A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

386a. postagem... quanto texto! Hoje, algumas digressões linguísticas.

Baixado via grupo de WhatsApp ...

[ Hoje o fundo musical é um artista inglês, Peter Gabriel (nascido em 1950), notório ativista dos direitos humanos, mas mais conhecido anteriormente por co-liderar a banda de rock progressivo Genesis, e tendo posteriormente seguido bem sucedida carreira solo. O CD tem o nome de 'D 111089', 16 faixas escritas todas pelo Autor, publicado em 1.990 pela gravadora Geffen (Los Angeles, USA). O grande sucesso deste CD foi a faixa 3, 'Sledgehammer', ]

1. Existe um livre-pensador nacional que eu muito aprecio: Millôr Fernandes (nome de batismo Milton Viola Fernandes, 1923-2012). Este intelectual foi famoso desenhista, cartunista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista. Aliava sabedoria e humor em suas reflexões. Numa obra dele, publicado em 1.977 pela Edibolso (São Paulo, SP) denominada 'Reflexões sem Dor' - que tenho encadernado aqui em capa dura, para proteger a preciosidade - lemos, à p. 05: "Achar que podemos deixar alguém nos restringir parcialmente a liberdade é igual achar que podemos perder parcialmente a virgindade". Ou seja, em que pese a jocosa comparação, muitas pessoas ao fim e ao cabo se auto-enganam ao terem tolerância ou resignação frente certas atitudes e decisões que acabam por nos descaracterizar, cercear enquanto cidadãos, tanto no micro quanto no macro. 

Hoje em dia assistirmos a turbulências tenebrosas, em especial no âmbito político, problematizados pelo segundo ano de pandemia do famigerado patógeno Sars-Cov-2. Estamos algo anestesiados, amortecidos pelos sucessivos tombos e rasteiras que temos levado, e parece que a sociedade - notadamente nossos representantes nas casas legislativas, e nem falo nos demais poderes da República - tem dificuldade em discernir os seguidos descalabros que se perpetram à sorrelfa. Onde iremos parar, Deus meu? 

2. Eu tenho o costume diário de averiguar as colunas de Obituário, nos jornais e em revistas eletrônicas. Sempre achei que aprendo muito no exame das vidas de pessoas,  notáveis ou não pois, ainda que estes textos, que sabemos um tanto laudatório omita, por educação ou estilo, coisas depreciativas do finado, exprimem lições positivas para o nosso existir. Se soube da pessoa antes do passamento, posso aquilatar algo do escrevente ou do desfecho. Sei que alguns acharão excêntrico, mas diz um pouco do que sou...

3. Uma pândega o quadrinho acima, não? Rimos pela idiotice da aproximação terminológica, de fácil identificação categorial (falo de categorias lógicas, remetendo ao 'erro categórico' tão magistralmente discutido pelo filósofo inglês Gilbert Ryle). Mas existem confusões linguísticas no dia-a-dia que não discernimos tão facilmente, e isto é mais comum do que se imagina. Curiosidade: muito do que discuto em psicoterapia com meus analisandos se resume a repensar, criticar a irracionalidade (lógica) estes mal-entendidos linguísticos, 'reaprendendo' a pensar as situações de modo apropriado, funcional, racional. Sim, por vezes, as pessoas não são efetivamente portadoras de nomenclaturas pretensamente diagnósticas com as quais certos profissionais gostam de etiqueta-las... somente veem os acontecimentos de modo tendencioso, enviesado, o que lhes traz desadaptações, desfuncionalidades emocionais. 

4. Quinta-feira passada comprei pela Amazon 6 livros, que me foram entregues ainda ao final do dia seguinte. Volta e meia me presenteio com estes mimos, pois ler é um dos meus maiores (e primevos) prazeres, sim, desde que me conheço por gente. Três destes livros - 'A arte de querer bem', 'TerramareaR', e 'Crônicas para ler na Escola' (Editoras Estação Brasil, Companhia das Letras e Objetiva) - são de crônicas, da autoria de Ruy Castro, jornalista, articulista e escritor muito conhecido. Este genero literário é o que mais aprecio! Tem muito do humano de cada um de nós, e nada mais legal do que ler para afastar a solidão...


domingo, 18 de abril de 2021

Tempos pandêmicos e quadrinhos.

[ Coloco agora no dispositivo a música "You go to my head", magnificamente conduzida pelo saxofonista americano Art Pepper (disco 'Bunny')... É um maravilhoso entorno para escrevinhar estas modestas linhas... ]

Jornal Folha de São Paulo

1. Gosto muito de quadrinhos (em inglês cartoon). Considero uma forma refinada de arte visual ilustrada bidimensional, com um potencial de entretenimento/comunicação enorme, permitindo, além de diversão, refletirmos nossa realidade pessoal e/ou social, por meio de abordagem satíricas ou mesmo fazendo caricaturas. Tenho diversas revistas de quadrinhos aqui, dos mais variados formatos, sendo que a modalidade que mais aprecio é a dos 'mangás': produções características da Terra do Sol Nascente, em especial aquelas que envolvem estórias de ninjas e samurais. Acima, temos um exemplo de uma forma "resumida" de quadrinho que os jornais (e algumas revistas) costumam publicar nas páginas de variedades. Elas possibilitam a quase instantânea transmissão sintetizada de informações, subsidiando ao leitor pontos importantes para considerar, ou somente divertir. Nesta 'tirinha' acima podemos apreciar, p. ex.,  uma caracterização da dubiedade por vezes absurda, quase 'cinematográfica', que envolve o cenário político atual aqui do Brasil...

Jornal O Estado de São Paulo

Neste segundo quadrinho, de um famoso cartunista americano - Addison Morton Walker ('Mort Walker', falecido em 27 de janeiro de 2018)  fiquei pensando se o autor não insinua o (desrespeitoso) tratamento que certa parte da população concede aos jornalistas, esta classe trabalhadora tão importante numa democracia... Nestes inusitados tempos de enxurradas de fake-news, temos que prestar mais atenção nos acontecimentos impactantes do dia-a-dia, nos diversos setores. Assim, é imprescindível selecionar veículos sérios de comunicação, onde labutam profissionais gabaritados, para que possamos formar nossa opinião de modo fundamentado, discernindo a natureza das naturais preferências (mormente tendenciosas) que possam toldar nosso julgamento. Mas concedo que hoje em dia esta tarefa está cada vez mais difícil de ser realizada de modo confiável.


2. Acima, uma fotinho deste eventual escrevinhador, tirada há pouco aqui no celular. Resolvi cortar doravante barba e cabelo à "máquina dois", como diria um barbeiro ao regular a altura da máquina elétrica empregada para desbastar os pelos... Já usei barba e cabelos compridos (principalmente quando tive a Garage Barbearia, de saudosa memória), mas sei o trabalho que dá mantê-los em ordem. Ficou agora mais prático, higiênico e, melhor de tudo, autorizado pela patroa (ela diz que aprecia barba tipo 'cafajeste')! Mas o fato é que está na moda usar barba 'por fazer', coisa inimaginável há pouquíssimas décadas atrás. Convenhamos que é muito aborrecido usar gilette, navalha ou aparelho elétrico todo dia, como antigamente se impunha. A moda se altera constantemente  (em geral vai e volta)...

3. Dica de livro muuuito legal, principalmente para quem trabalha na área da saúde O rio da consciência, de Oliver Sacks (São Paulo: Companhia das Letras, 2017).  Foi a última obra deste renomado médico, professor e neurocientista inglês, falecido em agosto de 2015 aos 82 anos.  Ele publicou muitos outros livros de sucesso tanto para especialistas quanto ao grande público, caracterizados por escrita flúida e empolgante, mas nem por isso menos criteriosa e aprofundada, rigorosa. 

Este livro (um tanto memorialista) aborda fatos sobre Darwin, Freud e aspectos sobre a nossa vida mental - p. ex.  homeostase, qualias, percepção, memória e neuropatias - que nos deixam ainda mais apaixonados pelos mistérios que envolve a consciência e seus produtos. Para aqueles como eu que valorizam a Ciência como o melhor instrumento que o Homem alcançou, considero esta obra um sedutor relato de como, apesar de tantos percalços que a vida pode trazer, ainda resta muita beleza para ser admirada! 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Viagem a Natal (Rio Grande do Norte) e outros comentários...

