A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Dez apotegmas (01)

   As Virtudes Teologais e a participação na divindade

Gosto, como sabem, de aforismos, também conhecidos, conforme a abrangência ou estilo, por ditados, adágios, anexins, ditos, máximas, provérbios, rifões. Gosso modo, são breves proposições que expressam um pensamento ou ideia de forma concisa e significativa, sendo uma forma de expressão literária que tem sido empregada por séculos. Constituem uma forma eficaz de explanar ou aclarar ideias e pensamentos, e podem ser usados para uma variedade de intenções, para públicos os mais diversos. Eles geralmente são escritos em linguagem simples e direta, e podem tratar de uma ampla gradação de temas, desde filosofia e religião até política e expressões culturais, sendo facilmente memorizadas.

 

Gosto de aforismos porque me permitem conhecer melhor os seus autores e autoras: permitem realizar certa intelecção da personalidade de seus postulantes. A verbalização diz muito do modo de pensar e considerar de alguém...

 

 

 A natureza dos aforismos pode ser definida, p. ex. mediante algumas características:

 

  • Concisão: Os aforismos são breves e diretos, geralmente contendo apenas uma ou duas frases.

  • Significância: Os aforismos expressam um pensamento ou ideia que é significativo ou importante.

  • Generalidade: Os aforismos geralmente são de natureza geral, aplicando-se a uma ampla gama de ambientações ou contextos.

  • Elegância: Os aforismos são frequentemente escritos em linguagem harmoniosa, leve, com naturalidade.

     

     

Assim, resumindo, conforme sugerido acima, os aforismos podem ser usados para uma variedade de propósitos, incluindo:

 

  • Comunicação de ideias complexas de forma simples e direta.

  • Provocação de reflexão e discussão.

  • Expressão de humor, asteísmo ou ironia.

  • Criação de uma atmosfera de meditação ou introspecção.

 

Neste espaço irei trazer os meus aforismos prediletos, pois os considero muito úteis para despertar ou ilustrar certas reflexões, principalmente em espíritos algo calaceiros... 

 

 

Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.

(Friedrich Nietzsche)


Onde há pouca justiça, grande perigo é ter razão.

(Francisco de Quevedo)


As coisas valem apenas pela importância que lhes damos.

(André Gide)


Amas a vida? Então não desperdices seu tempo; é de tempo que a vida é feita.

(Benjamim Franklin)


O orgulho é o complemento da ignorância.

(Bernard le Bouyier de Fontenelle)


Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.

(Voltaire)


Quem vive nas trevas não consegue ser visto, nem vê nada.

(Khalil Gibran)


O ignorante é feliz e infeliz da mesma forma que o sábio.

(Baruch Spinoza)


Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.

(Martin Luther King)


Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.

(Cecília Meireles)

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Memórias...

Getty Images

Uma das coisas mais impactantes da minha vida foi quando me dei conta que “existe” uma coisa chamada tempo. Coloquei aspas pois o que realmente existe é o aqui-e-agora: nossa mente que identifica/supõe a sucessão de eventos; assim, analisamos o que passou e o que poderá (ou não) ocorrer à frente, tudo no momento-tempo presente, atual.


A entidade que ajuda nesta tarefa é a tal de memória: parece ser anti-tempo. Enquanto o tempo tenta nos dissipar a vida, a memória presentifica os eventos vivenciados, como que eternizando os bons ou maus momentos.


Quando criança, não temos ainda consciência formada desta entidade tempo; nessa idade ele “demora” a passar. Nossa infância possui muitas memórias pois, como límpida folha de papel, valida qualquer rabisco que surge. Praguejamos contra o tempo, posto que envelhecemos, os nossos filhos ficam adultos como nós, constatamos que muitas pessoas desaparecem da nossa existência. Porém, para a memória, ainda teimamos em ser jovens, novos e (nem todos) atentos a tudo.


É a memória que viabiliza nossa visão-de-mundo, preferências e desejos, coisas que valoramos. Por isso nos emocionamos, sentimos saudades, evocamos as coisas que, a seu modo, superaram o tempo. Subitamente determinado evento (uma música, um filme, uma comida, um odor…)  faz surgir registros que por vezes julgamos sepultados, esquecidos em algum lugar, coisas que estão ou não nos calendários e nas estações, outras criações oriundas da noção de tempo.


A coisa mais triste para uma família é um dos velhos ter a mente declinada, como na doença de Alzheimer. Aquela pessoa se vai, ainda que sem falecer, não reconhecendo a si e os seus. A memória acaba. As pessoas, os laços, as preciosas recordações se acabam. 


É certo privilégio ter boa memória. Eu gosto de reavivar algumas especiais, comprando coisas como o doce sírio halawi (gergelim) e a geléia de mocotó. Leio livros de novo, refazendo percursos intelectuais que me deram muita satisfação. Mas reconheço que minha memória poderia ser melhor, não fossem os problemas de saúde que tive, o pior deles ter tido o vírus da Covid. E, pior,  a idade provecta agora ajuda a problematizar o quadro. Mas estou tentando minimizar os seus efeitos deletérios, zelando pela alimentação equilibrada, o sono reparador e a atividade física constante. 


