A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sábado, 19 de junho de 2010

Sumido...

Sim, sei, já havia prometido aparecer mais.... Ocorre que, como uma 'desculpa', consegui amealhar mais atividades às que eu realizo. Durante 3 tardes na semana eu supervisiono o trabalho de estudantes universitários em asilos de São João. É muito gratificante este tipo de trabalho. Fazemos estimulação psicomotora/cultural/interpessoal com os asilados. Como daqui a algumas décadas o Brasil será o sexto país do mundo em numero de idosos (projeções apontam para até 25% da população com mais de 60 anos...) esta especialização tem futuro!

O 'chato' é a inevitável burocracia que acompanha estas intervenções na comunidade, mas necessária. Um 'gargalo' na atividade é o nivel de conhecimento/destreza/motivação da equipe, o que limita o escopo e alcance do trabalho. Mas um pouco que se faça é recompensador e realiza enormes progressos entre os atendidos.

Agora tanto se fala da Copa de futebol, que tive oportunidade para averiguar o nacionalismo incipiente dos brazucas. Nossa patria tapuia/tupiniquim parece se revelar por vezes incipiente (não falei 'insipiente', por favor) neste quesito, e demoro a intuir a razão. Muitas explicações são veiculadas pelos nossos luminares de plantão, mas desconfio de todas/todos, posto que as ideologias lhes são intrínsecas. Saber, quem há de? Não imaginem que o desfile de roupas, de carros e adesivos etc. diz algo neste sentido; o brasileiro gosta demais do que está na moda... ou que aumente sua exposição... ou... ou não (para usar um 'gag' - quase caco - do Caetano Veloso... este sobrenome é com um 'éle' ou dois 'éles' ?).

Vou agora a uma festa junina familiar. Tem gosto de infância e saudade de outros tempos. Tenho duas classes para corrigir provas, além das 4 outras que já corrigi, digitei as notas no portal do Centro Universitário e entreguei a documentação pronta e pontualmente na Secretaria. Todas as disciplinas agora são semestrais, o que está causando certo rebuliço na Instituição. Mas entre mortos e feridos serão todos salvos.

Pequena e despretenciosa digressão sobre o Livro de Jó

O livro de Jó, além de ser uma preciosidade dentro da Religião, o é também entre aqueles que apreciam a boa literatura, em todo mundo. A grande riqueza está em discutir um amplo assunto bem abordado no texto – não o sofrimento em si, ou a questão das origens do sofrimento, ou o culpado pelo sofrimento (como muitas das pessoas que estudam Jó podem apressadamente atentar) – mas, em sua universalidade, convidar à reflexão uma necessidade vital a todos nós: a agonia do humano coração torturado pela angústia e pelas diversificadas aflições a que a carnalidade é sujeita, advinda do pecado.

Jó precisamente aponta, denuncia, desvela a incapacidade, a insuficiência de nossos horizontes para compreender apropriadamente o problema do sofrente existir, posto que tendemos, entre outros desvios, a reduzir a complexidade desta crucial problemática a formulas simples, ‘acessíveis’, enfim, reducionistas. No livro de Jó vemos que o mistério da causa do sofrimento permanece um mistério para o protagonista, e que o principal discernimento que podemos auferir, como bem demonstrou a leitura da semana, é que o cerne do ensinamento reside no aspecto motivacional da religiosidade e da Fé do personagem, e que para esclarecer isso o Pai Celestial emprega na trama até a Satanás, além dos amigos de Jó. A pessoa de Jó vem a compreender, ao final da caminhada, que Deus, em seu Trono, é Soberano e recompensa aqueles que Lhe pertencem, apesar dos tempos de dor, de prostração, de acrimônia, de provação, enfim.

Na Bíblia do Peregrino (2ª. Ed., SP: Paulus, 2006, p. 1060) lemos que Jó abarca “um drama com pouca ação e muita paixão”, tendo o autor deste santo livro infundido no protagonista uma paixão arrebatada, inconformado com a doutrina tradicional da retribuição. Nosso personagem Jó se opõe, segundo Carson (Comentário Bíblico Vida Nova, 3ª. Ed. 8ª. Reimpr., SP: Vida Nova, 2008, p. 696) à idéia de que o sofrimento é sempre uma punição pelo pecado. A grande lição que fica é que temos somente duas respostas quando estamos em sofrimento – realizar uma calma aceitação da vontade soberana de Deus e, buscando-o como um filho busca a seu Pai, efetivamente encontra-Lo, a Deus que, ao fim e ao cabo, tudo concede, inclusive o sofrer. No fundo, o livro de Jó louva a soberania, a sabedoria e a glória de nosso Criador.

Recomendo a todos este estudo, em especial porque vemos que Jó sofreu não porque era um dos piores homens, como apressadamente se poderia imaginar, mas porque era um dos melhores, e sua provação veio, como apontamos acima, a glorificar a seu Deus.

Não menos importante, vemos que, nesta esfera mundana e nessa amplitude do celestial ensinamento, o livro de Jó nos anuncia precisamente a Cristo posto que, surgindo problemas e gemidos de agonia, somente Jesus pode efetivamente nos responder: no coração de cada mulher e cada homem existe, desde Adão, um vazio que só o Mestre e Redentor pode efetivamente preencher.