A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sábado, 19 de setembro de 2020

Quase outubro deste ano coronaviral...

Fotinho sem barba...(e sem cabelo)
Ruth de cabelo curto, como a conheci.

1.  Que bênção recebi em ter esta criatura em minha vida! Não existe deleite maior em desfrutar a companhia de pessoa realmente virtuosa. Sempre refleti sobre este fato: 'juntando' as esposas anteriores, vejo que não abarcaram 10% das qualidades desta. Nunca casei pensando em me separar, mas somos - em especial na juventude - levados de roldão nesta vida. As duas ex-esposas anteriores que desejaram terminar o relacionamento; então, fica a sensação nunca elucidada dos defeitos que puderam redundar em tais tristes desenlaces. Por outro lado não creio que fui tão ruim como cônjuge que merecesse me apartar da prole, como elas fizeram... mas tudo isso não importa mais - são mães de meus filhos, então não desejo mal àquelas criaturas, ao contrário.

2. Sempre durmo pouco, e parece que isto piora com a idade. Levanto da cama duas a três vezes para tomar água, e escuto por volta das 3hs. da madrugada os característicos ruídos daquela senhora que faz a importante tarefa de varrição da minha rua. Certa vez, sentada ao meio-fio, desancou a falar ao celular (não em voz alta mas, naquele silêncio todo, a conversação ribombava através da janela)... Por vezes penso em fazer um café para levar para ela. A intrépida servidora deve deitar-se às 17 ou 18 horas para poder cumprir esta notívaga tarefa! 

3. Meu querido irmão Luiz, rearranjando espaço em sua magnífica vivenda, doou-me caixas de livros, revistas,  gibis e dezenas de CDs... uma quantidade enorme de preciosidades que vieram enriquecer minhas biblioteca e discoteca. Curiosamente, auferi ali muito Jazz, que não sabia ser de sua predileção. 'Santo' Serginho, o mais querido dos manos, talvez por ser o do meio dos 5 filho(a)s de Geraldo e Firmina. Não; é porque ele é um gentleman mesmo, em todos os sentidos!

4. Notícias parecem informar que o 'pico' de infestação do Sars-Cov-2 já foi atingido. Doravante teremos - Deus queira! - menos mortes e internações, até que surja a vacina, 'prometida' para o primeiro (ou mais tardar segundo) semestre de 2021. Todos estão cansados de ficar em casa em "prisão domiciliar"...

5. Minha mãe ficou dez dias internada por causa de problemas do divertículo (meu pai e eu também temos isto, um tanto encontradiço com o avançar da idade). Fomos duas vezes a Campinas auxiliar no cuidado dos velhos. Felizmente ela já está em casa, recuperando-se. Tivemos graves temores, em especial pela sua idade avançada. Mas felizmente, graças ao avanço da Medicina, tudo se revolveu a contento!

6. Estamos com saudades do festival gastronômico quinzenal que se realizava na vizinha Águas da Prata, nas noites de terça-feira. Quando retornar a atividade, vamos marcar presença lá... Muuuito bom, com muita coisa para ver e degustar, com gente bonita e amiga!

7. A nota triste da semana refere-se ao passamento de nosso colega docente do UNIFAE, professor Sebastião Galdino, mestre querido, pessoa afável e profissional dedicado; rigoroso mas acolhedor. Ficamos sem acreditar como de um momento para outro uma alma bondosa como esta pode deixar de existir. Uns falam que seu infarto foi problematizado pelo COVID-19, mas não tive certeza ainda sobre esta informação. Descanse em paz!

8. Neste período que estamos mais em casa por causa do novo coronavírus, estou me dedicando a um programa pessoal de estudos sobre a Sublime Ordem. Entre os assuntos diversos, temos os Landmarks, como são denominadas as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal, em número de 25, compiladas pelo célebre Alberto G. Mackey. Existe um ótimo comentário sobre o mesmos no livro 'Vade-Mécum do Simbolismo Maçônico', do grande Dr. Rizzardo da Camino (4a. ed., São Paulo: Madras, 2018, p. 103-129). Este notável gaúcho, falecido em 2007, publicou mais de 50 obras, inclusive sobre a sua profissão, Ciências Jurídicas. Espero que em breve possamos retomar nossas agradáveis reuniões...

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Pandemia, amigos e outras observações esparsas.


1. Esta pandemia do Sars-Cov-2 vai dar muito o que falar, por um bom tempo. Por agora, o maior problema é que estão todos fartos de tanto ficar em casa! Vemos notícias de pessoas fazendo festas - muitos, agendando-as pelas redes sociais e, sem termos ainda uma vacina, a melhor estratégia para não ensejarmos o colapso da rede de atendimento em saúde é evitar aglomeração e contacto entre as pessoas, pois não se sabe quem pode estar contaminado. Mas parece que a velha síndrome do Super-Homem viceja em todo lugar: principalmente os jovens parecem pensar que, mesmo que venham a ser contaminados, vão se safar sem (ou poucos) problemas... Acho que é mais para clima de 'roleta russa', pois a Covid-19 é doença bem imprevisível. 

Como estávamos todos despreparados para este desafio... Principalmente as autoridades não se entendem e vemos cidades, estados e o país enfrentando as enormes dificuldades com estratégias por vezes opostas! E como ocorre sempre nas crises, quem tem menos condição econômica e educacional sofre mais. Muito triste a enormidade de falecimentos que poderiam ter sido evitados, mas a população não parece estar muito impressionada com o fato. "Doença ruim só dá no vizinho". E 'olhe lá'...