A coisa mais importante que gostamos de lembrar são os amigos, e amigos de verdade como que se eternizam em nossa mente. Desde que percebemos que o tempo “não passa” para a memória, damos mais e mais valor aos amigos. Amigos são como que tônicos para a vida plena, melhor que ginástica ou fórmulas milagrosas, tão na moda hoje em dia...

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Pijama... ou migalho quase-filosófico.

do market place da web...

1. Tenho passado boa parte do dia de pijama, que delícia! Adoro estar confortável - tem coisa mais chata que usar roupa que incomoda?  Laborei por 45 anos, de manhã, de tarde e de noite, para 'conquistar' esta opção de estar. Agora só trabalho como voluntário para o Lar de idosos e para a Apae, e me sinto ainda mais realizado. É um tipo de satisfação que muitos desconhecem. Coopero com gente que sabe o que é se doar, se sacrificar pelo bem comum, para aquilo que os céus nos convocam: amar ao próximo. No fundo, é o maior amor que podemos nos conceder...

2. Apesar de aposentado, ao que parece (e já ouvi muito isso por aí) nosso tempo é preenchido com muito mais coisas!!  Só estou sentindo falta de realizar mais leituras, prática que sempre fiz com alegria. Creio que o calvário da artrose me desanimou de fazer muitas atividades essenciais, que agora estou a resgatar. A segunda fazedura que vou realizar novamente com afinco é o esporte. Sinto falta de exercitar como fiz na juventude: atletismo, yoga e artes marciais. O elevo, o deleite que desfrutava quando treinava ou competia era imenso. Nunca fui de muito conversar; fui adolescente rebelde, mas avesso a vozearia, a balbúrdia, tendo em vista a criação familiar. Levei muito a sério as instruções paternais, tornando-me circunspecto, sisudo, sengo.

3. Creio que, por causa desta disposição solipsista (quase-egotista) nunca tive - sei, reclamo disso a toda hora - muitos amigos. Até hoje isto me afeta e mesmo agora fazendo parte de uma fraternidade iniciática tradicionalíssima, de mais de 300 anos de história registrada, constato que parece que as pessoas não se sentem confortáveis ao meu redor. Cansei de meditar, fabular sobre este fato, mas sempre desisto ao relembrar meus slogans existencialistas. Mas, a respeito disso, não é desconvir com desalento, com derreamento, mas com  certa certeza de nunca chegar a definido diagnóstico... Os acontecimentos pós-modernos que caracterizam a excessiva velocidade das relações sociais, a digitalização e a internet fazem-me dificultoso o raciocínio de todo o cenário desta minha insulação...

4. Finalizando, uma digressão. Assistimos nos meios de comunicação de massa mais uma 'conquista' da nação (depois de mais de trinta anos): a tão falada reforma tributária, uma das causas do eterno atraso de nossa economia. Tenho aqui comigo 3 notas fiscais que me entristecem ao ver os valores embutidos. Uma, de compra de artigo de cuidado pessoal: paguei  $32,50 reais, e só de tributo foram $13,96 reais, ou seja, 43% cash foi recolhido aos respectivos Tesouros, 'limpinho', quase sem esforço por parte de nossas preclaras autoridades. Outra compra, de capsulas de café, do valor  pago de  $464,00 reais,  $185,94 foi de imposto, ou sejam, 40,07% de meu numerário recolhido... e finalmente, abasteci meu bólide outro dia, para realizar, entre outras, minhas atividades voluntárias e transferi na transação $154,05 ao posto de combustível, sendo que 25% ( $38,66 reais) de tributos, um quarto do valor.  Estas verbas todas que compulsoriamente retém em nosso nome, não sabemos aonde vão, mas percebemos que pouco retorno auferimos pelo tanto de nosso sofrido dinheirinho que vemos partir. E agora vemos os especialistas dizerem que foi reforma "meia boca", visto que vai facilitar a vida das autoridades quanto à sua tarefa de recolher, de auferir do contribuinte sua 'participação', mas que ao final e ao cabo a parcela geral dos impostos irá situar-se na média de 28% de tudo, ou seja, uma das mais altas do mundo! O curioso é que, apesar de pagar no dia-a-dia tanto imposto, para quase tudo o que se necessita de serviços temos que pagar adicionalmente  taxas, custas, emolumentos, contribuição etc.  E, para finalizar, no começo do ano temos o Imposto de Renda!!!  Sem comentários...  

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Apotegmas e outras quase-lucubrações.

 

1. Como meus pacienciosos leitores sabem, gosto de aforismas (ou apotegmas), estas frases que contém sabedoria condensada, como pílulas a serem periodicamente assimiladas, remédios para o correto pensar. Meus frasistas prediletos são Oscar Wilde e Millôr Fernandes. Costumo postar ocasionalmente estes 'lembretes' aos amigos queridos do WhatsApp. O correto pensar é como que uma virtude que demoramos a lapidar em nosso espírito - quantos malefícios nos determinamos a nós mesmos quando pensamos sem método! Tenho uma coleção de ditados escolhidos, reunidos numa lista que relembro de vez em quando...

