A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Política, evidência e (ir)racionalismo


(no cafofo...)

1. Este ano de 2020 ficará na História, realmente. No caso de brazólia (ou 'Belíndia', como já se colocou, expressando um país sui generis, com tantas contradições...) a maior parte de nosso estado perene, constante de estupefação se deve à Política (ou politicalha?). John Kenneth Galbraith ensinou que a política não seria a arte do possível, como já se disse, mas que ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso... Esta lição ficou bem patente para mim como cidadão nestes dias de Sars-Cov-2... 

Nós ficamos tristes pelo que nosso país poderia ser, tendo em vista nosso incomensurável potencial (em todos os sentidos), mas a cada vez sentimos que somos muuuuito azarados. Estamos "em crise" há tanto tempo que não se sabe  mais o que seria funcionar, existir 'sem crise': banalizou-se o termo 'crise' (não obstante seus vários significados), infelizmente, e o mesmo não tem mais o condão de nos mobilizar à ação. Estamos desanimados, acabrunhados, não vemos luz ao final do túnel, para usar o gasto clichê, um abusado lugar-comum. 

2.  Muito de nosso sofrimento é originado ou problematizado pela nossa irracionalidade - grosso modo, certa disfunção do bom-senso, como a falta de clareza nas idéias ou do correto razonar. Lord Bertrand Russell (1872-1970) no seu Sceptical Essays (de 1928; Ensaios Céticos, Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008, p. 48) ensina que 'irracionalismo' - de modo amplo -  é, de um lado, a descrença no fato objetivo, surgindo quase sempre do desejo de afirmar algo para o qual inexiste evidência ou, de outro, negar alguma coisa para a qual existem evidências (comprovação ou demonstração) muito boas.

[ O termo 'evidência' aqui é fulcral para nossos esclarecimentos.  A discussão do que constitui evidência objetiva é um complicador, mas podemos considerar aqui como sendo precisamente o indício, a indicação de algo que permite - sem dar, portanto,  azo a dúvida - chegar-se ao fato com clareza, distinto que outras coisas similares ou assemelhadas que poderiam confundir, enganar. A identificação apropriada dos fatos deveria orientar as (precisas) intelecções. No fundo é o que a Ciência sempre busca esclarecer/fundamentar acerca dos fenômenos que estuda. ]

Nossas crenças podem adquirir (por diversas razões, como p. ex. desejos, preconceitos ou tradições) a imprópria tendência de serem contrárias, não conforme aos fatos. A 'realidade' abordada pela pessoa adquire ali seus contornos de 'fato' o quanto se coaduna (habitual e principalmente) com os desejos ou hábitos de seu possuidor.  É a maneira como o homem comum acaba aprendendo (erroneamente) a perceber, expectar e a pensar, em geral. 

Em vez de fundamentar a veracidade de algo no (exame e discernimento do) fato real, concreto, a pessoa (inadvertidamente) verifica se o pensamento ou 'explicação' imaginado se coaduna com a sua expectativa, com seu desejo. 'Funcionando', ou seja, confirmando ou se adequando ao desejo que possui, esta representação se torna para a pessoa 'verdadeira', convincente, como se fato fosse. 

Contrariamente, Russell afirma que muito da racionalidade que uma pessoa pode ter se expressa nas práticas de examinar seus desejos relevantes, controlando com critério, método, aqueles que se afastam da realidade (evidente), evitando/prevenindo assim a pessoa a se enganar. (Em meu sistema psicoterapêutico ensino o cliente a pensar com racionalidade, pois muito do sofrimento psicológico da pessoa reside na posse de pensamentos irracionais, mas isto é assunto para outra postagem). 

