A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

domingo, 5 de setembro de 2010

Véspera da véspera de feriado!

Êba! Meus alunos estão muito contentes - dois dias sem aula... Tudo bem que todo aluno gosta de um 'refresco', mas este semestre está exagerado - teremos mais dois feriados 'esticados', doze de outubro e dois de novembro, além do quinze de novembro. Quem ministra aulas às segundas-feiras terá problema para dar conta do programa... Mas para nós docentes, tal evento ajuda a colocar o planejamento das aulas em dia, com os respectivos materiais. Eu sou um professor que posta muito material no portal, de modo a estimular a leitura e pesquisa dos alunos. Muitos não aproveitam, mas aí são "outros quinhentos"...

Acabo de falar com a Livia, minha querida caçula.  Ela estava a caminho de ver uma apresentação teatral. Vejam como ela está agora:


Esta foto tirei do meu celular LG KP 570, quando a levava de volta à sua cidade, depois de passar uns dias aqui comigo. Ela é muito alegre e espirituosa e, por vezes, perpetra pândegas elaboradas...

Ah, e vejam minha caçula do primeiro casamento, a Marilia... Ela está se formando em Psicologia este ano, lá em Utah, Salt Lake City. Nunca imaginei que um rebento seguiria minha carreira!


Linda, não? Sem corujice (não achei este termo no Aurélio, mas quero significar qualidade de pai ou mãe 'coruja'), podemos dizer que é lídima representante do belo sexo. Ainda bem que 'puxou'  à mãe, que chegou a desfilar em evento de moda, segundo relato da própria, quando estudava Direito no Rio de Janeiro. Realmente a mãe dela, Tereza, era muito bonita também, chegava a dar torcicolo em alguns passantes (isto eu mesmo presenciei quando a namorava em 1980 - nos casamos em 1981).

Segunda feira, amanhã, não iremos no Asilo realizar o trabalho com os idosos, por causa do Feriado. Sentirei falta dos amigos lá. A gente se apega, é mal de alguns psicólogos como eu, humanistas (esta abordagem de Psicologia abrange modelos teóricos que se fundamentam na consideração de valores humanos como fundantes do fazer profissional). Para encerrar as confabulações, vou postar algumas fotos recentes  da 'turma'...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Setembro...

Nossa... terceiro quadrimestre e fim de ano à vista! Quantas coisas novas neste ano; mas, veja,  o impacto das mudanças aceleradas determinando certo chaos cotidiano é avassalador - fico observando meus alunos, como eles tem dificuldade em lidar com esta complexidade toda! Conheci uma senhora já macróbia que dizia ter visto o mundo de seus avós, de seus pais, o próprio da sua idade e, depois, o dos filhos e netos e quedava-se abismada com as transformações - a mais acachapante para ela era  ver a cidade natal, antes pequenina, 'deserta', sem pavimentação, agora transformada em pujante cidade de porte médio, com suas mazelas e descontinuidades... Não, não é facil não. 

Começo a ficar cansado de ministrar as cotidianas aulas, antes atividade tão significante para mim. Cavaqueando, ... será a idade? Os alunos desinteressados/desinteressantes? A falta de sentido laboral? Necessidade de mudar? Distraio-me fazendo cursos 'um atrás do outro'; já maquino o que perpetrarei (no bom sentido!) depois desta segunda pós-graduação em Teologia do CPAJ/Mackenzie. Penso em fazer Bacharelado em Teologia.

Outro dia telefonei para Mariana, a filha que está esperando nenê para janeiro do ano que vem,  aquela que mora em Sorocaba (antes morava nos EUA perto dos irmãos, mas enjoou de lá). Fazia um 'tempão' que não nos falávamos e, se eu não ligo, ela não toma a iniciativa. Que fazer... Faço minha parte, meu dever de pai. Enquanto tiver forças irei atrás dela; principalmente pela minha netinha que vai nascer. Que Deus me conserve para vê-la - por vezes imagino como Mariana vai ficar se descobrir que, um dia, desencarnei e ela nem ficou sabendo... Como já disse, eu fui um tanto  'ausente' assim com os meus pais na época que estava estudando na faculdade e hoje procuro fazer de tudo para compensar minha estupidez (ainda que não fizesse isso com intenção; era certo egoísmo imaturo). Então não fico magoado com ela; penso que um dia ela também vai cair em si. É da natureza humana decaída estas imperfeições - ainda bem que temos a bênção de poder perdoar e tornar estas bobagens em refrigério para o coração. Nada como tornar relativo estes desmandos, mirando-nos em nossas próprias (e incontáveis) imperfeições...