 Natal, RN (Fotos de Marco Aurélio Feijó) 


1. Fizemos uma viagem para a capital do lindo RN, com mais dois casais amigos. Ficamos no bairro Ponta Negra, ponto turístico (mais ou menos perto do centro da cidade) muito legal mesmo, com diversos restaurantes bacanas, 'feirinhas' de artesanado e o que mais você imaginar de uma cidade turística de quase um milhão de habitantes. Nós ficamos num flat ajeitado perto da praia, perto de tudo. Um dos casais tem uma Agência de turismo, o que já facilitou bastante os passeios, pois já tinham visitado lá anteriormente.


Travamos razoável conhecimento das inúmeras praias que o estado tem. Foi muito legal descansar nestes dias. A viagem de avião foi tranquila tanto na ida quanto na volta (utilizamos o aeroporto de Viracopos), apesar da minha dificuldade de caminhar por causa da artrose de quadril. Incrível como arranjar uma cadeira de rodas é difícil em nossos aeroportos. Estas instalações são muito grandes...


Na volta de viagem de Natal planejávamos visitar meus pais idosos que moram lá em Campinas, mas meu pai (estando eu ainda no Nordeste) me telefonou para ficar de quarentena por duas semanas, por causa dessa pandemia. Ele tem muito medo de contaminação, principalmente por causa de minha mãe que, adoentada, está com o sistema imunológico enfraquecido. Fazia mais de mês que não os víamos, mas na penúltima semana de março conseguimos matar a saudade.... 




2. Eu tenho várias 'manias'; uma delas é anotar coisas em papelzinho - tipo ‘lembrete’ -  que vou ‘colecionando’, ajuntando em cima da mesa… (e parece que o Covid-19 piorou ainda mais minha memória...). Normalmente no fim de um tempo tenho um monte de papéis! De vez em quando eu “paro tudo” e pego  esses lembretes e começo a organizar:  uns eu jogo fora;  outros (finalmente) executo; muitos eu vou ‘resumindo’ em outros... Maluco!


Ruth tem suas 'manias', quem não as tem? De uma, eu até brinco com ela: eu falo que é TOC... Mas no fundo é uma qualidade importante: ela é muito organizada; gosta de arrumar tudo (quem manda na casa é a patroa…)! Mas às vezes acaba escondendo minhas coisas e depois diz que 'eu nunca sei onde estão…' O problemático é que ela nunca me avisa onde guardou ou vai “guardar/arrumar”... Já disse aqui que ela parece uma formiguinha - canso só de ficar vendo ela correr para todo lado; mas ela dá uma cochilada vez ou outra, senão não aguentaria, creio eu, tanta agitação. A casa não é pequena, e tem o porão enorme...


3. Estava pensando se isto seria uma espécie de mania também: eu derrubo coisas... sou bem estabanado. Piorou depois que tive - nos 2 pulsos - a tal síndrome do Túnel do Carpo. Meus dedos ficaram um pouco insensíveis! A minha santa mãezinha é assim… Ela derruba as coisas (principalmente durante as refeições) e fica até divertido ver a irritação dela consigo mesma… (não conte pra ninguém, mas eu acho que é esperta estratégia para ninguém ralhar com as ocasionais bagunças que ela faz!).


4. Eu 'peguei' o saudável hábito (acho que não seria ''mania'... rs rs) de tirar um cochilo após o almoço, todo santo dia, enquanto escuto o primeiro noticiário da tarde.. Eu reclino a 'Cadeira do Papai', ponho uma máscara tipo 'tapa-olhos', que controla bem a luminosidade  da sala, e durmo uns 15 a 20 minutos... Isto me ajuda a dormir melhor à noite. Como parece que 'sempre' surge uma dorzinha ou outra que incomoda (em diferentes graus), isto invariavelmente não me deixa conciliar o sono principal... Por vezes tenho recorrido até a um 'remedinho' suave para ter uma boa noite, mas não abuso, para não ficar 'dependente', crédo!


5. Como está ruim essa pandemia do novo coronavírus. Assistimos muitas pessoas que estão fazendo muita aglomeração, não tomando os devidos cuidados... Está aumentando novamente a infestação deste maldito vírus, determinando que muitos jovens percam a vida... Aqui em casa vamos continuar quietinhos. Apesar de já termos tido esta doença, tememos suas novas variantes. Ao que tudo indica na semana que vem tomarei a primeira dose da vacina... até que enfim!


6. Já recomecei a fazer minha  atividade física com a bicicleta ergométrica, e também o Pilates com a minha querida professora Ruth. Pensei que ia ter alguma dificuldade por causa da fraqueza que o covid-19 determina, mas tenho me exercitado bem. É importante ter meu condicionamento ótimo, porque esse ano ainda espero fazer a minha cirurgia de prótese de quadril. Poucos anos atrás minha radiografia da artrose apresentava grau baixo de comprometimento, mas nessa última vez que radiografei revelou estar no grau 4 (máximo de 5). Vamos ver no que vai dar... com esta pandemia caótica, todas as cirurgias eletivas estão postergadas, e não sei quando poderei operar. Inclusive soube que meu médico ortopedista precisou internar por causa do covid-19... Felizmente já se recuperou, segundo soube. Graças a Deus!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Sim, 'pegamos' o tal de Sars-Cov-2 (crédo!!)


Obtido de https://www.bbc.com/portuguese/geral-52135988
(Getty Images)

 Gente... Após quase um ano de zelosos cuidados, Ruth (pegou primeiro e passou para mim...) e eu tivemos a infame Covid-19! Minha mulher participou num fim de semana de um curso sobre Pilates (ela é instrutora numa gostosa Academia aqui em frente de casa - minha professora!) e, dos 17 participantes, a maioria desenvolveu a doença, felizmente sem nenhuma internação (acho que por serem todos jovens e bem saudáveis, a manifestação geral foi 'suave'). Tomaram os devidos cuidados com máscaras e álcool em gel, mas acho que houve certo 'ajuntamento' em ambiente fechado, natural num curso deste tipo.

Desconfiamos quando ela ficou sem a percepção do olfato. Depois nós dois começamos com dores de cabeça, sensação de fraqueza (no sábado seguinte dormimos o dia todo!), tosse seca muito chata. Não tivemos falta de ar ou febre, por isso não procuramos médico. Ficamos estes 14 dias trancados aqui em casa, como manda o figurino. Felizmente, com o delivery de hoje em dia, a gente 'não se aperta' muito com víveres ou outras necessidades/facilidades. São João da Boa Vista possui ótimos fornecedores... o comércio e serviços aqui é bem diversificado. Muitas cidades do entorno vem comprar por aqui (curioso que ainda não tenhamos um bom Shopping Center, como Poços de Caldas - talvez por ser perto desta cidade o povo gosta de passear por lá...). E tivemos duas amigas santas que se prontificaram a ajudar.

Ela já começou a sentir o odor das coisas, mas eu estou anósmico e com ageusia ainda. Um horror, eu que adoro um bom prato. Ruth ainda tem fraqueza, mas retoma esta semana as aulas na Academia de Pilates. Eu, aparentemente estou bem, sem a temida fraqueza. Mas não desejo a ninguém  tal afecção - é um vislumbre da finitude. Imagino o ruinoso mal para as pessoas que tem comorbidades, e/ou comprometimento do sistema imunológico... Credito à dieta saudável que Ruth e eu praticamos - verduras, frutas e legumes à atividade física (eu, ainda que acima do peso, faço sempre minha bike ergométrica, agora que não posso mais correr, como fiz dos 15 ao 55 anos - por isso que desenvolvi minhas artroses); ao fato de não ingerirmos álcool (quase nada!) ou embutidos ou refrigerantes, não fumarmos, etc. juntamente com certa 'genética', o bom resultado desta nossa inesperada contaminação.  É quase como ganhar um prêmio num sorteio... É muito triste saber quantas pessoas de diversas idades que já faleceram por causa deste vírus (é maluco isto: tem pesquisador que nem acha que isto seja um ser vivo!).

