A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

domingo, 1 de julho de 2012

Cantata na Vila Brasil e quase viagem...

Frente da Igreja Presbiteriana
da Vila Brasil - SJB Vista (SP)


Ontem fomos à noite na IPB Vila Brasil ouvir uma cantata realizada pelo Coral da IP de Itapetininga (SP), sobre o amor de Jesus. As palavras nunca alcançarão um milésimo da beleza da apresentação. Sucesso em todos os sentidos. Difícil segurar a emoção; em alguns momentos arrependi de não ter trazido lenço (um adereço que os homens de hoje não portam, mas muito útil...) - vou lembrar da próxima vez. Em dois momentos fiquei muito tocado: sobre o olhar de Cristo (imagino se vou conseguir levantar os olhos para Ele quando chegar a hora - sinto que não; a distância que nos separa é inimaginável) e, como vemos em Mateus 11:29 (Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas) a mansidão amorosa do Cristo é um fato e mistério que me deixa sempre estupefato, aturdido.

Estar ali naquela linda edificação e rever tantos irmãos queridos foi emocionante; o clima estava muito caloroso e afetivo; igreja cheia e apresentação primorosa. Todos, todos ali irmanados em louvar somente ao Deus grandioso; toda a Glória somente a Ele, em Cristo! Parabéns aos irmãos de Itapetininga, igreja presbiteriana centenária, e à liderança da IPB da Vila Brasil pela iniciativa.

Acabo de terminar as correções das últimas avaliações de aprendizagem dos meus alunos. Este semestre foi algo 'corrido': 6 disciplinas para ministrar. Vou postar os resultados no portal da universidade; muitos alunos ficarão aborrecidos com suas notas, mas o que fazer; o sistema não é perfeito, mas é o que se tem. O fato é que nossos alunos vem do ensino de segundo grau com graves deficiências que comprometem seu aproveitamento no ensino universitário. E isso se agrava (observação unânime de vários colegas) a cada ano... Lamentável, mas enquanto nossos políticos não pararem com sua demagogia, a Educação nunca será prioridade e sempre seremos país de segunda classe. Já perdi as esperanças neste sentido. Semestre que vem terei novamente 6 classes para gerir: 3 de Psicologia, uma de Ciências Contábeis e duas de Engenharia. Vou passar estas férias programando aulas em novas disciplinas e um curso de extensão que pretendo oferecer a toda comunidade acadêmica. 'Enquanto descanso carrego pedras'....

Amanhã vamos buscar Lívia em Rio Claro; seguimos a Campinas na terça feira e embarcamos na quarta feira. Que saudades da 'netaiada'... e dos meus filhos, lógico! E de viajar para o país mais controverso da atualidade, os Estados Unidos. Como é portentosa aquela terra; tão patente suas contradições! Como o Brasil, há 'diferentes' Estados Unidos; é de uma complexidade sem limites. Vamos apreciar algumas 'janelas' de sua cultura e riqueza, mas nunca teremos um bom painel do que é aquela terra, inclusive pelas distorções ditadas pela mídia e pela imensa (e algo tendenciosa) produção cultural (notadamente os filmes) dos americanos. 

Nas duas vezes que lá estive anteriormente sempre fui muito bem tratado e tive a melhor das impressões. Dois de meus quatro filhos e três de meus quatro netos vivem muito bem lá, amam aquela terra e, quem sabe, eu também não vá para lá no futuro? Mando notícias de lá nas próximas 3 semanas... Não aprecio viajar de avião; cansativo e 'aborrecente', mas Deus está soberanamente no comando e tudo ocorre segundo Sua vontade...


terça-feira, 26 de junho de 2012

Casa nova, nova casa

fotinhos tiradas com o meu Nokia 200 no começo da tarde...

Eis aí a nova residência. É uma casa antiga, toda reformada, e com um pé direito bem alto, com dois forros (o antigo foi preservado, e ficou escondido pelo novo, mais abaixo dele), o que determina um clima sempre agradável dentro dela. 

