A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dia de solteiro e memorabilia

Fotinho de Aline França, obtida agora (via Google Images) de

http://www.flickr.com/photos/rockaline/4793283176/


Tô 'solteiro' hoje; Bilú foi com as colegas num programa acadêmico na Capital (quem diria - só faltam 2 meses para ela se formar em sua segunda faculdade...) e só volta tarde da noite. Umas das sobrinhas dela trouxe, há pouco, uma marmitinha, uma 'quentinha', como se diz, para eu 'enganar' o estômago (Bilú tinha dado dinheiro para elas me socorrerem, vejam só... a gente não "véve sem mulé" mesmo, como diz a música caipira!). Mas eu não esperava a gentileza, a surpresa - eu iria comer em algum botequim... (já vejo a expressão de Ruth a me zoar: ô dó!... )

Sempre fui pessoa, desde criança, a ficar matutando o que queria ser na vida. Sempre me impressionei com a complexidade da existência e, quanto mais eu lia - 'devorava' livros e livros que haviam em casa e outros que comprava (meus pais sempre me deram dinheiro para isso) - mais me assombrava, ao mesmo tempo que agradecia a Deus pelo privilégio de aprender. Divertia-me com a inscícia que a média dos meus conhecidos revelava sobre coisas que eu já 'dominava'. Mas não gostava de me gabar disso; guardava tudo em meu coração. Hoje vejo que as letras, as palavras, sempre me fascinaram - cheguei até a escrever poesias modernistas, sob influência do grande Manuel Bandeira, que eu admirava. Ainda é muito do que me move.

Depois das leituras teológicas/eclesiásticas matinais, li de novo uma crônica do cineasta e dublê de cronista Arnaldo Jabor que saiu no Estadão de terça feira (OESP, ano 134, n. 43.645, "Um coração triste", 'Caderno_2', 18 de abril de 2013, p. D_8) - não costumo ler este articulista, pois a maioria de seus textos são eufuísticos, gongóricos, empolados, rebuscados, o que me cansa sobremaneira. Mas este, mêmore de sua babá, foi poético, natural, bem humano, como eu gosto. Senti saudade dos meus filhos, e tristeza por nunca poder estar por perto quando eles precisam de mim. Não consigo entender o gozo que as ex-mulheres podem sentir ao ver a tristeza do pai afastado do convívio da prole (até consigo sim, mas  sou movido aqui mais pela intelecção profissional, o que me impede de externar).

De qualquer modo, o dia vai se arrastar com certa e aborrecida dilação; tenho reunião do nascente Grupo de Pesquisa mais à tarde; depois, corrigir provas; arrumar-me para as 4 aulas noturnas; enfim, a 'vida funcionária', como dizia o grande Pedro Nava (como não gostar de "Baú de Ossos" ?).  Será que o leve resfriado - que já está sendo debelado - ajuda neste meu sorumbatismo?  Pelo menos, o friozinho, que já se insinua por entre as frestas da janela da sala,  vai me animando, enquanto beberico um vinho chileno, de tênue trescalo... Evoé!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Deus vê o coração!

Foto obtida agora (via Google Images), de
http://www.godtalkstoyou.com/

Hoje aprendi algumas passagens biblicas que gostaria de compartilhar. Neste mundo pós-moderno, de tantas (algumas 'velhas'...) novidades, continua o dilema do homem de como se relacionaro com o Pai Celestial.  Uma chave preciosa para mim vejo em 1 Samuel 16: 7 (Almeida Corrigida e Revisada Fiel):

... o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura,  (...) ; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

Esta palavra é assaz impactante, pois nos leva a um patamar de consideração totalmente diverso do que estamos acostumados em nosso dia-a-dia. Em nossa pequenez, tendemos, à vol  d'oiseau, a pensar nosso relacionamento com Deus à semelhança do que temos com qualquer outra criatura, e somente adicionando no nosso cogitar alguns outros contornos mais ou menos mágicos, celestializados, segundo nosso limitado entendimento. Mas o fato é que temos que treinar nosso parco entendimento para compreender o que Deus espera de nós neste particular. Como podemos entende-Lo se não O buscamos eficazmente? Nossa idéia dele já é obtusa no nascedouro, como podemos escuta-Lo? 

O preguiçoso tende em sua busca averiguar uma espécie de ersatz do Deus sugerido, mas tão distante aos seus olhos. Mas Ele se nos aparenta distante por causa de nossa miopia espiritual... Nossa relação com Ele não fica mais clara quando sabemos que Ele nos considera primeiro em nossa índole, nosso caráter, em nossa intenção, em nossa intimidade, em nossos afetos, ânimo e emoções? Eu entendo que temos primeiro que nos considerar, nos estudar, averiguar porque precisamos deste 'deus' que buscamos, para daí começarmos a entender como Ele se nos deixa conhecer... 