2. Aristóteles certa vez observou que "nada envelhece mais depressa que (a lembrança d)um benefício". A formulação do filósofo se aplica a todos nós, alertando-nos que tanto podemos incorrer em tão grave falta, como podemos ser o destinatário do desapreço de outrem. Sinto que a percepção da ingratidão de alguém fica mais dorida quanto mais envelhecemos, talvez pela consciência das faltas que perpetramos... Observo que, talvez por causa deste coronavírus, tem ocorrido mais situações de ingratidão. 'Magoa, né?' é o que pensamos... Mas somos assim, egoístas, egocêntricos, e por vezes somos mais ingratos quanto mais aparentados somos da pessoa. E nossas inabilidades de comunicação só periclitam as relações já complexas... Crédo!, a arte de viver  fica a cada vez empreitada mais inalcançável!

3. Benjamin Franklin fez uma curiosa observação: "o homem benevolente deveria cultivar em si mesmo algumas imperfeições, para manter seus amigos satisfeitos". Não sei o contexto mais amplo de tal formulação mas, imagino que um tipo como esse de amigo que mirasse nossas imperfeições não seria verdadeiramente nosso 'amigo', pois acho que amigo de verdade vê sempre/procura ver o melhor de nós. Creio que o aforisma acima seria mais adequado se fosse  enunciado com os termos 'chegado', 'colega', ou 'conhecido' em vez de 'amigo'. Amigo de verdade que chegamos a possuir (pode ocorrer de não termos nenhum, ou seja, só termos 'colegas' ou 'conhecidos')  contamos nos dedos de uma mão, por vezes durante toda uma existência, como é o meu caso - e creio que somente a mim deve ser creditada esta restrita condição, por causa de minha inabilidade ou tipo de personalidade, vá saber! 

Este ditado ensina algo da Psicologia popular, do senso comum, no sentido de nos alertar para que é de bom tom não desejarmos parecer melhor do que somos, aos olhos dos 'amigos', ou conhecidos, enfim. Em especial se nossos colegas são inseguros, com baixa estima etc (quanto mais carências pessoais possuímos, mais tememos ou invejamos aquele que parece ser melhor que nós). A pessoa verdadeira tem que se apresentar verídica, autêntica, mas evitando o excesso da presunção, do 'exibicionismo'. E, ao fim e ao cabo, poucos aceitam alguém que conosco se sobressai com suas qualidades, como que nos lembrando de nossas deficiências... 

4. Reativei um celular de reserva que eu tinha aqui e transformei-o em terminal musical. Com o Amazon Music instalado, tenho acesso a milhões de música numa única conta. Ahh... as facilidades destes tempos digitais! Fico plugado toda hora em jazz - atualmente estou a descobrir o virtuoso Charlie "Bird' Parker (q.v.). Que coisa, faleceu com 34 anos, consumido pelo álcool e drogas...

5. Um certo sentimento de melancolia teima em se instalar em meu coração, agora que estou aposentado das principais funções laborais que tive em minha vida, a docência universitária. Mas como já explanei alhures, não tinha mais saúde nem motivação para continuar... Esquisito que esta sensação nos arrebata sem aviso, de mansinho! Creio que esta pandemia sem fim (anunciam que vacina mesmo somente o ano que vem, e não é certeza...) ajuda a deixar o tom aborrecido-sem-saída de tudo. A leitura constante da Palavra ajuda a colocar o trem de volta nos trilhos, e relembrar os  'n'  motivos para ser grato nesta vida, em especial a companheira maravilhosa que os Céus me concederam, finalmente... E, completando a estratégia sanadora da taciturnidade, averiguo a lista de coisas que tenho que realizar: tarefas 'empurradas com a barriga', visto que não tenho (tanto) prazo ou cobrança, e tento cumpri-las.  Talvez resida aí um motivo do desencanto - eu, que gosto de metas e objetivos, atualmente estou 'reduzido' a ler e escrever, estudando bastante (principalmente a Arte Real) e esquadrinhando diariamente os jornais,  que quase só trazem notícia ruim...

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Barbas, memória, Netflix e pandemias.


1. O ano passado eu estava, como na foto acima, tipo 'assim', bem barbudo. Um troglodita. Há muito queria experimentar isso, e passou. Doravante deixarei o tamanho somente "máquina" 6 e 7, como os barbeiros dizem da especificação da ferramenta elétrica de corte de pelos. É mais prático. Como o cabelo, uma barba bonita demanda muito cuidado e, quanto mais velhos ficamos, desejamos ser mais práticos, creio eu. E menos apegados (este é o grande 'segredo da felicidade', segundo os adeptos do antes Sidartha Gautama)  a bobagens de aparência etc...

2. Aposentei-me da Universidade onde ministrava aulas as mais diversas. Na semana passada cumpri meu desligamento/rescisão contratual. Mais um ciclo encerrado, descortinando outro. Doravante realizarei somente Psicoterapia e Psicologia Clinica aqui mesmo no consultório de casa. Agora neste segundo semestre, com praticamente 'tudo' na base do "distanciamento social", vou planejar as ações e logística de marketing, e quando pudermos nos 'adensar'  (novos termos e seus usos surgiram nestes tempos do vírus Sars-Cov-2) vou iniciar pra valer os atendimentos. Tenho um ou outro cliente remoto (utilizando tecnologias de comunicação a distância) mas minha escola de terapia (REBT - Terapia Comportamental Emotivo-Racional, do renomado terapeuta norte-americano Albert Ellis) não se presta muito a estes atendimentos via aplicativos cibernéticos... o olho-no-olho é fundamental, pois as múltiplas dimensões a serem discutidas e desenvolvidas  pressupõem contacto direto. 

3. Descobri recentemente nas redes sociais  um músico, compositor e arranjador argentino de nome Martin Sued, que executa com maestria o bandoneón. Boa companhia (tem coisas ótimas no Spotify...) nos tempos soturnos de agora! 