José Geraldo e Marília nos Estados Unidos também devem estar atarefados, mas pelo menos a cada seis meses aparecem (bom, eu costumo também dar uns 'lembretes' a eles para darem notícias, de vez em quando...). Com a Lívia, nos falamos toda semana, pois eu dei um celular a ela da mesma operadora e as ligações que faço saem mais baratas e, com a idade dela (9 anos), é muito hilariante ouvir suas peripécias... Imagine que outro dia ela se apossou de meu celular, intentando brincar com joguinhos e conseguiu bloquear o aparelho, o que deu certo trabalho para habilitá-lo novamente... 'ri, para não chorar' (bom, não foi tanto um desastre assim, vá lá... e creio que minhas 'artes' foram piores quando eu tinha idade dela - meus pais são 'santos', realmente, pois tinham 5 filhos!!) Ela está ficando um amorzinho de garota. Que o Pai Celestial a conserve assim!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Do velho embate entre Religião e Ciência...

Volta e meia vemos na mídia (e, para os interessados, especialistas e estudiosos, também em seus respectivos fóruns acadêmicos) pessoas perpetrando comentários sobre o dito embate acima citado. Eu sempre gostei do tema da Psicologia da Religião (uma interface entre estas duas áreas, obviamente mais focada no âmbito científico) mas sempre soube conciliar este mundo com a da vivência de uma religião (minhas raízes são cristãs, do Catolicismo Romano). Tento escolher bem as palavras, pois sei o quanto elas são 'perigosas' para efetivamente transmitir o que pensamos. Como não sou nenhum Affonso Romano de Sant'Anna (recomendo-lhe dele uma obra muito legal de se desfrutar - 'Tempo de Delicadeza', Porto Alegre: L&PM, 2009) um Saramago ou Machado, "todo cuidado é pouco"... (perdoe o lugar comum, mas na minha idade não precisamos mais ter tanto escrúpulo assim!! - aqui, bem, veja só, o Dicionário Aurélio Sec XXI eletrônico, sobre escrúpulo, das 3 acepções, refiro-me precisamente  à primeira - 1. hesitação de consciência, remorso... Mas concedo que, das outras 2, delicadeza de carater, senso moral, zelo, destes não abro mão).

Mas voltando, dos 16 livros que li sobre o assunto, um pouco tardiamente em relação ao rebuliço observado na mídia em seu auge - gosto de deixar a 'poeira assentar', para não ser influenciado - vejo que os querelantes por vezes se pronunciam com inusitado ímpeto... Vejo também que são poucos os que conhecem efetivamente os dois lados para, efetivamente, fornecer uma contribuição polida, como convém. Ora, qual a razão de se gastar a pena com tal tema se não for para contruir 'pontes' entre estes saberes? O número de diatribes é enorme, o que nos faz, quase, arrepender de ter investido alguma soma na aquisição do papelejo. Acabo mais lendo críticas das críticas, o que acaba sendo divertido.

Mas creio que, modestamente, eu obtive uma boa estratégia para não ter qualquer aproximação viesada (o que leva, seguramente, a mal-entendidos e radicalizações...) sobre tão complexa temática - o que aliás procuro, desde a faculdade, seguir para meus estudos e mesmo, creia, nas minhas deambulações... Estudando Psicologia, vi como a Linguagem (um acontecimento incrível, complexo, verdadeiro horror dos polifóbicos) é o fenômeno que subjaz em qualquer manifestação humana. Investi um bom tempo tentando entender suas nuanças, posto que, inclusive, para o fazer psicoterapeutico com a clientela, este entendimento é fundamental. Obviamente, meu treinamento acadêmico em Metodologia Científica e em Métodos e Técnicas de Pesquisa ajudou em muito também a manter um espírito mais desarmado e buscador da Verdade, não tanto das verdades ilusórias a que somos submetidos a toda hora...