Tem tudo o que sempre imaginei que uma casa gostosa tivesse: porão, um local para colocar minha cadeira de balanço à tarde, para tomar chimarrão (ou chá...) amplos espaços, temperatura agradável e muito segura. De quebra, a vizinhança é maravilhosa - quase todos já vieram se apresentar para nós; não é incrível? Muito diferente de onde morei anteriormente... O local é muito silencioso, a semana toda, e não tem perigo da água empoçar. Fica a pouquíssimas quadras da Prefeitura, do Bancos, dos Cartórios, Correio, Igreja, lojas e o que mais se imaginar. O leiaute dos cômodos ficou perfeito, e meu gabinete de trabalho (numa das salas do porão) ficou, como se diz, sensacional.

Eu pensava terminar meus dias no condomínio de apartamentos, pois gostava muito de lá, mas ao que parece Deus tinha outros planos. E o que constato é que Seu amor é imenso, sempre, e fico aturdido pois não mereço nada com que fui (e sou cotidianamente)  abençoado. Se não tivesse o entendimento do Plano Celestial via estudo da Palavra (meu manual é a magistral obra-prima Institutas, de Calvino, como já comentei) estaria bem confuso e temeroso. 

Sábado fomos numa reunião familiar em homenagem a uma irmã de minha mãe, já falecida, que fazia quitutes deliciosos. Chamava-se Consolação Aparecida de Souza, uma alma boníssima, que ajudou a criar muitos dos sobrinhos... Não há um primo meu que não queira bem a Tia Consô, ou Tia Consolita, como também era chamada. Na verdade, todas as irmãs, nossos tias, eram pessoas legais, amigas e 'trabalhadeiras', esposas e mães exemplares...

Mas criamos uma certa Tradição, que se estabelece, graças à disposição festeira da Família de nosso cunhado Neiroberto, mestre-cuca festejado.



Logo mais à tarde fomos a Campinas, pois no domingo iríamos festejar os 35 anos de formatura da Turma 1978 da Psicologia PUC-CAMPINAS. Foi no Espaço Zanzara, ótimo lugar que eu não conhecia, que se encaixou otimamente bem para o evento. Deliciosas comida e ambientação. Foi muito legal, como das outras vezes que nos vimos, e isso a intervalos mais ou menos regulares. Algumas colegas parecem que tomam formol, pois estão quase sem qualquer alteração na fisionomia, do tempo em que nos conhecemos... Que turma agradabilíssima; os homens no início do curso eram bagunceiros e de certo modo imaturos, mas as meninas eram em sua grande maioria pessoas 100%, e continuaram cada vez mais bacanas, em todos os sentidos, o que se pode constatar a cada vez que nos encontramos. Os colegas organizadores realizaram performances com fotos no telão que nos agradaram muito.



Semana que vem vamos, Ruth, Livia e eu, para os Estados Unidos visitar Noemia e seus irmãos. É minha quarta netinha, que ainda não conheço pessoalmente. Vamos ficar lá 3 semanas. Envio notícias de Fresno, que é a cidade onde eles moram (Califórnia). 

Última dica antes de viajar... Walcyr Carrasco, o novelista da Globo, escreveu um ótimo texto na revista Época de 18 de junho de 2012 (edição 735), à p. 112, denominado "A raiva faz mal". Recomendo a meditação sobre o assunto, pois trata de um problema comum nestes tempos pós-modernos, a que todos temos que nos acautelar (eu, em particular, já tive de lutar muito com isso, e ainda me empenho): a impaciência, a raiva, o rancor, os maus modos frente à diversidade, ao pensamento que dissente do nosso. Creio que tem componentes biológicos (hormonais, principalmente) e psicológicos, levando a uma dificuldade de relacionamento que nos desalenta, nos debilita, nos adoece, por vezes até de modo fatal (vide os famosos 'personalidade tipo A', descritos nos idos dos anos 50 pelos cardiologistas Meyer Friedman e Ray Rosenman...). O maior problema que vejo hoje é no trânsito - por qualquer probleminha os motoristas se altercam, chegando em muitos casos, agressivamente, às vias de fato. Mas esta humana dificuldade espraia-se hoje por todos os cantos, mais lamentavelmente nas igrejas e nas escolas, lugares que anteriormente se acreditava estar as pessoas mais 'vacinadas' contra esta espécia de insânia. Não vou entrar em detalhes... Sinal dos tempos. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Aniversário e saudades