4. Uma dica valiosa para estudantes, em particular os ('meus'...) da UNIFAE: na NETFLIX existe - postado recentemente - um documentário denominado 'A era dos dados - A Ciência por trás de tudo' (em inglês 'Connected') , do jornalista científico Latif Nasser, que é Diretor de Pesquisa do show Radiolab, da New York Public Radio. Conforme o site Decider.com , Latif possui um doutorado do Departamento de História da Ciência da Universidade Harvard. Recomendo a todos que assistam esta série de seis episódios!!... Qualquer estudante vai se beneficiar com este programa, mas até profissionais podem se surpreender. Eu, como Psicólogo, achei super-esclarecedor,  e lançou luzes em minhas concepções... Estou assistindo pela segunda vez a série!

terça-feira, 28 de julho de 2020

Política, evidência e (ir)racionalismo


(no cafofo...)

1. Este ano de 2020 ficará na História, realmente. No caso de brazólia (ou 'Belíndia', como já se colocou, expressando um país sui generis, com tantas contradições...) a maior parte de nosso estado perene, constante de estupefação se deve à Política (ou politicalha?). John Kenneth Galbraith ensinou que a política não seria a arte do possível, como já se disse, mas que ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso... Esta lição ficou bem patente para mim como cidadão nestes dias de Sars-Cov-2... 

Nós ficamos tristes pelo que nosso país poderia ser, tendo em vista nosso incomensurável potencial (em todos os sentidos), mas a cada vez sentimos que somos muuuuito azarados. Estamos "em crise" há tanto tempo que não se sabe  mais o que seria funcionar, existir 'sem crise': banalizou-se o termo 'crise' (não obstante seus vários significados), infelizmente, e o mesmo não tem mais o condão de nos mobilizar à ação. Estamos desanimados, acabrunhados, não vemos luz ao final do túnel, para usar o gasto clichê, um abusado lugar-comum. 

2.  Muito de nosso sofrimento é originado ou problematizado pela nossa irracionalidade - grosso modo, certa disfunção do bom-senso, como a falta de clareza nas idéias ou do correto razonar. Lord Bertrand Russell (1872-1970) no seu Sceptical Essays (de 1928; Ensaios Céticos, Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008, p. 48) ensina que 'irracionalismo' - de modo amplo -  é, de um lado, a descrença no fato objetivo, surgindo quase sempre do desejo de afirmar algo para o qual inexiste evidência ou, de outro, negar alguma coisa para a qual existem evidências (comprovação ou demonstração) muito boas.

[ O termo 'evidência' aqui é fulcral para nossos esclarecimentos.  A discussão do que constitui evidência objetiva é um complicador, mas podemos considerar aqui como sendo precisamente o indício, a indicação de algo que permite - sem dar, portanto,  azo a dúvida - chegar-se ao fato com clareza, distinto que outras coisas similares ou assemelhadas que poderiam confundir, enganar. A identificação apropriada dos fatos deveria orientar as (precisas) intelecções. No fundo é o que a Ciência sempre busca esclarecer/fundamentar acerca dos fenômenos que estuda. ]

Nossas crenças podem adquirir (por diversas razões, como p. ex. desejos, preconceitos ou tradições) a imprópria tendência de serem contrárias, não conforme aos fatos. A 'realidade' abordada pela pessoa adquire ali seus contornos de 'fato' o quanto se coaduna (habitual e principalmente) com os desejos ou hábitos de seu possuidor.  É a maneira como o homem comum acaba aprendendo (erroneamente) a perceber, expectar e a pensar, em geral. 

Em vez de fundamentar a veracidade de algo no (exame e discernimento do) fato real, concreto, a pessoa (inadvertidamente) verifica se o pensamento ou 'explicação' imaginado se coaduna com a sua expectativa, com seu desejo. 'Funcionando', ou seja, confirmando ou se adequando ao desejo que possui, esta representação se torna para a pessoa 'verdadeira', convincente, como se fato fosse. 

Contrariamente, Russell afirma que muito da racionalidade que uma pessoa pode ter se expressa nas práticas de examinar seus desejos relevantes, controlando com critério, método, aqueles que se afastam da realidade (evidente), evitando/prevenindo assim a pessoa a se enganar. (Em meu sistema psicoterapêutico ensino o cliente a pensar com racionalidade, pois muito do sofrimento psicológico da pessoa reside na posse de pensamentos irracionais, mas isto é assunto para outra postagem). 

3. Nós temos que aprender (e aperfeiçoar - já abordei isto aqui em outras oportunidades...) a arte de sobreviver às cotidianas dificuldades, às decepções, às ingratidões etc. O aprendizado de suplantar nossas limitações e limitantes é constante, e a Felicidade (a rigor, o estado ou sentimento da infelicidade também...) "vem de dentro": o modo, a maneira como vemos nossa condição - como 'copo meio cheio' ou o (mesmo) 'copo meio vazio'... Ou seja, o quanto racionais (ou não) são nosso pensamentos - o quanto são ou não consistentes ou harmônicos com os fatos (e suas evidências).  No fundo é, como eu disse acima, o aprendizado de pensar (racionalmente) a realidade o que se operacionaliza aos clientes, em Psicoterapia. A realidade é o que é, e são os nossos pensamentos (irracionais, tendenciosos, enviesados) que a fazem 'ruim', ameaçadora, entristecedora...

Lembrei agora de um aforisma do escritor americano Edgar Watson Howe: Se você não aprende a rir das dificuldades, você não terá nada para rir  quando estiver velho...  Um dos critérios pelo qual o terapeuta verifica o progresso da pessoa em psicoterapia (ou seja, adquirindo estruturas de pensamento mais afeitas à realidade) é a faculdade do cliente precisamente rir - e principalmente rir de si mesmo! Constatar que existe diferença entre o fato, o real, e um pensamento não conforme a ele, nos faz rir; alegra-nos saber que podemos ser capazes de não nos enganarmos a nós mesmos e assim pavimentar o caminho de uma vida mais realista, veraz, autêntica, portanto mais realizadora, plena, satisfatória.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Tempos e eventos pandêmicos...