A boa notícia é que Ele ordenou a confecção de um meio e método para sabermos Quem Ele é: Sua Palavra eterna, materializada mediante o trabalho de amanuenses escolhidos desde sempre, a Bíblia. Mas aqui também temos que meditar o modo de nos achegarmos a ela, posto que, por força de nossas imperfeições, alterações e defeitos foram nela colocados, além dos diversos estilos literários com que foi escrita. Mas vale a pena... Poucas coisas aqui na Terra tem o poder de conceder refrigério ao nosso coração!

Minha prece diária se inicia como disse Samuel (1 Samuel 3: 9)  '... Fala, SENHOR, porque teu servo ouve!'  E rogo para que ele sempre me capacite para tal, pois minha vida depende disso!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Barbearia...

Foto obtida agora, via Google Images, de
http://jp.freepik.com/free-photo/barber-in-india_577622.htm

Ontem fui no Lar são Vicente de Paulo para mais uma sessão de barba e cabelo dos idosos de lá. Confesso que espero com certa ansiedade os dois dias que dedico lá nesta atividade - sinto certa falta, acho eu; é muito divertido: a gente conta estórias, e ouve muitas também.  Os administradores do querido tegúrio disseram que no dia que não compareço, por algum outro compromisso ou impossibilidade, a grita ocorre... eles reclamam minha falta, o que me faz sentir querido, de certa forma. 

O interessante é que alguns dos homens que eu julgava esclerosados começaram a falar, a se comunicar comigo, de modo inusitado. Todos eles eu já havia convidado para desfrutar das atividades de estimulação que minha Universidade realiza no Asilo (como atividade de extensão acadêmica - atividades comunitárias) e a adesão havia sido quase nula. E depois que 'fizemos amizade' com eles na cadeira de barbeiro, alguns começaram a participar das sessões semanais de estimulação psicossensoriomotora. Quem diria que esta 'estratégia' de barbear voluntário fosse motivá-los? Penso até em relatar em pormenores este acontecimento, via paper... Qualquer recurso vale para tirar um idoso de sua pasmaceira!

Quantas vidas 'desperdiçadas' vejo lá, 'depositadas' num cantinho, olhos esgazeados ou parados, como que esperando a morte chegar... quantas estórias já ouvi - nunca pensei que a cadeira de barbeiro pudesse ser um local de "escuta psicoterapeutica'... A proximidade de certa hora mais dedicada a cada um em sua vez, uma relação de certa forma pessoal, compartilhada (e com uma 'gillette' na mão - não usamos navalha lá, por motivos de segurança; antes usávamos máquina elétrica de barbear, mas estas máquinas são de uso doméstico e logo se desfazem...), onde o barbeado pode relaxar um pouco... É uma cena masculina, que todo homem, por mais que esteja senil, entende e adota, aceitando a prática. Está muito aclimatada em seu ser a idéia do barbear-se, e mais legal ainda se alguém o faz por nós mesmos... 

Mas, como já disse, o mais abençoado com tudo isso sou eu, pela graça dos Céus de poder fazer um - pequeno que seja - trabalho pelo próximo. Todo dia tem ensinamento e privilégio de Deus em meu favor com esta inexpressiva iniciativa que vislumbrei... Sou muito grato ao Pai Celestial por mais esta misericórdia para mim, que nada mereço.

Tem um idoso lá que fica me dizendo que sou barbeiro 'arranca-tôco'. Originalmente este termo significava pessoa valentona, briguenta, mas em minha terra (e parece que aqui também) passou a significar pessoa que faz algo de forma tosca, destituida de refinamento; 'amador', como se diz. Dou muita risada, pois realmente nunca fiz curso da arte da barbearia (mas se eu disser que estou pensando em fazer, você acredita??) O mais interessante, para mim que gosto das letras, é que 'barbeiro' é o termo por vezes assacado para pessoas imperitas, incompetentes na realização do seu trabalho (como um motorista navalha)... olha só as voltas que o linguajar dá... Eu fico extasiado!!

Não temos mutos recursos lá na barbearia do asilo, mas o serviço até que tem sido bom - todo mundo gosta. Se eu pudesse ter água quente para amolecer a barba... mas dou jeito fazendo uma espuma generosa e emoliente. Temos hoje em dia bons saponáceos (tem até tubos com espuma pronta!) para o espúmeo, o espumífero, coisa que se fazia antes com sabão, mas irritava e ressecava a pele. Depois, com o rosto todo 'untado', uso suavemente aquele aparelho de 3 lâminas com fita deslizante, para facilitar - comprei num supermercado; tem em qualquer lugar e é muito bom, pois faz muitas barbas. Tem uma boa torneira para limpar a todo instante o instrumento, e o segredo é esticar bem a pele (tem uns idosos, bem, alguns nem tão idosos assim... com tanta pele sobrando!!), começando pelos lados e pescoço, deixando bigode e queixo para o final, quando a espuma já amoleceu bem os pelos, aqueles multicores elementos filamentosos da pele, ricos em ceratina, que se distribui por quase toda a superfície do corpo, no nosso caso, em especial no rosto, e que se apresentam de muitas formas, distribuição, concentração e tipos (de pelo e pele...). Viu como até um humilde psicólogo pode virar 'especialista' em barba??