2. Costumo acordar cedo, a não ser que vá deitar muito tarde (o que é raro). Se não tenho compromisso logo no início da manhã, fico mais um pouco acamado para tentar completar as recomendadas sete horas de sono. Tenho um recurso para eliciar soneca adicional: ligo o rádio, numa estação de notícias (geralmente Rádio Eldorado, da capital do Estado) ou peço à assistente digital para tocar música. Em geral seleciono Pearl Jam ou outro conjunto de rock assemelhado. Quando moço acordava e já levantava para as atividades mas agora, beirando os 70 anos, passei a gostar da preguicinha matinal, ainda mais se o tempo está frio...

3. Creio que já comentei aqui, mas depois que tive o vírus SarsCov2 no começo da pandemia, minha memória, que nunca foi lá aquelas coisas, piorou de vez. Tenho que fazer, com mais frequência do que gostaria, umas 'acrobacias'  mentais para relembrar algo importante. Para isso, ou a Ruth me socorre ou apelo para o bom e velho Google Search, além da agenda e/ou anotações. Mas em geral vou 'comendo pelas bordas' tentando desanuviar o tal nome ou acontecimento que 'evaporou'. Graças aos céus, quando desvio a atenção para outro assunto, justamente aquilo que teimava em não aparecer no meu campo atencional por vezes 'surge' como passe de mágica. Dou muita risada com esta nova faceta de minhas lucubrações... (por causa disso, desconfio que tenho repetido alguns temas aqui neste blog, mas conto com a compreensão dos amáveis leitores!). Creio que se a coisa piorar terei que lançar mão de um gravador digital que tenho, remanescente das coletas de dados em pesquisas de depoimentos que fiz quando docente na universidade, e andar com ele pendurado no pescoço. Coisa chata quando temos que relembrar o nome de pessoas...

4. Mantenho ainda o costume de ler ao menos 3 jornais diários todo santo dia, hábito que tenho desde jovem, pois meus pais incentivavam muito a leitura regular. Leio também livros, por vezes três ou quatro ao mesmo tempo (gasto dinheiro comigo somente com livros e algumas garrafas de vinho), artigos científicos e revistas de variedades. Prefiro ler as coisas em papel, rabiscando ou anotando nas beiradas, transformando meus percursos em uma espécie de 'diário de bordo' intelectual. Mas não perco tempo com coisas violentas ou mesmo quaisquer mídias que não primem pelo uso da racionalidade. Existe muuuuita bobagem hoje por aí, sintoma da falta de educação formal e/ou compromisso com a verdade.  Me aborreço com textos pretensamente eruditos, mas que acabam denotando a apoucamento intelectual do seu emissor... Tempos obscuros!

5. Como relatei na postagem anterior, efetivamente consegui 'aposentar' as bengalas, at last!! Ficaram no passado, com a graça do Pai Celeste... Demorou, mas depois de algumas providências estou com menos dores e consigo até dormir à noite sem precisar apelar para analgésicos. As dores não eram fortes, como no começo da recuperação da cirurgia de colocação de prótese, mas aborrecentes o suficiente para impedir conciliar o sono... Assim que voltar o tempo quente (este ano o frio está durando mais do que as duas semanas costumeiras) vou fazer natação para fortalecer minha musculatura geral. Atualmente só faço o Pilates, pois nem a bicicleta ergométrica estava conseguindo realizar. Mas não pensem que estou a reclamar: sou o mais feliz dos homens, e vocês sabem disso pelas minhas outras postagens... O que propiciou minha recuperação foi um tipo de massagem que realizei, que mobiliza a musculatura e demais estruturas conexas de modo profundo, como que 'descolando' aderências e cicatrizações imperfeitas. Curioso que "de uma hora para outra" minha perna e bacia passaram a doer menos, e isso com as mesmas rotinas que realizava anteriormente. Que bom ter por perto uma pessoa versada em Fisioterapia...

sábado, 6 de maio de 2023

Lembranças e novos achados

Gosto desta foto; sempre lembro dos eventos pitorescos (picarescos?) que fizeram certas pessoas julgarem que eu era pai de minha esposa. Não pretendo mais deixar - a contragosto - barba e cabelo longos assim...  Mas queria falar de outras coisas hoje.

Parece que conseguimos encontrar, minhas fisioterapeutas e eu, as razões de minhas recorrentes (e aperreantes) dores, oriundas da cirurgia de colocação de prótese. Eu fiquei tão condicionado a esperar a perna ou a bacia doer, quando do caminhar, que acabei acostumando demais (cacoete psicomotor?) com o uso da bengala. Isto parece ter 'desconfigurado' minha estrutura bacia-perna pois, ao caminhar, a minha marcha parecia a de um pinguim, compensando assim a passada de modo antinatural. Por isso que sempre as dores voltavam. Quase toda noite tinha que tomar algum medicamento, pois o incômodo impedia ao sono vir.

Agora 'aposentei' as bengalas - servirão somente para decoração (e memória dos tempo de sofrimento). Até já providenciei um local para fazer hidroginástica, pois a perda de massa nestes anos de dorida espera da cirurgia e após a mesma, me enfraqueceram a musculatura envolvida. Acho também que estar à beira dos setenta anos deve ter acelerado este processo...

