A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Ceticismo e Ética


Bertrand Arthur William Russell
(18 de maio 1872 - 02 de fevereiro 1970) 
   
Hoje em dia creio que uma antiga atitude, uma antiga maneira de pensar poderia voltar a estar na moda, em especial aqui no Brasil... Tem ocorrido tanta coisa na política, na economia e na vida comum que uma atitude cética poderia vir a nos salvar de algum surto imprevisível de irracionalidade. Nem tanto pela onda cada vez mais torrencial de 'fake news' mas, ao que parece, não é mais feio (ou condenável) faltar com a verdade; na realidade, vemos que existe uma crescente 'turma' empenhada em criar e disseminar inverdades -- a começar pelos políticos!
Mas vejamos com maior detalhe que atitude seria essa. Ceticismo (ou como foi conhecido no início, Pirronismo) era uma doutrina do pensador grego Pirro de Élida (alguns textos o nomeiam Pírron de Elis - 365-270 ou 275 a.C.), contemporâneo de Alexandre Magno, e ensinava que a pessoa devia cultivar de modo perene a  dúvida, questionando as ‘verdades’, os  dogmas, e as  certezas ‘inquestionáveis’. Consta que o mesmo foi um pintor nascido no Peloponeso, e não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofar, que o levou a fundar uma linha de pensamento que obteve muita influência em sua época.
Podemos afirmar que Ceticismo seria como que uma atitude, uma postura característica do constante questionar, duvidar de que algo seja realmente tal como estamos a perceber. Este termo tem origem grega e significa basicamente 'exame'.  A rigor, abrange a doutrina segundo a qual o intelecto não pode alcançar nenhuma certeza a respeito da verdade, determinando ao vivente, de um lado, um procedimento intelectual de dúvida permanente e, de outro, em decorrência, na desistência de constituir para si uma compreensão metafísica, religiosa ou absoluta do real. Qualquer estudioso, principalmente se considerar-se 'cientista', é em grande medida um cético, em maior ou menor grau. Por 'grau' aqui quero dizer 'situar-se em algum ponto de posicionamentos’  acerca desta atitude.

O notável filósofo inglês Bertrand Russell na sua obra ‘Ensaios Céticos’ (1928) afirma sobre Pirro que ele sustentava que  “nunca sabemos o suficiente para estarmos certos se um curso de uma ação é mais sábio que o outro”.  Visto que para o homem os fatos e acontecimentos não são (plena ou satisfatoriamente)  acessíveis, a única atitude legítima é a de não julgá-los verdadeiros ou falsos, nem belos ou feios, nem bons ou ruins  etc. ’Não julgar’ também significa não preferir ou não evitar: assim, a suspensão do juízo é já por si mesma uma ataraxia, este  também um conceito fundamental da filosofia epicurista, e pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade do espírito.

Qual o valor de ceticismo hoje? Se fosse uma matéria de estudo amplamente adotada pelas pessoas, muitas das dificuldades atuais da sociedade seriam minimizadas... As pessoas aparentemente, em grande medida, não se preocupam (posto que no mais das vezes não se recebe, informal ou formalmente, este ‘treinamento’) em analisar racionalmente o fundamento (ou as evidências) de suas opiniões, tomando o caminho mais fácil de sufragá-las ou legitima-las p. ex., a partir da pretensa autoridade de quem as ouviu ou da paixão ou desejo pessoal que evocam em si.

Nossas opiniões originam sistemas de crenças (mais ou menos racionais) que, tornando-se habituais em nosso repertório, vão ser identificadas como as causas de nossas ações consideradas, por extensão, racionais ou não.  Ou seja, boa parte de nossas ações não são determinadas pela análise desejável de fatos ou evidências, mas  pelas crenças cristalizadas que possuímos e compartilhamos.

Uma ferramenta social desenvolvida  para instrumentalizar a análise da racionalidade de nossas ações foi a discussão sobre a moralidade (ou a Ética), muito em voga hoje em dia, e que já foi objeto de publicações aqui neste blog. As  intelecções da Ética  podem em muito auxiliar o vivente em abster-se de realizar ações irracionais, tendenciosas, preconceituosas, ou seja, baseadas em desejos e opiniões apaixonadas, oriundas de crenças por vezes mui arraigadas.

O que precisamos reforçar nos dias de hoje é a discussão (e o aprendizado sistemático) das noções éticas. Felizmente vejo que  assuntos como Compliance, Governança e Ética  cada vez ocupam mais espaço nas preocupações das pessoas bem-intencionadas. Que seja um movimento mais e mais vigoroso em nossa sociedade!

domingo, 21 de junho de 2020

Um singelo poema, achado dentro de um livro, em terra distante...

O recorte de jornal (08 de janeiro 1977 ??)

    Em julho de 2004 fiz uma de minhas viagens a Salt Lake City, capital do estado norte-americano de Utah, onde na oportunidade residiam meus filhos José Geraldo D. Dutra (JD) e Marilia B. D. V. Dutra, ambos casados. É uma linda cidade, onde eu gostaria de residir, depois de Sanja... Lá é a sede mundial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecidos como Mórmons. É um povo único, laborioso, que, vindo do leste dos Estados Unidos, construíram no meio do deserto e ao lado do Lago Salgado (um mar pré-histórico) um estado bonito e acolhedor. Esta Igreja é muito presente no oeste americano, e possui talvez a maior obra missionária em ação no mundo todo. É uma corporação que atua em diversos ramos, todos voltados para a divulgação de sua obra cristã. Eu os respeito muito, pois são sérios e corretos!

    Passeando pela cidade fui numa das loja-depósitos da Deseret Industries, uma das divisões da Igreja Mórmon, dedicada (entre outras atividades) a vender artigos recebidos em doação ao público em geral. Em outras palavras, as pessoas doam bens os mais diversos, e os voluntários da obra social colocam os artigos a preços bem baixos, à disposição da população. Eu, professor, fui à seção de livros e encontrei uma obra bem bacana! E por um preço quase de graça, dois dólares, em perfeito estado! Junto com outros artigos adquiridos lá, trouxe tudo de volta aqui para o Brasil.


    Este livro é uma compilação de citações bíblicas do Velho e do Novo Testamento, organizados por temas (de 'abasement' a 'zeal'), publicada pela tradicional Editora Doubleday and Company (Garden City, N.Y.) em 1948. Seu autor, Lester Berrey, foi um clérigo antes de dedicar-se à lexicografia e editoria de livros. É uma fonte de citações muito útil para preparar prédicas e para estudos bíblicos... Ótima aquisição para minha biblioteca!

    Uma coisa curiosa me aconteceu. Folheando o livro, encontrei o pequeno recorte de jornal, já amarelecido pelo tempo, cuja foto inicia esta postagem. Trata-se de um lindo e emocionante poema, escrito pela esposa de um senhor falecido em oito de janeiro de 1976. Foi publicado em algum jornal, recortado e colocado no meio do livro. 


    Está escrito nesta primeira página "MOTHER BEAN FROM RUBY WELCH DAUGHTER", ou seja,  significa algo como (foi presenteado) "de sua filha Ruby Welch para mãe Bean".  Obviamente não podemos saber quem destas pessoas todas - ou até outra! -  foi quem fez chegar até mim o recorte de jornal, mas vale a pena meditar sobre o poema que nele há (humilde tradução minha...):


Em amorosa memória de Delmar Teets, falecido um ano atrás em 8 de Janeiro de 1976.

Dormindo suavemente no campo santo,
onde as flores gentilmente ondulam,
repousa aquele que mui ternamente amei,
mas que não pude salvar.

Deus sabe o quanto sinto saudade,
Ele conta as lágrimas que verti,
e sussurra que ele somente dorme,
meu amado não está morto.