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O cavaleiro careca

Gravura obtida agora (via Google Images), de
http://englishaesop.blogspot.com.br/2011/03/boothby-bald-knight.html

Conta a fábula de Esopo (nro. CXXXVII, p. 144 do libreto costumeiro...) que um cavaleiro estava ficando velho e seu cabelo estava caindo. Quando a falacrose, a alopecia, a peladura se instalou, decidiu esconder sua imperfeição usando uma peruca. Certo dia, caçando com alguns amigos, foi surpreendido com uma rajada repentina de vento que arrancou seu adereço da cabeça, expondo a calvície. Seus companheiros não paravam de caçoar da cena, e o cavaleiro era quem, afinal, mais se divertia, rindo mais alto que todos. "Como pude esperar manter cabelo estranho em minha cabeça", ele observou, "quando nem os meus próprios querem mais aqui ficar??"...

Tarefa difícil nos desapegarmos de certos 'adereços'  de que nos revestimos, tudo no intuito de agradar aos outros... Que coisa triste esta necessidade que cedo já nos domina; desde pequenos parece fazer vir parte de nossa personalidade!  Não sei ao certo a origem, se das falas paternas e/ou dos amigos, das leituras e filmes que assistimos, ameaçando-nos de danação certa se nos indispomos com os outros, se não os agradamos de tal ou tal modo... - muitos acabam ficando neuróticos com isso, perdurando a vida toda tal inclinação. Chega às raias do absurdo em certos casos. Tem pessoas que nos perseguem somente porque acham que não as apreciamos como 'merecem'... vai entender!

Nas minhas leituras e reflexões matinais da Palavra vi uma instrução a este respeito. Nunca conseguiremos efetivar este intento de agradar ao próximo, pois eles e elas são tão diversos em seus anseios e, não bastasse isso, mudam a todo momento suas 'exigências'. Sofremos como cão vadio tentando satisfazer aos outros, na esperança que nos retribuam - e o problema sempre será a 'contabilidade' deste mercadejar 'afetivo' da amizade. Sempre achamos que os outros nos devolvem menos do quanto/aquilo que 'investimos' neles... A solução dos céus é a velha máxima - só Deus não nos decepciona, e devemos colocar nossas vidas em Suas mãos, para sermos realmente satisfeitos e gratos. A qualquer cálculo que fazemos, vemos que somos imensamente devedores da Providência, e a paciência, o perdão, a misericórdia que o Pai Celestial nos concede desde sempre são imensuráveis...   

sexta-feira, 29 de março de 2013

Semana Santa

“Ecce Homo”  - 'Eis o Homem' - de Antonio Ciseri (1871)m
obtido agora (via Google Images) de
http://www.livinglutheran.com/photos/good-friday-meditation.html#.UVYNnhdwroI


Esta semana se comemora um fato muito especial, o sacrifício expiatório de Jesus, em favor dos seus eleitos. Este mistério ainda vai constanger a muitos, pois vai contra a lógica mundana - quanto de nós se disporia a morrer em favor de outros (talvez, alguém, em lugar de um inocente ou justo) mas, morrer por pessoas que não merecem? 'Loucura'... Fico a imaginar que se Deus tivesse estabelecido outro tipo, modalidade ou estilo de plano de salvação, haveria mesmo assim oposição, desconfiança, descrença, inconformismo, etc. do mesmo jeito... 'porque não ser de outra maneira', e quejandos...

E, no entanto, este acontecimento é o cerne de toda a Fé cristã, que se completa com a ressurreição, ocorrida depois de 3 dias. Quanto mais o homem se aboleta na segurança da Ciência, menos propenso fica a considerar, meditar, acreditar nestes mistérios. O desafio, creio, é justamente este, ao que me consta - lançar fora toda a necessidade de certeza terreal que teima em nos enlevar, posto que estas realidades são de outro gênero, que mal descortinamos. É este o problema das pessoas que não se concedem assumir a crença: juntam 'tudo' no mesmo patamar de consideração. Para mim é um exemplo de erro categórico, como bem ilustrou o notável filósofo inglês Gilbert Ryle. 