Como o tempo realmente passa rápido - meu pai sempre lembra isso em nossas conversas. Estive nesta senda de osteoartrose/cirurgia/recuperação por tempo demais, por causa da pandemia do Sars-Cov-2. Mas creio que com esta luz ao fim do túnel posso esperar dias melhores.  Acostumamos, Ruth e eu, a ficarmos ainda mais enfurnados aqui em nossa gostosa casinha, saindo para a rua o mínimo necessário. Para contribuir com nosso comodismo nós incorporamos a figura de doramistas (fãs de 'doramas') em especial das séries coreanas, uma melhor que a outra. Viramos maratonistas de sofá.

Espero doravante ficar mais animado para escrever, ler, sair mais de casa. Vou convidar mais amigos para vir aqui ou para nos encontrarmos em algum restaurante para jogar conversa fora. Quanto mais velho ficamos, mais sentimos falta de amigos, o maior tesouro de nosso co-existir. Como dizia minha mãe, quem tem amigo não morre pagão.

domingo, 26 de março de 2023

O cabelo

Cabelo é coisa séria, que o diga o belo sexo. Antes que o amável leitor imagine coisas impróprias, digo que as mulheres têm uma relação de vida e morte com suas madeixas. Sei de casos graves de profissionais que não satisfizeram apropriadamente as clientes, comprometendo a reputação de certos salões de beleza. 


Mas o caso aqui, verídico - como se dizia, conto o milagre mas não conto o Santo -  é de um homem (sim, os homens atualmente se preocupam muito com sua aparência) que passou a frequentar mais assiduamente os agora repaginados salões dos profissionais barbeiros. Antigamente Barbearias eram espaços onde em especial barbas eram aparadas, visto que inexistiam aparelhos populares que permitiam (como hoje) a pessoa cuidar-se de modo rápido e econômico. Nestas por vezes centenárias barbearias acorriam periodicamente os homens acusados de desleixados com a aparência, seja pela barba ou pelo cabelo. Hoje em dia Barbershop virou moda, existindo até espaços bem sofisticados, oferecendo, além dos tradicionais cuidados capilares, muito conforto adicional para atrair e fidelizar a clientela. 


Certo cavalheiro, vistoso, espadaúdo mas entrado em anos (visualizado pelo branqueamento progressivo dos pelos), cultivava longa e espessa barba, além de  compridos cabelos. Aposentado, perfazia divertida e candidamente o estilo “lenhador”, com a aparência um tanto, hmm… digamos, rústica. Mas era pessoa de bom trato, educado, casado com mui formosa e adorável dama, desde menina cuidadosa com a aparência, portadora de saudável vaidade feminina, aparentando ter décadas a menos em sua presumida idade. Ele, por sua vez, jactava-se de sua viril aparência, provocando a esposa, dizendo que anteriormente fazia sucesso com o mulherio, fazendo-a franzir as sobrancelhas, como que com ciúmes ou revelando descrença (vai saber, os homens dizem muita potoca…).  E a vida ia seguindo seu curso, sem mais percalços.


O casal dava-se muito bem, cultivando harmoniosa, respeitosa convivência, um completando o outro, como se diz. Certa vez, num encontro de casais (era perto do Dia dos Namorados) na Igreja, o Pastor propôs que cada membro do casal escrevesse um bilhete de amor ao outro, para ser lido no transcorrer do encontro perante a todos. O maridão escreveu no dele uma declaração que causou sensação:  que “...ele poderia dizer cinco defeitos da mulher MAS (escreveu em letras grandes) podia escrever noventa e cinco qualidades dela…”


Continuando com o rumoroso caso, um dia destes uma moça bate à porta, procurando por ele, sendo a mesma atendida pela solícita dona de casa. 


   – Seu pai se encontra? Fiquei de pegar uns recicláveis com ele…


   – Meu pai?, mas…  


A esposa ficou curiosa, visto que seu genitor, quarenta anos mais velho que seu esposo, residia em outro local.


   – Sim, um barbudo, alto…, respondeu a moça, certa que o local era aquele, pois já havia estado lá antes.


Depois de ir chamar dentro de casa o dito-cujo, mal escondendo o riso farto, comentou satisfeita com incrédulo companheiro o gostoso engano daquela pessoa, alegria inusitada que embalou seu espírito feminino por semanas. Afinal, seu garboso barbado era somente seis anos mais velho que ela… 


Ocorre que, pouco tempo depois, justamente ele, atendendo por sua vez um prestador de serviço (que havia anteriormente combinado determinada atividade com sua jovial esposa), dando seguimento nas tratativas, ouviu do profissional intrigante, quase cabulosa afirmação, ao mesmo que apontava para sua (do barbudão)  mulher, que estava a distância, resolvendo outras questões:


   – Sobre este trabalho, senhor eu já tinha comentado estes detalhes ali com a sua filha.


Atônito, olhando para ver de quem se tratava, visto que, além da rutilante esposa, ninguém morava com ele (em especial os filhos, já crescidos e quase todos casados, residindo em outras localidades), entendeu prontamente o que estava a suceder. 


