ao Pai Celestial pela oportunidade de voltar ao redil - não compreendo aqui nesta esfera como Ele se apiedou e tem misericórdia de um ser tão abjeto como eu. Com todas estas experiências que vivi, todas serviram - agora vejo - para confirmar em meu íntimo (muito, muito mais espiritualmente do que racionalmente, ainda que nossa Fé seja racional) as verdades da Fé Reformada, de como a Palavra deve ser estudada unicamente a partir do que encerra a Bíblia. Tudo o que passei nesta vida, vejo agora, vai se 'encaixando', se significando em meu íntimo como uma sucessão de misericórdias imerecidas, tantas as coisas 'boas' (inúmeras) quanto os percalços e  provações. Deus Soberano dirige minha vida, ainda que eu seja tão imperfeito e decaído.  Nada aqui vale mais do que isso. 

domingo, 20 de março de 2011

Deus Meu, Deus Meu, porquê me abandonaste?


                Hoje coloco neste espaço a compilação que realizei, para fins de uma pregação que irei fazer na Igreja, c0mo parte de uma série de Preleções sobre AS SETE PALAVRAS DA CRUZ (que Jesus pronunciou quando da cruxificação), preparando-nos para a Páscoa. A que ficou sob minha incumbência tem como tema a passagem de MARCOS 15: 34  - Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 
                
                [ Baseio estas considerações na Bíblia de Estudo de Genebra, editada pelas Ed. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil. Esta obra tem mais de 1700 páginas. O site http://www.editoraculturacrista.com.br é local onde a mesma está disponível. Eu tenho a primeira edição (de 1999) que é excepcional. Costumo ver em outras obras ali e lá compreensíveis erros tipológicos e de revisão e, confesso, nesta Bíblia de Estudo de Genebra ainda não vi nenhum, o que me autoriza a dizer que sua edição foi extremamente bem-cuidada! Soube que temos a segunda edição (2009), com muitas facilidades adicionadas. Segundo meu pastor, é a melhor Bíblia de Estudo à nossa disposição. Eu digo mais que, pelo custo (acabo de ver o preço no site em 75 reais...) é a melhor equação custo/benefício que já vi por uma obra tão essencial a quem deseja estudar a Palavra! ]
               
                A perícope abrangida pela pregação envolve  Marcos 15: 33 a 39 (coloco em negrito a Palavra, e ocasionalmente alguns comentários, quando oportuno) :

33: E, chegada a hora sexta  (MEIO DIA), houve trevas sobre toda a terra até a hora nona. (TRES HORAS DA TARDE)
34: E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
35: E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Eis que chama por Elias.  (alguns circunstantes, conforme se lê na Escritura, confundiram “Eloi” por “Elias” porque em alguns círculos, acreditava-se que ELIAS voltaria....)
36: E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo.  (aqui não há desejo humanitário de abrandar o sofrimento, mas o cruel desejo de prolonga-lo, mantendo Jesus vivo, para ver se Elias viria mesmo, ao ser chamado por Ele)
37: E Jesus, dando um grande brado, expirou.  (já haviam 6 horas que Jesus estava pendurado no madeiro, mas sabe-se que a cruxificação podia estender-se por dois ou 3 dias...)
38: E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. (o sacrifício de Jesus é o sacrifício final e definitivo pelo pecado. A velha dispensação da aliança da graça é levada assim a um final decisivo. Assim, o Sumo Sacerdote não mais teria necessidade de entrar no Santo dos Santos, atrás do véu, para expiar os pecados do povo. Jesus é o novo e eterno Sumo Sacerdote e, também, a perfeita vítima sacrificial, que obtém deste modo a ‘eterna redenção’ para o seu povo).
39: E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.
                
                Vemos que, no verso 34, Jesus repete o que encontramos no PRIMEIRO VERSÍCULO do Salmo 22: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?