Em 2018, em frente à então Barbearia Garage...
Rua Teófilo Ribeiro de Andrade 89, aqui em Sanja.
(sim, foi um drone que fez a foto...) 

1. Este ano de 2020 vai dar mesmo o que falar! Não bastasse as enormes transformações que a digitalização onipresente determina, em todos os campos humanos - notadamente na Economia como um todo, e em especial na Educação e no Trabalho - agora as relações interpessoais também foram seriamente afetadas...  Como todo assunto 'modernoso' em brazólia, a gente acaba lendo ou escutando tanta bobagem no jornal ou TV, veiculada por  soi-disant 'experts', momentâneos por vezes, efêmeros como o vento (brasileiro 'tem mania' de opinar, dar palpite em tudo, sabendo ou não do que se trata). Ou, é de uma avassaladora superficialidade, passageira, como a poeira das estrelas (que é o que somos!). Sim, é óbvio que existem bons textos; concedo que também se encontra coisa escrita ou falada muito boa - e este é o ponto - como discernir? Imagino quanta mocidade 'meio' sem-senso-crítico sendo erroneamente sugestionada... que tempos!

2. Estava a falar da momentaneidade, transitoriedade das coisas. É algo que me deixa de boca aberta. Acho que até já falei sobre isso aqui no passado. Me desculpem se repito temas... Mas isto às vezes me atrapalha a pegar no sono. Vi agora no meu estoque de fotos Google (que agregado de ferramentas esta marca - 'assustador', chocante mesmo!) este cromo acima que ilustrei este post: um evento recente, para exemplificar (mas poderia ser qualquer coisa minha mais antiga), mas foram quase três anos de trabalho na Barbearia Garage tão bacanas; conheci muitos homens que agora nem sei mais onde andam ("sumiram"... eram 'clientes' quase-amigos; com alguns, compartilhamos muitas conversas transformadoras...) e o que restou foram algumas memórias esparsas, que pertencem só a mim e, a não ser que eu detalhe ali e acolá alguma passagem, ficará mesmo somente na mente de Deus. De tantos que passaram aqui restaram uns pouquíssimos, que telefono ou vejo aleatoriamente por aí de vez em quando, esbarrando no supermercado ou calçadas...

3. Me pergunto se esta superficialidade não seria a causa ou grande complicador da ansiedade, angústia e tristeza que temos visto mais nestes tempos pandêmicos de 2020. Pensar 'superficialmente' é um vício, um 'mal-aprendizado' de vida. Faz-nos relativizar sem ser autorizado, ou abruptamente já polarizar, ou simplificar (pois na verdade tudo é de certo modo 'complexo', ou seja, temos que analisar muito detidamente o maior número possível de elementos componentes...), sem critério, de modo enviesado, tendencioso, fazendo-nos perder no raciocínio.  

4. Para mim, a chave para o equilíbrio pessoal (nesta fase tão turbulenta, com tanta insegurança) reside na velha máxima do aperfeiçoamento pessoal: temos que aprimorar nosso intelecto para que assim nossa mente possa perceber as coisas o mais legitimamente como efetivamente são (e não como desejamos ou esperamos); percebendo bem, poderemos interpretar com acurácia o que se apresenta (ou seja, cotejar o que estamos agora percebendo com o que temos no nosso 'estoque' mental); interpretando corretamente, podemos efetivamente conhecer algo (e ter menos dúvidas sobre este algo 'conhecido').  Aperfeiçoando a mente, poderemos avançar, tentando cultivar as virtudes, que seriam, grosso modo,  condensação dos valores que adornam nosso existir, visto que são como que parâmetros que modulam nosso modo de proceder nas diversas situações. Digo 'modular' como balizador do correto agir.

5. Outra dica que forneço, funcionando muito bem pra mim.  Eu leio todo dia a Palavra. Gosto muito de Salmos, e também de Provérbios, além das cartas paulinas do Novo Testamento. É um programa de estudos que faz tempo me determinei. Me ajuda a relembrar velhas e edificantes lições. Me sintoniza sempre no momento que vivo. Outra coisa - sempre escuto música. Smooth Jazz habitualmente ajuda a relaxar e concentrar. Mas cada um tem que achar seu Eixo. Pronto, falei. 

sábado, 11 de julho de 2020

Dica do dia...

Pessoal, hoje no Estadão, à p. H-6 do caderno Especial, uma reportagem de Danilo Casaletti sobre um álbum de Nana Caymmi, interpretando obras de Tom Jobim e Vinicius de Moraes... Veja e depois ouça as 12 preciosidades no site   sesc.digital     Imperdível!