   – Ahh, certo, obrigado, é mesmo, respondeu o ressabiado consorte, relembrando o outro evento.


O destino o fez agora testemunha de tais constatações, digamos, cronológicas, por parte de outros que não conheciam o casal.  E tratou de despachar logo o impiastro. Por dever de lealdade contou o evento à patroa que, sorridente mas com a elegância habitual, não explorou o fato, evitando possíveis constrangimentos. Mas com certeza ficou renovada sua alegria e orgulho, pela recorrente constatação de sua formosura pelos diferentes observadores.


Depois destes impactantes eventos, o quase-labrego decidiu abandonar o look viking, cortando a barba curtinho, como a dedicada consorte aconselhava, inclusive adotando o corte de cabelo ‘fuzileiro’. Tal mudança foi estrategicamente elogiada por ela, afirmando que agora, entre outras conquistas estéticas, ele estava mais jovial, com o rosto mais magro…


Soubemos que o antes cabeludo disse particularmente aos amigos, curiosos pela radical transformação no visual que, a evoluir os fatos, no futuro ele temia que poderiam vir a dizer que a antes  ‘filha’  poderia ser confundida como sua ‘neta’...   

quarta-feira, 1 de março de 2023

Pensatas esparsas

 

https://www.ugle.org.uk/discover-freemasonry/history-freemasonry

1. Hoje, tendo me recolhido às 23 horas ontem, acabei acordando às quatro da madrugada e fiquei deitado, vendo o tempo passar, até a hora de ir fazer o costumeiro café de minha mulher. Quando isso ("insônia?") ocorre - e quanto mais velho fico mais vejo acontecer - apanho no criado-mudo o celular e coloco no aplicativo Web da Rádio Eldorado. Costumo 'pegar' no sono novamente ao ouvir as costumeiras boas músicas. Mas não sei se dormi bem desta vez. Hoje foi dia de ir ao Lar São Vicente fazer as barbas dos meus 'meninos' e cansei-me mais do que o costume. Minhas pernas e pés ficaram doendo e tive que coloca-los elevados em almofadas depois do almoço, para deixar de apoquentar. Espero que minha saúde não me impeça de cumprir no futuro próximo esta minha tarefa de barbeiro... Tenho realizado os exames preventivos periódicos e está tudo bem, ainda que tenha que fazer alguns ajustes na ingestão de carboidratos... que tortura! Vou cortar farináceos, pois leite e seus derivados, mel e frutas, que ingiro também, possuem os famigerados glicídios.... 

2. Hoje chegou mais uns livros pela Amazon... Não compro mais tanto como há uns anos, ainda trabalhando como docente. Tenho ocasionalmente aproveitado para reler ótimos livros de minha própria Biblioteca. Mas ultimamente tenho lido Crônicas, textos curtos e saborosos. Deixo livros espalhados pelos cantos da casa e gosto de lê-los quando me acomodo pelos diversos aposentos (alguns inusitados). Entremeado com estas delícias outro dia inventei de ler obras de um filósofo algo famoso, que escreve (em geral bem - quero dizer com isso, textos bem redigidos e proveitosos: compreensíveis e sugestivos para reflexão) como colunista em um importante jornal diário. Um de seus livros (comprei 3), desgraçadamente o primeiro a ler, revelou-se pura perda de tempo. Parece obra redigida (pastiche?) para fins de exploração comercial, eivada de desgastados lugares-comuns, e também conceitos de diferentes domínios do saber que só se relacionam mediante torções linguísticas arriscadas e incompreensíveis. Que decepção. Tem palavras que repete à exaustão, como que enfeitiçado. Vou dar-lhe chance ao ler os outros dois livros antes de definir pessoal apreciação sobre o colunável. Pelo menos firmou ainda mais em meu espírito o compromisso de só escrever coisas que sejam objetivas, compreensíveis, com simplicidade e que despertem bons sentimentos. Filosofia creio eu, é coisa séria para permitir-se devaneios que cabem melhor em certos ramos literários. 

3. Como tem chovido nestes 3 últimos meses, nunca vi isso por aqui, e com tantas vidas perdidas em alagamentos e queda de barrancos! E ainda tem gente que não acredita nas mudanças climáticas... Eu tento modestamente fazer a minha parte, economizando, usando combustíveis renováveis, destinando lixo de maneira responsável, usando água com cuidado. Mas vejo que ainda temos muito a conquistar para deixar este planeta melhor para nossos descendentes! 

4. Vejam aquelas colunas arquitetônicas acima, a Dórica (significando 'União'), a Jônica ('Beleza'), a Coríntia ('Grandeza'), a Toscana ('Força') e a Compósita ('Perfeição'). Existem outros tipos modernos de colunas, como a Salomônica, a Gótica, a Solta (ou Isolada), mas as anteriores tem seus significados centenários cultivados pelos Pedreiros Livres, desde a Antiguidade. Estas cinco colunas também podem representar os cinco ramos ou temas de estudo abarcados no segundo grau da Arte Real (Companheiro): Inteligência, Retidão, Valor, Prudência e Filantropia (obtido do blog trabalhosdamaconaria.blogspot.com). Outro blog muito bom é o freemason.pt (Portugal).  Ótimos...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Última do ano: fragmentos...