                E neste mesmo Salmo, lemos no versículo 2: E, Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.
                É onde vemos a expressão de sofrimento, e clamor por misericórdia, vindo de Davi. Mas, pela vocalização do Cristo, ali naquela vera hora, vemos que mesmo na morte, a vida de Jesus é determinada por aquilo que está nas Escrituras!  Mas Davi não foi totalmente abandonado por Deus, e Jesus, sim.  O grito do MESSIAS que morre refere-se ao mistério das duas naturezas de Cristo, DEUS e HOMEM. Vamos examinar melhor isso:
                A Trindade e a Encarnação estão mutuamente integradas: a Trindade declara que CRISTO é verdadeiramente divino, e a doutrina da Encarnação declara que o mesmo CRISTO é também plenamente humano. Sabemos que Jesus é da mesma substância ou essência do Pai. O Filho é gerado, e não ‘feito’, por isso dizemos que o Filho é o Unigênito do Pai. A distinção entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, de modo que o Filho é Deus da mesma maneira que o Pai é. 
                Jesus não é a união de duas pessoas, como dizia a heresia nestoriana, e nem a sua divindade absorveu a sua humanidade, como dizia a heresia eutiquiana.  JESUS é uma só pessoa com duas naturezas, ou seja, com dois conjuntos de capacidades para a experiência, expressão e ação. As duas naturezas estão unidas nele, sem mistura nem confusão, sem separação nem divisão, e cada natureza tem seus próprios atributos. Em outras palavras: tudo o que está em nós (menos o pecado), como tudo o que está em Deus, está e sempre estará verdadeira e distintivamente presente no único Cristo.
                Juntas, estas duas doutrinas proclamam a plena realidade do Salvador revelada no Novo Testamento, o Filho que veio da parte do Pai e, pela vontade do Pai, tornou-se o substituto do pecador na cruz.
                Os Evangelhos mostram Jesus experimentando limitações humanas: fome, como em Mateus 4.2 , fadiga, como em João 4.6 , desconhecimento de fatos, como em Lucas 8: 45 a 47 , e tristeza, como em João 11. 35 e 38.   A Carta aos Hebreus, em várias passagens,  insiste em que, se Jesus não tivesse compartilhado de todas estas facetas da condição humana – fraqueza, tentação, sofrimento – não estaria qualificado para ajudar-nos  em tais provações. 
                Sua plena experiência humana garante que, a qualquer momento em nosso relacionamento com Deus podemos recorrer a Ele, confiando no fato de que Ele passou por isso e é o ajudador de que necessitamos.
                Podemos pensar (se nos concentramos somente na divindade de Jesus) que minimizar sua humanidade é motivo de honra para Jesus. Podemos pensar que Jesus sempre esteve consciente de sua onisciência e que só fingia desconhecer os fatos. Veja a ilogicidade da colocação... mas como, Jesus ‘FINGIR’ ? Outros podem pensar que Jesus só representava estar cansado e faminto porque, como uma espécie de super-homem, Ele estava acima das necessidades da existência do dia-a-dia. Mas como, Jesus, ’REPRESENTAR’ ? Não se supõe isso sobre o Mestre!
                ENCARNAÇÃO significa  que o Filho de Deus é uma só pessoa, que existe em duas naturezas e que nada, exceto o pecado, falta à sua natureza humana. 
                De igual modo, pensar que Jesus uma hora ‘usava’ sua natureza divina e outra hora ‘usava’ sua natureza humana, “ligando” uma e “desligando” outra, também são idéias erradas. Quem assim cogita necessita estudar mais o que diz as Escrituras...
                Jesus não podia pecar, mas podia ser tentado. Satanás o tentou para que desobedecesse  ao Pai através da auto-satisfação, da auto-exibição e da auto-exaltação, como vemos em Mateus 4, de 1 a 11 e, de modo idêntico, a tentação para fugir da cruz era constante, como vemos em Lucas 22. 28 - confrontar com Mateus 16. 23, e também a oração de Jesus no Getsêmani. 
                Jesus não podia vencer a tentação sem luta porém, como ser divino, sua natureza era fazer a vontade do Pai, conforme vemos em João 5. 19 e 30.  Sua natureza era a de resistir e lutar contra a tentação até vencê-la. Sua natureza humana era conformada à sua natureza divina e, por isso, era impossível a Jesus falhar no decorrer de sua resistência às tentações.
                Assim, era inevitável que Jesus suportasse as tentações até o fim, sentindo toda a sua força, e emergindo vitorioso para seu povo. 
                Do que ocorreu no Getsêmani, ficamos sabendo quão agudas e agonizantes foram suas lutas.  Mas, na hora da cruz, Cristo diz, entre outras palavras, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
                Esta expressão reflete a desolação, o desamparo  de  Jesus Cristo, separado do Seu Pai Celestial por causa do pecado do mundo que Ele levava sobre a Sua inocente Pessoa. Esta exclamação foi feita às 15.00h, quando terminaram as três horas de escuridão. Como dissemos, são palavras profetizadas no Salmo 22: 1-3, onde encontramos também a resposta "porém Tu és santo". Deus, em Sua Santidade, não podia fazer qualquer concessão; ao contrário, em Sua justiça, tinha que punir o Seu Filho que se oferecia como substituto vicário pelos pecadores.