Esta idiossincrática estratégia consiste em assumir, em princípio e a princípio, que todas posições e discussões, 'no fundo',  são confrontos de narrativas, de discursos,  de plano eivados ("nossa!", esta palavra é 'pesada' - ainda que me pareça apropriada para o que penso), ou melhor, continuando, de plano plenos de valores e posições assuntíveis e assuntivos, o que faz sempre periclitar  qualquer debate que se pretenda isento. Poucos, não importa o lado, conseguem sucesso nesta empreitada.

Poderia tecer aqui considerações metodológicas, teóricas, filosóficas, sobre o tema, mas somente conto, superficialmente, 'o milagre, não conto o santo'.  Para não ser leviano, em resumo, digo que uma pessoa, pode, sim, abrigar em si diferentes narrativas, basta ser coerente, e não ficar impingindo 'idiomas' peculiares de certa seara em domínios que praticam outras linguagens. Para discutir linguagens, respeitemos as regras do jogo (deste jogo...). É, creio, eu, o que muito estudioso esquece de fazer.

(P.S. de 13 de setembro de 2010 - vejam em http://blogdasciam.blog.uol.com.br a postagem de 03/09/2010 que Ulisses Capozzoli - Editor da Scientific American Brasil - escreveu sobre este tema, comentando o novo livro de Stephen Hawking - The Grand Design. De um modo geral, temos nesta revista um bom painel do que acreditados cientistas pensam sobre este embate...)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dia dos Pais - "salvo pelo gongo" !

Menos pior... graças aos céus não foi tão triste assim meu dia dos pais: meus filhos me ligaram para conversar; José Geraldo, graças ao milagre do Skipe, ficou falando comigo dos Estados Unidos quase por uma hora;  Marilia deixou recado na secretária eletrônica, pois me ligou duas vezes em horário que estávamos na Igreja... e deixou e-mail também. Mariana mandou um e-mail, o que é grande progresso (ela que, aparentemente por influência da mãe) resolveu me colocar em certo ostracismo... Perdoada está, querida, desde sempre. Foste minha primeira filhinha, adorada, delicada como uma boneca de porcelana, com pele tão fina e brancosa como a aurora rosicler... Agora que ela vai ter nenê (Nicole) vai poder averiguar como sofremos no Paraíso (não é só mulher não...), em silêncio por vezes lacrimante...

Livia me ligou à tarde, depois de tentar cedo (quando estávamos no labor dominical). Cada dia fica mais moçinha, linda e educada, em todos os sentidos. Soube que ela ligou até para meu pai, avô dela. Quem disse que os pais não se realizam nos filhos?

Mas o ideal seria receber o abraço apertado, ouvir, 'em pessoa', aquelas palavras que, a cada dia, ficamos mais carentes delas,  e que pelas quais trocaríamos, de bom grado, nosso maior tesouro... Mas deixemos de lado estas lamúrias, que pode pegar mal... mas esta tal inclinação a cada dia mais teima se instalar em nosso velhentado espírito, com velicativa contumácia...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dia dos Pais ou desabafo...