3. Nós temos que aprender (e aperfeiçoar - já abordei isto aqui em outras oportunidades...) a arte de sobreviver às cotidianas dificuldades, às decepções, às ingratidões etc. O aprendizado de suplantar nossas limitações e limitantes é constante, e a Felicidade (a rigor, o estado ou sentimento da infelicidade também...) "vem de dentro": o modo, a maneira como vemos nossa condição - como 'copo meio cheio' ou o (mesmo) 'copo meio vazio'... Ou seja, o quanto racionais (ou não) são nosso pensamentos - o quanto são ou não consistentes ou harmônicos com os fatos (e suas evidências).  No fundo é, como eu disse acima, o aprendizado de pensar (racionalmente) a realidade o que se operacionaliza aos clientes, em Psicoterapia. A realidade é o que é, e são os nossos pensamentos (irracionais, tendenciosos, enviesados) que a fazem 'ruim', ameaçadora, entristecedora...

Lembrei agora de um aforisma do escritor americano Edgar Watson Howe: Se você não aprende a rir das dificuldades, você não terá nada para rir  quando estiver velho...  Um dos critérios pelo qual o terapeuta verifica o progresso da pessoa em psicoterapia (ou seja, adquirindo estruturas de pensamento mais afeitas à realidade) é a faculdade do cliente precisamente rir - e principalmente rir de si mesmo! Constatar que existe diferença entre o fato, o real, e um pensamento não conforme a ele, nos faz rir; alegra-nos saber que podemos ser capazes de não nos enganarmos a nós mesmos e assim pavimentar o caminho de uma vida mais realista, veraz, autêntica, portanto mais realizadora, plena, satisfatória.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Tempos e eventos pandêmicos...

Em 2018, em frente à então Barbearia Garage...
Rua Teófilo Ribeiro de Andrade 89, aqui em Sanja.
(sim, foi um drone que fez a foto...) 

1. Este ano de 2020 vai dar mesmo o que falar! Não bastasse as enormes transformações que a digitalização onipresente determina, em todos os campos humanos - notadamente na Economia como um todo, e em especial na Educação e no Trabalho - agora as relações interpessoais também foram seriamente afetadas...  Como todo assunto 'modernoso' em brazólia, a gente acaba lendo ou escutando tanta bobagem no jornal ou TV, veiculada por  soi-disant 'experts', momentâneos por vezes, efêmeros como o vento (brasileiro 'tem mania' de opinar, dar palpite em tudo, sabendo ou não do que se trata). Ou, é de uma avassaladora superficialidade, passageira, como a poeira das estrelas (que é o que somos!). Sim, é óbvio que existem bons textos; concedo que também se encontra coisa escrita ou falada muito boa - e este é o ponto - como discernir? Imagino quanta mocidade 'meio' sem-senso-crítico sendo erroneamente sugestionada... que tempos!

2. Estava a falar da momentaneidade, transitoriedade das coisas. É algo que me deixa de boca aberta. Acho que até já falei sobre isso aqui no passado. Me desculpem se repito temas... Mas isto às vezes me atrapalha a pegar no sono. Vi agora no meu estoque de fotos Google (que agregado de ferramentas esta marca - 'assustador', chocante mesmo!) este cromo acima que ilustrei este post: um evento recente, para exemplificar (mas poderia ser qualquer coisa minha mais antiga), mas foram quase três anos de trabalho na Barbearia Garage tão bacanas; conheci muitos homens que agora nem sei mais onde andam ("sumiram"... eram 'clientes' quase-amigos; com alguns, compartilhamos muitas conversas transformadoras...) e o que restou foram algumas memórias esparsas, que pertencem só a mim e, a não ser que eu detalhe ali e acolá alguma passagem, ficará mesmo somente na mente de Deus. De tantos que passaram aqui restaram uns pouquíssimos, que telefono ou vejo aleatoriamente por aí de vez em quando, esbarrando no supermercado ou calçadas...

3. Me pergunto se esta superficialidade não seria a causa ou grande complicador da ansiedade, angústia e tristeza que temos visto mais nestes tempos pandêmicos de 2020. Pensar 'superficialmente' é um vício, um 'mal-aprendizado' de vida. Faz-nos relativizar sem ser autorizado, ou abruptamente já polarizar, ou simplificar (pois na verdade tudo é de certo modo 'complexo', ou seja, temos que analisar muito detidamente o maior número possível de elementos componentes...), sem critério, de modo enviesado, tendencioso, fazendo-nos perder no raciocínio.  