Infelizmente este patógeno veio para ficar. Entrará no calendário anual de vacinação contra a gripe, pois já descobriram sub-especies do mesmo...  Ainda teremos que usar máscara um bom tempo, e nos distanciar, evitar aglomeração. Eu pretendo (idoso que sou), mesmo que findar esta pandemia, ter sempre uma máscara no bolso! Penso no que alguns pesquisadores já pronunciaram: volta e meia teremos doravante estas pandemias, resultado da ação predatória do ser humano nesta Terra, trazendo cada vez mais animais silvestres para entrar em contacto impróprio conosco. Imagino que ainda possa ter um outro ("escondido") vírus, mais mortal e deletério, condenando futuramente mais e mais pessoas a um semelhante e doloroso transe, determinando aflições piores àqueles que não tem como se defender apropriadamente...

Que Deus nos proteja de nós mesmos!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

382a. postagem: a segunda de 2021 - temos vacina (Ufa!! mas... será que 'temos' mesmo??)


1.  Acima temos o meu amigo Sr. Dito, há tempos morador do Lar de Idosos São Vicente de Paulo, aqui de São João da Boa Vista. Estas fotos tirei quando ainda podíamos ir lá exercer nosso voluntariado - sou barbeiro dos meninos. Depois de março do ano passado tudo ficou em suspenso. Creio que, agora que temos vacina (ainda que um 'cisco', perto do tamanho da população...), logo poderemos retomar nossa atividade cooperativa nesta instituição... Estou bem saudoso da turma lá... [ Este 'Seu Dito' mora no Lar de Idosos pois tem doença grave no coração. Uma alma sofrida, cujos filhos não o visitam e não tem ninguém... Uma entre tantas estórias tristes que já ouvi naquela instituição. Mas, como tudo, é poeira de estrelas  que o vento leva e ninguém fica ou ficará sabendo! ]

2. Recentemente houve certo "agito" (um "diz-que-diz" que está mais para 'bafão'...) nas redes sociais e outras mídias sobre supostos problemas que o mais popular aplicativo de comunicação atual, o WhatsApp, teria em breve quanto à questão da tal 'privacidade'. Muitos estão fazendo download de seus assemelhados aplicativos alternativos tais como o VERO, o LINE, o SIGNAL, o ICQ - este ainda resiste, agora reformulado... e o mais procurado, o TELEGRAM. Eu, curioso (um quase-nerd?)  que sou, e tendo memória 'de sobra' no meu aparelho, já fui 'fuçar' em todos... [ uso muita gíria para ver como o pessoal do futuro { ainda vai ter este Blogspot no futuro?? } vai ler estas minhas garatujas... Como sabem, escrevo também para a minha posteridade. Será que meus netos e bisnetos ou talvez até tataranetos acharão algo interessante? Sinto muita falta de conhecer meus antepassados! Afinal, tudo o que sou hoje devo a eles e elas... ]

3. Aliás, é tanta bobagem, fake news, tontices, teorias da conspiração, asneiras e assemelhados que encontramos hoje em dia nas redes sociais, que já está em curso um movimento de abandona-las o máximo que puder. Eu não posso abolir as ditas por enquanto, pois precisarei de algumas para alavancar meu trabalho como Psicoterapeuta, mas um dia vou ter celular só para emergências! E nada de Facebook ou Instagram, podem crer! Twitter e Flickr até possuo aqui no celular, mas fui só inspecionar o que seria... 

Antes (pouco tempo atrás), por dever de ofício docente, julgava imperioso por vezes esclarecer/orientar/alertar ou corrigir incorreções que as pessoas perpetravam, mas hoje em dia, com o 'patrulhamento' e "raivosidade" (modos apopléticos) que as pessoas demonstram contra nós quando vimos porventura a comentar ou comunicar algo, por mais bem-intencionado que seja, eu deixei de me manifestar. Hoje em dia não concordar é 'ser do contra', deixando os demais no mínimo abespinhados... O que tem de 'mi-mi-mi' em todo canto é de cansar a beleza de qualquer um. O pior é que todo mundo fala sandices com tal autoridade, com tanta certeza, com falas e modos tão taxativos, que parecem realmente não ligar para o ridículo ou a má-fama.... um horror estes tempos! Estou cansado, me isolando e ficando  talvez um velho rabugento, quem diria...

4. Comprei um dispositivo da Amazon, para executar o seu famoso assistente digital ALEXA (um App grátis instalado no meu celular), uma 'estilosa' bolinha-autofalante do modelo "Dot" (que se conecta ao programa do celular via Bluetooth). Um barato modernoso, ainda que algo limitado em sua performance. Fico a perguntar muitas coisas tipo informações para este dispositivo, e o que mais gosto é solicitar verbalmente que o App execute muitas playlists  que cataloguei na Deezer, Amazon Music ou Spotify e/ou programas de Smooth Jazz do YouTube. Creio que podemos antever grandes realizações deste tipo de assistente digital (um dos mais interessantes é a automação residencial), assim que a Inteligência Artificial e os robôs e demais equipamentos digitalmente associados forem se complexificando... Uns trinta e tantos anos atrás um dos meus manos nerd me disse algo como ... "olha, no futuro a TV, telefone, computador, jornal e outras utilidades nos serão servidas domesticamente mediante um único fio...."  Confesso que à época fiquei matutando e duvidando um pouco mas, quando eu era criança também achava a maior graça naquele desenho animado da produtora Hanna-Barbera - Os Jetsons -, e vejam como quase tudo lá se tornou realidade... Maluco!!

5. Tenho lido muito, estudado a Arte Real e assistido bastante TV - tenho em casa agora Amazon Video, Netflix, Globoplay e Disney Plus. Aprecio mais Documentários e Comédias, mas não recuso uma boa película - como tem filme bom da Índia e da Coréia,  além dos tradicionais do Japão... Como esta prisão domiciliar vai ainda se estender por mais um ano, ao que tudo indica, temos que fazer aqui nossa vida um pouco mais palatável... Eu tinha TV a cabo (melhor, por satélite) mas descontinuei. Estava caro demais e com os quatro fornecedores de agora ainda pago menos que anteriormente, e tenho mais opções. Curioso que a provedora anterior não fez muita questão de manter este cliente aqui...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Primeira postagem do ano, com boas e más notícias...


1. Olhem só... neste exato momento que sento aqui no escritório '2' (é o meu gostoso 'refúgio-esconderijo' do porão; o escritório '1' seria o meu consultório, que fica na parte de cima aqui da casupita) para escrever este post, vejo no tablet que a Ford vai parar de fabricar veículos no Brasil. Desde 1.919 aqui, era uma das preferidas dos motoristas - eu inclusive: tenho um modelo Ka 3 portas, ótimo, ano 2018. Imaginem quanta movimentação haverá no mercado de trabalho, pois a montadora estima que milhares de empregos serão afetados... O bom é que o brasileiro adora automóvel e isso vai ensejar uma bela acomodação no mercado laboral e automotivo, com novas oportunidades! Eu penso no futuro não empatar mais um elevado capital num carro; vou fazer talvez uma assinatura ou utilizar serviço Uber-tipo mesmo, pois idoso tem cada vez menos necessidade de ficar saracoteando por aí...

 2. Escrevi 'casupita' acima: na língua galega - da Galiza, ou para nós 'Galícia', comunidade autônoma do noroeste da Espanha -, 'pequena casa'. [A capital da Galícia é a conhecida Santiago de Compostela]. Em português, temos 'casinha' ou até 'casita'.  Já vi (e utilizei aqui) o termo grafado com 'z', mas acho que o certo seria com 's' mesmo. Quem falava assim era o meu primeiro ex-sogro, o saudoso José Domingues, português da gema. Grande figura aquele senhor, muito divertido. Deus o tenha!

3. Minha residência de esquina fica numa rua sossegada no centro de São João, onde transitam rapazotes e moços que frequentam o maior Clube de Campo (de nome "Esportiva") aqui da cidade. Quando sobem do bairro, quase toda semana um ou outro garoto aprecia tocar a minha campainha e sair correndo. Outro dia me diverti pois um deles apertou de repente o botão, assustando o resto do grupo, que correu atrás temendo que eu fosse ralhar... O pior é que não podemos nos aborrecer  com a peralticejá fizemos também muita travessura quando menino... Já disse uma vez aqui que aprendi naquela revista "Seleções do Readers Digest" que temos que ter paciência bem-humorada para educar a petizada!