                Mas irmãos, este versículo 34 tem a palavra DESAMPARASTE nas versões Almeida, corrigida e revisada fiel, Almeida revista e corrigida e Almeida revista e atualizada. Nas versões NVI, Católica Paulinas, na Bíblia do Peregrino e na Bíblia de Jerusalém temos, em vez de DESAMPARASTE, o termo ‘ABANDONASTE’. Pode parecer pouca a diferença, mas para quem vive a situação, não. De qualquer modo, o exame destas palavras no ensina, e muito, sobre o sacrifício expiatório de Jesus.
                Quando somos abandonados, somos deixados à nossa própria sorte, mas podemos ter conservados nosso poder e recursos, não estamos necessariamente desamparados, impotentes. 
                Agora, quando nos sentimos desamparados, o estado psicológico é aterrorizador, pois somos mais que abandonados, sofremos o desapreço do outro, nos sentimos isolados, sentimo-nos deserdados!!  Em outros termos, sentimos que NÃO TEMOS MAIS DE QUEM DEPENDER... A pessoa sente angústia extrema – muitas pessoas adquirem Síndrome de Pânico neste tipo de situação...  Não poucos desenvolvem até DEPRESSÃO.
                Todos já ouviram o choro da criança que se perde de seus pais? A criança se desespera quando não entende algo, e esta incompreensão a desespera. Lembro-me que certa vez, reciclando lixo, achatei uma garrafa ‘PET’ de refrigerante para que a mesma ocupasse menos espaço no contêiner. Minha filha Livia, novinha, vendo aquilo, brigou comigo com todas as suas forças, e só ‘sossegou’ quando eu desamassei a garrafa (tive que soprar com força pela sua boca!) de modo que a mesma voltasse sua estrutura e perfil  à  condição inicial. Outro dia, conversando com ela, que agora tem 10 anos, a mesma me disse que não se lembra do porquê que ela não tinha gostado de ver a garrafa amassada... Eu sei – ela não compreendia como uma garrafa pudesse se tornar algo diferente do que ela tinha como representação em sua mente... e isto a perturbou sobremaneira.
                Quando estamos desamparados falta-nos o chão, não temos em quem nos valer, sentimo-nos verdadeiramente  “despossuídos”.  Muitos não se conformam em sentir-se desamparados – 'e a solidariedade, onde está ? ' , perguntamo-nos...
                Digo tudo isso para tentar dimensionar o sofrimento que Jesus experimentou na cruz.  O peso dos pecados da Humanidade foi tamanho e, pelo fato de Jesus ter sofrido por todos nós juntos, de modo definitivo, nos é difícil compreender; podemos só tangenciar, pobremente, tamanho mistério.  Nós não podemos compreender tudo aquilo que estava envolvido no pagamento do preço do nosso pecado. É suficiente entender que todos os nosso piores medos sobre os horrores do inferno – e mais – foram sentidos por Jesus quando ele recebeu a pena pela ampla iniqüidade alheia.  E, para satisfazer a Justiça, sendo Jesus nosso representante, Ele cumpriu a vontade do Pai de modo cabal e definitivo, alçando à direita do Pai. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).
                Assim, nessa hora terrível, sagrada, era como se o Pai o tivesse abandonando. Embora seguramente entendemos não haver nenhuma interrupção no amor do Pai por Ele como um Filho, Deus, no entanto, O rejeitou e O desamparou, como nosso substituto.
                O sofrimento vicário de Cristo é loucura para o mundo – pode ser que alguém morra por um justo, mas sofrer, morrer-se por pecadores imundos, corrompidos?...
                Jesus disse muitas “loucuras”... Ele certa vez disse, como lemos em Mateus 5: 4  – “Bem-aventurados os que choram”... mas como, chorar agora é ‘bom’?  Mas aqui vemos que aqueles que choram pelos seus pecados, arrependendo-se, estes são bem-aventurados, e isto o mundo não compreende facilmente. Insanidade!
                Arrependendo-nos adquirimos o direito de compartilhar com Cristo do seu sacrifício, credenciando-nos, ao fim e ao cabo,  a voltar para a companhia de nosso Deus.
                Devemos dar todos graças ao Pai por nos ter enviado à Terra Seu Filho Unigênito pois, conforme lemos em Hebreus 2, 18, por tudo o que ele passou,  Naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
                Meus irmãos, um último versículo precioso para compartilhar com vocês. Paulo, escrevendo na prisão uma carta aos Filipenses, no capítulo 4, verso 22, lemos: Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. Na Bíblia de Jerusalém lemos explicitamente ‘da casa do Imperador”... Na Bíblia do Peregrino, lemos “os servidores do imperador”. De qualquer modo, é significativo que o Evangelho já estivesse, naquela época, tão disseminado, e entre pessoa as mais diversas, inclusive aquelas a quem se poderia pensar que estivessem mais perdidas pelo jugo do mundo!  Vejam então, meus irmãos onde a Palavra vicejou, entre soldados, escravos e libertos, mesmo no âmago do corrompido e decadente Império Romano, e isso só ocorreria por meio da Igreja de um Deus que se fez carne, conhecendo em sua divina e humana (ainda que sem pecado) natureza o que é efetivamente o ser da pessoa humana.
                