Uma das fotos de meu casamento:
D. Lourdes, Bilú, eu, Sr. Barroso e, mais atrás, a querida Magé


Semana passada foi aniversário de meu sogro, ainda forte e lúcido. A minha finada sogrinha também aniversariava no mesmo dia que seu esposo. Comemoramos no sábado, com boa turma da família, mas sempre se lembra um pouco de D. Lourdes. Eu lembro dela quase todo dia, e lamento não a ter curtido mais. Tenho comigo alguns objetos que ela me deu. Como meu sogro diz, temos que gostar da pessoa enquanto ela está viva, querendo dizer que hoje é o dia para apreciarmos, amarmos alguém, pois depois que ela se vai não adianta ficar se arrependendo disto ou daquilo (parodiando um comediante, digo que atrás daquele bigode tem um filósofo!!).

Uma das coisas preciosas que guardo de minha sogra é o manuscrito sem título, escrito numa pequena folha de caderno, com o seguinte teor:

Na encruzilhada da vida, quantos tombos levei,
caía, levantava, sorria, chorava, mas nunca desanimei.
Porque em todas as encruzilhadas uma saída eu achei;
tinha meu lar, meu esposo, filhos, jóias que Deus me deu.

Era feliz, mesmo com o que passei - perdi filhos, mas netos ganhei.
Hoje cansada, mas ainda não desanimei; sonho em ver meus filhos
unidos como verdadeiros irmãos; que as mágoas sejam esquecidas, 
que cada um estenda suas mãos, se abracem, e tudo volte ser como
criança feliz; não tinha esta tolice não...

Que sempre lembrem: Jesus não merecia, e foi castigado pelas
nossas traições... por isso eu digo, encruzilhada não me assusta não!

Não conseguimos abarcar a totalidade do sentimento destas palavras, mas vejo o amor de matriarca em cada letra, pois eu conheci a preocupação e o zelo desta Mãe, piedosa filha de nosso Pai Celestial. E como ela gostava de cantar hinos sacros... Saudade.

Hoje, vasculhando a web li algo que me deixou triste, com vontade de fazer algo. É sobre a situação das crianças em processo de adoção, frente àquelas que se encontram em abrigos, bem cuidadas no mais das vezes, mas perdendo sua infância, por culpa dos trâmites que nossa legislação determina, não podendo ser adotadas. Veja em http://bit.ly/Li4wAs   (texto original em http://bit.ly/KgOHxH ) Como este mundo é um lugar triste para se viver, às vezes...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Processualidade das coisas...



O meu frasista predileto, Oscar Wilde, disse certa vez ('Aforismos',  Clássicos Econômicos Newton, vol 2., Rio de Janeiro: Newton Compton, 1997, p. 40, 73) as seguintes frases: 

"O desenvolvimento é a essência do pensamento, assim como da vida".

"A finalidade da vida é o auto-desenvolvimento. Desenvolver plenamente a nossa personalidade, aí está a missão que cada um de nós deve cumprir".

Grandes verdades. O ser do humano do Homem se concretiza paulatinamente, e cabe a todos e a cada um realizar seu potencial, e isso, a cada dia. Nosso pensar, imperfeito, inacabado, parcial e tendencioso, tem que ser burilado no "praticar-se", a toda hora. Somos pedra bruta! O mundo é será sempre grande enigma, incógnita... e nós, muito, muito pequenos.