Se o mundo todo fosse meu,
eu o daria, sim, e muito mais,
para ver o rosto de quem amei
e tê-lo  de volta novamente.

Eu não soube a dor que sentiu
nem ouvi seu último suspiro,
Sei somente que ele partiu
sem uma despedida final.

Deus me fortalece para aceitar
e coragem para suportar o golpe,
mas o que significa perde-lo
ninguém jamais saberá.


Sua esposa amada e saudosa,
Joanne.

    
    Que bela lição de vida nos passa, ainda que num vislumbre, estas palavras, que meramente ilustram o que pode ter sido uma vida em comum tão plena! E, à parte os meandros do destino que fizeram tal depoimento chegar às minhas mãos, achei que seria de certa forma uma espécie de egoísmo guardar isso só para mim. Nestes tempos "pandêmicos", doridos, lancinantes, qualquer emoção que nos faça lembrar que sempre pode haver uma dor maior que a nossa nos faz ser agradecidos pelo tanto que temos e tivemos e, por decorrência,  que necessitamos ter esperança - sempre - de tempos melhores.  Isto também vai passar!

segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Sublime Ordem



1. Depois de velho, aceitei o convite de um amigo do Lions para candidatar-me a fazer parte desta tradicional fraternidade. Como várias outras associações discretas, sofre perseguição e más-compreensões, honestas ou não, de pessoas corretas (ou não). Outro dia vi a defesa desta minha agremiação por um eminente estudioso Espírita e, sendo presbiteriano, senti mais forte minha admiração por estes irmãos kardecistas (na oportunidade - um vídeo numa destas populares redes sociais virtuais - o erudito, grande conhecedor da Maçonaria - e sem pertencer a ela, revelou saber, entre outras coisas, que somos perseguidos como eles). Creio que a melhor 'vacina' para não cairmos em preconceitos e proferirmos sandices ou parvoíces (denotando nossa ignorância - que 'mico' terrível que muitos pagam hoje em dia e parecem até achar bonito!!) é estudar, inspecionar, averiguar, antes de opinar.  Pessoas corretas (e incorretas) existem em qualquer agremiação, associação ou sociedade honesta, com objetivos sadios. Que erro crasso julgar uma associação pela conduta eventual de um(uns) de seu(s) membro(s); mais obtuso ainda explanar (maldosamente) sem conhecer sobre o quê está a referir-se. E hoje em dia a irracionalidade parece (paradoxalmente) recrudescer, nos mais diversos campos, malgrado os avanços culturais e científicos... Crédo!

2. A Maçonaria visa aperfeiçoar a sociedade mediante o amplo e perene primoramento de seus membros, privilegiando em especial o estudo da Ética. São investigadas e debatidas livremente várias disciplinas dentro do programa de estudos inerente à formação do Mestre Maçom. Existem três graus de estudos a galgar, abrangendo temas pertinentes do nível de Aprendiz, nível de Companheiro e o nível final, de Mestre, cada qual enfatizando aspectos determinados para o aperfeiçoamento do Homem. Existe a possibilidade de avançar em estudos filosóficos, após o grau de Mestre. O Maçom estuda a vida inteira, a si e ao mundo, de um modo geral. 

3. A Maçonaria é uma ordem discreta (e não 'secreta', como muitos gostam de sussurrar à boca pequena...) e, por causa disto, desperta infundados temores em muitos dos que não pertencem aos seus quadros. Mas é uma sociedade regular como as outras, que deve registrar seu objetivo social em cartório, pagar impostos, etc. Tem Regulamentos, Ritos e uma Constituição e,   em seus mais de 300 anos de organização acreditada, em todos os países onde atua,  os seus membros são patriotas e afirmam serem crentes em Deus (se a pessoa que se candidatar a fazer parte for ateu, sua admissão, de acordo com os Estatutos, não se concretiza.  Ahh... e a esposa do candidato também tem que autorizar sua candidatura, senão "nada feito"...). Tradicionalmente, a grande maioria - praticamente a totalidade - das sociedades Maçônicas são formadas somente por homens, tendo as mulheres e jovens efetiva participação nas sociedades para-Maçônicas. 

Creio que um dos motivos de certa (maldosa) 'ignorância' sobre a Maçonaria resida no fato de haver uma bela cerimônia (mantida oculta ao iniciante, para fins propedêuticos) quando da iniciação da vida maçônica do homem aceito. Há muito simbolismo na tradicional cerimônia, e depois, um jantar de confraternização maravilhoso - e isto ninguém nunca diz... Vá entender! 

A Sociedade Maçônica faz benemerência (sem tocar trombeta, como p. ex. os admiráveis Vicentinos ou os Espíritas, entre tantos) em sua comunidade pois seus membros habitualmente tem projeção social, mas são antes de tudo cidadãos, representantes dos diversos estratos sociais, sem qualquer distinção. Um dos ótimos materiais informativos que vi sobre a Maçonaria foi o documentário inglês "Maçonaria - segredos revelados", no NETFLIX, de 2017, com 5 episódios. É muito bem produzido e dá uma boa (e divertida) ideia sobre esta antiga sociedade, amálgama de muitas (algumas algo obscuras) tradições antigas.

4. A ideia de Deus na Maçonaria é representada consensualmente como 'Grande Arquiteto do Universo', evitando desgastes com os membros que O denominam como Allah, Krishna ou Buda. Assim, apesar de não ser entidade religiosa (meus 'irmãos' maçons professam diversas religiões), é de certo modo espiritualizada. Aqui no Brasil temos um Livro Sagrado - a Bíblia - presente na sala de reuniões; em países majoritariamente muçulmanos pode-se ter o Alcorão,  e assim por diante. 

5. Quando resolvi aceitar o convite para candidatar-me, estas e outras questões básicas me foram esclarecidas (e à minha esposa também, em reunião separada).  Eu não desejaria pertencer a uma associação que conflitasse com minha fé cristã. E apesar de existir muita boa informação hoje em dia nas redes sociais, em Youtube (mas cuidado, tem bobagens de maledicentes também...) etc., uma reunião prévia com o candidato se fez necessária. Posso dizer que não me decepcionei; ao contrário. É uma honra pertencer ao quadro de membros da quase-centenária e prestigiada Loja Presidente Roosevelt - 75, aqui de São João da Boa Vista, SP (e, curioso, quando entrei para a Ordem, vim a saber - no precioso dia de 02 de Setembro de 2019 - que lá fazia parte alguns de meus amigos!).

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sars-CoV-2 ...

Renan, eu e Jelde,  2019...

1. Eis aí dois moços muito bonitos, cheios de vida. Empresários bem-sucedidos, batalhadores. Costumávamos nos encontrar sempre, mas esta peste pós-moderna nos afastou. Procurei algumas vezes os amigos mas estão muito ocupados tentando sobreviver aos percalços econômicos e emocionais que esta pandemia determinou. E a gente se contém aqui para não ser inconveniente... Um dia aparecem! Mas temo que até a saudade "um dia acaba", por vezes nem lembrança restando.

2. Vejo daqui do observatório que muitos vaticinam um tal de "novo normal", tentando advinhar o resultado de tantas e impactantes alterações sociais (em todas as dimensões - econômicas, familiares, emocionais, laborais, educacionais, políticas etc.) determinadas por esta infestação mundial. Creio modestamente que, pelo pouco que sei do humano do Homem, pouca coisa mudará. Continuaremos a flanar pelo mundo, inconstantes, apaixonantes/apaixonáveis (quero dizer "dependentes de apreciar alguma  'paixão', ilusória, passageira, fugaz"), reagindo idiossincraticamente à crise, com as habituais diferenças de competência. Continuaremos a ser invejosos, interesseiros, atraídos pela moda, à novidade que surge a todo instante. 