Ontem foi mais um dia dos pais, triste, pois não convivo com meus filhos, 'roubados' de mim pelas ex-esposas... (que anacronismo pérfido esta prática de achar que só mulher que cuida bem de filhos... mas 'quê fazer', é o costume!). O mais obnóxio de tudo é a ilusória crença que estas viragos possuem de achar que tem o direito de atrapalhar, melar a vida do pai com as crianças... Muito lamentável tudo isso. Como sou observador treinado, constato as práticas que por vezes estas infelizes realizam, lançando diuturnamente todo tipo de impostura, fábula ou ficção (a respeito dos pais) sobre as mentes das inocentes pessoinhas, condenando-as muitas vezes a serem miseráveis neuróticas como elas, acreditando que, com isso, purgam suas culpas pelas nefastas consequências de seus caprichos, passados ou presentes... Cada caso é um caso, sei de mulheres santas, que reagem inopinadamente à violência dos seus antagonistas, mas estes movimentos são tão velhos como a própria humanidade, oriundos de nossa natureza decaída, desde Adão, condenando todos os genitores, culpados e inocentes, ao desterro da convivência com a prole, sendo a idéia de rebento para estes pais algo quase virtual, posto que intangível, no mais das vezes. Vejam no noticiário da mídia, sedenta de sangue e miserê o estrago que a falta de Fé em Deus (pois só isso para nos manter sãos neste quase lodaçal de paixões) por vezes realiza nos corações dos envolvidos, as crianças no meio. É muito triste; vemos casos de homens que, ex autoritate legis, tem que se submeter a esbulho vil, aos desmandos de mulheres, sem lídimo direito de convivência com o objeto de seu amor. É castigo muito penoso...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ecos de BH

Fui a Belorizonte semana passada (Bilú, óbvio, foi comigo!); peguei avião em Viracopos (TRIP), descendo em Pampulha; voltei via aeroporto de Confins (TAM) - estas viagens valem cada centavo, pois já fui lá de carro e é um sacrifício atroz. Mas ambas as viagens foram ótimas, menos de uma hora, quando de dá conta estamos aterrizando!

Fomos visitar meu tio (86 anos, com sua esposa de 90) e minha tia  Cordélia (93 anos, veja na galeria de fotos), irmãos de meu pai, que tem 83 anos.  Engordamos um tanto - comida mineira 'cozinhada' pela secretária de minha tia (Elaine, de Barbacena!) é um atentado à boa forma. Se pudesse morava por lá - eles moram na Serra de BH, ao fim da avenida Afonso Pena, que permite uma visão privilegiada da cidade, lá em baixo. Deslumbrante. Quando criança íamos muito lá, e tenho ótimas recordações de minha avó Zizi, sempre sorrindo das traquinagens dos netos.

Nossa família vive bastante - minha avó viveu 97 anos, e acho que meus tios vão suplantá-la. Comparo a saúde de meus tios e pais (minha mãe tem 82 e é muito forte, faz Pilates e é totalmente autônoma) como a dos idosos dos Asilos onde superviono atividades de alunos, dentro de um dos programas comunitários promovidos pelo UNIFAE, o Centro Universitário Municipal onde trabalho aqui em São João. Em ambas instituições, mantidas por Ongs cristãs de caráter voluntário, os asilados, não obstante o carinho e zêlo com que são cuidados, exibem muitos impedimentos, e em grande parte por pessoas com idade de sessenta e pouco anos! Na verdade, o que temos de qualidade de vida na idade provecta é oriundo, em boa medida, do estilo de vida que esposamos (estilos de alimentação e visão de mundo, p. ex.) o que, interfaceando as condições orgãnicas derivadas da genética, redundam em sua somatória na boa o deletéria condição de existência detida pela pessoa.

Vejo que muitos idosos estão tendo um tipo de 'existir' que, muitos deles, já vinham cultivando por toda sua vida, o que, na velhice, tem maximizados os seus efeitos, para o bem ou para o mal. Exemplo: vejo idosos que,m ainda que tenham saúde geral boa, evitam a todo custo envolvimento com os demais, preferindo uma vida 'embotada', ensimesmada, voltada para suas cogitações solipsistas... Outros, mesmo que com má condição física ou mental, esforçam-se para interagir, 'fazer parte', compromissar-se... Pode ser que nossos 'filtros' profissionais façam exigências descabidas a estas criaturas, mas é comprovado que vida ativa, interessada, compartilhada, é uma espécie de 'antídoto' para muitos dos malefícios da idade avançada... E o Brasil será, dentro de alguns anos, um dos países com maior contingente de pessoas com mais de 60 anos, em comparação com a totalidade da população. 