Para isso, tem que se ter paciência e, principalmente, humildade. Pois a grande armadilha que a mente prepara a si mesma é a sua prepotência implícita, que ilude facilmente o possuidor, imaginando este ou esta que vem a saber (e bem...) todas as coisas - o que é, convenhamos, líquida e certa quimera. 

Con-viver é difícil, e sei que a (paradoxal) imperfeição do pensar está na raiz destas dificuldades, cada vez mais tenebrosas nestes últimos dias. Não é mais valorizada a tarefa de se aperfeiçoar como pessoa; gente malcriada não é mais desprezada como antes, até é mais aceita nestes tempos de inclusão de tudo. Que fazer... temos que nos aprofundar, estudar, ainda mais nossos valores mais caros, naquilo que desde o berço trazemos de mais 'nosso', em especial os valores familiares e os religiosos. Não sei se tem volta ao 'fundamentos' - fazem parte do passado;  paciência!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Felicidade

Foto obtida agora de

http://www.downloadswallpapers.com


Tenho andado muito feliz - é a nova residência, principalmente. Não imaginava mudar de domicílio - gostava demais do apartamento. Mas como já comentei, não se consegue mais conviver neste tipo de associação; as pessoas inconvenientes tiram toda a vontade de viver em condomínios de apartamentos. Vários amigos tinham se mudado anteriormente, o que acabou me motivando também. Mais um exemplo como os caminhos de Deus nos são incompreensíveis, por vezes - precisou acontecer muita coisa ruim para finalmente a coisa boa chegar a mim. Não é um paradoxo, aparentemente? Mas funciona assim no universo, ao que tudo indica. A nossa mente tendenciosa é que só fica a desejar tudo 100%, apropriado, bom, gostoso, sem desafios ou provações. Mas quando se aceita que tudo faz parte, inclusive a maldade ou coisa estragada, a vida vai se acertando, encaixando. É nossa sina. E se temos que engolir um sapo, não adianta ficar olhando para ele... Con-viver implica em engolir sapos diversos, quase todo dia. As pessoas estão mais mal-educadas, auto-centradas, egocêntricas, etc. Então, temos, ao final e ao cabo, que cultivar nossas virtudes e não atentar muito para a periferia não... É o que tento fazer, com mais dificuldade a cada ano que passa, pois a "envelhecência" já começou há tempos a tomar conta de mim!

Boa dica para meus alunos: A biblioteca SCIELO está agora com livros eletrônicos à disposição, free! Baixei o seguinte: RABELO, MCM., ALVES, PCB., SOUZA, IMA. Experiência de doença e narrativa [online].  Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1999. 264 p. ISBN 85-85676-68-X. Veja em http://books.scielo.org Muito legal. Tem coisas muito bacanas lá... Vale a pena!

Fim de semana chegando; doravante só provas/avaliações de aprendizagem para meus alunos. Já entreguei todas as ferramentas para a Secretaria Geral. Em julho estaremos viajando para os Estados Unidos... Depois conto mais detalhes.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Espiritualidade

foto obtida agora de 
http://igrejapresbiterianadepicui.blogspot.
com.br/2010_06_01_archive.html

Uma das experiências mais impactantes que um ser humano pode vivenciar é a espiritualidade,  mesmo experimentar o estado numinoso da alma, conectada à Deidade. Nossa tradição ocidental determina a ascese cristã, afastada por muitos e abraçada pela quase totalidade dos que afirmam acreditar em Deus. Mas dentro desta rubrica 'cristão' muitas correntes se constituem. Observo que muitas tradições trazem uma interpretação incorreta, imprecisa, dúbia (pelo simples exame lógico de sua fundamentação e de sua práxis) do que Cristo quis ensinar como o Caminho.