Salta aos olhos a marcante diferença social:  como ela se torna dramática nestes tempos. Uns, convenientemente 'isolados socialmente' (a melhor estratégia para evitar adoecer, com a inexistência de terapia ou vacina contra o maldito vírus) com a geladeira cheia, vendo TV por diversos canais por streaming e TV aberta, de "férias", e muitos outros tendo que sair do isolamento, por dever profissional ou por ter que buscar diuturnamente o sustento... Stress dobrado e sofrimento sem fim.. 

3. Meus pais idosos (ele 92 anos, ela 90) andam tristes pela prisão domiciliar lá em Campinas, no apartamento ('apertamento' ou 'afastamento' ?), sem  receber visita dos netinhos e bisnetinhos, apesar de um outro filho aparecer de vez em quando. Eu estou saudoso mas voltarei às visitas daqui uns meses, a ver o "andar da carruagem"....  Não dá para brincar com esta doença! Aqui de casa só saio para coisas imprescindíveis, como consulta médica. Aulas, terminando minha carreira docente, tenho ministrado somente pelos aplicativos de "lives", no Facebook, de modo remoto.. Outro aplicativo, o Google Sala de Aula, nos ajuda a fazer verificações de aprendizagem.. Ao fim de junho agora vou digitar no site da Universidade as notas dos alunos e alunas e, dado que já fiz o pedido de aposentadoria ao Instituto de Previdência do Município aqui ( sou funcionário público de Autarquia na área da Educação ) creio que a partir de Agosto poderei me dedicar todo o tempo a ser somente Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta. 

4. Grande saudade sinto da ritualística e da egrégora da Sublime Ordem. Frustra um pouco o atraso das instruções de Aprendiz, mas o que fazer. Quase tudo foi posto em "suspenso" e vai demorar para voltarmos à normalidade ("novo normal" ?) - uns falam que no fim do ano em alguns casos, outros que talvez em 2021 tenhamos vida habitual. Mas a Economia sabe Deus quando, com a confusão das finanças públicas, arrombada desde antes da famigerada  'Presidenta'  Dilma... Eu agora só gostaria de poder ir tomar meu café com Bilú lá no centro da querida São João da Boa Vista, que a cada dia fica mais bonita!

terça-feira, 24 de março de 2020

Últimas em tempos de novo corona virus SarsCov2

Agora, aos 65 anos, no meu novo cafofo!
 (no porão de casa, ao lado da ex-barbearia Garage...)

1. Gente! ... este novo coronavirus que dá a doença Covid-19... como está dando a falar! O que mais chama a atenção é a miríade de postagens (principalmente os vídeos) que o povo coloca nas onipresentes redes sociais, que hoje são inúmeras. Muitas delas são bem hilariantes. Acabo de ver um vídeo sei lá onde no qual umas pessoas, da caçamba de uma caminhonete, vão circulando pelas ruas e jogando água em todos os pedestres passantes na rua, gritando "Vá para a casa..." e ao mesmo tempo proferindo sandices, desacatando o aguado incauto. Que coisa!

2.  Sim, eu tinha prometido aparecer mais por aqui no blog, mas é que ocorreram tantas coisas em minha vida que o torvelinho vai levando e, quando nos damos conta, estamos ausentes, longe, longe...  sofri ultimamente bastante com minhas dores das osteoartrites, e apareceu (por decorrência, talvez) uma tenebrosa síndrome do túnel do carpo, nos dois pulsos! Já fiz duas infiltrações e quando ia fazer a terceira, a clinica médica desmarcou por duas vezes o procedimento. Está melhor agora (ando fazendo fisioterapia e exercícios para fortalecer) mas quero crer que, com a última (e agora de aplicação incerta) infiltração, não será necessária intervenção cirúrgica (também se precisar vou fazer logo). Estou planejando para o futuro algumas cirurgias: tenho que fazer 'muita' funilaria na carcaça...

3. Eu ia aposentar-me no fim do ano passado das docências do UNIFAE, mas a Coordenadora, a nobre e acolhedora colega Psicóloga Professora Maria Carla Sorbello pediu-me para ficar com a docência mais um pouco, devido à aposentadoria de uma colega e o afastamento (nasceu novo nenê) de outra colega. Mas agora em primeiro de junho vou no Instituto de Previdência do Município requere-la para primeiro de agosto (assim entra na reunião deliberativa de julho...). Devido aos problemas de saúde e ao fato deste docente e educador já ter perdido um tanto de sua motivação - os alunos universitários em sua grande maioria hoje não desejam aprender, e sim, tirar nota, então fico desanimado em preparar aulas com capricho, 'me esguelar' em sala e muitos ficarem entrando e saindo muitas vezes da classe e darem mais atenção ao celular do que ao trabalho em sala de aula... cansei!  Depois de agosto vou trabalhar somente como Psicólogo Psicoterapeuta aqui no consultório que tenho na parte de cima da casa. Aqui em baixo no porão é meu refúgio de estudo, meditação e também vou receber os amigos e irmãos...

4. Saí do Lions Clube... Depois de minha inexpressiva Presidência (não pude fazer muito por causa dos problemas de saúde) vi que alguns 'companheiros', agindo como donos-do-clube por serem sócios por décadas (ou por sentirem-se momentaneamente sem poder), perpetraram muita maledicência a meu respeito e, para não conflitar, resolvi (com dor no coração) deixar aquela distinta, centenária e nobilíssima agremiação. Felizmente entrei em outra também (tri-)centenária associação, objeto de futura postagem por aqui.

5. Fechei a Barbearia Garage... Depois de 3 anos de alegrias, novas e gratíssimas amizades e aprendizados, resolvi fechar minha MEI - não tanto pelo fato de, por causa da crise, abriram-se nesta São João (como no mundo todo) dezenas de barbearias nos últimos anos - mas porque meus problemas de saúde tornaram a atividade muito extenuante e dolorosa. Nem no Lar São Vicente de Paulo tenho mais ido. Pedi licença às irmãs para me curar e depois eu vou voltar a fazer meu trabalho lá. Vou dividir futuramente no asilo meus dias de trabalho, de modo a não ficar tão cansado como ficava antes... 

sexta-feira, 20 de março de 2020

ARISTÓTELES

1. Este personagem acima foi um dos primeiros autores a discutir criteriosamente a vida ética, tão propalada hoje em dia... Sua discussão centralizou-se no aspecto das virtudes. Conforme consta no site www.significados.com.br, 'Virtude' é um conceito que remete para a conduta do ser humano, quando existe uma adaptação perfeita entre os princípios morais e a vontade humana. Virtude é a disposição de um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação; virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem. Lembrei-me destes aspectos ao ver hoje quando saí com Bilú uma senhorinha que, ao deparar-se com uma pedra no meio da calçada, abaixou-se e a removeu para o canto, de modo a prevenir outro possível (e incauto) passante de tropeçar nela e se machucar... Que alma virtuosa, fazer o bem pelo bem, sem pensar num outro alguém... Senti uma forte identidade/identificação com aquela gentil e nobre pessoinha ... Vejo gente dizendo que são faculdades do ser que se mostram escassos hoje em dia, mas minha percepção é outra: meus amigos e conhecidos tem muito destas características e identifico-as a todo instante...