                 É minha oração que a meditação do brado da cruz possa ajudar a aperfeiçoar-nos no amor, na  Fé, na sinceridade, gratidão, louvor, santidade e adoração a Deus; e, consolidar a nossa honestidade, compaixão, solidariedade e ternura para com o próximo; e favorecer-nos na execução de nossas sagradas obrigações pactuais  no nosso lar, na Igreja, no trabalho e na sociedade em que vivemos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Buscar a Deus...


          Anteontem ministrei a Palavra na Congregação. Como sempre, uma experiência muito especial. Falei sobre 'buscar a Deus', que acho um grande desafio para o Homem hoje em dia. Na modernidade, buscar a Deus parece algo deslocado, démodé...  A Ciência (e alguns filósofos) parecem 'decretar' a  todos a desnecessidade de qualquer espécie de deidade. À parte qualquer análise antropológica ou sociológica  que se possa  assacar  aqui (para não dizer da minha especialidade), prefiro constatar a inutilidade desta  pretensão ou mesmo a imposição desta inexistência de Deus  para a realidade do homem comum, daquele ou daquela despossuída dos mais comezinhos aspectos de uma digna vida.

           Todos sabem que, em todo tempo e lugar, o homem expressou e expressa/expressará  sua espiritualidade. E, ademais, quando se carece de tudo, o bastião último a resguardar o que resta de sanidade e ânimo para o vivente restringe-se à esperança, ao espiritual, mesmo que se chegue, em alguns casos, ao numinoso de Rudolph Otto...

          No caso de minha preleção, ponderei (fundado na Palavra) que o imperativo do cristão de buscar a Deus se faz intrínseco à própria Fé, posto que desconhecemos em grande medida a este Pai Celestial que se nos fez inequívoca intelecção, e que, em decorrência, tem uma relação individual com cada qual.  Expus que esta insuspeitada ignorância pactual que nos auto-impomos nos prejudica em muitas dimensões, posto que deixamos de receber, de auferir graça e bênçãos, e o pior, não oferecemos o louvor devido ao Eterno.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Resumo de alguns conceitos pactuais

                                                                            
Recentemente adquiri um livro, com bem cuidada edição, da Editora do site MONERGISMO.COM (que recomendo a todos inspecionar): Keeping God's Covenant, de Herman Hanko e David J. Engelsma, s/l: British Reformed Fellowship, 2006. (95 p.) Fiz abaixo um pequeno resumo dos conceitos centrais explanado no primeiro capítulo, assunto melhor detalhado nos capitulos seguintes do livro, que recomendo a leitura, aliás, bem agradável. Os autores, docentes e ministros da Palavra, tem o dom da escrita clara e objetiva, aliado ao rigor e fidelidade teológica reformada. Estes conceitos irei utilizar numa palestra que ministrarei a casais em atividade na igreja em breve.