Quem percorre esta modesta coluna, um simples blog (uma destas modernidades que mais nos traz aprazimento...) sabe que me considero calvinista, pois estudo e sigo as intelecções do controverso teólogo João Calvino sobre a nossa única regra de Fé e Prática, a Bíblia. Hoje digo que tenho paz em meu espírito, pois minha mente não mais contende em matéria de Fé, como antigamente. Tal embaraço pregresso me fez sofrer indizível padecimento, pois o estado de interna cizânia é por demais obnóxio para quem o vivencia - não se sai dele sem perseverante esforço, o que pode levar tempo. No meu caso durou décadas de procura, de perquisição, de pasmo e por vezes derriça (nos 2 sentidos...! )

O homem sempre terá necessidade vital de encontrar sentido em seu ser, o que continua sendo, para muitos (e para mim), suprido pela Religião. Ainda que atualmente caminhos alternativos possam ter sido propostos para endereçar esta questão do sentido do ser, não encontrei nada que suplantasse a espiritualidade (cristã), mesmo com meu treinamento científico (aliás, já comentei aqui, que não são mutuamente exclusivas a Religião e a Ciência, como o querem alguns). 

Minha vivência cristã, como de todo aquele que se esmera em descobrir a verdade a partir do mistério da cruz, não pode ser facilmente traduzida em palavras. Na verdade, a trajetória de relacionamento de qualquer crente com nosso Deus é muito particular, e parcas similaridades podemos identificar. Uns necessitam mais de referentes palpáveis para aquilatar suas experiências, outros menos. Minha história teve muitas 'idas e vindas', mas sempre vi como o Pai Celestial nunca se me apartava, sempre estava com seu olhar à minha espera. Custou-me organizar as idéias - ainda bem que encontrei um rumo fidedigno para discernir...

Minha atitude é de gratidão imensa ao meu Deus, pelo relacionamento de Pai, amigo (muitas vezes alegre!), pelo ensino terminante, esclarecedor, paciente, confortador de suas verdades eternas. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Subjetividade e solipsismo


gravura obtida agora de
http://ricardoaoki.blogspot.com.br/2011/09/dilemas-eticos-do-cientista-na.html

Vi há pouco um rápido depoimento de alguém, jovem, com dificuldades de lidar com suas prementes dificuldades. Evoco meus tempos de adolescente, onde me encontrava em situação similar. Considero que meu amplo 'entorno' à época - principalmente o contexto familiar - facultou assumir certas opções possíveis que permitiram suplantar os obstáculos que vislumbrava (muitos deles, vi depois, quimeras que eu pensava ser real...). Meu pensamento flainava por demais, insuflado pelas muitas leituras que 'perpetrava'. Era um turbilhão quase sem rumo. 

Que falta faz ter um caminho, um conselho, uma diretriz quando o raciocínio está turbado, comprometido. Quando se comenta da necessidade do jovem ter orientação, nunca se exagera - o pensamento desconexo, sem base, produz estragos por vezes irreparáveis, e um mero arrepender-se, no mais das vezes, não torna os acontecimentos...

Somos muito sós, e muitos não se acostumam consigo mesmos, parece que precisam de um alguém para pontuar, referenciar ou até modelar-se ('referenciar-se')... O fato é que precisamos nos encontrar, enfrentar nosso solipsismo e doma-lo, ordena-lo, sujeita-lo. Muito pensar desorganiza, desorienta, infelizmente. 

Tive sorte em não me desencaminhar? Meu raciocínio em seu processo de domação resultou em produtivo instrumento? Os céus me protegeram? Não tenho resposta certa para tais tipos de perguntas; provavelmente nunca saberei ao certo, mas lembro-me, em meus 'combates', que a palavra 'método' me auxiliou muito. Se uma opção é 'boa', então resolve um problema - é o meu critério. Se meu modo de pensar ou enfrentar a dificuldade não estava solucionando, não hesitava em abandona-lo... E eu também pensava que meus antepassados já tinham por certo descoberto muitas maneiras boas de enfrentar problemas iguais aos meus, portanto não deveria ficar perdendo tempo sozinho, e ir 'beber' na fonte - li muito os clássicos e os bons autores (os ruins ou que discutiam temas e assuntos corrompidos não me atraiam), e considero que minha mente foi bem instruída sobre como bem considerar o mundo e seus desafios.