Mas, no fundo, crer no sacrifício expiatório e no Plano de Salvação é algo muito pessoal, que devem, todos e cada um, vivenciar de modo privado, sem a cavilagem que teólogos e cientistas pretendem despender ao considerar estas coisas. Quanto mais o engenho  humano desejar apreender tal sublime mistério, mais ele se torna inacessível. Minha chave foi abordar a Fé pelo lado do coração, deixando o intelecto como primacial - aí, sei que consegui a real intelecção. Não se consegue explicar o coligido de  sentimentos, constatações, impressões, descobertas, revelações e desvelamento que obtemos, vivenciamos, quando nos dispomos seriamente a encalçar o Caminho. Ao eleito, depois da divina convocação, aí precisamente considero que é loucura o desviar-se dele, do Caminho, do convite, do chamamento. Ou trata-lo levianamente, sem a seriedade que encerra. Quem se dispõe a ouvir o Chamado sabe do que se trata. É um trajeto sem volta... Louco quem desiste dele ou o renega!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Boring...

fotinho obtida agora (via Google Images) de
http://funny-pictures-lol.com/181/boring-baby


Acabo de vir agora da caixa de correio... e nada; passo algumas vezes por dia por lá, para não encontrar a correspondência que nunca chega. Meus dias são sempre os mesmos; rotina boa de se viver! Creio que quando se consegue tudo na vida ficamos procurando sentido nas coisas em si insignificantes. As pessoas são sempre as mesmas, encantadoramente cansativas, mas precisamos do contubérnio - quem, em sã consciência, o evita?

Mas ontem recebemos aqui em casa diversas pessoas que não conheço bem, e foram poucas horas divertidas. Adoro crianças - quanto mais velho fico, mais penso que deveria ter passado minha vida toda a maior parte do tempo com elas. As minhas, eu curti bastante, mas já há muito foram tiradas de mim; que fazer. As lembranças ninguém surrupia, felizmente. Crianças não tem preocupação em te agradar, como se sabe; são honestas e diretas em seus sentimentos, por isso nos são tão preciosas. O mundo adulto é muito cruel, falso e acabrunhador. Já se disse que quanto mais conhecemos as pessoas, mais amamos os animais. Nunca pensei que isto seria tão exato!

O que me salva são as leituras, boas leituras. Como o reino das palavras me seduz, e isto há muito tempo. Enlevo-me facilmente pelas páginas de um conto ou uma análise arguta, ou em um texto clássico dos grandes literatos, em especial os cristãos medievais ou, mais especialmente, da Reforma. Gosto da sonoridade dos vocábulos, do signo e significado - será maluquice? (considere aqui a acepção '4' do Dicionário Houaiss Eletrônico, por favor) Mas o que me tem salvo realmente é a Religião. Ter encontrado Deus foi o divisor de águas; sim, Aquele que nos faz desistir de ficar a todo tempo procurando sucedâneos para nossas impossibilidades existenciais.
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Anoto tudo em papel, pois a memória anda fraca, e não é de hoje (também, aproximo-me dos 60...); o mais hílare é que esqueço onde os guardei, deixei - que júbilo quando os encontro.  É muita coisa para darmos conta - esta pós-modernidade está ficando muito chata. Digo a Bilú todo dia que exultarei quando não precisar mais de tablet, computador, celular smartphone, carro, e outras 'conveniências' - e o pior é que nos perguntamos como os antigos viviam sem tudo isso... viviam muito melhor!!!
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Vou preparar aulas agora, para alunos que não se interessam (alguns, não todos, felizmente, mas parece que estes são que nos apoquentam mais...) e ficar depois 'arrependido' se minha lógica em denunciar o descalabro os deixam chateados... ô nevrose! Às vezes penso se deveria ser como muitos de meus colegas que não se importam com a formação cidadã dos alunos, mas já confessei aos meus educandos - não consigo ser diferente em sala de aula depois que vivenciei tantos gigantes nas aulas de Pedagogia, há tempos atrás... Vejo-os como meus colegas, daqui a alguns anos, e quero olhá-los de frente; o ser que sou hoje no trato com eles  desejo se-lo depois também.  Ministrar aulas é missão, e pretendo levar isso com honra até o fim, ainda que incompreendido e, por vezes, caluniado. Perto do que Cristo passou, isto não é nada; eu nem deveria anotar isso...
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Que coisa... saiu o sol agora, timidamente, após quase 3 dias de copiosa chuva. Adoro chuva; quem passa temporada na zona rural, no ramo do agronegócio, sabe como é preciosa a água, em todos os sentidos! Mas tudo o que é demais desacoroçoa qualquer vivente. Mas são as "águas de março"; nossas orações para aquele pessoal que mora em situação de risco, nas encostas ou nas baixadas que se inundam ano após ano... É muito triste ver todo dia no noticiário da TV o pessoal tirando água barrrenta de suas casas. 'Só por Deus' mesmo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Friozinho... e expectativas!