GUARDAR O CONVÊNIO -  SALMO 105: 7 e 8
 
Ele é o SENHOR nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra.
Lembrou-se da sua aliança para sempre, da palavra que mandou
a milhares de gerações.
 
            Para alguns, a verdade da Aliança é familiar; para poucos pode ser controversa; para muitos é virtualmente desconhecida.
            Nós todos temos de estar convencidos da importância do Pacto: muitos não praticam a santidade de uma vida cristã como expressão da guarda co Convênio; eles devotam sua vida a Jesus ou imitam a vida de Cristo, ou ainda, obedecem a determinadas regras estabelecidas na Bíblia.
            Digo esta verdade celestial: de  acordo com as Escrituras, o Convênio é de imensa importância a todos nós que nos proclamamos cristãos, visto que, entre outras coisas, todas as bênçãos que recebemos do Pai Celestial são bênçãos pactuais. E como é isso?
       
            Quando Deus planejou a salvação de seu povo em Israel do Antigo Testamento, providência que culminou com a vinda do Messias e a redenção, este mesmo Deus começou seu trabalho fazendo um Pacto com Abraão e sua posteridade conf. vemos em Genesis 12.  A partir deste ponto, a história do Antigo Testamento é uma “história pactual”.
            Desde que esta trajetória tem Jesus como meta, ele veio ao mundo para coroar o Convênio, e sob os auspícios do Convênio. É o que Zacarias explicou sobre o nascimento de Jesus, como vemos em Lucas 1: 72 e 73.  “...para lembrar seu sagrado Pacto, o solene juramento (algumas Bíblias dizem aqui “a solene promessa”) que fez ao nosso pai Abraão”.
            Todo o trabalho salvífico de Jesus foi realizar o Pacto – o novo Pacto – com a comunidade dos eleitos, e com cada pessoa em particular. É o que vemos em HEBREUS 8: 6 a 13, onde o Paulo cita uma passagem de Jeremias que se encontra no cap 31, versos  31 a 34:

Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.
Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda.
Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança,
Não segundo a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; Como não permaneceram naquela minha aliança, Eu para eles não atentei, diz o Senhor.
Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo;
E não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior.
Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.
Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar.

            Pela sua morte vicária, Jesus adquiriu o direito, em nome do povo de Deus, de receber o convênio.
            Pelo seu Espírito e Palavra, Cristo realiza efetivamente o Convênio com cada pessoa do povo de Deus, individualmente. Assim, Hebreus 8: 6 nomeia a Jesus como o “Mediador do Convênio”.
            Sim, somos chamados a guardar o Convênio. Nenhuma tarefa que possamos ter é maior do que o dever de guardar o Sagrado Pacto.
            Mas o que é este Pacto, o Convênio, a Aliança, bênção que vemos percorrer toda Bíblia de forma uniforme, como uma verdadeira unidade??
            O Pacto de Deus com seu povo é um relacionamento único de amizade, de camaradagem íntima, e  amor mútuo. Este era o Convênio anunciado a Adão e Eva no Paraíso, imediatamente após a queda, e também o Pacto de Abraão. Foi também administrado a Israel e a nós todos. Mas não é um tipo de acordo como aqueles que fazem entre si os homens de negócio...
            Nós aprendemos sobre a natureza deste Convênio na Bíblia: ela nos ensina sobre o Pacto, de modo claro e inequívoco, revelando em detalhes em quê consiste esta bênção.