4. Ultimamente tenho tido rememorações de coisas primevas em minha vida, algumas nos sonhos. Minha memória atual não está boa faz certo tempo (creio que oriunda da idiossincrática faceta de dormir pouco), mas estas recordações, raras antigamente, e misturadas com desconhecidas novidades, estão mais e mais a ocorrer... Antevisão? Presságio? 

5. Entrou um documentário no catálogo da NETFLIX, de nome "Vida após a morte", abrangendo também aquelas experiências de quase-morte ('near-death experience'), tudo numa perspectiva bem profissional, em produção bem cuidada. Vi dois episódios iniciais - parece que são cinco - e achei bem recomendável.  Sou cientista, mas aberto a novas ideias. Acho que nosso salutar ceticismo não deve impedir de participar da discussão dos claros ou obscuros acontecimentos da vida, mesmo que a Ciência não disponha ainda de métricas, ferramentas ou descritores apropriados para todos os fenômenos alegados. 

6. Ahh... que 'novela' que se tornou esta questão dos imunizantes contra o Sars-Cov-2... Ouvi dizer que existem 200 projetos de fabricação ao redor do mundo! Mas aqui no Brasil politizaram a questão, com o governo federal se estranhando com governador(es)  para ter primazia. Que azar! Já existem 50 países vacinando sua população, e aqui nem o número de seringas necessárias e suficientes foi planejada a aquisição. Quem sabe até o fim do ano teremos boa parcela da população vacinada (a totalidade só o ano que vem). Ou seja, usaremos máscara e álcool em gel por um bom tempo, praticando distanciamento social... Eu já me acostumei, como já disse, à "prisão domiciliar" aqui.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Última do ano pandêmico (380a. postagem!! Aff...)

 

(nem me lembro mais onde foi isso...)

1. Hoje iniciou-se o verão, às 07:02h.  Espero que não seja muito calorento, pois me exaure por demais! Depois de entregar agora cedo um trabalho encomendado (elaboro ocasionalmente textos específicos sob demanda de empresas de prestação de serviço que, por razões de sigilo, evito mencionar a destinação...) decidi perpetrar esta 380a. postagem (!) aqui no Blog. Coloquei Ella Fitzgerald no CD-player e  'vamo que vamo'  (confesso que 'tudo' fica mais animado pra mim com esta Diva de fundo musical). Tenho andado 'preguiçoso' para escrever: acho que é o novo coronavírus... Este Sars-Cov-2 maldito trouxe-nos muito infortúnio, e o pior é que "veio para ficar":  só em 2022, segundo diversos especialistas, teremos alguma melhora significativa na situação, crédo!

2. A violência sem dúvida foi a grande 'onipresença' deste ano, em especial aquela motivada pelo racismo, estrutural em essência. Um horror, com diversos exemplos, ocorridos em  cenários, pessoas e campos - até o esportivo -  os mais diversos. A corrupção endêmica é outro exemplo desta mácula humana deplorável. Difícil co-existir hoje em dia!

3. Minha mãe esteve hospitalizada (terceira internação neste semestre) e, apesar de cirurgia perigosa e uns dias de UTI, já se encontra convalescendo na vivenda do mano Sérgio em Souzas, bairro de Campinas, aqui no estado de São Paulo. Seus 91 anos nos fazem mais preocupados, mas ela é bem forte o que, por outro lado, também nos deixa animados. Acho que o pior já passou. O chato é não podermos (os 5 filhos) fazer a nossa tradicional festa de Natal, pois 'não tem condições' pelo seu estado de saúde, e ninguém está com disposição para arriscar com 'ajuntamento' - um quase-novo termo que esteve muito presente em nossas cogitações neste ano...

4. Outro dia fomos à magnífica vivenda (cinematográfica!) do casal Érica e Levy, em Águas da Prata, pequena mas mui conhecida cidade vizinha  aqui de Sanja. Lá provei jambolão (uma fruta originária da Índia) e jambo, frutas apetitosas que me relembraram infância e adolescência. Só faltou degustar gabiroba para espanar todos os neurônios gustativos daquele período tão gostoso dos campos de Rio Claro e Pirassununga... Ái que saudades!

5. Vou no meu ortopedista agora em janeiro para iniciar as conversas para futuramente realizar a cirurgia de colocação de prótese aqui no osso da perna esquerda (no ponto em que se conecta com o quadril). Tenho uma grande artrose que me impede o adequado caminhar (correr nem pensar), ficar em pé e que, por isso, implica em outras aborrecidas e constantes limitações... Volta e meia tenho que tomar anti-inflamatórios, o que evito, mas 'tem horas' que tenho que apelar. Por vezes uso 2 bengalas e até começo a ver o 'andador' com bons olhos mas aí Ruth ralha comigo. Brinco que vou comprar um modelo "Ferrari" que vi outro dia, chic por demais, mas ela se irrita e mudo de assunto, rs  rs.

6. Esta pandemia, num mundo digital e cada vez mais inter-conectado, mudou muita coisa em diversos setores da vida em comum, em especial o modo de trabalhar. As reuniões e o co-working mediante aplicativos do tipo Zoom, Whereby ou Google Meet  'vieram para ficar', em suas múltiplas dimensões. Até as reuniões familiares e religiosas ficaram viáveis com estes programas, que possuem versões grátis, bem confiáveis e eficientes. Quem diria...

      Desejo a todas e todos um Santo Natal e, se posso alertar... Não se esqueçam do aniversariante!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Reflexões dispersas...


1. Já estamos em Novembro... como este malfadado ano pandêmico de 2020 passou depressa! Que impressão misteriosa é esta da passagem do tempo, não é mesmo? Esta abstração que construímos - tempo - (sim, porque, até onde sabemos, o que temos, o que 'existe' é somente o aqui-e-agora; o passado não volta mais e o futuro é só uma possibilidade, coisa de especulação algo estatística...) revela um perene mistério, que assombra o ente humano desde os tempos imemoriais. E, inobstante as intelecções de  'n'  filósofos, astrofísicos e outros doutores na matéria, permanece isso: um mistério!

2. Tenho feito um certo 'tratamento' com ervas naturais para debelar uma certa (ainda bem que leve) ciclotimia que vai e volta, ao longo de cada 30 dias que tenho percorrido, nestes últimos anos. Deve ser a idade, pois não me lembro de tais episódios antes. Nada que chegue a atrapalhar; o que causa espécie é a periodicidade, a recorrência. Felizmente, consigo me distrair e ver as maravilhas ao redor e principalmente em minha psykhé. Eu, agora semi-aposentado, tenho lido muito, feito ginástica (bicicleta ergométrica diariamente e Pilates 2 vezes na semana), escutado música - smooth jazz principalmente -  e assistido séries na TV:  adoro documentários e as séries sobre o reino animal, principalmente as espécies selvagens. Eu queria ser biólogo quando criança...

3. Estou ficando esquecido - dizem que é da idade - 66 anos começa a pesar. Mas eu tenho uma disposição positiva e procuro ver e aproveitar sempre o outro lado de tudo. Exemplos: estou assistindo na TV a antigas séries, ótimas, que ainda estão disponíveis nos canais de streaming... Tenho feito bastante atividade física e me alimentado super-bem (verdura-frutas-legumes e amêndoas), evitando o máximo de 'coisa' industrializada. Ouço dizer que adulto não deve tomar leite, mas tomo um copo gelado todo dia, por causa da vitamina D, principalmente... Pretendo ainda viajar bastante por esse mundão afora, mas antes vou conhecer os principais pontos turísticos da terrinha. Meus sonhos abrangem fazer uma viagem de trem leste-oeste pelos Estados Unidos e um périplo num transatlântico, se possível passando pelo Canal do Panamá...