 Papel de Parede Frases Motivacionais, Positividade | Ponto

 

1.  O fim  de 2022 já está aí!! E acabo de saber que o Rei Pelé faleceu... Quanta gente famosa nos deixou este ano. Mas as eleições e a conexa comoção política parece que foi o que mais chamou a atenção do povo. E ficamos uma nação dividida, como os Estados Unidos. Tempos bicudos, realmente. Só por Deus, como se diz...

2.  À medida que envelheço mais e mais, observo que certas memórias adolescentes "do nada" surgem em minha mente, ou as rememoro numa noite de sono. Um ato, ou ação (realizada ou não por mim) mas que permaneceu na mente, dada as circunstâncias - em geral com muita emoção associada (para o bem ou para o mal). Segundo as pesquisas neurológicas sobre a memória, a emoção tem participação importante no processo que determina o que é fixado e recuperado, ainda que o processo envolva re-elaborar a cada vez o conteúdo do memorizado (por isso ocorre que as nossas memórias sejam não muito fiéis, posto que, de certa forma, a cada vez, alteradas). Cuidado em confiar muito nas memórias...

Há muito tenho intelecções quase-fantásticas logo cedo ao acordar. Por vezes são resquícios de sonhos mirabolantes que perpetro. Infelizmente percebo que logo arrisco esquece-las tão prontamente quanto as recebo. Culpo a infecção do malfadado coronavirus Sars-Cov-2 que tive, logo no começo da pandemia, quando as vacinas estavam somente projetadas... Quando vejo que é coisa importante corro anotar ou fazer um auto-relato gravado, pois sempre surge coisa aproveitável...

3.  Pouco a pouco começo a animar-me novamente, fazendo cursos (doravante só EAD), realizando leituras - compro agora regularmente numa nova livraria que iniciou os trabalhos no Shopping Iguatemi, ou via Amazon - e até saindo mais de casa. Com a pandemia eu tinha ficado igualmente muito caseiro, o que restringe demais a (necessária) vida social, visto que também os poucos amigos ficavam em seus lares...  Mas ninguém tinha coragem mesmo de sair de casa sem que fosse muito necessário! Além da pandemia, aquela dificuldade toda da osteoartrose me deixou muito desanimado. Fiquei por demais taciturno, quase-sombrio, silente, tristonho, reservado, soturno...

4.  Por causa indireta da pandemia, muitas pessoas adquiriram o costume de acompanhar as séries coreanas de TV (em especial os 'doramas') nos aplicativos de streaming. Existem seriados e filmes ótimos, muito bem realizados, em todos os sentidos. Cativam mesmo! Forneci à esposa um tablet e fone de ouvido do bom e agora ela passa 'horas' entretida com os programas. Sabe de cor e salteado o nome de diversos artistas (eu já acho que eles são todos parecidos demais...)

5.  Fim de ano é hora de realizar os exames de saúde preventivos. Até em dentista eu vou. Quero chegar com qualidade de vida aos 90 anos, como meus pais. A par com certa herança genética, a boa longevidade se conquista ou determina com estilo de vida baseado em bom sono, atividade física, alimentação balanceada e o cultivar de amigos valorosos. Sigo esta cartilha há anos... Digo à Ruth que ela infelizmente vai ter que me aguentar mais uns 30 anos ainda. (Ela faz expressão vaga, quase desanimada. Quero crer que faz troça comigo...). 


quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Fim do mês... divertimentos e reclamações.

 

obtido agora de Freepik.com


1. Ontem vi no jornal que um dicionário inglês famoso elegeu o termo "gaslighting" como o termo do ano. É uma palavra que denota, grosso modo, certo tipo obnóxio de abuso psicológico, uma forma de manipulação, onde o criminoso provê de modo seletivo - sistemático -  para a vítima informações distorcidas, ou omite-as, dando azo a que a pessoa prejudicada fique "em parafuso", prejudicando-se enormemente, em múltiplas dimensões e com variados graus de comprometimento. Coisas que, ao que parece, esta pós-modernidade exacerbou, com tanta fake news e assemelhados... Na hora lembrei-me (com certa dificuldade, que credito à minha doença sofrida por causa do Sars-Cov-2) do ato de sofismar, mas pesquisei e vi que, ao que parece, é uma vertente, uma variedade que adquiriu vida própria. Informem-se sobre estes conceitos...  A melhor defesa é a informação.

2. Nossa, outro dia constatei que Ruth tem 'exatamente' a metade de meu peso... O dimorfismo, em especial o humano, é uma coisa deveras fascinante!! 

3. Tenho assistido a varios jogos da (estranhamente fora de época) Copa do Mundo de Futebol. Este torneio está até o momento nos divertindo com a enormidade de "zebras". Isto mostra que este esporte está cada vez mais globalizado, com atletas de todos os países jogando em times importantes, de projeção mundial, o que torna o certame cada vez mais imprevisível. Esta Copa também ficou marcada como sendo "proibida" a mochileiros, ao contrário de edições anteriores, pois lá no Catar tudo é muito caro. (Achei interessante este país ser quase do tamanho do nosso querido estado de Sergipe...)