Nascemos sós e morreremos sós, mesmo com pessoas por perto; assim, nós é que temos que ser nossos melhores amigos. Como costumo repetir aos meus alunos o ensino de Benjamin Frankin: só temos 2 certezas no mundo - a morte e os impostos. Tudo pode ser 'bom' ou 'mau', dependendo do viés com que se olha. Portanto, não precisamos catastrofizar nosso pensamento a cada obstáculo, a cada dificuldade. Se temos inteligência, é para nos pavimentar o caminho. Mãos à obra...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Chimarrão...


gravura obtida agora de
http://blogdaiso.blogspot.com.br/2012/01/regras-do-chimarrao.html

Mas..., báh! tchê, que frio gostoso que está fazendo; fui correndo comprar uma cuia nova, um porongo bem adornado, como se deve (a anterior que eu tinha deu de acoitar cupim, póde??) ... Foi difícil encontrar aqui nesta terra, mas a encontrei numa charutaria, veja só, boa loja, sortida de diversos tipos. Peguei o costume de matear quando trabalhei com os Stefanello, gauchada boa de Cruz Alta (RS), lá em Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Sidrolândia, cidade pequena nos anos 80 (não sei como estaria agora).

O mate já tinha comprado no domingo passado numa churrascaria perto de Campinas, uma erva descansada, verdinha que só ela - vou guardar na geladeira para conservar. Já tomei  muito chimarrão gostoso demais, parece que colocaram  açúcar... Mas sabemos que não se deve inventar com a secular tradição (veja alguns conselhos no blog cujo endereço emprestei a gravura acima), sob pena de criar inimizades... 'Nada a ver'...

Eu gosto de matear também porque tira um tanto a fome 'canina' que teima em me dominar; a idade vai fazendo a gente ficar mais sem-vergonha e, com isso, tendemos a cultivar uma barriguita (panturra, diz Ruth) incômoda. E ajuda na digestão, se bem que nunca tive problemas neste particular, posto que consumo verduras, frutas e legumes em profusão e me exercito regularmente.

A casa está 90% arrumada, depois da mudança do outro domicílio. Falta trazer umas estantes suspensas que ainda estão no antigo apartamento - o pessoal da marcenaria prometeu instalar até o fim da semana. Tenho umas 30 caixas no porão para serem desembaladas, cheias de livros - só a minha Britannica enche um módulo inteiro da estante cor de café. Cheguei a ter uns 3 mil livros (compro desde 1973, quando iniciei a faculdade de Psicologia) mas já doei metade para as Bibliotecas dos dois Centros Universitários aqui da cidade. É um dos poucos prazeres que me permito - gosto de livros; é a maior invenção da Humanidade. Agora vou procurar armazenar livros (em formato) digitais no tablet (ou microcomputador), pois em papel se nos exige espaço e certa logística... Ler é a maneira mais barata de arejar as idéias, colocando as 'ferrugens' pra correr... É altamente apaixonante! Quando ouço alguém dizer que não gosta de ler surpreendo-me; é muito estranho, realmente...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mudamos de domicílio!

foto obtida agora de 
http://mtmcz.blog.uol.com.br/

Cáspite! Mudamos de residência: antes um belo apartamento, com vista privilegiada; agora uma casa (antiga, mas mui bem reformada) com um imenso porão, arejada, otimamente posicionada quanto ao nascente e o ocaso. Hoje está muito complicado residir em condomínios - para mim foi o suficiente estes 7 anos que estou aqui nesta cidade. Não vou declinar as razões que me fizeram debandar daquela comunidade - são vários; alguns suportáveis, outros imponderáveis, um e outro insultuoso... Não tenho mais idade para pretender amansar certo magote de casmurros parvenus...