Figura obtida, agora via Google Images, de
http://gender-roles.com/expectancy-value-theory/

Que gostoso este friozinho de outono... não dava para aguentar mais o verãozão todo que desde novembro teimava em nos atormentar! Que horror estas mudanças climáticas; não estou me adaptando, que fazer; sofro muito com calor - aqui em brasólia não temos ar condicionado em tudo quanto é lugar, como nos Estados Unidos - o jeito é andar de bermudão, chinela e camiseta para lá e para cá... Mas agora tudo fica mais gostoso com o frio - tomar vinho, se vestir com roupas mais 'transadas', ficar mais tempo em baixo das cobertas encostado na patroa, curtir a rua e o vento - tudo de bom... Ah, se eu morasse em Campos do Jordão ia fazer uma bonita lareira em casa para ficar tomando chimarrão! Pena que, por aqui, frio mesmo temos somente uma ou duas semanas por ano - 'pobreza'!! Tenho roupas de inverno que estão comigo há décadas, pode crer... Umas estavam começando a ficar puídas, então doei para o Asilo onde trabalho - já vi uns velhinhos todos janotas, ostentando 'minhas' roupas... Fiquei feliz mais da conta!!

Postei ontem à noite o Projeto para o MEC sobre atividades de Extensão. A nova Reitoria de meu Centro Universitário está estimulando muito uma participação mais densa dos professores e alunos em atividades de Ensino-Pesquisa-Extensão, como manda o figurino nas Universidades. Creio que, no futuro próximo, teremos ainda muito mais vivência acadêmica em nossa IES. No fundo, todo mundo - professores, servidores e alunos - precisa de incentivo, desafio... O fato de sermos uma universidade 'particular', onde o orçamento se baseia no pagamento de mensalidades por parte dos alunos (apesar de sermos uma Autarquia Municipal) inviabiliza a que todos os docentes sejam contratados com dedicação integral à cátedra. Todos os meus colegas se ressentem de uma maior convivência inter-pares e com o alunado. Mas agora, com o incentivo da nova Reitoria, tem tudo para mudar este estado de coisas. Meu apoio é total à nova equipe, todos muito dedicados e que amam o UNIFAE.

Falando nisso, ontem ministrei aula para uma classe bem heterogênea, com alunos motivados e outros bem desmotivados. Sou movido a desafios: quando identifico moçada assim desalentada, identifico o problema e proponho solução. Eu estava, anteriormente, preparando aula normal, fazendo a exposição dialogada com apostilas (em nossa realidade de curso noturno a moçada não se sensibiliza com nossa peroração sobre comprar livros, frequentar biblioteca e outros bichos. Eles tem na ponta da língua inúmeros argumentos 'justificando' a falta de leitura, etc.) e logo parei a aula e 'discuti a relação', como se costuma dizer - é minha obrigação. Chegamos, ao fim e ao cabo, num consenso de os alunos realizarem as designações de leitura e irmos em sala de aula para o debate (como tinha sido minha proposta desde o inicio, como bem lembrou um aluno... - vai entender a rapaziada moderna!). Até que foi legal esta primeira aula no 'novo' formato.  Acho que a meninada (são mais novos que meus filhos, dez anos mais velhos que meus netos, em média...) está meio 'perdida' neste cipoal de informações da pós-modernidade, que nos inunda de visões de mundo contraditórias e mágicas, prometendo felicidade instantânea, e outros mitos. Vai demorar cada vez mais para um vivente 'se situar'... A missão do Educador hoje em dia está mais importante, vital ainda, na formação das novas gerações, é o que acredito: a gente tem que conscientizar, alertar a mocidade sobre os percalços que os esperam depois da formatura.

Pluguei meu Nokia Lumia neste microcomputador, enquanto escrevo estas mal-traçadas linhas. Ao mesmo tempo que carrega a bateria, atualiza-se o software. Quanta facilidade, paradoxalmente, esta modernidade permite, não é mesmo? Seremos um dia avaliados pelo quanto de tecnologia dominamos, seguramente! Quanto app já 'pendurei' neste terminal - tem um que é uma ferramenta de nivelamento - ele mostra, a partir da posição do celular, se uma superfície está horizontal ou não, exceleu..., inusitado!

domingo, 17 de março de 2013

Amizade...