4. Gente... "descobri" o Google Drive, uma das ferramentas mais produtivas e impactantes do Ambiente Google Workspace. Adeus pen-drives e módulos de memória. Avançando um tanto, pensei que o computador portátil Chromebook iria ser um sucesso no Brasil, mas já vi que a ganância dos fabricantes (e/ou do Governo, com impostos escorchantes...) é inenarrável, pois o mesmo deveria ser baratinho por aqui, como é no exterior.  Mas só para exemplificar como pagamos impostos demais (e não temos o retorno devido):  outro dia precisei comprar um bom um tênis para caminhadas - ordens médicas - e, dos 700 reais que paguei pelo calçado, 200 reais foram de impostos... Credo, e o que dizer do automóvel que outro dia comprei também... o Governo coletou de modo fácil, sem nenhum esforço, uma enormidade de dinheiro, às minhas custas, e continuarei pagando recorrentemente impostos e mais impostos para licenciá-lo, andar com ele, abastecê-lo, mantê-lo etc.  ...  desanimador!

domingo, 30 de outubro de 2022

Votação 2022 em 2o. turno e outros blás...

Construir nosso caráter, como um edifício...

{ Hoje o fundo musical é Oscar (Emmanuel) Peterson, fino jazzman...}

1. Hoje cumprimos nosso dever cívico de votar em segundo turno. Nosso país terá aproximadamente metade da população contente e a outra metade bem descontente... Não me lembro de ter observado tal polarização anteriormente. Tempos curiosos; vamos ver no que vai dar!

2. Que bênção que é o sistema Pilates de atividade física... Agora que estou velho, acordando com dores 'inexplícáveis', é 'só' alongar e dar mobilidade nas juntas mediante exercícios apropriados e tudo 'se resolve' como passe de mágica. Comemorando um ano de cirurgia de colocação de prótese, posso dizer que estou quase cem por cento. Já era hora, cáspite!!

3. A questão do abjeto racismo todo dia aparece nos meios de comunicação. Que coisa absurda que neste século XXI ainda tenha tanta criatura que desrespeita o próximo com tal afronta. Mas parece que construir um caráter elevado, amadurecido, não está mais no rol de prioridades de muitos. Haja tolerância para viver hoje em sociedade mas, neste particular, tolerância zero!!! Recomendo a leitura da coluna do escritor Antonio Prata, no jornal Folha de São Paulo de 10 de setembro de 2022, à p. B-4 do caderno Cotidiano. 

4. Uma coisa bacana daqui de minha cidade é a fauna, em especial os pássaros. O barulho que as maritacas fazem por vezes é 'ensurdecedor'... ave forte e bela em seu colorido, predominantemente verde. Tenho recebido também a visita diária de uma outra ave, esta cantora mui maviosa, que inicia seu recital às quatro horas da madrugada. Parece nunca se cansar de sua atividade. Preciso consultar um ornitólogo para saber-lhe a espécie e o porquê de sua resiliência...

5. O fim do ano se aproxima. A cada ano que envelhecemos parece que o tempo escoa com mais velocidade. Fazemos planos de outro tipo, agora que já não somos mais jovens. Filhos criados e criando netos, longe, sem notícias. Que fazer, o destino nos conduz no modo (quase) sem qualquer controle de nossa parte.  A espada de Dâmocles jaz sobre nossas cabeças!

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Fragmentos 3...

Sua Majestade Elizabeth II

1. A notícia do dia foi o passamento de Sua Majestade Elizabeth II do Reino Unido no Castelo de Balmoral (Escócia). Muitos comentaristas certamente irão ao longo dos dias vindouros nos fornecer muitas e muitas informações sobre a pessoa e a tão influente persona. Obviamente o que SM simboliza para a Commonwealth é monumental, e isso não só pelo extenso reinado como chefe de Estado. Uma mulher incomparável, de sorriso cativante, um charme arrebatador. Fará muita falta.

2. Ruth Bilú fez troça comigo: dias há em que os percorro de pijamas... Não tem coisa mais gostosa para um aposentado, ainda que procure se manter ativo - em especial com a necessária atividade física diária - como eu. Por vezes tenho que colocar certa fatiota mais formal, mais ordeira mas, ao cair da tarde já vem irresistível desejo de vestir aquele moleton acostumado à minha figura e encarapitar-me à poltrona do papai para mais uma  maratona no canal de streaming... Sonhei a vida toda com este privilégio. 

3. Coisa por demais prazerosa também é ficar polindo as palavras aqui no meu blog com uma seleção de smooth jazz como fundo musical. Existem diversas playlists com este estilo musical aqui no player preferido do meu celular (e o melhor de tudo, o plano grátis é tudo o que eu preciso!). Tenho uma pequena caixinha de som que, via Bluetooth, destino as melodias, determinando e garantindo assim certo apuro necessário aos característicos tons. Faz a vida ficar mais apetecível.