Minha profissão e o da Ruth (ela estará formada em Fisioterapia dentro de 3 anos,  tendo feito Administração de Empresas anteriormente e trabalhando nesta área toda sua vida, em grandes empresas de São Paulo) estão bem cotadas entre aquelas que serão bastante solicitadas para dar cabo de tal demanda.  Aguardo com interesse tais cenários (eu, espero, farei orgulhosamente parte deste contingente da 'Melhor Idade'...), e grande parte de minhas preocupações intelectuais atuais são dirigidos à Gerontopsicologia, área que se abastece, entre outras fontes, com a enorme evolução que se observa na Geriatria.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Viagem !

Finalmente sigo para Belo Horizonte... faz muitos anos desde a ultima vez; tenho lá tio e tias e primas do lado paterno. Na minha infância tardia meu pai costumava visitar a mãe ainda viva com frequência e todos íamos passar lá as férias. Boas lembranças, como esperado; minha avozinha Adalgiza era adorável - só ria de nossas (eu e meus dois manos) palhaçadas. Ela faleceu com 97 anos, após meu pai (seu caçula) ir visitá-la sozinho, pois ela já estava acamada, e seu passamento se avizinhava (acredito que ela esperava meu pai aparecer/despedir-se para entregar sua alma). Meu avô, Dr. Lucas de Souza Dutra (Engenheiro Agrônomo, formado numa das primeiras turmas da famosa Faculdade Luís de Queirós, de Piracicaba, SP) tinha falecido alguns anos antes, de enfarto agudo, ao fim da missa - grande figura, adorava contar estórias fantasmagóricas aos netos, interpretando as aparições e tudo o mais, dando assim enorme realismo às narrativas; creio que porisso eu tinha pesadelos com caveiras e homens que raptavam crianças... mas digo que não tenho nenhum trauma maior por causa disto...

sábado, 19 de junho de 2010

Sumido...

Sim, sei, já havia prometido aparecer mais.... Ocorre que, como uma 'desculpa', consegui amealhar mais atividades às que eu realizo. Durante 3 tardes na semana eu supervisiono o trabalho de estudantes universitários em asilos de São João. É muito gratificante este tipo de trabalho. Fazemos estimulação psicomotora/cultural/interpessoal com os asilados. Como daqui a algumas décadas o Brasil será o sexto país do mundo em numero de idosos (projeções apontam para até 25% da população com mais de 60 anos...) esta especialização tem futuro!

O 'chato' é a inevitável burocracia que acompanha estas intervenções na comunidade, mas necessária. Um 'gargalo' na atividade é o nivel de conhecimento/destreza/motivação da equipe, o que limita o escopo e alcance do trabalho. Mas um pouco que se faça é recompensador e realiza enormes progressos entre os atendidos.

Agora tanto se fala da Copa de futebol, que tive oportunidade para averiguar o nacionalismo incipiente dos brazucas. Nossa patria tapuia/tupiniquim parece se revelar por vezes incipiente (não falei 'insipiente', por favor) neste quesito, e demoro a intuir a razão. Muitas explicações são veiculadas pelos nossos luminares de plantão, mas desconfio de todas/todos, posto que as ideologias lhes são intrínsecas. Saber, quem há de? Não imaginem que o desfile de roupas, de carros e adesivos etc. diz algo neste sentido; o brasileiro gosta demais do que está na moda... ou que aumente sua exposição... ou... ou não (para usar um 'gag' - quase caco - do Caetano Veloso... este sobrenome é com um 'éle' ou dois 'éles' ?).

Vou agora a uma festa junina familiar. Tem gosto de infância e saudade de outros tempos. Tenho duas classes para corrigir provas, além das 4 outras que já corrigi, digitei as notas no portal do Centro Universitário e entreguei a documentação pronta e pontualmente na Secretaria. Todas as disciplinas agora são semestrais, o que está causando certo rebuliço na Instituição. Mas entre mortos e feridos serão todos salvos.

Pequena e despretenciosa digressão sobre o Livro de Jó

O livro de Jó, além de ser uma preciosidade dentro da Religião, o é também entre aqueles que apreciam a boa literatura, em todo mundo. A grande riqueza está em discutir um amplo assunto bem abordado no texto – não o sofrimento em si, ou a questão das origens do sofrimento, ou o culpado pelo sofrimento (como muitas das pessoas que estudam Jó podem apressadamente atentar) – mas, em sua universalidade, convidar à reflexão uma necessidade vital a todos nós: a agonia do humano coração torturado pela angústia e pelas diversificadas aflições a que a carnalidade é sujeita, advinda do pecado.