Imagem obtida agora (via Google Images) de
http://zerotips.com/inspiration/quotes-of-friendship/
(tem diversos pensamentos sobre amizade... vale a pena ver)

Ontem passamos o dia num clube, comemorando com amigos o 'niver' do Júlio. Como sempre o Paulão foi o mestre-cuca, com os acepipes de costume. Já fazia um tempo que a gente não se reunia para estas celebrações. É um tempo muito gostoso, com a filharada deles correndo e se divertindo sob os olhares mais ou menos preocupados dos pais. Nem a chuva intermitente atrapalhou as prolfaças. Eu e Ruth somos habitualmente os mais velhos da 'turma' - todos os casaizinhos lá estão ou namorando ou com crianças pequenas - o que nos confere certa diferenciação (digo isso mais como uma percepção minha do que uma possível visão deles, pois nos integramos muito bem no clima da reunião...) com relação aos assuntos. Na verdade eu, como bom psicólogo, gosto mais de ficar observando e aprendendo com os outros; minhas falas as considero desimportantes em  si, a não que sejam expressamente requeridas... maluquice? Pode ser, mas creio, com meus botões, que seja certa eticidade (veja bem, não confunda com heticidade... curiosidades da língua portuguesa! Quem disse que blog não é cultura??) do meu cotidiano fazer, em especial com as pessoas de hoje, que parecem muitas vezes disputar a tapa a oportunidade de falar o que pensa. Mas, felizmente, neste grupo que privei ontem este costume não é muito presente. 

De passagem, tem uma radio do app aqui do computador que sempre coloco em segundo plano, o TOP RADIOS, do programador Reanderson Silva (já comentei sobre este notável programete aqui...), um gadget virtual de canais de música que escuto sempre, e recomendo: é a Sky FM Oldies On Line, que é muito legal. Para mim, que nasci nos anos 50, é uma oportunidade de 'espanar', espanejar os neurônios, mandando o Alzheimer para lá, e com um tipo de música que não é muito encontradiço hoje em dia, em termos de qualidade... Muito legal. Nada como trabalhar  ou se divertir (como faço agora) com boa música de fundo!

Mas voltando ao assunto do dia, que coisa boa a amizade; faz muita falta em nossas vidas, decididamente, ainda que as amizades tenham ficado um pouco mais superficiais, nestes tempos de redes sociais, paradoxal complexidade de tudo, e imediatismo relativista. Tive pouquíssimos amigos em minha vida; conto-os nos dedos de u'a mão, mas foram bons mesmo para minha formação. Quando se fica velho 'somos' mais seletivos, céticos e descrentes - isto atrapalha um tanto estabelecer novas amizades. Que fazer, parece certa praga, imprecação. Mas acho também que a pós-modernidade tornou-nos, a todos e a todas, mais medrosos, mofinos, espantadiços. Mas, graças à Providência, temos um amigo que nunca decepciona, felizmente, e vocês sabem de quem estou falando. Ainda bem. Senão a vida ficava muito chata de se viver...

terça-feira, 12 de março de 2013

Relação com Deus

Gravura obtida agora via Google Images de
http://setsnservice.wordpress.com/category/biblical-studies/


Uma coisa que sempre me acompanhou foi a necessidade de me relacionar com meu Deus. Antes, eu O procurava - quase em desespero - em lugares e coisas grandiosas, 'distantes'; agora sei que Ele se manifesta nas pequenas coisas, e pertinho de mim. Minha relação é de um amigo, o melhor que podemos ter. Ele me ensina o tempo todo, e nas coisas que preciso desenvolver e, o que é notável, de um modo que fico sempre alegre, mesmo que dores  - físicas ou não - possam estar envolvidas. Por vezes é um duro aprendizado, tão recalcitrantes somos. Mas Ele nunca nos abandona, pelo que sei. 

Mas muitos O procuram onde Ele não deseja ser encontrado, ao que parece. Lembro-me sempre daquela fábula de Esopo ('O Astronomo', in  Jack Zipes Aesop's Fables, London: Penguin Books, 1996, n. CCI, p. 210) onde consta que um astrônomo costumava caminhar por aí toda noite observando as estrelas. Certa vez, enquanto estava absorto, deambulando nos arrebaldes da cidade mirando os astros, ele caiu num poço. Após gritar e suplicar por ajuda, alguém se aproximou e, depois de escutar sua estória, observou "meu bom homem, enquanto você estava inquirindo os mistérios do céu, você negligenciou as coisas mais banais que estavam bem debaixo de seus pés!!"... Eu acho que temos que encontra-Lo mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia, onde realmente vivemos nossa corriqueira vida. E esta relação, apesar dEle usar os outros e as coisas para nos ensinar, é muito pessoal mesmo, uma relação Pai-filho. 

Em Ciência se diz que, havendo evidência pode-se, com certeza, afirmar uma verdade. Acho que não só na Ciência, mas na vida como um todo este quase-postulado é uma fórmula muito esclarecedora, e ainda por cima simples e elegante, objetiva e sucinta. O estado de incerteza, de dúvida é muito angustiante, estressante, em vários graus que seja, mas sempre danoso ao vivente. A ideia de algo veraz se coaduna com a de certeza, onde pacificamente não temos medo de nos enganar. Precisamos desta certeza da veracidade de algo para termos paz. E a chave para averiguarmos a veracidade sempre é o exame da evidência que se recebe, que se aceita. Quase que tudo se reduz ao exame (nem sempre criterioso ou minudente) de indícios, e existe evidência e evidência... Em todo caso, a veracidade de algo se apoia na evidência. De nossos critérios para vislumbrar, discernir e assumir evidência crível, manifesta, reside admitir algo como verdadeiro ou não.