2. Interessante agora que conheci realmente o que é o movimento da Maçonaria. Existe TANTA coisa na internet sobre ela, e muita coisa fake news... mentiras e perseguições. O fato é que esta centenária instituição é progressista e composta pelos melhores homens que pode existir, ainda que, como qualquer ajuntamento de pessoas, tenha aquela parcela degenerada, desviada, recalcitrante, que se regozija em ir (de modo 'traíra') contra a corrente.  O grande objetivo da Maçonaria é aperfeiçoar (principalmente pela Ética) cada pessoa individualmente e, assim, aperfeiçoar a sociedade...

3. Estive muito tempo afastado. Muitas coisas aconteceram em minha vida e, agora que vou me aposentar definitivamente da docência universitária (em fim de julho) vou colocar todo o assunto em dia... Coisas de velho, doenças, trabalho, a iniciação na Ordem Real... muita coisa boa, grandes aprendizados. Quem viver verá.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Segunda-feira 'brava''...

  
Sr. Nelson - Lar São Vicente de Paulo - São João da Boa Vista (SP)

1. Acima  temos um idoso residente no Lar São Vicente, que é meu 'cliente' todo domingo cedo. Que figura, alegre e sempre bem disposto, apesar de ter a visão bem comprometida pela idade (catarata). Sempre divide comigo lembranças do seu passado de agricultor, e damos boas risadas enquanto faço a barba e eventualmente o cabelo. Eu aproveito bem todos os minutos que temos pois sei que, à  semelhança de tantos que vi passar ali comigo nestes quase dez anos que sirvo lá no Lar, ele também nos irá deixar um dia (ou eu posso ir antes!!) e tudo será como a poeira nas estrelas... esquecido. Mas ele significou para mim um amigo, num pedacinho da sua vida, e vou lembrar dele o quanto o Senhor me permitir.

2. Estes últimos sete dias foram experiências doloridas por causa da artrose e outras questões "musculares"...;  tem horas que acho que tenho problema de saúde mais grave, mas creio que, no fundo, tudo se resume a DNA - "data de nascimento antiga"  rs rs rs.. Que bênção ter Ruth como fisioterapeuta particular: tenho feito intenso uso de técnicas que ela domina, tais como agulhamento, choques elétricos terapêuticos controlados e ultrassom. Estou bem melhor, ainda que precise vez ou outra apelar para remédios, mas sem exagero. Sempre que fico numa mesma posição (por exemplo, sentado) sobrevém certo desconforto acompanhado de dores, portanto necessito estar sempre me movimentando... Se eu andar muito também tenho dores nos pés, por causa do desabamento do arco plantar. Só tenho feito bicicleta ergométrica e Pilates - o trabalho com pesos eu suspendi um pouco, dado o risco de novos estiramentos. 

3. Como se alterou o mercado fonográfico nestes anos recentes... A rapidez das transformações tem sido tão impactante que imagino a dificuldade dos futuros membros da humanidade em divisar como realmente se processou. Até poucos anos era um prazer adquirir um disco ou CD com músicas de nosso interesse, mas atualmente existem cada vez menos lojas... Hoje vem tudo pela internet. Eu tenho uma assinatura grátis de um destes muitos provedores e, como fico plugado a maior parte do tempo, tenho uma biblioteca quase infindável de melodias e artistas que aprecio ao alcance de um mero botão do celular ou tablet. E o gênero musical que mais gosto é o smotth jazz instrumental. Penso até em alterar o nome da barbearia para JAZZ GARAGE BARBEARIA. 

4. Nestas férias de julho vamos, Bilú e eu, realizar nova campanha de arrumação tipo 5S aqui em casa. Nós somos algo como leves consumistas acumuladores mas também gostamos de arrumar e simplificar, na linha do atual minimalismo... Somos também cheios de manias de velho e não vamos abandonar nossas obras de arte e confortos, mas vamos racionalizar bem nossos estoque de bagulhos e bugigangas, tendo em vista minha futura aposentadoria docente. Tenho outros planos de atividades além do que planejei, e para isso precisamos de organização e limpeza, leveza e clareza (até rimou!). 

5. Fui na óptica do meu amigo-irmão Paulo encomendar uma nova armação e lente multifocal, com a receita atualizada para visão perto e longe. Adquiri um modelo Harry Porter, como costumava usar na juventude. O modelo John Lennon não cai bem mais no meu rosto envelhecido. Ando muito saudoso ultimamente, e creio que revisitar coisas que nos trazem boas lembranças nos é salutar, pois a realidade por vezes é chata de aguentar. Que gostoso viver um pouco do passado!


terça-feira, 11 de junho de 2019

Notícias esparsas...

 
Jantar do Lions Clube São João da Boa Vista Centro
Presidente CL Lucas e DM Ruth

1. Está para terminar meu mandato na Presidência do LC São João B. Vista Centro (Ano leonístico 2018-2019 - no mundo, todos os clubes de Leões seguem o padrão fiscal americano julho-junho do ano seguinte), mandato que não foi muito eficiente, tendo em vista meus problemas de saúde. Mas a gente procura colaborar com a burocracia necessária para seu adequado funcionamento, inclusive porque temos uma sede enorme, que demanda manutenção, pois a usamos para angariar fundos ou realizar benemerências diversas. E nosso clube, apesar do passado glorioso de várias décadas aqui em Sanja, hoje tem poucos membros, com média elevada de idade e, assim, boa parte dele não é assídua como seria necessário. É uma honra poder participar de uma obra centenária, a maior ONG de serviços comunitários do mundo, presente em quase todos os países civilizados... 



2. Acima temos duas fotos ilustrativas de um dos vários serviços que nosso LIONS CLUBE realiza aqui na cidade - serviços voluntários de cuidados a idosos - no caso acima, um trabalho que estou há quase dez anos realizando pessoalmente no Lar São Vicente de Paulo: barba e corte de cabelos aos homens, cumpridos tanto na pequena barbearia de lá, quanto nos quartos e apartamentos daqueles idosos impossibilitados de locomoção. Todo domingo cedo depois das 07:30 horas até o meio dia, consigo cortar em média quatro cabelos e realizar de 13 a 17 barbas. O pessoal de lá quando me vê chegando vai logo sentando (anoto os nomes em sequência num quadro) no corredor em frente à barbearia e ficamos lá ao som do radio ou da TV que colocamos no espaço. No fundo é bem divertido, pois faço muita palhaçada com eles para descontrair, e não vejo a hora passar... 

Renan Sandrini (Polo verde), eu, e Jelde Beloni

3. Acima, dois amigos/afilhados aqui de Sanja, o Renan e o Jelde. Pensem em dois moços empreendedores de sucesso - Renan, dono de uma concorrida, acreditada e mui apreciada loja local de roupas masculinas exclusivas e Jelde, proprietário da melhor (e acolhedora) loja de equipamentos eletrônicos da marca americana Apple aqui da região. Eles me "adotaram" como uma espécie de mano mais velho ou pai postiço, pois gostam de ouvir alguns de meus conselhos de velho, imagina! São pessoas bonitas por dentro e por fora, homens muito ciosos de suas empresas, com grandes responsabilidades apesar da pouca idade, porém verdadeiros mestres em seus ofícios, geração hiper-conectada no mundo digital das redes sociais, que entendem a fundo seus negócios, como poucos... Na verdade eu que aprendo muito com eles, sem eles perceberem, pois são muito generosos, educados, leais, simpáticos, e muito charmosos... Mas a qualidade que mais admiro neles é a humildade!


Meu fuscão 1974, com pintura "camisa social"

4. Acima, meu xodó vintage, um modelo do primeiro automóvel que tive, um fuscão (originalmente era, em 1974, na Faculdade de Psicologia em Campinas, na cor gelo, ano de fabricação 1971). Eu viajava direto com ele, principalmente a Rio Claro nos fins de semana. A gente não esquece a primeira viatura e, no Brasil, o pessoal da minha idade invariavelmente tinha um fusca ou fuscão. Por isso que tanta gente gosta de restaurar carros velhos por aqui, em especial os da marca VW. Eu já tive vários, e o melhor de tudo é ficar fazendo amizade com os aficionados por estas antiguidades e também os profissionais que deixam estes carros "em forma". Outro dia fui passear com o bólide em Poços de Caldas e diversos homens da minha idade na rua ficaram perguntando se eu venderia o bruto - é lógico que não...