4. Outro dia telefonei no Lar São Vicente de Paulo para saber se posso retomar lá meu trabalho voluntário como barbeiro. Felizmente minha saúde já me habilita a retomar meu trabalho naquela ILPI. A Assistente Social disse que só quando sair vacina e houver garantia quanto à segurança dos idosos. Acho então que no primeiro semestre teremos novidade! Que saudades deste trabalho... Mas estou temeroso que algum amigo possa ter partido desta para melhor.

5. Domingo agora vamos exercer nosso direito (e obrigação...) de votar. Periodicamente nos sentimos como otários... Explico. Outro dia, em meus estudos da Palavra, vi que o que lemos em Eclesiates 10: 16a  "Como é triste a terra governada por uma pessoa imatura, (...)"  (edição Bíblia NVT - Mundo Cristão) se torna um fato - desde que o Homem minimamente se organizou socialmente -  recorrente em praticamente todas as nações. Nossos (e dos outros) governantes governam mal. E ocorrendo isso em nossa pátria, que mais dorido que é... Todo dia tem novidade neste particular. No mundo inteiro e em todas as eras. Parece que ser político implica em ser uma criatura, com honrosas e raras exceções,  que se 'esmera' em comportar desonesta e/ou irracionalmente. Creio, em minha ignorância, que o bem comum deveria ser o norte de tal espécie de cidadão, mas os seus atos demonstram outros objetivos. E entra ano e sai ano sentimo-nos lesados, enganados, traídos depois de encerradas as votações... Não tem jeito mesmo: é do ser humano haver sempre aquela malta que se aproveita de quem não tem tempo de ser político, pois estes tem que trabalhar, criar riqueza, evoluir, construir. Um político é - como eu disse, com raras e honrosas exceções - uma espécie de parasita social. O termo 'Estadista', utilizado no seu sentido mais elevado, quase nunca é empregado.  Mascomo ensinou Heráclito (ao contrário de Parmênides), panta rei...


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Ocasionais reflexões...


1. Hoje em dia, aposentado da docência  ( mas ainda laborando como psicoterapeuta )  tenho todo o tempo do mundo agora para fazer o que mais gosto: ler. Quando criança aprendi algo do grande Monteiro Lobato sobre o valor do livro e da riqueza de ler, e fiquei convencido destas verdades, tanto que foi natural eleger posteriormente a vocação de professor. Mas, como bom filho de mineiro  ( meu pai é de São Sebastião do Paraíso, do Estado de Minas Gerais ), tive profissionalmente planos "B" e "C" na vida, por isso trabalhei ocasionalmente como administrador e mais seguidamente também como Psicólogo Clínico e Organizacional. Olho para trás e sinto-me feliz; creio que faria tudo de novo  (mas com menos erros, obviamente!).

Mas estava falando da coisa boa que é ler. Que riqueza, realmente. Sou daqueles que acabam com muitos livros e revistas abertas ao mesmo tempo sobre a mesa  ( tive em casa e nos escritórios mesas grandes, que nada mais eram que portas lisas, envernizadas, que 'viravam' tampo de mesa, apoiadas sobre apropriados cavaletes )  pois os assuntos levam a outros e detesto ficar sem compreender ou saber de algo que leio em meus textos, o que me leva a abrir 'parenteses' na leitura... O resultado desta estratégia de leitura/estudo é que fiz, além do Mestrado e Doutorado, seis pós-graduações Lato Sensu, mormente direcionadas às necessidades das diversas atividades profissionais que tive, mas que acabaram depois me ajudando no preparo e manejo das muitas disciplinas que ministrei ao longo de 42 anos...

2. Minha casa tem tanta coisa de decoração  ( Ruth e eu gostamos muito de 'empetecar' os cômodos  - mas com critério, viu? ),  quadros etc. que às vezes julgamos que exageramos, chegando talvez a um bric-à-brac.  Mas quem consegue ter coesão em motivos e temas na decoração? Isto seria possível se tivéssemos muito dinheiro mas, como nem de longe é o caso, nosso 'castelo' acaba tendo algo que denominamos divertidamente entre nós de 'rococó chinês'; porém, acaba dando certo. Creio que o fato de Ruth adorar flores, plantas, vasos e afins torna tudo muito harmonioso. Nossa casa quase parece um museu, mas nos sentimos bem aqui: tem objetos oriundos de muitas fontes  ( presentes de amigos e parentes, principalmente meus pais, que viajaram muito pelos outros continentes )  e de muito bom gosto, denotativos de muitas culturas diferentes. Penso em doar para museu de verdade muito dos artigos daqui, pois tem valor educativo...

3. Hoje dia vemos a irracionalidade grassar impunemente pelas diversas paragens sociais  ( em especial e mui lamentavelmente nos preconceitos de genero, no racismo e na política ),  fato que 'autoriza' muitas vezes os viventes a se expressarem em suas diversas dimensões como veros cretinos.  Um comportamento abjeto desta classe de criaturas é interromper a fala do outro, impedindo a pessoa de terminar apropriadamente suas frases. Eu costumo, nesta situação, a continuar a falar, como se o interlocutor não estivesse a perpetrar sua grosseria vocal. É algo constrangedor, mas o curioso é que em geral o(a) malcriado(a) não se dá por vencido(a). Já ocorreu de eu ter que descrever a situação para o indivíduo grosseiro: "você percebeu que eu ainda não tinha terminado de falar?"  ou  "porquê você está me interrompendo quando falo?"   (  já ganhei muitos desafetos pelo fato de denunciar estas más condutas para eles ou elas, mas prefiro perder estas 'amizades' do que ser obrigado a tolerar estes boçais a vida é muito curta para perder tempo com eles ou elas ).  E geralmente, como eu disse, o(a) rude, tosco(a) criatura ainda tenta justificar os maus modos. É de amargar... Alerto aos navegantes que tal impropriedade é muito malvista nas organizações empresariais, o que, junto com outras inadequações, determina em grande parte o cancelamento abrupto de contratos de trabalhos...

4. Uma última observação. Estou lendo o livro do renomado estudioso brasileiro Dr. Sidarta Ribeiro, de nome "O Oráculo da Noite"  (Companhia das Letras, 2020)  e estou adorando. Uma obra densa sobre o sono e o sonhar, indispensável para profissionais de saúde, mas mui adequado a todos os que se interessam por esta importante função da vida. Imperdível. Comprei pela Amazon, e em 4 dias estava em minhas mãos. Fui ver primeiro para comprar um exemplar nos sites das fornecedoras tradicionais, mas o preço final era bem mais caro... Por isso que grandes redes de livrarias nacionais estão no vermelho. Nos Estados Unidos foi a mesma coisa. Triste. Eu gostava de ir nas mega-lojas e lá ficar 'assuntando'' novidades e comprando com desconto livros e demais produtos associados... que fazer, agora é a Era Digital!

sábado, 17 de outubro de 2020

Saudades e tristezas...



1. Está fazendo um ano que fechei minha 'Garage Barbershop', depois de 3 anos de trabalho aqui no porão de casa (uma das garagens adaptou-se maravilhosamente bem para a empreitada). Foi uma experiência enriquecedora, pois fiz muitas amizades (que, ao final, restaram poucas... acho então não eram em sua maioria, a rigor,  'amizades', e sim conhecidos, ou melhor, 'clientes').  Mas sinto saudades de muitos deles, pois eram muito agradáveis. Mas a vida faz com que a gente não se encontre mais pois, inclusive, alguns eram de outras cidades!  Acreditei que trabalhar nesta milenar atividade seria um campo satisfatório de trabalho profissional, no momento que eu me aposentasse da docência universitária (eu já atuava como voluntário nesta arte lá no Lar de Idosos, o que pretendo retomar quando a pandemia permitir). Fiz curso e tudo o mais, e realmente valeu a pena, foi divertido e altamente recompensador. Precisei parar com o empreendimento por causa de problemas de saúde, que impossibilitavam um desempenho de qualidade. "Tudo passa".