Jó precisamente aponta, denuncia, desvela a incapacidade, a insuficiência de nossos horizontes para compreender apropriadamente o problema do sofrente existir, posto que tendemos, entre outros desvios, a reduzir a complexidade desta crucial problemática a formulas simples, ‘acessíveis’, enfim, reducionistas. No livro de Jó vemos que o mistério da causa do sofrimento permanece um mistério para o protagonista, e que o principal discernimento que podemos auferir, como bem demonstrou a leitura da semana, é que o cerne do ensinamento reside no aspecto motivacional da religiosidade e da Fé do personagem, e que para esclarecer isso o Pai Celestial emprega na trama até a Satanás, além dos amigos de Jó. A pessoa de Jó vem a compreender, ao final da caminhada, que Deus, em seu Trono, é Soberano e recompensa aqueles que Lhe pertencem, apesar dos tempos de dor, de prostração, de acrimônia, de provação, enfim.

Na Bíblia do Peregrino (2ª. Ed., SP: Paulus, 2006, p. 1060) lemos que Jó abarca “um drama com pouca ação e muita paixão”, tendo o autor deste santo livro infundido no protagonista uma paixão arrebatada, inconformado com a doutrina tradicional da retribuição. Nosso personagem Jó se opõe, segundo Carson (Comentário Bíblico Vida Nova, 3ª. Ed. 8ª. Reimpr., SP: Vida Nova, 2008, p. 696) à idéia de que o sofrimento é sempre uma punição pelo pecado. A grande lição que fica é que temos somente duas respostas quando estamos em sofrimento – realizar uma calma aceitação da vontade soberana de Deus e, buscando-o como um filho busca a seu Pai, efetivamente encontra-Lo, a Deus que, ao fim e ao cabo, tudo concede, inclusive o sofrer. No fundo, o livro de Jó louva a soberania, a sabedoria e a glória de nosso Criador.

Recomendo a todos este estudo, em especial porque vemos que Jó sofreu não porque era um dos piores homens, como apressadamente se poderia imaginar, mas porque era um dos melhores, e sua provação veio, como apontamos acima, a glorificar a seu Deus.

Não menos importante, vemos que, nesta esfera mundana e nessa amplitude do celestial ensinamento, o livro de Jó nos anuncia precisamente a Cristo posto que, surgindo problemas e gemidos de agonia, somente Jesus pode efetivamente nos responder: no coração de cada mulher e cada homem existe, desde Adão, um vazio que só o Mestre e Redentor pode efetivamente preencher.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Nossa, mês de março, já!!!

Preclaros amigos...

{((...lembro-me de uma colega no ginásio - antigo 1o. grau do Instituto de Educação Joaquim Ribeiro, de Rio Claro, SP, escola modelo... - havia um professor de Português que adentrava a sala, toda aula, e saudava-nos com este 'preclaro...'. Eu fui correndo ao Pai dos Burros - o dicionário para quem não sabe o que é isso - e li logo o que significava: diletos, distintos. E nunca mais me importei com o termo - só achava pitoresco o mestre SEMPRE se anunciar assim. Mas não é que a tal colega um belo dia irrompe em lágrimas reclamando -- "Porque o senhor sempre nos xinga de 'preclaros'???" O venerando Mestre, Manuel Leitão é o seu nome,poeta, escritor e educador respeitado em nossa terra - disse, com amor, 'filha, isto quer dizer diletos, etc'... E ela, sem graça, pelo 'mico' atroz: "Ah..." e enguliu logo o choro convulsivo. Eu, chocado, fiquei cogitando com os meus botões --Porque ela não foi logo ler no dicionário o que significava aquilo??? Eu achava normal, mas não o era para a garota... ))}

Bem, feita esta digressão, suscitada pelo uso do termo; como funciona nossa memória, não é mesmo?; recoloco o assunto. Que saudades de escrever aqui. Hoje, excepcionalmente que não ministro aulas, estou aqui na sala de reunião do IPEFAE, onde sou um dos Diretores, guaratujando. Precisei vir aqui no UNIFAE, convocado que fui pela coordenação do Curso de Psicologia - temos a visita de Avaliadores do Conselho Estadual de Educação para o recredenciamento de nosso Centro Universitário, e eu fui um dos docentes convocados para dialogar com eles. Tenho certa experiência nisso, pois estive em várias avaliações da UNIFEOB, o outro Centro Universitário aqui de São João.