Muitos não aceitam Deus em suas vidas pela insuficiência ou fraqueza de 'suas' evidências. Exigem estas e aquelas cláusulas, critérios e sinais para que O aceitem. Eu, como homem de Ciência, sei bem todas estas implicações. Já estudei 'tudo' quanto argumento humano contra e a favor dEle; existem inúmeros, tanto lá como cá - tenho livros e livros sobre o, por vezes, caviloso assunto. Estou há pouco nesta esfera, mas aprendi de Eclesiates 1: 10 que nada de novo há no mundo; desde que o mundo é mundo as mesmas coisas humanas estão aí e vão perdurar por um bom tempo ainda... Pois bem, o meu critério da presença de Deus, depois de tudo que vivenciei, é aquela promessa que encontramos em João 14: 27,  ou seja,  termos paz de verdade; esta é a minha evidência, meu 'indício' dEle... Não preciso vê-Lo ou de milagres ou sinais fisicalistas para acreditar, sem medo... O mundo não nos dá paz, o sumo Bem, como Ele o dá aos seus eleitos. Coisa desastrosa e que faz fenecer se não temos Paz... a verdadeira e perenal paz!

domingo, 10 de março de 2013

Surpreso a cada dia pela novidade de vida

Brendan Michael Hamilton
Fotinho obtida agora, via Google Images, de
http://mhamilton.net/Personal/Brendan.html
(muito legal o 'tipo' blog; vejam só... um barato!!)

Acabo se ler a Folha de domingo, que leio re-li-gio-sa-men-te. Leio também depois o 'Estadão',  que troco com o amigo Nathanael. É um bom painel do que anda acontecendo em brasólia e no mundão louco de meu Deus. Como sempre, depois da leitura, minhas preocupações, principalmente a acadêmica - meus alunos estão sempre presentes em minha mente, na maior parte do tempo, depois da minha fé no Pai Celestial, a partir da minha abordagem Reformada.  

Nada é mais fixo (já o disse outras vezes), certo, determinado, ao que parece, no mundo das idéias. As coisas mudam com velocidade desconcertante; os valores cambiantes não deixam a gente se acostumar com elas - mudam no momento seguinte, é o que aparenta!. Como se situar nestas alterações tão céleres? Como eu tenho que agir em sala de aula, contando (nem sempre ocorre...) que os alunos estejam interessados no que eu apresento? Sempre digo que imediatamente após o dia em que eles se formarem, vai 'bater' aquela angústia - 'e agora?, quê faço, por onde começo?'...  O que acho mais engraçado é perguntar no primeiro dia de aula (quando falo que eles começam 'neste dia' a ser psicólogos - ou economistas, ou engenheiros, ou contadores, dependendo da classe - e não no dia que receberão o diploma das mãos do Magnífico Reitor) "onde eles e elas planejam estar daqui a quinze anos? "... A maioria não tem palavras - nunca pensaram nisso! E eu digo que se eles não começarem 'agora' a planejarem onde querem estar daqui a dez ou quinze anos, seguramente não vão chegar lá... "Deixa que quando chegar lá eu vejo" é o que muitos respondem àquela pergunta (ou imaginam intimamente, sei lá), e eu os advirto que esta é a pior resposta que podem dar. Não se vai chegar lá, talvez cheguem em cenários bem diversos (e nada agradáveis). Empregabilidade, encarreiramento é coisa séria para ser tratado assim tão, ao que parece, levianamente.

A vida reserva sempre muitas surpresas e ainda que plenejemos, determinemos o que desejamos que ocorra, muita coisa não está sob nosso controle (assumindo que, se estivesse, manejaríamos bem os acontecimentos etc. ...) e assim as coisas se nos sucedem como uma boa espécie de 'loteria' mesmo. Mas este é o sistema de vida divinamente determinado: só nos cabe nos preparar mais e melhor a cada momento para poder lidar com esta quase-barafunda. A gente vem a este mundo para ganhar um corpo e aprender, e isto até o último suspiro. Costumo dizer aos meus queridos alunos que, segundo Benjamin Franklin, só há duas certezas no mundo: a morte e os impostos! Ou seja, o resto, 'depende'...

'Lógico' que quem detiver bom sistema para facilitar a organização desta miríade de situações e valores e determinações e desafios etc. vai ter melhor chance de se 'situar', de separar o joio do trigo, mas muita coisa a gente aprende fazendo, graças a Deus. Eu acho, a despeito das muitas bobagens que os neo-ateus veiculam (se bem que perderam um pouco a aura de novidade que a mídia insiste em dar a eles...) ainda a religião pode ajudar, e muito. Mesmo porque não dá para prever tudo mesmo e quem tenta este caminho acaba ficando neurótico e neurotizador da vida dos outros, um horror (quem não tem um amigo ou colega assim que jogue a primeira pedra)! 