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Friozinho aconchegante...


1. Que legal esta época! Junho começa a fazer um frio saudável e Bilú e eu tomamos vinho tinto no almoço todo dia, ao invés de cerveja, como a maior parte do ano. Depois de um cochilo em frente ao noticiário da TV,  a gente recomeça as atividades - eu em geral na GARAGE. Foi boa decisão abrir há dois anos este espaço do coração, pois ficar sem fazer nada depois da aposentadoria não é recomendável... o idoso morre mais cedo, e motivos para partir antes da hora não faltam!


2. Em outubro faço 65 anos, com muitas novas perspectivas... Espero chegar aos noventa e tantos, com saúde - estou batalhando para isso, com Pilates, halteres, alimentação bem planejada, nada de excessos, com muita fruta, verduras e legumes, arroz integral, mel, café, pouco álcool, vida ativa e muita risada. Outra providência adicional que ajuda neste particular é ter frutífera rede de amizades, e isso estou procurando criar e manter também. No meio do ano vou fazer uma cirurgia corretora da região dos olhos (blefaroplastia), pois estão me envelhecendo muito e começando de certo modo a atrapalhar a visão. Vejam na foto como tenho o olhar cansado...  E também 'já'  tem gente pensando que Ruth é minha filha, póde??

3. Ahh... estas modernidades! Terça-feira pedi pela internet uns cafés especiais (Starbucks) e em dois dias estavam em casa! Bilú e eu tomamos pelo menos 3 xícaras todo dia. Nada pode ser em excesso nesta vida, sobrando ou faltando, não é mesmo? Vida equilibrada, desde a Grécia Clássica se sabe esta verdade eterna, mas a Humanidade teima a cada geração em esquece-la, devendo ser constantemente relembrada... Todo dia vejo pessoas, principalmente jovens, perdendo a vida por causa disso. Uma das piores maldições é a ditadura da beleza, impondo aos incautos procedimentos que ceifam existências preciosas.  

4. Férias, enfim! Vou dar continuidade à arrumação aqui de casa, especificamente do porão, que é bem grande, doando inservíveis, limpando, pintando e ordenando tudo em prateleiras ou pallets. Penso em organizar tudo para saber melhor onde as coisas estão, fazendo um verdadeiro "5S" (famosa técnica japonesa de Gestão da Qualidade) e Ruth pensa como eu, graças aos Céus. Tenho horror a casa mal arrumada, dando impressão deletéria dos seus ocupantes... meus pais eram assim, organizados e sistemáticos, no bom sentido. Se não vigiarmos, ficamos desordenados,  bagunçados, podendo até nos tornar 'acumuladores', crédo ! 

5. Para terminar esta despretensiosa pensata, não há quem não se surpreenda com o momento político pelo qual a Nação passa ultimamente:  só notícia ruim nos jornais! 'O Brasil não tem jeito mesmo', é a impressão que fica, depois de tantos anos de desmandos, desvairios, descalabros (nossa, tudo com a letra 'd'...) principalmente de nossas autoridades - aqui, os políticos, em especial. Legislam em causa própria, não para o povo que os elegeram. Um recorrente desastre, infelizmente. Não vou nem comentar o onipresente, constante, despreparos, os rompantes ou os esbulhos de certos governantes. Por outro lado, a elite pensante é também responsável, pois parece que, para muitos, 'quanto pior, melhor'... Nossos filhos e netos terão muito a lamentar, seguramente. Está ficando um país ruim de se viver, o que motivou muitos brasileiros a se mudarem para  outro país. Deus nos socorra!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Esparsas reminiscências...

( da esquerda para a direita: )
Vovó Zizi, Tia Cordélia, tia-avó Ester, Vovó Mariquinha.

1. Bilú foi dar aulas de Pilates no Studio Damasceno em frente aqui da casa e eu, após dar a ela o café às 06:20hs (dou café a ela 3 vezes ao dia - 7hs, 10hs e 16hs - , senão ela fica indócil... aqui em casa sou o cafetão, digo, cafeteiro, digo, barista oficial rs rs rs) sento aqui no meu lap-top para dedilhar alguns pensamentos, que serão logo perdidos na poeira do tempo... Tento deixar - principalmente aos netos que não convivo - uma ideia do meu dia-a-dia, seu entorno e minhas cogitações. A vida passa tão depressa que daqui a pouco estamos deixando esta esfera e seremos um nada, e ninguém se lembrará que tivemos uma vida proveitosa, feliz, abençoada! Sinto falta de saber dos meus antepassados, afinal, muitas de minhas bênçãos de hoje sei provém deles (Êxodo 20:6; 34:7; Deuteronômio 5:10)! 

2. Hoje em dia a presença do celular como ferramenta é avassalador... É mesmo o nosso 'tricorder' - é este mesmo o nome? - dos personagens da série de TV de ficção científica mais famosa de todos os  tempos - Star Trek - , uma maquineta, um gadget/traquitana que realizava/informava mil coisas; quem a usava de forma 'mágica' era o Spok, o tripulante da nave inter-estelar Enterprise mais sabido (e lógico) de todos. Lembranças queridas de minha infância tardia. Meus manos Luciano e Sérgio tinham fascínio por assistir aos muitos episódios... Virou muitos filmes no cinema. 

Eu tenho um avançado modelo coreano, Samsung S9 plus, rápido e cheio de Apps, penduricalhos cibernéticos (nossa, imagino o que o pessoal vai pensar deste linguajar e acontecimentos se algum arqueólogo pesquisar minhas mal-traçadas linhas no futuro...), adquirido com certo desconto numa grande loja de artigos (Saraiva) que não anda muito bem das pernas, mas que aceitou meu aparelho antigo, um iPhone 6 como parte de pagamento, e ainda faturou o bruto em quinze vezes. Imperdível!

3. Sobre a fotinho acima, que devemos a lembrança aos pendores "historicistas-arqueológicos" de minha mãe... temos quatro mulheres valorosas da família, todas falecidas - Tia Cordélia não faz muito, aos 99 anos. A Vó Zizi, mãe de meu pai, de gostosas lembranças gastronômicas infantis, que já devo ter falado aqui. Tia Cordélia, elegante e suave, ajudou como irmã mais velha a criar o caçula da família (meu pai...); Tia-avó Ester de minha mãe, que deu nome à querida tia Ester, última irmã que minha mãe enterrou não faz muito - agora só tem minha mãe dentre 14 irmãos de Souza Vieira - e a vovó Mariquinha, baiana, a mais baixinha da família, mãe da vó Zizi que, falecida de gripe ao oitenta e poucos anos, nem meu pai a conheceu direito. 

4. Que gostoso este tempo friozinho... tomamos, Bilú e eu, uma taça de vinho todo dia no almoço (em vez da cerveja dos tempos mais quentes). Minha rua aqui - que vejo do meu escritório - de nome Prudenciana de Azevedo, bem na esquina com a Teóphilo Ribeiro de Andrade (centro de Sanja) é bem tranquila, com ótima vizinhança. No verão vejo o sol nascer inclemente da janela, no inverno quase 90 graus o sol se desloca à minha esquerda, "nascendo mais tarde" atrás de uma enorme casa na esquina bem à frente da minha casa. De vez em quando um celerado passa com o escapamento aberto da motocicleta em alta velocidade, o que me faz desejar ao biltre um acidente pavoroso. Quem sabe darwinisticamente nos livramos desta casta.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

"Tudo passa, e rápido", como disse meu pai nos seus 90 anos...