Outono que chega. Diz-se que vai ser mais quente que o usual, por causa do 'El Niño' - Eu sofro com isso porque detesto o calor, quando muito o tolero na praia, em baixo do guarda-sol. Um dos sinais da velhice é ver o tempo escoando célere aos nossos olhos... Que fazer. É a sina humana, inexorável. Quem tem Fé, a verdadeira, não se amofina com isso, antes roga aos Céus que o encontro com o Pai seja logo, pois, egoisticamente, esta senda é por demais exigente para nossa alma e sabemos o que nos espera do outro lado do véu. Mas para muitos publicanos e gentios a simples evocação do fatal final, da aniquilação, da extinção, faz tremer ao mais valente....

Estou estudando neste mês um tema interessante no Centro de Pós-Graduação em Teologia Reformada do Mackenzie (Andrew Junper) - Estudos Bíblicos do Pentateuco. A temática das semanas passadas foi sobre 'quão é confiável o livro de Genesis'. Muito interessante, mas quanta coisa o engenho humano labora para questionar as verdades da Sagradas Escrituras!... Creio que se torna, se reduz, ao fim e ao cabo, em digressões e questões epistemológicas. Nunca haverá consenso, na Academia, sobre isso, pois o que se questiona são muitas dimensões e aspectos, e o ferramental filosófico, intelectual, racional, lingüístico, literário, arqueológico, sociológico, antropológico, psicológico, etc., para lidar com os questionamentos é infindável...

Outra coisa que me causa espécie é a enormidade de energia que os evangélicos, ao ficarem dando caneladas, beliscões e esbarrões uns nos outros (para não falar de atos outros, de maiores intensidades, de todo descabidas, pois os considero uma contradição em termos...) dissipam, quando deveriam estar irmanados em proclamar o Evangelho de Cristo ao que ainda desconhece as Boas Novas... Para quem não conhece, veja a Revista Ultimato, de Viçosa, MG, editado pelo Reverendo Elben Cesar. Outro dia li também outra revista cristã, Cristianismo Hoje, e fala sobre o mesmo tema. Que pena, quanta contradição e perda de foco!...

abraços a todos. Prometo vir mais vezes...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ficha Catalográfica


t291.42     Dutra, Lucas Vieira  

D978e            Um estudo psicológico-hermenêutico da conversão religiosa / Lucas
                 Vieira Dutra. Campinas : PUC-Campinas, 2003.
                       136p.

                       Orientador: Mauro M. Amatuzzi.
                       Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
                 Centro de Ciências da Vida – Pós-Graduação em Psicologia.
                       Inclui anexos e bibliografia.

                       1. Conversão – Religião. 2. Hermenêutica. 3. Setubal, Paulo, 1893-1937.
                 4. Compreensão. I. Amatuzzi, Mauro M. II. Pontifícia Universidade Católica
                 de Campinas. Centro de Ciências da Vida. Pós-Graduação em Psicologia. III.
                 Título.
                                                                            
                                                                                        20.ed.CDD – t291.42



Ficha Catalográfica elaborada pela PUC-Campinas-SBI-Processos Técnicos.