2. Hoje pesquisei mais uns jazzistas aqui no meu aplicativo musical da Amazon para adiciona-los em minha biblioteca. Para mim, é o melhor recurso musical digital em termos de custo/benefício, pois já tenho ali assinatura geral para filmes e séries de TV e para compras em geral (principalmente livros). Achei Artie Shaw, Sonny Stiff, Pepper Adams, Dexter Gordon, Ray Bryant, J. J. Johnson, Jonah Jones, Sonny Clark, Billy Higgins. Fico ouvindo a cada dia um ou dois deles, enquanto leio ou trabalho aqui no micro. É o paraíso... 
 
3. Até estou me acostumando com o fato de ficar recluso (realizando radical distanciamento)  aqui em casa por causa do SARS-Cov-2 mas no começo fiquei algo acabrunhado... Saio pouquíssimo de casa - e isso para ir ao médico ou servindo de motorista para a patroa - e agora mais um tanto, para fazer Pilates.  Sim, criei coragem para retomar os necessários exercícios... com 66 anos não posso mais ficar sem esta salutar atividade física... Felizmente o Studio que frequento localiza-se na outra calçada, bem em frente aqui da minha residência - ói que bênção! Ficar aqui só com os exercícios caseiros de bicicleta-ergométrica não é suficiente!

4. Vejo que, ao que as estatísticas parecem indicar, finalmente o 'pico' de disseminação deste novo coronavírus ficou para trás. Ainda que muitos estejam abusando e não tomando os devidos cuidados, a proximidade de uma vacina, mesmo que para o ano que vem, incentivou a retomada gradual da vida 'normal'. Se não sobrevier uma nova onda de contaminação, como ocorreu em alguns países europeus, poderemos enfim divisar alguma luz no fim do túnel... Mas muitos setores, notadamente a Educação, as Artes em geral e o trabalho em Escritórios foram enormemente impactados, e seguramente sofrerão alguma alteração. Eu sigo aqui estudando, lendo, vendo TV e aproveitando as inusitadas 'férias', mas isolado, mais observando que participando...

5. O lado bom desta "prisão domiciliar" é que estou revendo algumas Sitcom mui interessantes. Seinfeld foi um seriado que revolucionou a indústria pela ousadia dos roteiros politicamente incorretos, até seu encerramento em 1998, depois de nove temporadas. Creio que ainda é considerada por muitos críticos como a melhor de todos os tempos. Realmente é bem divertida. Existem episódios que marcaram época, e não somente porque foram muuito engraçadas, mas porque criou tendências e tornou muitos artistas conhecidos. Assistir TV ajuda a minimizar o desgosto de ficar enfurnado, encafuado em casa. Eu falei que estou me acostumando, mas por vezes a tristeza me faz acreditar que no fundo estou é cansado, com saudades, quase um banzo...

sábado, 19 de setembro de 2020

Quase outubro deste ano coronaviral...

Fotinho sem barba...(e sem cabelo)
Ruth de cabelo curto, como a conheci.

1.  Que bênção recebi em ter esta criatura em minha vida! Não existe deleite maior em desfrutar a companhia de pessoa realmente virtuosa. Sempre refleti sobre este fato: 'juntando' as esposas anteriores, vejo que não abarcaram 10% das qualidades desta. Nunca casei pensando em me separar, mas somos - em especial na juventude - levados de roldão nesta vida. As duas ex-esposas anteriores que desejaram terminar o relacionamento; então, fica a sensação nunca elucidada dos defeitos que puderam redundar em tais tristes desenlaces. Por outro lado não creio que fui tão ruim como cônjuge que merecesse me apartar da prole, como elas fizeram... mas tudo isso não importa mais - são mães de meus filhos, então não desejo mal àquelas criaturas, ao contrário.

2. Sempre durmo pouco, e parece que isto piora com a idade. Levanto da cama duas a três vezes para tomar água, e escuto por volta das 3hs. da madrugada os característicos ruídos daquela senhora que faz a importante tarefa de varrição da minha rua. Certa vez, sentada ao meio-fio, desancou a falar ao celular (não em voz alta mas, naquele silêncio todo, a conversação ribombava através da janela)... Por vezes penso em fazer um café para levar para ela. A intrépida servidora deve deitar-se às 17 ou 18 horas para poder cumprir esta notívaga tarefa! 

3. Meu querido irmão Luiz, rearranjando espaço em sua magnífica vivenda, doou-me caixas de livros, revistas,  gibis e dezenas de CDs... uma quantidade enorme de preciosidades que vieram enriquecer minhas biblioteca e discoteca. Curiosamente, auferi ali muito Jazz, que não sabia ser de sua predileção. 'Santo' Serginho, o mais querido dos manos, talvez por ser o do meio dos 5 filho(a)s de Geraldo e Firmina. Não; é porque ele é um gentleman mesmo, em todos os sentidos!

4. Notícias parecem informar que o 'pico' de infestação do Sars-Cov-2 já foi atingido. Doravante teremos - Deus queira! - menos mortes e internações, até que surja a vacina, 'prometida' para o primeiro (ou mais tardar segundo) semestre de 2021. Todos estão cansados de ficar em casa em "prisão domiciliar"...

5. Minha mãe ficou dez dias internada por causa de problemas do divertículo (meu pai e eu também temos isto, um tanto encontradiço com o avançar da idade). Fomos duas vezes a Campinas auxiliar no cuidado dos velhos. Felizmente ela já está em casa, recuperando-se. Tivemos graves temores, em especial pela sua idade avançada. Mas felizmente, graças ao avanço da Medicina, tudo se revolveu a contento!

6. Estamos com saudades do festival gastronômico quinzenal que se realizava na vizinha Águas da Prata, nas noites de terça-feira. Quando retornar a atividade, vamos marcar presença lá... Muuuito bom, com muita coisa para ver e degustar, com gente bonita e amiga!

7. A nota triste da semana refere-se ao passamento de nosso colega docente do UNIFAE, professor Sebastião Galdino, mestre querido, pessoa afável e profissional dedicado; rigoroso mas acolhedor. Ficamos sem acreditar como de um momento para outro uma alma bondosa como esta pode deixar de existir. Uns falam que seu infarto foi problematizado pelo COVID-19, mas não tive certeza ainda sobre esta informação. Descanse em paz!

8. Neste período que estamos mais em casa por causa do novo coronavírus, estou me dedicando a um programa pessoal de estudos sobre a Sublime Ordem. Entre os assuntos diversos, temos os Landmarks, como são denominadas as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal, em número de 25, compiladas pelo célebre Alberto G. Mackey. Existe um ótimo comentário sobre o mesmos no livro 'Vade-Mécum do Simbolismo Maçônico', do grande Dr. Rizzardo da Camino (4a. ed., São Paulo: Madras, 2018, p. 103-129). Este notável gaúcho, falecido em 2007, publicou mais de 50 obras, inclusive sobre a sua profissão, Ciências Jurídicas. Espero que em breve possamos retomar nossas agradáveis reuniões...

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Pandemia, amigos e outras observações esparsas.


1. Esta pandemia do Sars-Cov-2 vai dar muito o que falar, por um bom tempo. Por agora, o maior problema é que estão todos fartos de tanto ficar em casa! Vemos notícias de pessoas fazendo festas - muitos, agendando-as pelas redes sociais e, sem termos ainda uma vacina, a melhor estratégia para não ensejarmos o colapso da rede de atendimento em saúde é evitar aglomeração e contacto entre as pessoas, pois não se sabe quem pode estar contaminado. Mas parece que a velha síndrome do Super-Homem viceja em todo lugar: principalmente os jovens parecem pensar que, mesmo que venham a ser contaminados, vão se safar sem (ou poucos) problemas... Acho que é mais para clima de 'roleta russa', pois a Covid-19 é doença bem imprevisível. 

Como estávamos todos despreparados para este desafio... Principalmente as autoridades não se entendem e vemos cidades, estados e o país enfrentando as enormes dificuldades com estratégias por vezes opostas! E como ocorre sempre nas crises, quem tem menos condição econômica e educacional sofre mais. Muito triste a enormidade de falecimentos que poderiam ter sido evitados, mas a população não parece estar muito impressionada com o fato. "Doença ruim só dá no vizinho". E 'olhe lá'...