            PRIMEIRO: em toda passagem de escritura onde está implícita a idéia de Pacto, em especial onde se desenvolve novos aspectos do Convênio, as mesmas palavras são empregadas: “EU SEREI SEU DEUS E VOCES SERÃO MEU POVO”.
              Isto está em GENESIS 17:7, no estabelecimento do Convênio com Abraão; em EXODUS 20:2, no prefácio dos dez mandamentos; como apontamos, está também em JEREMIAS 31: 33, no novo convênio para Israel e Judá,  e em APOCALIPSE 21:3, quando João vê a nova criação e a Igreja Gloriosa.
              Estas palavras são claramente a “fórmula do Convênio”, que descreve o Pacto como uma ligação de Amor, sendo esta fala similar quando o homem diz a uma mulher: “eu serei seu marido e você será minha esposa” ;  é similar também quando um homem diz a uma criança “eu serei seu pai e você será meu filho”.
             SEGUNDO, as duas instituições terrenas com as quais a Escritura compara o Convênio são ambos relacionamentos íntimos de amor: a relação matrimonial (veja Ezequiel 16:8) e a relação entre pai e filho (veja Êxodo 4: 23).
             TERCEIRO: uma das mais belas experiências que podemos ter na terra é a relação de companheirismo afetuoso com os amigos, a nossa vida familiar, e também a enriquecedora vida conjugal. Agora, a intimidade com Deus, que precisamente é o Convênio, é, nesse sentido, ainda mais o nosso maior Bem, o mais alto privilégio de amizade, e a suprema bênção para a Humanidade.
             QUARTO: enquanto relacionamento com nosso Pai Celestial, o Pacto não é um meio para alcançar um estado interno maior ou melhor, e, sim, consideramos que o Convênio é precisamente a meta, o fim em si mesmo. A Bíblia ensina que o Convênio é eterno – GENESIS 17: 7 – “Estabelecerei  a minha aliança  como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes”.  Também em HEBREUS 13: 20 – “O Deus da paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe de volta dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande pastor das ovelhas”.
             Em comunhão com Deus, uma comunhão de crianças com seu Pai Celestial, o Pacto reflete a própria vida divina de Deus – Deus não é um ermitão isolado, ele vive numa comunhão de pessoas.
            Sua rica vida é uma vida Triúna, a vivência de amor do Pai, e do Filho e do Espírito Santo João 1, 18 : Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.
            QUINTO – Jesus estabeleceu as bases do Convênio com sua morte sacrificial, obtendo para o povo de Deus o direito de serem filhos de Deus.

            Ascendido aos céus, Jesus criou a vívida ligação entre cada alma do povo de Deus e Deus, mediante o seu Evangelho e o Espírito Santo.
            A realização do Convênio era a oração de Jesus, conforme João 17: 21 -  “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”.
            A esta oração Deus responderia no dia seguinte, pela redenção da cruz. Assim, como dissemos, Jesus é chamado o Mediador do Convênio (Hebreus, 9: 15).
            Desde que Jesus é o mediador do Convênio, o único caminho para o Convênio, a única experiência do Convênio é a Fé em Jesus o Cristo. OU SEJA, nós vamos  para o Pai somente pela Fé em Jesus – João 14: 5 a 10 :

Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.

            Mas há que se ressaltar, de modo claro, um outro aspecto no qual o Pai Celestial estabeleceu o Convênio em Cristo: - Deus fez o Convênio pessoalmente com Jesus!
           O Convênio não é feito com o eleito diretamente, é feito diretamente com o Cristo; o Convênio é realizado conosco somente e tão somente porque pertencemos a Jesus.
            De acordo com GENESIS 17: 7, Deus fez concerto, um pacto com Abraão e “sua semente”.  

            Nós podemos pensar aqui em Isaac ou os demais filhos de Abraão, mas a semente de Abraão é Jesus, como aponta Paulo em GÁLATAS 3: 16  Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.