Na verdade, veja como o Pai Celestial conduz os eventos - grosso modo, se não fossem os achaques recebidos de uns indoutos à minha atuação como síndico, juntamente com alguns vislumbres temerosos quanto ao futuro da pregressa compropriedade, não teríamos nos motivado a empreender a cansativa mudança. Quantos endereçamentos  a alterar; quanta arrumação/desarrumação; a ampla modificação parece organizar certo 'putsch'  com o nosso andar, nosso viver previsível - não se acha mais nada, 'tudo' some ou está tão bem guardado que esquecemos; tem-se que desinstalar-instalar mil adereços e contar com a boa-vontade de diversos prestadores de serviços, etc... Um horror e, no meu caso, originado por horrores (as palavras tem cada uso!)...

O pior (oh, que tempos os nossos!) é ficar desplugado de internet, de telefone, de TV - algo horrendo (olha a palavra de novo...) eu sei, mas que fazer; um dia, no futuro, nossa posteridade com certeza vai rir de nossa angústia e ansiedade motivada por estas bugigangas eletrônicas, estas arapucas-antes-analógicas-hoje-digitais que moldam nosso viver e fazer. Ainda bem que temos telefone celular!

Espero estar com a casa arrumada daqui a algumas semanas, quem sabe... e isto, trabalhando ali e lá, preparando aulas, etc. Trocando pneu com o carro em movimento; arrumando o casco do navio navegando em alto mar. Complicado.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Basta uma só palavra...

imagem obtida agora de:
http://www.ecclesia.com.br/sinaxe/mateus-4.html

Hoje cedo me emocionei novamente (já falei desta perícope em 23 de dezembro de 2011...) quando da leitura e meditação da passagem que vemos em Lucas 7: 1 a 10. Vejo que isto revela o meu maior problema espiritual (e o cerne das minhas orações): minha formação acadêmico/científica determina que minha alma sempre se apoquente com detalhes mundanos sobre os relatos bíblicos, criticando-a, questionando-a. Normalmente não consigo evitar a emergência destes intimoratos movimentos. No final, quanto mais estudo e medito (em especial pelo ensino de Calvino nas sua magistral Institutas), sempre se reafirma em meu espírito a veracidade existencial/sobrenatural da Revelação para mim.

Como a Palavra tem o poder de nos mover o espírito, consoante nosso desejo de a assimilar, de a 'beber' como o vero alimento que nos dá sentido e alento... Procuro ponderar o celestial ensinamento, a partir da preparação da solitária oração, como aprendi. Escolho diariamente as primeiras horas da manhã para cumprir este mandato, onde o silêncio impera e quando nos encontramos, com sublimidade, imensamente gratos pela saúde, pela noite de sono reparador, e pelo desjejum; enfim,  vivenciando as inúmeras bênçãos que somos detentores, sem o merecermos.

Sou profundamente grato ao Pai Eterno por ter me resgatado do lodaçal  (Salmo 69: 2 e 14) onde pensava ser feliz, e me ensinar sempre o caminho que devo perseverar (Salmo 86:11).

Oro para que Sua vontade soberana seja a régua e o crivo onde minha vida deva prosseguir pois, como sei, sou dEle (Salmo 33:12).

sábado, 28 de abril de 2012

Rimbaud, Arthur (20/10/1854 - 10/11/1891) Poeta.

foto obtida de
http://bit.ly/IIdXuI
nesta data

Comprei recentemente interessante volume de uma editora fantástica, a L&PM, que que nos brinda com muitas obras importantes. De autoria de Jean-Baptiste Baronian, tem o nome de 'Rimbaud' (Porto Alegre: L&PM, 2011 - Coleção L&PM Pocket, vol. 975, 224 p.) com bem cuidada tradução de Joana Canêdo, e traz uma ótima ilustração da atormentada vida deste importante bardo francês, falecido precocemente. Quem quiser saber mais do sensível vate, pode inspecionar também os endereços http://bit.ly/KltD46 e http://bit.ly/3pHXY7.