4. Para mim, a chave para o equilíbrio pessoal (nesta fase tão turbulenta, com tanta insegurança) reside na velha máxima do aperfeiçoamento pessoal: temos que aprimorar nosso intelecto para que assim nossa mente possa perceber as coisas o mais legitimamente como efetivamente são (e não como desejamos ou esperamos); percebendo bem, poderemos interpretar com acurácia o que se apresenta (ou seja, cotejar o que estamos agora percebendo com o que temos no nosso 'estoque' mental); interpretando corretamente, podemos efetivamente conhecer algo (e ter menos dúvidas sobre este algo 'conhecido').  Aperfeiçoando a mente, poderemos avançar, tentando cultivar as virtudes, que seriam, grosso modo,  condensação dos valores que adornam nosso existir, visto que são como que parâmetros que modulam nosso modo de proceder nas diversas situações. Digo 'modular' como balizador do correto agir.

5. Outra dica que forneço, funcionando muito bem pra mim.  Eu leio todo dia a Palavra. Gosto muito de Salmos, e também de Provérbios, além das cartas paulinas do Novo Testamento. É um programa de estudos que faz tempo me determinei. Me ajuda a relembrar velhas e edificantes lições. Me sintoniza sempre no momento que vivo. Outra coisa - sempre escuto música. Smooth Jazz habitualmente ajuda a relaxar e concentrar. Mas cada um tem que achar seu Eixo. Pronto, falei. 

sábado, 11 de julho de 2020

Dica do dia...

Pessoal, hoje no Estadão, à p. H-6 do caderno Especial, uma reportagem de Danilo Casaletti sobre um álbum de Nana Caymmi, interpretando obras de Tom Jobim e Vinicius de Moraes... Veja e depois ouça as 12 preciosidades no site   sesc.digital     Imperdível!

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Ceticismo e Ética


Bertrand Arthur William Russell
(18 de maio 1872 - 02 de fevereiro 1970) 
   
Hoje em dia creio que uma antiga atitude, uma antiga maneira de pensar poderia voltar a estar na moda, em especial aqui no Brasil... Tem ocorrido tanta coisa na política, na economia e na vida comum que uma atitude cética poderia vir a nos salvar de algum surto imprevisível de irracionalidade. Nem tanto pela onda cada vez mais torrencial de 'fake news' mas, ao que parece, não é mais feio (ou condenável) faltar com a verdade; na realidade, vemos que existe uma crescente 'turma' empenhada em criar e disseminar inverdades -- a começar pelos políticos!
Mas vejamos com maior detalhe que atitude seria essa. Ceticismo (ou como foi conhecido no início, Pirronismo) era uma doutrina do pensador grego Pirro de Élida (alguns textos o nomeiam Pírron de Elis - 365-270 ou 275 a.C.), contemporâneo de Alexandre Magno, e ensinava que a pessoa devia cultivar de modo perene a  dúvida, questionando as ‘verdades’, os  dogmas, e as  certezas ‘inquestionáveis’. Consta que o mesmo foi um pintor nascido no Peloponeso, e não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofar, que o levou a fundar uma linha de pensamento que obteve muita influência em sua época.
Podemos afirmar que Ceticismo seria como que uma atitude, uma postura característica do constante questionar, duvidar de que algo seja realmente tal como estamos a perceber. Este termo tem origem grega e significa basicamente 'exame'.  A rigor, abrange a doutrina segundo a qual o intelecto não pode alcançar nenhuma certeza a respeito da verdade, determinando ao vivente, de um lado, um procedimento intelectual de dúvida permanente e, de outro, em decorrência, na desistência de constituir para si uma compreensão metafísica, religiosa ou absoluta do real. Qualquer estudioso, principalmente se considerar-se 'cientista', é em grande medida um cético, em maior ou menor grau. Por 'grau' aqui quero dizer 'situar-se em algum ponto de posicionamentos’  acerca desta atitude.