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Ceticismo e Ética


Bertrand Arthur William Russell
(18 de maio 1872 - 02 de fevereiro 1970) 
   
Hoje em dia creio que uma antiga atitude, uma antiga maneira de pensar poderia voltar a estar na moda, em especial aqui no Brasil... Tem ocorrido tanta coisa na política, na economia e na vida comum que uma atitude cética poderia vir a nos salvar de algum surto imprevisível de irracionalidade. Nem tanto pela onda cada vez mais torrencial de 'fake news' mas, ao que parece, não é mais feio (ou condenável) faltar com a verdade; na realidade, vemos que existe uma crescente 'turma' empenhada em criar e disseminar inverdades -- a começar pelos políticos!
Mas vejamos com maior detalhe que atitude seria essa. Ceticismo (ou como foi conhecido no início, Pirronismo) era uma doutrina do pensador grego Pirro de Élida (alguns textos o nomeiam Pírron de Elis - 365-270 ou 275 a.C.), contemporâneo de Alexandre Magno, e ensinava que a pessoa devia cultivar de modo perene a  dúvida, questionando as ‘verdades’, os  dogmas, e as  certezas ‘inquestionáveis’. Consta que o mesmo foi um pintor nascido no Peloponeso, e não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofar, que o levou a fundar uma linha de pensamento que obteve muita influência em sua época.
Podemos afirmar que Ceticismo seria como que uma atitude, uma postura característica do constante questionar, duvidar de que algo seja realmente tal como estamos a perceber. Este termo tem origem grega e significa basicamente 'exame'.  A rigor, abrange a doutrina segundo a qual o intelecto não pode alcançar nenhuma certeza a respeito da verdade, determinando ao vivente, de um lado, um procedimento intelectual de dúvida permanente e, de outro, em decorrência, na desistência de constituir para si uma compreensão metafísica, religiosa ou absoluta do real. Qualquer estudioso, principalmente se considerar-se 'cientista', é em grande medida um cético, em maior ou menor grau. Por 'grau' aqui quero dizer 'situar-se em algum ponto de posicionamentos’  acerca desta atitude.

O notável filósofo inglês Bertrand Russell na sua obra ‘Ensaios Céticos’ (1928) afirma sobre Pirro que ele sustentava que  “nunca sabemos o suficiente para estarmos certos se um curso de uma ação é mais sábio que o outro”.  Visto que para o homem os fatos e acontecimentos não são (plena ou satisfatoriamente)  acessíveis, a única atitude legítima é a de não julgá-los verdadeiros ou falsos, nem belos ou feios, nem bons ou ruins  etc. ’Não julgar’ também significa não preferir ou não evitar: assim, a suspensão do juízo é já por si mesma uma ataraxia, este  também um conceito fundamental da filosofia epicurista, e pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade do espírito.

Qual o valor de ceticismo hoje? Se fosse uma matéria de estudo amplamente adotada pelas pessoas, muitas das dificuldades atuais da sociedade seriam minimizadas... As pessoas aparentemente, em grande medida, não se preocupam (posto que no mais das vezes não se recebe, informal ou formalmente, este ‘treinamento’) em analisar racionalmente o fundamento (ou as evidências) de suas opiniões, tomando o caminho mais fácil de sufragá-las ou legitima-las p. ex., a partir da pretensa autoridade de quem as ouviu ou da paixão ou desejo pessoal que evocam em si.

Nossas opiniões originam sistemas de crenças (mais ou menos racionais) que, tornando-se habituais em nosso repertório, vão ser identificadas como as causas de nossas ações consideradas, por extensão, racionais ou não.  Ou seja, boa parte de nossas ações não são determinadas pela análise desejável de fatos ou evidências, mas  pelas crenças cristalizadas que possuímos e compartilhamos.

Uma ferramenta social desenvolvida  para instrumentalizar a análise da racionalidade de nossas ações foi a discussão sobre a moralidade (ou a Ética), muito em voga hoje em dia, e que já foi objeto de publicações aqui neste blog. As  intelecções da Ética  podem em muito auxiliar o vivente em abster-se de realizar ações irracionais, tendenciosas, preconceituosas, ou seja, baseadas em desejos e opiniões apaixonadas, oriundas de crenças por vezes mui arraigadas.

O que precisamos reforçar nos dias de hoje é a discussão (e o aprendizado sistemático) das noções éticas. Felizmente vejo que  assuntos como Compliance, Governança e Ética  cada vez ocupam mais espaço nas preocupações das pessoas bem-intencionadas. Que seja um movimento mais e mais vigoroso em nossa sociedade!

domingo, 21 de junho de 2020

Um singelo poema, achado dentro de um livro, em terra distante...

O recorte de jornal (08 de janeiro 1977 ??)

    Em julho de 2004 fiz uma de minhas viagens a Salt Lake City, capital do estado norte-americano de Utah, onde na oportunidade residiam meus filhos José Geraldo D. Dutra (JD) e Marilia B. D. V. Dutra, ambos casados. É uma linda cidade, onde eu gostaria de residir, depois de Sanja... Lá é a sede mundial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecidos como Mórmons. É um povo único, laborioso, que, vindo do leste dos Estados Unidos, construíram no meio do deserto e ao lado do Lago Salgado (um mar pré-histórico) um estado bonito e acolhedor. Esta Igreja é muito presente no oeste americano, e possui talvez a maior obra missionária em ação no mundo todo. É uma corporação que atua em diversos ramos, todos voltados para a divulgação de sua obra cristã. Eu os respeito muito, pois são sérios e corretos!

    Passeando pela cidade fui numa das loja-depósitos da Deseret Industries, uma das divisões da Igreja Mórmon, dedicada (entre outras atividades) a vender artigos recebidos em doação ao público em geral. Em outras palavras, as pessoas doam bens os mais diversos, e os voluntários da obra social colocam os artigos a preços bem baixos, à disposição da população. Eu, professor, fui à seção de livros e encontrei uma obra bem bacana! E por um preço quase de graça, dois dólares, em perfeito estado! Junto com outros artigos adquiridos lá, trouxe tudo de volta aqui para o Brasil.


    Este livro é uma compilação de citações bíblicas do Velho e do Novo Testamento, organizados por temas (de 'abasement' a 'zeal'), publicada pela tradicional Editora Doubleday and Company (Garden City, N.Y.) em 1948. Seu autor, Lester Berrey, foi um clérigo antes de dedicar-se à lexicografia e editoria de livros. É uma fonte de citações muito útil para preparar prédicas e para estudos bíblicos... Ótima aquisição para minha biblioteca!