2. Aristóteles certa vez observou que "nada envelhece mais depressa que (a lembrança d)um benefício". A formulação do filósofo se aplica a todos nós, alertando-nos que tanto podemos incorrer em tão grave falta, como podemos ser o destinatário do desapreço de outrem. Sinto que a percepção da ingratidão de alguém fica mais dorida quanto mais envelhecemos, talvez pela consciência das faltas que perpetramos... Observo que, talvez por causa deste coronavírus, tem ocorrido mais situações de ingratidão. 'Magoa, né?' é o que pensamos... Mas somos assim, egoístas, egocêntricos, e por vezes somos mais ingratos quanto mais aparentados somos da pessoa. E nossas inabilidades de comunicação só periclitam as relações já complexas... Crédo!, a arte de viver  fica a cada vez empreitada mais inalcançável!

3. Benjamin Franklin fez uma curiosa observação: "o homem benevolente deveria cultivar em si mesmo algumas imperfeições, para manter seus amigos satisfeitos". Não sei o contexto mais amplo de tal formulação mas, imagino que um tipo como esse de amigo que mirasse nossas imperfeições não seria verdadeiramente nosso 'amigo', pois acho que amigo de verdade vê sempre/procura ver o melhor de nós. Creio que o aforisma acima seria mais adequado se fosse  enunciado com os termos 'chegado', 'colega', ou 'conhecido' em vez de 'amigo'. Amigo de verdade que chegamos a possuir (pode ocorrer de não termos nenhum, ou seja, só termos 'colegas' ou 'conhecidos')  contamos nos dedos de uma mão, por vezes durante toda uma existência, como é o meu caso - e creio que somente a mim deve ser creditada esta restrita condição, por causa de minha inabilidade ou tipo de personalidade, vá saber! 

Este ditado ensina algo da Psicologia popular, do senso comum, no sentido de nos alertar para que é de bom tom não desejarmos parecer melhor do que somos, aos olhos dos 'amigos', ou conhecidos, enfim. Em especial se nossos colegas são inseguros, com baixa estima etc (quanto mais carências pessoais possuímos, mais tememos ou invejamos aquele que parece ser melhor que nós). A pessoa verdadeira tem que se apresentar verídica, autêntica, mas evitando o excesso da presunção, do 'exibicionismo'. E, ao fim e ao cabo, poucos aceitam alguém que conosco se sobressai com suas qualidades, como que nos lembrando de nossas deficiências... 

4. Reativei um celular de reserva que eu tinha aqui e transformei-o em terminal musical. Com o Amazon Music instalado, tenho acesso a milhões de música numa única conta. Ahh... as facilidades destes tempos digitais! Fico plugado toda hora em jazz - atualmente estou a descobrir o virtuoso Charlie "Bird' Parker (q.v.). Que coisa, faleceu com 34 anos, consumido pelo álcool e drogas...

5. Um certo sentimento de melancolia teima em se instalar em meu coração, agora que estou aposentado das principais funções laborais que tive em minha vida, a docência universitária. Mas como já explanei alhures, não tinha mais saúde nem motivação para continuar... Esquisito que esta sensação nos arrebata sem aviso, de mansinho! Creio que esta pandemia sem fim (anunciam que vacina mesmo somente o ano que vem, e não é certeza...) ajuda a deixar o tom aborrecido-sem-saída de tudo. A leitura constante da Palavra ajuda a colocar o trem de volta nos trilhos, e relembrar os  'n'  motivos para ser grato nesta vida, em especial a companheira maravilhosa que os Céus me concederam, finalmente... E, completando a estratégia sanadora da taciturnidade, averiguo a lista de coisas que tenho que realizar: tarefas 'empurradas com a barriga', visto que não tenho (tanto) prazo ou cobrança, e tento cumpri-las.  Talvez resida aí um motivo do desencanto - eu, que gosto de metas e objetivos, atualmente estou 'reduzido' a ler e escrever, estudando bastante (principalmente a Arte Real) e esquadrinhando diariamente os jornais,  que quase só trazem notícia ruim...

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Barbas, memória, Netflix e pandemias.


1. O ano passado eu estava, como na foto acima, tipo 'assim', bem barbudo. Um troglodita. Há muito queria experimentar isso, e passou. Doravante deixarei o tamanho somente "máquina" 6 e 7, como os barbeiros dizem da especificação da ferramenta elétrica de corte de pelos. É mais prático. Como o cabelo, uma barba bonita demanda muito cuidado e, quanto mais velhos ficamos, desejamos ser mais práticos, creio eu. E menos apegados (este é o grande 'segredo da felicidade', segundo os adeptos do antes Sidartha Gautama)  a bobagens de aparência etc...

2. Aposentei-me da Universidade onde ministrava aulas as mais diversas. Na semana passada cumpri meu desligamento/rescisão contratual. Mais um ciclo encerrado, descortinando outro. Doravante realizarei somente Psicoterapia e Psicologia Clinica aqui mesmo no consultório de casa. Agora neste segundo semestre, com praticamente 'tudo' na base do "distanciamento social", vou planejar as ações e logística de marketing, e quando pudermos nos 'adensar'  (novos termos e seus usos surgiram nestes tempos do vírus Sars-Cov-2) vou iniciar pra valer os atendimentos. Tenho um ou outro cliente remoto (utilizando tecnologias de comunicação a distância) mas minha escola de terapia (REBT - Terapia Comportamental Emotivo-Racional, do renomado terapeuta norte-americano Albert Ellis) não se presta muito a estes atendimentos via aplicativos cibernéticos... o olho-no-olho é fundamental, pois as múltiplas dimensões a serem discutidas e desenvolvidas  pressupõem contacto direto. 

3. Descobri recentemente nas redes sociais  um músico, compositor e arranjador argentino de nome Martin Sued, que executa com maestria o bandoneón. Boa companhia (tem coisas ótimas no Spotify...) nos tempos soturnos de agora! 

4. Uma dica valiosa para estudantes, em particular os ('meus'...) da UNIFAE: na NETFLIX existe - postado recentemente - um documentário denominado 'A era dos dados - A Ciência por trás de tudo' (em inglês 'Connected') , do jornalista científico Latif Nasser, que é Diretor de Pesquisa do show Radiolab, da New York Public Radio. Conforme o site Decider.com , Latif possui um doutorado do Departamento de História da Ciência da Universidade Harvard. Recomendo a todos que assistam esta série de seis episódios!!... Qualquer estudante vai se beneficiar com este programa, mas até profissionais podem se surpreender. Eu, como Psicólogo, achei super-esclarecedor,  e lançou luzes em minhas concepções... Estou assistindo pela segunda vez a série!

terça-feira, 28 de julho de 2020

Política, evidência e (ir)racionalismo


(no cafofo...)

1. Este ano de 2020 ficará na História, realmente. No caso de brazólia (ou 'Belíndia', como já se colocou, expressando um país sui generis, com tantas contradições...) a maior parte de nosso estado perene, constante de estupefação se deve à Política (ou politicalha?). John Kenneth Galbraith ensinou que a política não seria a arte do possível, como já se disse, mas que ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso... Esta lição ficou bem patente para mim como cidadão nestes dias de Sars-Cov-2... 

Nós ficamos tristes pelo que nosso país poderia ser, tendo em vista nosso incomensurável potencial (em todos os sentidos), mas a cada vez sentimos que somos muuuuito azarados. Estamos "em crise" há tanto tempo que não se sabe  mais o que seria funcionar, existir 'sem crise': banalizou-se o termo 'crise' (não obstante seus vários significados), infelizmente, e o mesmo não tem mais o condão de nos mobilizar à ação. Estamos desanimados, acabrunhados, não vemos luz ao final do túnel, para usar o gasto clichê, um abusado lugar-comum. 

2.  Muito de nosso sofrimento é originado ou problematizado pela nossa irracionalidade - grosso modo, certa disfunção do bom-senso, como a falta de clareza nas idéias ou do correto razonar. Lord Bertrand Russell (1872-1970) no seu Sceptical Essays (de 1928; Ensaios Céticos, Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008, p. 48) ensina que 'irracionalismo' - de modo amplo -  é, de um lado, a descrença no fato objetivo, surgindo quase sempre do desejo de afirmar algo para o qual inexiste evidência ou, de outro, negar alguma coisa para a qual existem evidências (comprovação ou demonstração) muito boas.