1. Gente,  fiz meta de escrever mais vezes aqui, pois tem tanta coisa acontecendo neste brasilzão que imagino o que pensarão de nós no futuro... Quanta confusão e balbúrdia moral política e econômica (para usar um termo da moda, lançada pelo nosso soi-disant Ministro da Educação - que não é educador, mas um economista, oriundo da área financeira)... Tenho que registrar meu assombro com tanta falta de brasilidade, de etiqueta, de bom-moçismo! Creio que tem bom número de pessoas curiosas com minhas ideias, será? Sabe, no tocante a estas mal-traçadas linhas, fico intrigado com estes mais de 36mil hits aqui neste singelo e despretencioso blog... tudo bem que, 'em' até numa amplitude de dez anos, isto não significaria muita coisa em si, mas nem este espaço eu divulgo! Na verdade, escrevo, como afirmo, quase só para fazer certo registro para a posteridade, pensando principalmente nos meus netos! Se bem que, creio, vou me divertir bastante ao reler tudo isso daqui a alguns anos...

2. Meu mano Sergio levou nosso amado patriarca GVD a São Paulo para a revisão periódica do marca-passo. O medico disse que o nosso dad está 100% e que daqui a alguns anos quer estar lépido e faceiro presente no consultório do cardiologista para revisar a maquinaria... A única reclamação do querido papi é que as pernas dele estão ficando "enfraquecidas", com marcha claudicante, mas com 92 anos acho que é normal - eu, com quase 65 anos, tenho que fazer halteres para não ter o mesmo problema dele... Lembro que na festa de 90 anos dele, em sua fala aos familiares exortou a todos a viverem intensamente o dia de hoje, pois sua rica vida "passou, e muito rápido"... Que vida honrada e feliz a dele - já lhe disse que ele para mim é um grande vencedor pois, entre tantas realizações e conquistas, criou com minha mãe seus 5 filhos com muito amor... sem deixar de exercer caridade e leal honestidade com todos os amigos e parentes. Meu ídolo!

3. Meu Spotify gratúito é uma delícia nestas tardes modorrentas aqui da Garage... "Tem" dia que vem pouco cliente e aproveito para colocar a leitura em dia (isto quando não tem trabalhos escolares para revisar/corrigir...) ao som de smooth jazz de alta qualidade. Digo que precisamos de pouco para ser feliz. Outra oportunidade muito prazerosa são os momentos de tomar café com Bilú, quando conversamos e nos atualizamos na jornada. Ruth faz questão de sorver ao menos 3 canequinhas de rubiaceae ao dia, senão fica indócil... rs rs rs. E eu que sou o responsável pela preparação disso por aqui - um quase-barista! Temos em casa 2 máquinas de café expresso, mas gosto mais de moer na hora do preparo os grãos especiais que compro por aqui mesmo ou em Poços de Caldas.

4. Tenho lido muito sobre a "Educação para o Futuro" que está sendo demandada para nossos jovens - e eles não estão preocupados com isso, posto que nem sensibilizados estão para a temática, pois poucos leem e refletem sobre estes acelerados e  sombrios tempos... Mudanças cada vez mais rápidas e impactantes na Sociedade em geral e principalmente na moralidade, em particular. As relações estão a cada vez mais complexas, mas grande parte de conteúdo superficial, efêmero. Quem viver, verá. 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Reflexão Esparsa... (mesmo!!) rs rs


Agora há pouco aqui na Garage...

1. Nossa, minhas postagens quase-diárias acabaram quase-anuais! Sinais destes tempos pós-cibernéticos, agora totalmente 'redes-sociais', que são mais práticos, rápidos, "instantâneos", como aprecia cada vez mais a moçada. Na verdade, exemplificando,  tenho conta no Twitter mas não uso (experimentei mas, apesar de até eleger Presidentes, é muuuito superficial e 'engabelador de egos'... futilidade total. Experimentei o Intagram para 'propagandear' a Garage, mas é um aborrecimento aterrador ter que ficar inspecionando a ferramenta a toda hora. O Facebook, tenho 2 contas interligadas, mas o lixo acumulado me faz pensar em engrossar a massa de pessoas que se desfaz da conta. E sem falar nas ameaças constantes de perda dos dados para os hackers... 

2. Um blog fornece ainda hoje um espaço de reflexão mais proveitoso, apropriado para um velho com eu. [ Tem gente ainda hoje que acha "ofensivo" (ser ou) acusar alguém de pertencer a esta faixa etária, pode? ] E agora que parece que tem 'centenas' de Barbearias aqui em Sanja, fico mais à vontade aqui nas tardes modorrentas, escutando a playlist Coffee Table Jazz no Spotify... Gente, vcs não sabem que seleção de músicas bem organizada! 

3. Na hora do almoço com Bilú, tomando nossa cerveja diária com queijinhos, eu tinha mil idéias aqui para retomar a escrita no blog - inclusive porque poucas pessoas reservaram hora hoje à tarde para dar trato nas melenas - mas a cabeça anda muito esquecida, quase-Alzheimer mesmo; esta doença, o grande temor da população mais e mais longeva dos tempos atuais. Mas creio que (e já falei aqui antes) nosso histórico familiar de degeneração pela idade é a boa e velha demência simples mesmo..  rs rs

4. No Centro Universitário que perpetro meu semanal Calvário, a toada é a mesma: esperando dar os 65 anos para reivindicar/requerer a aposentadoria dos 41 anos de carreira (não totalmente linear, é verdade) docente. Não tenho mais o ardor/tesão de ministrar aulas, muito diferente quando do meu começo da jornada profissional em 1978. O perfil do alunado mudou muito, e nossa geração não foi preparada para lidar com as ocasionais sindromes de Peter Pan, 'mi-mi-mis' diários e reclamações infantilizadas/infundadas de marmanjos e marmanjas desconexos, prolixos e sem noção/vocabulário. Quem viver verá no que vai dar certos estratos desta tal Geração Y. Vão se lascar (não informo se aqui impreco ou vaticino). Ainda bem que boa parte dos alunos são interessados e educados, mas que mudou o perfil geral, mudou!

5. Meus irmãos e eu estamos guardando dinheiro para fazer a festa de 90 anos de Dona Firmina, que será aos 24 de agosto. A festança do meu pai foi há 2 anos (quase) na chácara da mana Lia, com ótimo buffet, e agora vai ser legal também... será comida árabe a temática. A gente tem curtido muito os velhos, em especial agora que o unico irmão de meu pai, o tio Cláudio - depois que faleceu a esposa Aura - mudou-se com as 2 filhas, minhas primas Maria Luiza e Bernadette para um grande apartamento, num prédio bem em frente ao dos meus pais. Agora só restou os dois, depois que a Tia Cordélia nos deixou aos 99 anos... 

6. Não sei se vou terminar como Barbeiro meus dias... minhas osteoartrite, desabamento do arco plantar, próstata e problemas articulares no pescoço fazem minha jornada laboral constituir-se certo martírio quando tenho muitos clientes... creio que vou voltar a ser Psicologo Clinico - inclusive porque, com  a idade provecta, não precisamos mais pagar aquela exorbitante taxa ao Conselho Profissional. Não vou deixar de ir semanalmente ao Lar de Idosos São Vicente de Paulo realizar meu trabalho do coração aos homens asilados, mas aqui em casa acho que vou transformar tudo num belo Studio de Pilates para a Ruth trabalhar. As mudanças de lay-out serão poucas, e o que iria impactar  seria a aquisição da maquinária necessária para o bem desenrolar da metodologia de exercícios - fantástica, por sinal. Ruth e eu vamos 'religiosamente' num Studio aqui quase em frente de casa e tem feito muito bem para nós...