    Uma coisa curiosa me aconteceu. Folheando o livro, encontrei o pequeno recorte de jornal, já amarelecido pelo tempo, cuja foto inicia esta postagem. Trata-se de um lindo e emocionante poema, escrito pela esposa de um senhor falecido em oito de janeiro de 1976. Foi publicado em algum jornal, recortado e colocado no meio do livro. 


    Está escrito nesta primeira página "MOTHER BEAN FROM RUBY WELCH DAUGHTER", ou seja,  significa algo como (foi presenteado) "de sua filha Ruby Welch para mãe Bean".  Obviamente não podemos saber quem destas pessoas todas - ou até outra! -  foi quem fez chegar até mim o recorte de jornal, mas vale a pena meditar sobre o poema que nele há (humilde tradução minha...):


Em amorosa memória de Delmar Teets, falecido um ano atrás em 8 de Janeiro de 1976.

Dormindo suavemente no campo santo,
onde as flores gentilmente ondulam,
repousa aquele que mui ternamente amei,
mas que não pude salvar.

Deus sabe o quanto sinto saudade,
Ele conta as lágrimas que verti,
e sussurra que ele somente dorme,
meu amado não está morto.

Se o mundo todo fosse meu,
eu o daria, sim, e muito mais,
para ver o rosto de quem amei
e tê-lo  de volta novamente.

Eu não soube a dor que sentiu
nem ouvi seu último suspiro,
Sei somente que ele partiu
sem uma despedida final.

Deus me fortalece para aceitar
e coragem para suportar o golpe,
mas o que significa perde-lo
ninguém jamais saberá.


Sua esposa amada e saudosa,
Joanne.

    
    Que bela lição de vida nos passa, ainda que num vislumbre, estas palavras, que meramente ilustram o que pode ter sido uma vida em comum tão plena! E, à parte os meandros do destino que fizeram tal depoimento chegar às minhas mãos, achei que seria de certa forma uma espécie de egoísmo guardar isso só para mim. Nestes tempos "pandêmicos", doridos, lancinantes, qualquer emoção que nos faça lembrar que sempre pode haver uma dor maior que a nossa nos faz ser agradecidos pelo tanto que temos e tivemos e, por decorrência,  que necessitamos ter esperança - sempre - de tempos melhores.  Isto também vai passar!

segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Sublime Ordem



1. Depois de velho, aceitei o convite de um amigo do Lions para candidatar-me a fazer parte desta tradicional fraternidade. Como várias outras associações discretas, sofre perseguição e más-compreensões, honestas ou não, de pessoas corretas (ou não). Outro dia vi a defesa desta minha agremiação por um eminente estudioso Espírita e, sendo presbiteriano, senti mais forte minha admiração por estes irmãos kardecistas (na oportunidade - um vídeo numa destas populares redes sociais virtuais - o erudito, grande conhecedor da Maçonaria - e sem pertencer a ela, revelou saber, entre outras coisas, que somos perseguidos como eles). Creio que a melhor 'vacina' para não cairmos em preconceitos e proferirmos sandices ou parvoíces (denotando nossa ignorância - que 'mico' terrível que muitos pagam hoje em dia e parecem até achar bonito!!) é estudar, inspecionar, averiguar, antes de opinar.  Pessoas corretas (e incorretas) existem em qualquer agremiação, associação ou sociedade honesta, com objetivos sadios. Que erro crasso julgar uma associação pela conduta eventual de um(uns) de seu(s) membro(s); mais obtuso ainda explanar (maldosamente) sem conhecer sobre o quê está a referir-se. E hoje em dia a irracionalidade parece (paradoxalmente) recrudescer, nos mais diversos campos, malgrado os avanços culturais e científicos... Crédo!

2. A Maçonaria visa aperfeiçoar a sociedade mediante o amplo e perene primoramento de seus membros, privilegiando em especial o estudo da Ética. São investigadas e debatidas livremente várias disciplinas dentro do programa de estudos inerente à formação do Mestre Maçom. Existem três graus de estudos a galgar, abrangendo temas pertinentes do nível de Aprendiz, nível de Companheiro e o nível final, de Mestre, cada qual enfatizando aspectos determinados para o aperfeiçoamento do Homem. Existe a possibilidade de avançar em estudos filosóficos, após o grau de Mestre. O Maçom estuda a vida inteira, a si e ao mundo, de um modo geral. 

3. A Maçonaria é uma ordem discreta (e não 'secreta', como muitos gostam de sussurrar à boca pequena...) e, por causa disto, desperta infundados temores em muitos dos que não pertencem aos seus quadros. Mas é uma sociedade regular como as outras, que deve registrar seu objetivo social em cartório, pagar impostos, etc. Tem Regulamentos, Ritos e uma Constituição e,   em seus mais de 300 anos de organização acreditada, em todos os países onde atua,  os seus membros são patriotas e afirmam serem crentes em Deus (se a pessoa que se candidatar a fazer parte for ateu, sua admissão, de acordo com os Estatutos, não se concretiza.  Ahh... e a esposa do candidato também tem que autorizar sua candidatura, senão "nada feito"...). Tradicionalmente, a grande maioria - praticamente a totalidade - das sociedades Maçônicas são formadas somente por homens, tendo as mulheres e jovens efetiva participação nas sociedades para-Maçônicas. 

Creio que um dos motivos de certa (maldosa) 'ignorância' sobre a Maçonaria resida no fato de haver uma bela cerimônia (mantida oculta ao iniciante, para fins propedêuticos) quando da iniciação da vida maçônica do homem aceito. Há muito simbolismo na tradicional cerimônia, e depois, um jantar de confraternização maravilhoso - e isto ninguém nunca diz... Vá entender! 