[ O termo 'evidência' aqui é fulcral para nossos esclarecimentos.  A discussão do que constitui evidência objetiva é um complicador, mas podemos considerar aqui como sendo precisamente o indício, a indicação de algo que permite - sem dar, portanto,  azo a dúvida - chegar-se ao fato com clareza, distinto que outras coisas similares ou assemelhadas que poderiam confundir, enganar. A identificação apropriada dos fatos deveria orientar as (precisas) intelecções. No fundo é o que a Ciência sempre busca esclarecer/fundamentar acerca dos fenômenos que estuda. ]

Nossas crenças podem adquirir (por diversas razões, como p. ex. desejos, preconceitos ou tradições) a imprópria tendência de serem contrárias, não conforme aos fatos. A 'realidade' abordada pela pessoa adquire ali seus contornos de 'fato' o quanto se coaduna (habitual e principalmente) com os desejos ou hábitos de seu possuidor.  É a maneira como o homem comum acaba aprendendo (erroneamente) a perceber, expectar e a pensar, em geral. 

Em vez de fundamentar a veracidade de algo no (exame e discernimento do) fato real, concreto, a pessoa (inadvertidamente) verifica se o pensamento ou 'explicação' imaginado se coaduna com a sua expectativa, com seu desejo. 'Funcionando', ou seja, confirmando ou se adequando ao desejo que possui, esta representação se torna para a pessoa 'verdadeira', convincente, como se fato fosse. 

Contrariamente, Russell afirma que muito da racionalidade que uma pessoa pode ter se expressa nas práticas de examinar seus desejos relevantes, controlando com critério, método, aqueles que se afastam da realidade (evidente), evitando/prevenindo assim a pessoa a se enganar. (Em meu sistema psicoterapêutico ensino o cliente a pensar com racionalidade, pois muito do sofrimento psicológico da pessoa reside na posse de pensamentos irracionais, mas isto é assunto para outra postagem). 

3. Nós temos que aprender (e aperfeiçoar - já abordei isto aqui em outras oportunidades...) a arte de sobreviver às cotidianas dificuldades, às decepções, às ingratidões etc. O aprendizado de suplantar nossas limitações e limitantes é constante, e a Felicidade (a rigor, o estado ou sentimento da infelicidade também...) "vem de dentro": o modo, a maneira como vemos nossa condição - como 'copo meio cheio' ou o (mesmo) 'copo meio vazio'... Ou seja, o quanto racionais (ou não) são nosso pensamentos - o quanto são ou não consistentes ou harmônicos com os fatos (e suas evidências).  No fundo é, como eu disse acima, o aprendizado de pensar (racionalmente) a realidade o que se operacionaliza aos clientes, em Psicoterapia. A realidade é o que é, e são os nossos pensamentos (irracionais, tendenciosos, enviesados) que a fazem 'ruim', ameaçadora, entristecedora...

Lembrei agora de um aforisma do escritor americano Edgar Watson Howe: Se você não aprende a rir das dificuldades, você não terá nada para rir  quando estiver velho...  Um dos critérios pelo qual o terapeuta verifica o progresso da pessoa em psicoterapia (ou seja, adquirindo estruturas de pensamento mais afeitas à realidade) é a faculdade do cliente precisamente rir - e principalmente rir de si mesmo! Constatar que existe diferença entre o fato, o real, e um pensamento não conforme a ele, nos faz rir; alegra-nos saber que podemos ser capazes de não nos enganarmos a nós mesmos e assim pavimentar o caminho de uma vida mais realista, veraz, autêntica, portanto mais realizadora, plena, satisfatória.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Tempos e eventos pandêmicos...

Em 2018, em frente à então Barbearia Garage...
Rua Teófilo Ribeiro de Andrade 89, aqui em Sanja.
(sim, foi um drone que fez a foto...) 

1. Este ano de 2020 vai dar mesmo o que falar! Não bastasse as enormes transformações que a digitalização onipresente determina, em todos os campos humanos - notadamente na Economia como um todo, e em especial na Educação e no Trabalho - agora as relações interpessoais também foram seriamente afetadas...  Como todo assunto 'modernoso' em brazólia, a gente acaba lendo ou escutando tanta bobagem no jornal ou TV, veiculada por  soi-disant 'experts', momentâneos por vezes, efêmeros como o vento (brasileiro 'tem mania' de opinar, dar palpite em tudo, sabendo ou não do que se trata). Ou, é de uma avassaladora superficialidade, passageira, como a poeira das estrelas (que é o que somos!). Sim, é óbvio que existem bons textos; concedo que também se encontra coisa escrita ou falada muito boa - e este é o ponto - como discernir? Imagino quanta mocidade 'meio' sem-senso-crítico sendo erroneamente sugestionada... que tempos!

2. Estava a falar da momentaneidade, transitoriedade das coisas. É algo que me deixa de boca aberta. Acho que até já falei sobre isso aqui no passado. Me desculpem se repito temas... Mas isto às vezes me atrapalha a pegar no sono. Vi agora no meu estoque de fotos Google (que agregado de ferramentas esta marca - 'assustador', chocante mesmo!) este cromo acima que ilustrei este post: um evento recente, para exemplificar (mas poderia ser qualquer coisa minha mais antiga), mas foram quase três anos de trabalho na Barbearia Garage tão bacanas; conheci muitos homens que agora nem sei mais onde andam ("sumiram"... eram 'clientes' quase-amigos; com alguns, compartilhamos muitas conversas transformadoras...) e o que restou foram algumas memórias esparsas, que pertencem só a mim e, a não ser que eu detalhe ali e acolá alguma passagem, ficará mesmo somente na mente de Deus. De tantos que passaram aqui restaram uns pouquíssimos, que telefono ou vejo aleatoriamente por aí de vez em quando, esbarrando no supermercado ou calçadas...

3. Me pergunto se esta superficialidade não seria a causa ou grande complicador da ansiedade, angústia e tristeza que temos visto mais nestes tempos pandêmicos de 2020. Pensar 'superficialmente' é um vício, um 'mal-aprendizado' de vida. Faz-nos relativizar sem ser autorizado, ou abruptamente já polarizar, ou simplificar (pois na verdade tudo é de certo modo 'complexo', ou seja, temos que analisar muito detidamente o maior número possível de elementos componentes...), sem critério, de modo enviesado, tendencioso, fazendo-nos perder no raciocínio.  

4. Para mim, a chave para o equilíbrio pessoal (nesta fase tão turbulenta, com tanta insegurança) reside na velha máxima do aperfeiçoamento pessoal: temos que aprimorar nosso intelecto para que assim nossa mente possa perceber as coisas o mais legitimamente como efetivamente são (e não como desejamos ou esperamos); percebendo bem, poderemos interpretar com acurácia o que se apresenta (ou seja, cotejar o que estamos agora percebendo com o que temos no nosso 'estoque' mental); interpretando corretamente, podemos efetivamente conhecer algo (e ter menos dúvidas sobre este algo 'conhecido').  Aperfeiçoando a mente, poderemos avançar, tentando cultivar as virtudes, que seriam, grosso modo,  condensação dos valores que adornam nosso existir, visto que são como que parâmetros que modulam nosso modo de proceder nas diversas situações. Digo 'modular' como balizador do correto agir.

5. Outra dica que forneço, funcionando muito bem pra mim.  Eu leio todo dia a Palavra. Gosto muito de Salmos, e também de Provérbios, além das cartas paulinas do Novo Testamento. É um programa de estudos que faz tempo me determinei. Me ajuda a relembrar velhas e edificantes lições. Me sintoniza sempre no momento que vivo. Outra coisa - sempre escuto música. Smooth Jazz habitualmente ajuda a relaxar e concentrar. Mas cada um tem que achar seu Eixo. Pronto, falei. 

sábado, 11 de julho de 2020

Dica do dia...

Pessoal, hoje no Estadão, à p. H-6 do caderno Especial, uma reportagem de Danilo Casaletti sobre um álbum de Nana Caymmi, interpretando obras de Tom Jobim e Vinicius de Moraes... Veja e depois ouça as 12 preciosidades no site   sesc.digital     Imperdível!