Resumo da Tese (em três línguas)

RESUMO


Esta tese discute a conversão religiosa através da aplicação da abordagem hermenêutica de H-G. Gadamer (1900-2002). No cenário social brasileiro, o tema da religião assume cada vez mais importância, e é necessário proceder-se a estudos hermenêutico-interpretativos de suas diversas expressões. Objetiva-se nesta monografia, de um lado, aumentar o horizonte de compreensão da aplicação da abordagem hermenêutica na psicologia da conversão religiosa e, de outro, aumentar o horizonte de compreensão da natureza do processo psicológico do fenômeno, mediante o estudo de um depoimento escrito, a narrativa póstuma Confiteor, do escritor brasileiro Paulo Setúbal (1893-1937), publicado em 1938. Na análise deste texto, encontrou-se a unidade de sentido da vivência do autor, qual seja, a de que ele desejou realizar como que um ‘resgate’ do seu eu, testificando de sua trajetória de vida, e assim remir-se do cativeiro psicológico/espiritual em que se encontrava devido aos anos de afastamento de sua religião. No que tange à natureza do processo de conversão, conclui-se que os conceitos de vivência e de personalidade devem receber maior precedência na construção de sua compreensão. Conclui-se também que a abordagem hermenêutica representa um caminho encorajador para o estudo da psicologia da conversão na medida em que envolve, entre outras qualidades, a lingüisticidade, a ampla característica verbal do diálogo humano.

PALAVRAS-CHAVE: Hermenêutica, Gadamer, Paulo Setúbal, Confiteor, Compreensão,
        Lingüisticidade, Conversão religiosa.

 

ABSTRACT


This thesis considers religious conversion using H-G Gadamer’s (1900-2002) hermeneutical theory. In the social scenery of Brazil, Religion has increased importance, and it is necessary to proceed interpretative-hermeneutical studies in several religious expressions. The aims of this thesis is to (a) increase the horizons of understanding of hermeneutical procedures on the psychology of religion and (b) increase the horizons of understanding of the nature of the psychological process of religious conversion, through the examination of a posthumous text narrative named Confiteor, written by a Brazilian author, Paulo Setúbal (1893-1937), published in 1938. In this text analysis, the unity of meaning of the lived experience of the literary man was described, that is, he intended to accomplish the ‘rescue’ of his self, with the testimony of his life trajectory, and then rehabilitate himself from the early spiritual/psychological serfdom he lived in the past years far off his religion. Concerning the nature of the process of religious conversion, the conclusion is that the concepts of lived experience and personality need to receive priority in the construction of understanding religious conversion. It follows that hermeneutical approach represents an encouraging path to the study of the psychology of religious conversion, because it covers, among others qualities, the linguisticity, the wide verbal feature of human dialogue.

KEY WORDS: Hermeneutics, Gadamer, Paulo Setubal, Confiteor, Understanding, Linguisticity, Religious conversion.


 Resumen

 Esta tesis discute la conversión religiosa a través de la aplicación del abordaje hermenéutico de H-G. Gadamer (1900-2002). En el escenario social de Brasil, el tema de la religión asume cada vez más importancia, y es necesario realizar estudios hermenéutico-interpretativos de sus diversas expresiones. Se objetiva en esta monografía, de un lado, aumentar el horizonte de comprensión de la aplicación del abordaje hermenéutico en la sicología de la conversión religiosa y, de otro, aumentar el horizonte de comprensión de la naturaleza del proceso psicológico del fenómeno, mediante el estudio de una declaración escrita, la narrativa póstuma Confiteor, del escritor brasileño Paulo Setúbal (1893-1937), publicada en 1938. En el análisis de este texto, se encontró la unidad de sentido de la vivencia del autor, cual sea, la de que él deseó realizar como que un ‘rescate’ de su yo, con testimonio de su trayectoria de vida, e así redimirse del cautiverio psicológico/espiritual que se encontraba debido a los años de distanciamiento de su religión. En lo que se refiere a la naturaleza del proceso de conversión, se concluye que los conceptos de vivencia y de personalidad deben recibir mayor precedencia en la construcción de su compresión. Se concluye también que el abordaje hermenéutico representa un camino valioso para el estudio de la sicología de la conversión en la medida en que envuelve, entre otras cualidades, la lingüisticidad, el amplio aspecto verbal del diálogo humano.


PALABRAS-LLAVE: Hermenéutica, Gadamer, Paulo Setúbal, Confiteor, Comprensión, Linguisticidad, Conversión religiosa.