Mas chega por hoje. Textos longos são a cada vez mais e mais cansativos nestes tempos atuais. A ordem atual é  ser rápido em tudo.  Ô chatisse, ô superficialidade das relações ... ô mesmice!

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

NO UNIFAE...

 
Fotinho recente na sala de TV de casa
(Foto de Ruth Dutra)

Escrevo daqui do UNIFAE, da sala Orides Fontela, no primeiro andar da Biblioteca.  Curiosamente a  web está a  funcionar adequadamente, e  posso assim perpetrar estas  mal-traçadas linhas 'à mão', com o "stick"  do tablet" Samsung.... coisa 'milagrosa' mesmo!

Já se faz sentir o calor sanjoanense, prenunciando o calor que logo haveremos de sofrer. Já me antecipei e mandei Bilu comprar  mais um ar-condicionado 'split' para colocar, desta vez, na sala de estar. Como só vai chegar daqui a dez dias, já charmei o eletricista instalador, o afamado Chico "Alicate", para instalar o bruto no dia dezessete deste mês. Ele colocou antes um igual na GARAGE em menos de 4 horas,  e foi muito mais complicado. Vou deixar a 'cazupita' bem equipada, arrumadinha mesmo, pois se um dia quiser alugar será uma boa oferta aqui no Centro!

Está rolando aqui na facul a 'Semana das Profissões', uma espécie de "casa aberta" para os alunos do segundo grau da região, futuros clientes de nossa Organização Educacional. É mais um motivo para os alunos não aparecem na Universidade.... e eles a-do-ram!

Gente... não contei que troquei de celular: fiz um bom negócio, acredito eu. Fomos a Campinas semanas atrás e, na Loja Samsung, eu soube que eles pagavam oitocentos reais no meu aparelho (um iPhone 6) na troca por um novo. Como eles não parcelavam muito a escorchante despesa fui na (ex-)megastore Saraiva lá mesmo no Shopping Iguatemi, "assuntar"... Lá o vendedor disse que tinha acabado de começar uma promoção na qual, além dos R$ 800,00 da Samsung, a loja pagava mais quatrocentos reais pelo meu soi-disant coruscante aparelho... e eles parcelavam no meu cartão da Loja sem juros em quinze prestações!! Comprei até com garantia estendida!

Como lá não pediram documentação da máquina e nem um quesito a mais (na Loja Samsung teria que trazer o carregador)  eu "zerei" na hora o aparelho - em duas camadas de "reset" - os meus dados da conta Apple e saí da Loja com um S9 Plus, top de linha... um 'baita' aparelho, sem dúvida,  bem completo e com software e assistência muito elaborada! (Eu tinha já salvo anteriormente  todos os meus dados no Google Drive...)

Eu tinha ouvido que meu aparelho iPhone não iria mais ter em breve atualização por parte da Apple, como fizeram com o meu iPhone 5 (que está em casa "novinho", mas encostado), e como já tinha comprado um Tablet Samsung Tab 'A' , antevendo a descontinuação do meu iPad Retina Mini ( que não estão nem fabricando mais...) resolvi dar mais um passo deixando - um pouco a contra-gosto - a Apple de lado. Muita sacanagem desta empresa, cobrando os olhos da cara por seus aparelhos, e deixando o cliente sem assistência, só para nos forçar a migrar para novos modelos... comigo não, violão! 

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Matando saudades...


1. Gente... Faz tempo que não apareço; tenho ultimamente  privilegiado comunicar-me mais pelo Face... e também tenho explorado diversas outras possibilidades: agora, por exemplo, estou a escrever  aqui direto com a caneta S-pen do meu tablet Samsung TAB A. E tenho buscado muitas coisas, profissionalmente falando. Fiz por um tempo um tanto de propaganda aqui da Barbearia pelo Insta, mas concluí que o retorno a curto prazo é quase nada.

2. Ocorreram de igual modo muitas coisas inusitadas comigo, especialmente problemas de saúde, bem, digamos, "impactantes" : artrose nas 2 cabeças de fêmur e no pescoço, que me obrigaram a pegar ainda mais firme  no Pilates. Tive também outros problemas de saúde que demandaram minha cuidadosa atenção.

3. Uma docente no UNIFAE no meio do primeiro semestre letivo deixou 3 horas semanais de aula e eu tive que substitui-la. A idade começa a pesar e já não detenho o mesmo entusiasmo de antes nesta particular  docência...

4. Assumi no Lions clube Centro aqui de São João a função de Presidente, um cargo com muitos desafios, em especial  por ser um Clube pequeno, com somente 17 membros. Temos  ali bom número de sócios que já foram Presidente e muitos Amigos de Melvin Jones...

5. Que sono que me deu agora depois do almoço! O vinho estava muito bom, e Bilu  e eu tomamos meia garrafa! Como minha patroa não tem costume de tomar  café depois do almoço, fico aqui na GARAGE a cochilar...

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Preguiça... ou outras opções... ou "tudo junto e misturado"


1. Crédo... faz tempo que não apareço por aqui! Acho que já ocorreu anteriormente de me ausentar, um  quase-fugir ou me 'esconder', mas não tanto assim como desta vez... É que agora o 'Face' ficou muito mais "disponível", ágil para se postar. Tenho Twitter e Instagram também, mas outros profissionais contratados (empresa M2OC) utilizam estes Apps em meu nome,  para promover a GARAGE barbearia. O que 'todo mundo' está utilizando com todos os exageros que tem direito, é o tal de WhatsApp (ou Telegram, em menor escala - ou quando algum juiz iluminado resolve proibir o zap-zap...). Eu já acho que tanta rede social e que-tais são também muita perda de tempo, e bendito o dia em que eu jogar tudo isso fora...  É a (pós-)modernidade avassaladora, em altíssima velocidade a refazer-se, reinventar-se, reformar-se, transformar tudo e todos. 

2. Também tenho penado um tanto, desde o fim do ano passado, com as minhas dores nas costas, pernas e pés. Eu acho que estas polifacetadas e multiformes dores (que variam ao longo do dia - e noite - em amplitude, localização estrutural e extensão conforme a temperatura e a pressão barométrica, aparentemente...) vieram para ficar, pois com relação a osteoartrite, desabamento do arco plantar e esporão não se tem muito o que fazer a não ser Pilates, fisioterapia e tomar remédios... Ou seja, gerir os problemas, pois 'cura' é algo muito relativo. Manter um nível digno de qualidade de vida já vai ser muita conquista no meu caso!

3. Já estou algo saudoso da minha barba...  Cortei para variar um pouco, e depois de algumas experiências estéticas que se revelaram improdutivas para o meu tipo de barba. Tenho falado àqueles que perguntam de um "porquê" d'eu ter retirado o masculino adereço uma ocorrência verídica ocorrido recentemente: uma mulher perguntou à Ruth se "o pai dela (eu... imagine só!) estaria em casa"... Antes que alguém pergunte se o avô dela viria a estar na residência, cortei a barba. Existe outra versão narrativa/explicativa mais 'machista', light, mas conto só aos amigos e não seria próprio neste espaço... Alguns dizem que 'remocei', mas digo que talvez tenha ficado menos velho, pois com 62 anos, ora vejam!

4. Hoje é dia de comer pastel de verduras na Feira do Produtor. Quando o pessoal faz a guloseima no Lar São Vicente de Paulo costumo prestigiar... Adoro!