             Deus fez a promessa do Convênio a Cristo, ele estabeleceu seu Convênio com Cristo como o cabeça, o principal do Convênio; assim,  ele é nosso representante de todo o povo de Deus.
            Disso sabemos – da mesma maneira que o Convênio da criação (Pacto de Obras) no Paraíso foi feito com Adão como principal, como cabeça da raça humana, da mesma forma o Convênio da Graça foi realizado com Cristo como cabeça da nova raça humana dos eleitos de todas as nações.
            ROMANOS 5: 12 e vers. seguintes compara Adão e Cristo como os dois principais cabeças dos Convênios através dos tempos. Isto implica que o Pai Celestial realiza seu Convênio com aqueles que Ele elegeu em Cristo para a Salvação; em outras palavras, Deus não fez seu Convênio com todos os homens sem exceção – ver GÁLATAS, 3: 29  “E se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa”.
            Portanto, a promessa, o Convênio e sua herança são para aqueles que são de Cristo.
            Estabelecido em Cristo, o Convênio é gratuito, gracioso, é o verdadeiro Convênio da Graça, como as Confissões Reformadas o nomeia.
            Não é Convênio do trabalho do homem, ou oriundo do desejo humano, ou ainda oriundo do valor do homem.
            O Pai Celestial decretou o Convênio em seu Celestial Conselho, somente pela Graça.
            Deus confirmou o Convênio na Cruz de Cristo, somente pela Graça.
            Deus estabeleceu o Convênio no coração dos eleitos e seus filhos crentes (os filhos da promessa – Em  ROMANOS 9: 8 lemos  - Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
            Deus mantém o Convênio e o aperfeiçoa com todos aqueles que são de Cristo, preservando-os, somente pela Graça.
            O Convênio é incondicional, não depende do pecador. Se dissermos que o Convênio é ‘condicional’, negamos a salvação somente pela Graça.
             À luz do que constitui o Convênio, um vero relacionamento amoroso entre o Pai Celestial e seu povo, estabelecido em Cristo, de modo gracioso, nós podemos entender corretamente o que a Escritura diz quando nos admoesta a guardar o Convênio.
            Os dez mandamentos são obrigações pactuais. EXODO 34: 28 chama os dez mandamentos como “as palavras da Aliança” (ou seja, do Pacto, do Convênio). 
            
             ASSIM, os cristãos são chamados a guardar o Convênio, a observar os termos do Convênio, a realizar o que o Pai Celestial requer dos parceiros do Convênio, vivendo o tipo de vida que serve ao Convênio.
            Como vimos em uma citação do apóstolo Paulo, JEREMIAS (em cap. 31: 33) profetizou:
Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
            Amar a Deus em nossos corações , e obediência a todos os mandamentos não são trabalhos do pecador dos quais dependem o Convênio. AO CONTRÁRIO, eles são bênçãos de Deus à Igreja eleita e seus membros, no labor divino de estabelecer Convênio conosco.
            
            PORTANTO, obedecer à Lei não é mera condição junto ao Convênio mas, antes, um privilégio e uma bênção do Convênio.
             
            Nossa santificação – e isso é o que significa guardar o Convênio – não é nosso trabalho sobre o qual a salvação depende, ou nossa colaboração ao trabalho de Deus.
              
            Convencidos de que é necessário guardar o Convênio, visto que o Pai Celestial assim o ordena, sabemos agora que é o caminho pelo qual somos efetivamente salvos, além do mais porque glorifica a Deus, que é o fim principal do Convênio.
           
             Somos advertidos contra o grave pecado de quebrar o Convênio, como está em Hebreus 6, versículos de 4 a 8, ou ainda mesmo no capítulo 10, versículos de 26 a 31 : 

Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.
Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?
Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
             
            Quem quebra o Convênio, violando e transgredindo o pactuado, é culpado e atrai sobre si a maldição do Convênio.

     EM RESUMO - COMO GUARDAMOS O CONVÊNIO?

             PRIMEIRO – Obedecendo aos dez mandamentos: SALMO 103:  17 e 18

Mas a misericórdia do SENHOR é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;
Sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprir.
           
             SEGUNDO – amando a Deus sobre todas as coisas, e isto com todo nosso coração e mente. Para amar a Deus precisamos conhecê-lo e, quanto mais os estudamos na Palavra, mais desejamos vir a conhecê-lo.
           
             TERCEIRO – achegando-nos ao Pai Celestial de modo apropriado – Hebreus 10: 22 e 23 :

Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que promete. 

            QUARTO – aceitando e vivendo a incondicionalidade bilateral do Convênio, na Igreja, na sociedade, no nosso Lar e, aqui, em especial, na união conjugal, uma das maiores bênçãos proporcionadas por Deus aos homens.  Somos advertidos de que esta aceitação da incondicional bilateralidade abrange por vezes sacrifícios, sofrimento e dores – MARCOS 8: 34   E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.