Então, caro amigo ou amiga - siga seu caminho procurando fazer o melhor, segundo seus valores (no fim é você mesmo/mesma que será responsável; portanto; veja que valores você esposa), vivenciando intensamente cada minuto de sua vida, seguindo aqueles preceitos norteadores, e seja feliz! Mas se prepare; não seja ingênuo(a), pois como dizia minha querida e saudosa sogra, "a dança da nêga é feia!!"... E feliz dia (atrasado) internacional das mulheres!!

terça-feira, 5 de março de 2013

Que calor!...


Foto de Cristiane Silva (RBS TV) obtida agora  via Google Images

Que calorão... gostaria de estar perto de um rio para refrescar! É um 'sofôco' ter de dar aulas neste clima. Ontem foi muito cansativo. Ficar em pé por hora e meia, entretendo a galera com nossos assuntos, esforçando para manter a linha de pensamento... com a gola da camisa apertando o pescoço, não dá... Se houvesse mais ar-condicionado, certamente a gente renderia mais em nosso desempenho, qualquer que fosse o trabalho - não se consegue pensar com o martírio onipresente. Será que não vai ter fim este clima? Dizem que quando se fica velho a gente sente mais frio... comigo, até agora 'nada' ! Ou não estou ainda velho ou vou ficar com esta maldição até o fim, que fazer. 

Não sei se já comentei, mas gosto de minha rotina, coisa que sempre almejei em minha vida - levantar cedo, café simples, meditar a Palavra por uma hora, ginástica, ler ou preparar aulas, preparar para o almoço - gosto muito das refeições da Ruth: verduras, frutas e legumes, arroz integral, feijão preto, tudo preparado na panela de ferro. Nada de refrigerante, doces, embutidos e enlatados. Sal somente o mínimo do mínimo. À tarde sempre tenho atividades, voluntárias ou não, acupuntura cada 15 dias, preparar para as aulas da noite (somente uma noite não ministro aulas). E, dia seguinte, tudo reinicia. Daqui a alguns anos quando aposentar, já planejo o que vou fazer - colocar as leituras em dia, escrever mais coisas, quem sabe publicar as melhores em livro. Ah, e viajar um pouco, preferencialmente perto dos netos. Sinto que tenho MUITA coisa ainda para fazer. Significar a vida dá trabalho!! 

Mas o grande significador sem dúvida é a religião. Temos que estar aqui por um motivo que valha a pena. Sei de pessoas que chegam a um ponto de achar a vida absurda (e ela, segundo certos raciocícios, é mesmo 'absurda') e a finalizam voluntariamente, aniquilando-se. Acho um desperdício - creio que existe algo mais que nosso singelo existir. Recuso-me a ser ''mais um", reles e inexpressivo. Se eu não der valor a mim mesmo, quem o fará? Não se trata de ser (ou achar que sou) mais do que sou - é algo que transcende nossas superficiais considerações. Para quê então ter uma mente tão complexa e 'miraculosa' ? Para admirar banalidades tão somente? Como diz a comediante, "nada a ver!!"...

sexta-feira, 1 de março de 2013

O pombo sedento

Gravura obtida agora, via Google Images, de
http://www.creighton.edu/aesop/artifacts/cards/playingcards/othercardgames/theaesopgame/index.php


Conta a fábula de Esopo (Jack Zipes, Aesop's Fables, London: Penguin, 1996; The Thirsty Pigeon, CXXIX, p. 136) que um  pombo estava desesperado de sede e, quando viu um copo dágua desenhado num quadro, pensou que era verdadeiro. Assim, despencou sobre ele com todas as suas forças e trombou com o painel, quebrando a asa. Como resultado, a ave caiu desamparada no chão, sendo rapidamente capturada por um passante. A moral da estória ensina que o fervor não deve exceder a prudência, mesmo que estejamos desesperados.

Uma das marcas da pós-modernidade é o esbaforido tom com que manejamos nossos afazeres. Ouvi outro dia que o Inferno é a pressão do tempo, que coage a qualquer um em suas atividades, deixando exangue ou enfermado o vivente. É um 'horror' mesmo, e a coisa piora (pira?) quando a pessoa, abarbada, pensa que, procrastinando, assim evita o mal maior.

Por isso é que devemos destinar um átimo para planejar nosso dia, como cumprir nossas  polifacetadas obrigações. Quando a urgência do tempo (real ou presumida) nos constrange, acabamos, no mais das vezes, examinando superficialmente as situações, e causamos embaraços, tresloucada ou descuidadosamente. E aí o tempo fica mais 'apertado' ainda, gerando mais ansiedade, até agonia...