Para quem deseja conhecer melhor a si e ao próximo, este tipo de literatura me parece importante. Faz-nos ver que todos, homens e mulheres, somos muito parecidos, e o quanto carecemos de instrução e aconselhamento, em especial na juventude. E também nos faz meditar num tipo de discurso - ou fala? - (no caso, o poético) que remete direto ao coração, importante nestes 'tempos pós-modernos', como se lê por aí (nem sei mais o que este termo efetivamente abarca, para ser sincero...). 

Últimas notícias... Compramos as passagens para a viagem de julho que faremos para conhecer a netinha Noemia Dutra. Vou rever o imenso aeroporto de Dallas em Fort Worth (http://www.dfwairport.com), na conexão para Los Angeles (eles moram em Fresno, CA).

Na próxima quinzena deveremos mudar de domicílio - vamos, Ruth e eu, para uma casa no centro da cidade. Estamos 'naquela' expectação... Espero publicar alguns posts antes da mudança, mas se ficarmos ausentes um tanto, é a mudação... período de certo aborrecimento, mas com a vantagem de deitar fora muitas 'excrescências' que vamos acumulando ao longo dos anos!

Agora, planejar aulas, produzir material didático, ler, programar o fim de semana (vou trabalhar todo o domingo, amanhã, num concurso...) e a 'semana furada' subsequente.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

docência...


foto obtida agora de
http://www.betomenezes.biz/?p=462
(também homenageando o grande Chico Anísio...)


Grande tarefa, a de colaborar para o aprendizado (ia dizer 'ensinar', mas acho que este é um termo complicado - quem se ensina é a pessoa; pode ser assim quanto mais pequeno é o aprendiz mas, quanto mais maduro fica o aluno, menos o professor 'ensina'... Por isso gosto de dizer que eu sou um 'educador' - um facilitador da aprendizagem, um colaborador que, além de técnicas e modos de pensar veicula também valores...).

Quanto mais trabalho nesta área (já se vão quase 35 anos... meu primeiro emprego foi na Universidade Metodista de Piracicaba, campus de Santa Bárbara do Oeste, SP) vejo quanto posso aprender. O grande problema hoje é (paradoxalmente, ainda que não para todas os estratos sociais e educandos), em especial para o ensino de terceiro grau, o excesso de informação, de fontes, de meios, de 'entendidos', de especialistas, de saberes e ''saberes". 

Preocupo-me muito com a formação de meus alunos, mas vejo que os mesmos não tem tanta assistência neste mister como seria necessário.  Hoje estava vendo/refletindo uma discussão interessante sobre a temática (veja em http://bit.ly/I5DA8E ) e vejo como é por demais complexa. Aqui, mais do que muitos outros assuntos, não cabe reducionismos, simplismos.

Creio que, para o docente, o labor de educar, donde também ele ou ela obtém a subsistência, acaba confundindo-se com o diuturno significar de sua existência. Como que não se deixa de ser docente quando a aula acaba - os valores humanos (portanto existenciais) que embasam o fazer do professor em sala de aula acompanham-no no trajeto para casa, no clube, nas demais coisas se faz no resto do dia - o educador vive sempre no 'fio da navalha', confrontado com a vida que o interpela, ali e acolá. Digo: se ele ou ela não se questiona a todo momento, já se alienou...

Na verdade, a escola é um fenômeno humano que não prepara somente para uma profissão, um complexo ofício, mas para um viver, ou seja, um modo de vivenciar a própria vida, que é em si interconectada, imbricada, compartilhada.  Enquanto as pessoas, com todos os seus papéis, não se conscientizarem desta verdade, o espaço da Escola (que, além do prédio e suas facilidades constitui-se com a burocracia e do conjunto de alunos, funcionários e professores - mas que se expressa muito mais do que esta simples somatória...) será visto de modo deturpado, ilusório.