4. Outro dia, passeando pelo Shopping Iguatemi de Campinas me dei de presente uma pistola de brinquedo (modalidade Air-soft, que atira - via pequenas molas adequadamente tensionadas - bolinhas leves de plástico de 0,6mm) para treinar pontaria com tiro-ao-alvo. Numa das garagens aqui de casa consigo colocar pequenos alvos a pelo menos 6 metros de distância, o mínimo necessário. Alguns amigos já compartilharam aqui - não sei se a contragosto - comigo tal divertimento... A cada dia fico melhor na pontaria pois, além das sessões de treinamento, fico a pesquisar vídeos no Youtube com dicas sobre postura, empunhadura etc. O dia que tiver um clube de tiro aqui vou me arriscar a atirar com revolver ou pistola de verdade... Acho que não vou fazer feio

5. Com a idade nós tendemos a sentir menos sede, o que pode complicar a saúde. Atento a isso inseri uma rotina em minha existência: andar com garrafinha de água para lá e para cá. Sei que o meio ambiente é prejudicado com o plástico, mas creiam-me: toda quarta-feira coloco as embalagens vazias juntamente com o lixo seco para a coleta  semanal regular (municipal) para reciclagem. Uma amiga passou o telefone de um fornecedor de água mineral lá de Águas da Prata, e o simpático vendedor vem periodicamente aqui em casa trazer os packs com dúzias do precioso líquido. Tomo diversas durante o dia...  

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Solipsismo... ou Fragmentos (2)

da web... GettyImages - milhões de imagens!
(escuto agora Stan Getz no Spotify...)

1. Todo dia (quase) tenho um tempo para mim - ou na verdade tempos 'vários' - para ler, escutar música ou podcast, mas principalmente fazer alguma atividade física. Espero chegar em idade provecta, mas com saúde, como os meus pais. Já disse à Ruth que ela tem mais "uns 30 anos para me aguentar"... Ela se diverte e diz que pode "ir" primeiro; retruco que os céus não fariam tal maldade comigo... e seguimos zoando um com o outro. Todo dia rimos bastante - este é um dos segredos do sucesso em con-viver: jamais perder o bom-humor.

Outra coisa mui prazerosa que me concedo é escrever, colocar as ideias organizadas, como aqui faço agora. É terapêutico ao extremo, e sugiro isso sempre aos meus clientes aqui na Psicoterapia. No meu caso não fico só 'polindo' os pensamentos - cuido em bem grafar, pois meus escrúpulos docentes de tantos anos me fazem preocupado com o garabulhar ou garatujar, escrever impropriamente, 'crédo'!

2. Um dos segredos de boa disposição psicológica é realçar - via correta atenção - em nosso onipresente fazer/sentir as dimensões da previsibilidade e  controlabilidade. Que mundo fascinante e que época vivemos (ainda que com fake-news e outras mazelas), com tanta coisa a ser desfrutada, e tudo quase ao alcance de nosso olhar, nosso desejo ou aplicado tirocínio... Fico a contemplar quantas coisas podem nos fascinar, a cada momento!

3. Hoje, depois de um tempo ocupado com a artrose do quadril e a colocação de prótese, problematizado pelo grande aborrecimento que foi o fenômeno Sars-Cov-2, retornei ao trabalho que realizei por dez anos no Lar de Idosos São Vicente de Paulo aqui da cidade: atuar como voluntário em cuidados masculinos, fazendo barba e cabelo dos meus 'meninos'... Que satisfação, que gostoso reencontrar muitos dos antigos 'clientes'!  Toda quarta-feira, das 7:30hs às 12hs estarei a postos lá no meu 'cantinho' - uma aconchegante barbearia no piso principal. Levei para lá muitas coisas que tinha na minha 'Barbearia Garage', de saudosa memória, já que não pretendo trabalhar mais nisso aqui em casa - foi bom enquanto durou... Doravante empunhar tesouras só lá mesmo no Lar, e com o meu velho pai que, a cada dois meses quando vou visita-lo em Campinas, corto com muito carinho seus (poucos) cabelos...

4. Aproximam-se as Eleições. Com tanta propaganda dos políticos, está aberto o Febeapá'O Festival de Besteira que Assola o País', como dizia em seus livros de crônicas (foram três, publicados em 1966, 67 e 68) o Stanislaw Ponte Preta (heterônimo do escritor Sergio Porto). Somos, brasileiros, insuperáveis quando se trata de achincalhar, fazer palhaçadas com coisa séria. 'Seria cômico se não fosse trágico...'   

5. Estou a ver - outros de pequenos prazeres! - no Netflix uma série alemã (dei-me um tempo das minhas preferidas séries coreanas ambientadas no século 17 e 18) de nome Kleo, muito bem produzida, além de divertida. Mas hoje em dia temos nestes provedores de streaming  tantas produções bem-feitas, em tantos países diferentes, um verdadeiro estudo de culturas riquíssimas. Curto muito os cenários, as roupas, o enredo/trama inteligente, a interpretação de tantos ótimos artistas!  Distrações televisivas - sou quase um maratonista de sofá - entre os estudos, leituras e tarefas a cumprir para a patroa por parte deste esforçado aposentado...