A Sociedade Maçônica faz benemerência (sem tocar trombeta, como p. ex. os admiráveis Vicentinos ou os Espíritas, entre tantos) em sua comunidade pois seus membros habitualmente tem projeção social, mas são antes de tudo cidadãos, representantes dos diversos estratos sociais, sem qualquer distinção. Um dos ótimos materiais informativos que vi sobre a Maçonaria foi o documentário inglês "Maçonaria - segredos revelados", no NETFLIX, de 2017, com 5 episódios. É muito bem produzido e dá uma boa (e divertida) ideia sobre esta antiga sociedade, amálgama de muitas (algumas algo obscuras) tradições antigas.

4. A ideia de Deus na Maçonaria é representada consensualmente como 'Grande Arquiteto do Universo', evitando desgastes com os membros que O denominam como Allah, Krishna ou Buda. Assim, apesar de não ser entidade religiosa (meus 'irmãos' maçons professam diversas religiões), é de certo modo espiritualizada. Aqui no Brasil temos um Livro Sagrado - a Bíblia - presente na sala de reuniões; em países majoritariamente muçulmanos pode-se ter o Alcorão,  e assim por diante. 

5. Quando resolvi aceitar o convite para candidatar-me, estas e outras questões básicas me foram esclarecidas (e à minha esposa também, em reunião separada).  Eu não desejaria pertencer a uma associação que conflitasse com minha fé cristã. E apesar de existir muita boa informação hoje em dia nas redes sociais, em Youtube (mas cuidado, tem bobagens de maledicentes também...) etc., uma reunião prévia com o candidato se fez necessária. Posso dizer que não me decepcionei; ao contrário. É uma honra pertencer ao quadro de membros da quase-centenária e prestigiada Loja Presidente Roosevelt - 75, aqui de São João da Boa Vista, SP (e, curioso, quando entrei para a Ordem, vim a saber - no precioso dia de 02 de Setembro de 2019 - que lá fazia parte alguns de meus amigos!).

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sars-CoV-2 ...

Renan, eu e Jelde,  2019...

1. Eis aí dois moços muito bonitos, cheios de vida. Empresários bem-sucedidos, batalhadores. Costumávamos nos encontrar sempre, mas esta peste pós-moderna nos afastou. Procurei algumas vezes os amigos mas estão muito ocupados tentando sobreviver aos percalços econômicos e emocionais que esta pandemia determinou. E a gente se contém aqui para não ser inconveniente... Um dia aparecem! Mas temo que até a saudade "um dia acaba", por vezes nem lembrança restando.

2. Vejo daqui do observatório que muitos vaticinam um tal de "novo normal", tentando advinhar o resultado de tantas e impactantes alterações sociais (em todas as dimensões - econômicas, familiares, emocionais, laborais, educacionais, políticas etc.) determinadas por esta infestação mundial. Creio modestamente que, pelo pouco que sei do humano do Homem, pouca coisa mudará. Continuaremos a flanar pelo mundo, inconstantes, apaixonantes/apaixonáveis (quero dizer "dependentes de apreciar alguma  'paixão', ilusória, passageira, fugaz"), reagindo idiossincraticamente à crise, com as habituais diferenças de competência. Continuaremos a ser invejosos, interesseiros, atraídos pela moda, à novidade que surge a todo instante. 

Salta aos olhos a marcante diferença social:  como ela se torna dramática nestes tempos. Uns, convenientemente 'isolados socialmente' (a melhor estratégia para evitar adoecer, com a inexistência de terapia ou vacina contra o maldito vírus) com a geladeira cheia, vendo TV por diversos canais por streaming e TV aberta, de "férias", e muitos outros tendo que sair do isolamento, por dever profissional ou por ter que buscar diuturnamente o sustento... Stress dobrado e sofrimento sem fim.. 

3. Meus pais idosos (ele 92 anos, ela 90) andam tristes pela prisão domiciliar lá em Campinas, no apartamento ('apertamento' ou 'afastamento' ?), sem  receber visita dos netinhos e bisnetinhos, apesar de um outro filho aparecer de vez em quando. Eu estou saudoso mas voltarei às visitas daqui uns meses, a ver o "andar da carruagem"....  Não dá para brincar com esta doença! Aqui de casa só saio para coisas imprescindíveis, como consulta médica. Aulas, terminando minha carreira docente, tenho ministrado somente pelos aplicativos de "lives", no Facebook, de modo remoto.. Outro aplicativo, o Google Sala de Aula, nos ajuda a fazer verificações de aprendizagem.. Ao fim de junho agora vou digitar no site da Universidade as notas dos alunos e alunas e, dado que já fiz o pedido de aposentadoria ao Instituto de Previdência do Município aqui ( sou funcionário público de Autarquia na área da Educação ) creio que a partir de Agosto poderei me dedicar todo o tempo a ser somente Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta. 

4. Grande saudade sinto da ritualística e da egrégora da Sublime Ordem. Frustra um pouco o atraso das instruções de Aprendiz, mas o que fazer. Quase tudo foi posto em "suspenso" e vai demorar para voltarmos à normalidade ("novo normal" ?) - uns falam que no fim do ano em alguns casos, outros que talvez em 2021 tenhamos vida habitual. Mas a Economia sabe Deus quando, com a confusão das finanças públicas, arrombada desde antes da famigerada  'Presidenta'  Dilma... Eu agora só gostaria de poder ir tomar meu café com Bilú lá no centro da querida São João da Boa Vista, que a cada dia fica mais bonita!

terça-feira, 24 de março de 2020

Últimas em tempos de novo corona virus SarsCov2

Agora, aos 65 anos, no meu novo cafofo!
 (no porão de casa, ao lado da ex-barbearia Garage...)