5. Parece que meus filhos virão no fim do ano no aniversario de 90 anos do meu pai. Que bom, devemos curtir os velhos antes que se vão, pois depois não adianta arrependimento! Fomos neste fim de semana os 5 filhos ficar com o velho no dia dos Pais. Ótimo como sempre...

6. O provedor de internet/telefonia/TV aqui de casa tem estado com problemas. O dono, meu amigo, é um Lorde mas não sei se digitalização de tudo - principalmente a TV - está deixando o serviço algo caótico. Não chamo mais a assistência técnica. I give up.

7. Comprei na Livraria Saraiva os livros do blockbuster The Game of Thrones, de George R. R. Martin, por um preço bem baixo, pois estava em promoção e eu tinha descontos de aquisições anteriores. Não é que é muito bem escrito? E tendo já assistido na TV as diversas temporadas, a visualização dos personagens fica bem facilitada! A noticia ruim é que a mega-loja da Saraiva que havia no Shopping Iguatemi foi desmontada, e deixada em seu lugar uma loja com um quarto da dimensão da anterior em seu lugar. Que choque, pois toda vez que ia a Campinas era roteiro obrigatório de visita. 'Cansei' de comprar livros e vídeos lá! As coisas tem mudado muito ultimamente, e a velocidade está aumentando...

quinta-feira, 30 de março de 2017

'Ser forte' ou 'convivendo com o dolorido'...

Pensata obtida agora ( via Google Images ) de
https://br.pinterest.com/pin/177540410284475691/

Olhem o que achei no Pinterest... Um bom momento de reflexão, que combina 'escolhas' com 'ser forte', não importa o que a pessoa compreenda como ter 'força'. Resiliência é um termo moderno que tenho visto associado com esta idéia, mas ela, ter força/ser forte, é tão antiga quando a humanidade. É um aprendizado que todo vivente deve assimilar, e transcende as eras de tão vital. Creio que o humano do Homem é muito caracterizado por esta virtude, senão não chegaríamos onde chegamos. Óbvio que existem outras honrosas qualidades das pessoas e/ou comunidades, mas viver é, em grande parte, confrontar dificuldades e obstáculos, e 'vencemos' se temos certa espécie de fundamentada determinação para enfrentar eficazmente estes cotidianos desafios.

O aforisma acima alude a uma condição que reza mais ou menos assim - "você nunca sabe quão forte és, até ser forte ser a única escolha que você tem". Quantos de nós não pensou (e efetivou) em desistir/fugir frente a determinada situação? Depois, muita vezes, se escolhemos 'entregar os pontos', ocorre o arrependimento, a baixa auto-estima, a decepção, a descrença, etc.  Ou seja, condições mentais que não ajudam a compreender globalmente o que realmente ocorreu. Todas as coisas que se nos ocorrem são 'datados' - constituem nosso entorno precisamente em contextos complexos que envolvem muitos aspectos e dimensões que nos determinam, boa parte, não sendo levado em conta na hora de agir.

Aprendi com um antigo filósofo Clássico (o grego estóico Epiteto ) que não são as dificuldades ou as coisas em si que são problemas, e sim o modo, a maneira com a qual vemos/pensamos estas coisas/dificuldades. Creio,  deste modo, que 'ser forte' é um aprendizado, um modo de atuar, de aplicar as coisas. Uma espécie de método, por assim dizer, de lidar com os desafios, obstáculos, problemas que todos enfrentamos. 

Um problema vital que se enfrenta mais dia ou menos dia é o da dor. Certo que a representação desta vivência, mais (ou menos) enredada em suas possíveis dimensões, com o corpóreo, com o físico - o fato é que é complicado estabelecer muitas vezes fronteiras entre a dor física, psicológica ou mesmo espiritual, assumem alguns, e vemos que 'dor' é sentida pela pessoa como um amálgama ou confluência de muitas dimenssões de sofrimento.

Outro dia ouvi que é uma grande bênção para alguém envelhecer depois que se torna sábio, e que constitui certo infortúnio quando se fica velho antes de ter adquirido a sabedoria. Agradeço aos Céus ter aprendido um pouco desta virtude, pois consigo encarar as minhas  dificuldades de modo a não as 'catastrofizar' desnecessariamente, ou seja, ve-las mais complicadas do que realmente são. Considero até que sou muito abençoado, pois constato que não tenho ou tive lancinantes problemas em minha vida. Minha biografia tem muito de ordinário ( querendo aqui significar, segundo o Houaiss, "conforme ao costum e, à ordem normal; comum" )...
 
Ultimamente tenho dificuldades de saúde que envolvem dor física, resultados da idade ou da carga de exercícios atleticos que realizei - com grande satisfação - em grande parte de minha vida. Consigo ver agora o enorme potencial danoso que estas condições possuem para minar o nosso temperamento. A constância da dor é excruciante. Tenho obtido algum sucesso em lidar com estas limitações via exercícios, remédios, mas o mais relevante vejo que é minha disposição em encarar de modo positivo (conquanto se possa considerar  alguma 'positividade' em dor física...) estas situações de (falta de) saúde. 

O 'simples'  fato de entender o que sucede já é um passo em lidar construtivamente com o dorido vivenciar da condição. A falta de rumo ou perseguir caminhos errôneos faz mais desabrido nosso sofrer. Muitas estratégias são divisadas, mas poucas com sucesso se não fazemos o 'dever de casa'...

De minha parte, complemento necessariamente as ações técnicas com o aperfeiçoamento da intelecção de todo o panorama que vivencio. Sou também abençoado em ter uma esposa fisioterapeuta, que está habitualmente à minha disposição para aplicar procedimentos  necessários ou possíveis. Mas a disposição do espírito é o que mais me faz lidar proficuamente com minhas limitações. Procuro entender o contexto todo, e vejo que sou muito aquinhoado pela Providência. Creio, assim, retomando o que falei no início deste ensaio, que "ser forte" constitui-se precisamente num conjunto de ações multidimensionais e interconectadas que revelam o preparo disposicional que a pessoa detem para lidar com sua idiossincrática determinação, e isso - ser forte - somente a pessoa pode ser.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Relembranças...

Eu e Tia 'Consolita', nos anos 80...

Uma coisa muito boa aqui na GARAGE é poder garatujar, garabulhar algumas linhas, enquanto a clientela não aparece. Eu tenho curtido ficar sozinho com meus pensamentos, escutando boa música, coisa que fiz muito na adolescência - eu era meio sorumbático, macambúzio. Mas acho que os outros pensavam mesmo que eu era atormentado...

Esta tia, já falecida, irmã de minha mãe, de nome Consolação Aparecida Vieira de Souza, era uma figura. Ajudou muito a cuidar de mim e dos meus irmãos, e tinha um coração de ouro. Era muito divertida, apesar dos problemas de saúde. Lembro até hoje de muitos episódios... (Eu e meus irmãos, além dos primos, 'zoávamos' muito com ela; perceberam que eu estou fazendo 'chifrinhos' nela na foto, não?) Tinha uma paciência de Jó. Nunca se casou, mas parecia que não era problema para ela; talvez porisso que era feliz... Os muitos sobrinhos a paparicavam muito; era  um 'serhumaninho' muito solícito. As muitas irmãs, além dos amigos e amigas, a estimavam muito!

Quando penso em mulher forte, que enfrenta, guerreira, batalhadora, lembro dela. Gostava de conversar com ela. Lamento não ter apreciado muito de sua sabedoria e personalidade, pois era muito bocó, molecão e imaturo. Depois a gente cresce e vai fazer faculdade, e ficamos pretensiosos. Uma pena.

As pessoas vem e vão em nossa vida e, como uma lição atroz, as apreciamos com mais justeza depois que se vão.