1. Gente! ... este novo coronavirus que dá a doença Covid-19... como está dando a falar! O que mais chama a atenção é a miríade de postagens (principalmente os vídeos) que o povo coloca nas onipresentes redes sociais, que hoje são inúmeras. Muitas delas são bem hilariantes. Acabo de ver um vídeo sei lá onde no qual umas pessoas, da caçamba de uma caminhonete, vão circulando pelas ruas e jogando água em todos os pedestres passantes na rua, gritando "Vá para a casa..." e ao mesmo tempo proferindo sandices, desacatando o aguado incauto. Que coisa!

2.  Sim, eu tinha prometido aparecer mais por aqui no blog, mas é que ocorreram tantas coisas em minha vida que o torvelinho vai levando e, quando nos damos conta, estamos ausentes, longe, longe...  sofri ultimamente bastante com minhas dores das osteoartrites, e apareceu (por decorrência, talvez) uma tenebrosa síndrome do túnel do carpo, nos dois pulsos! Já fiz duas infiltrações e quando ia fazer a terceira, a clinica médica desmarcou por duas vezes o procedimento. Está melhor agora (ando fazendo fisioterapia e exercícios para fortalecer) mas quero crer que, com a última (e agora de aplicação incerta) infiltração, não será necessária intervenção cirúrgica (também se precisar vou fazer logo). Estou planejando para o futuro algumas cirurgias: tenho que fazer 'muita' funilaria na carcaça...

3. Eu ia aposentar-me no fim do ano passado das docências do UNIFAE, mas a Coordenadora, a nobre e acolhedora colega Psicóloga Professora Maria Carla Sorbello pediu-me para ficar com a docência mais um pouco, devido à aposentadoria de uma colega e o afastamento (nasceu novo nenê) de outra colega. Mas agora em primeiro de junho vou no Instituto de Previdência do Município requere-la para primeiro de agosto (assim entra na reunião deliberativa de julho...). Devido aos problemas de saúde e ao fato deste docente e educador já ter perdido um tanto de sua motivação - os alunos universitários em sua grande maioria hoje não desejam aprender, e sim, tirar nota, então fico desanimado em preparar aulas com capricho, 'me esguelar' em sala e muitos ficarem entrando e saindo muitas vezes da classe e darem mais atenção ao celular do que ao trabalho em sala de aula... cansei!  Depois de agosto vou trabalhar somente como Psicólogo Psicoterapeuta aqui no consultório que tenho na parte de cima da casa. Aqui em baixo no porão é meu refúgio de estudo, meditação e também vou receber os amigos e irmãos...

4. Saí do Lions Clube... Depois de minha inexpressiva Presidência (não pude fazer muito por causa dos problemas de saúde) vi que alguns 'companheiros', agindo como donos-do-clube por serem sócios por décadas (ou por sentirem-se momentaneamente sem poder), perpetraram muita maledicência a meu respeito e, para não conflitar, resolvi (com dor no coração) deixar aquela distinta, centenária e nobilíssima agremiação. Felizmente entrei em outra também (tri-)centenária associação, objeto de futura postagem por aqui.

5. Fechei a Barbearia Garage... Depois de 3 anos de alegrias, novas e gratíssimas amizades e aprendizados, resolvi fechar minha MEI - não tanto pelo fato de, por causa da crise, abriram-se nesta São João (como no mundo todo) dezenas de barbearias nos últimos anos - mas porque meus problemas de saúde tornaram a atividade muito extenuante e dolorosa. Nem no Lar São Vicente de Paulo tenho mais ido. Pedi licença às irmãs para me curar e depois eu vou voltar a fazer meu trabalho lá. Vou dividir futuramente no asilo meus dias de trabalho, de modo a não ficar tão cansado como ficava antes... 

sexta-feira, 20 de março de 2020

ARISTÓTELES

1. Este personagem acima foi um dos primeiros autores a discutir criteriosamente a vida ética, tão propalada hoje em dia... Sua discussão centralizou-se no aspecto das virtudes. Conforme consta no site www.significados.com.br, 'Virtude' é um conceito que remete para a conduta do ser humano, quando existe uma adaptação perfeita entre os princípios morais e a vontade humana. Virtude é a disposição de um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação; virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem. Lembrei-me destes aspectos ao ver hoje quando saí com Bilú uma senhorinha que, ao deparar-se com uma pedra no meio da calçada, abaixou-se e a removeu para o canto, de modo a prevenir outro possível (e incauto) passante de tropeçar nela e se machucar... Que alma virtuosa, fazer o bem pelo bem, sem pensar num outro alguém... Senti uma forte identidade/identificação com aquela gentil e nobre pessoinha ... Vejo gente dizendo que são faculdades do ser que se mostram escassos hoje em dia, mas minha percepção é outra: meus amigos e conhecidos tem muito destas características e identifico-as a todo instante...

2. Interessante agora que conheci realmente o que é o movimento da Maçonaria. Existe TANTA coisa na internet sobre ela, e muita coisa fake news... mentiras e perseguições. O fato é que esta centenária instituição é progressista e composta pelos melhores homens que pode existir, ainda que, como qualquer ajuntamento de pessoas, tenha aquela parcela degenerada, desviada, recalcitrante, que se regozija em ir (de modo 'traíra') contra a corrente.  O grande objetivo da Maçonaria é aperfeiçoar (principalmente pela Ética) cada pessoa individualmente e, assim, aperfeiçoar a sociedade...

3. Estive muito tempo afastado. Muitas coisas aconteceram em minha vida e, agora que vou me aposentar definitivamente da docência universitária (em fim de julho) vou colocar todo o assunto em dia... Coisas de velho, doenças, trabalho, a iniciação na Ordem Real... muita coisa boa, grandes aprendizados. Quem viver verá.