O notável filósofo inglês Bertrand Russell na sua obra ‘Ensaios Céticos’ (1928) afirma sobre Pirro que ele sustentava que  “nunca sabemos o suficiente para estarmos certos se um curso de uma ação é mais sábio que o outro”.  Visto que para o homem os fatos e acontecimentos não são (plena ou satisfatoriamente)  acessíveis, a única atitude legítima é a de não julgá-los verdadeiros ou falsos, nem belos ou feios, nem bons ou ruins  etc. ’Não julgar’ também significa não preferir ou não evitar: assim, a suspensão do juízo é já por si mesma uma ataraxia, este  também um conceito fundamental da filosofia epicurista, e pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade do espírito.

Qual o valor de ceticismo hoje? Se fosse uma matéria de estudo amplamente adotada pelas pessoas, muitas das dificuldades atuais da sociedade seriam minimizadas... As pessoas aparentemente, em grande medida, não se preocupam (posto que no mais das vezes não se recebe, informal ou formalmente, este ‘treinamento’) em analisar racionalmente o fundamento (ou as evidências) de suas opiniões, tomando o caminho mais fácil de sufragá-las ou legitima-las p. ex., a partir da pretensa autoridade de quem as ouviu ou da paixão ou desejo pessoal que evocam em si.

Nossas opiniões originam sistemas de crenças (mais ou menos racionais) que, tornando-se habituais em nosso repertório, vão ser identificadas como as causas de nossas ações consideradas, por extensão, racionais ou não.  Ou seja, boa parte de nossas ações não são determinadas pela análise desejável de fatos ou evidências, mas  pelas crenças cristalizadas que possuímos e compartilhamos.

Uma ferramenta social desenvolvida  para instrumentalizar a análise da racionalidade de nossas ações foi a discussão sobre a moralidade (ou a Ética), muito em voga hoje em dia, e que já foi objeto de publicações aqui neste blog. As  intelecções da Ética  podem em muito auxiliar o vivente em abster-se de realizar ações irracionais, tendenciosas, preconceituosas, ou seja, baseadas em desejos e opiniões apaixonadas, oriundas de crenças por vezes mui arraigadas.

O que precisamos reforçar nos dias de hoje é a discussão (e o aprendizado sistemático) das noções éticas. Felizmente vejo que  assuntos como Compliance, Governança e Ética  cada vez ocupam mais espaço nas preocupações das pessoas bem-intencionadas. Que seja um movimento mais e mais vigoroso em nossa sociedade!

domingo, 21 de junho de 2020

Um singelo poema, achado dentro de um livro, em terra distante...

O recorte de jornal (08 de janeiro 1977 ??)

    Em julho de 2004 fiz uma de minhas viagens a Salt Lake City, capital do estado norte-americano de Utah, onde na oportunidade residiam meus filhos José Geraldo D. Dutra (JD) e Marilia B. D. V. Dutra, ambos casados. É uma linda cidade, onde eu gostaria de residir, depois de Sanja... Lá é a sede mundial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecidos como Mórmons. É um povo único, laborioso, que, vindo do leste dos Estados Unidos, construíram no meio do deserto e ao lado do Lago Salgado (um mar pré-histórico) um estado bonito e acolhedor. Esta Igreja é muito presente no oeste americano, e possui talvez a maior obra missionária em ação no mundo todo. É uma corporação que atua em diversos ramos, todos voltados para a divulgação de sua obra cristã. Eu os respeito muito, pois são sérios e corretos!

    Passeando pela cidade fui numa das loja-depósitos da Deseret Industries, uma das divisões da Igreja Mórmon, dedicada (entre outras atividades) a vender artigos recebidos em doação ao público em geral. Em outras palavras, as pessoas doam bens os mais diversos, e os voluntários da obra social colocam os artigos a preços bem baixos, à disposição da população. Eu, professor, fui à seção de livros e encontrei uma obra bem bacana! E por um preço quase de graça, dois dólares, em perfeito estado! Junto com outros artigos adquiridos lá, trouxe tudo de volta aqui para o Brasil.


    Este livro é uma compilação de citações bíblicas do Velho e do Novo Testamento, organizados por temas (de 'abasement' a 'zeal'), publicada pela tradicional Editora Doubleday and Company (Garden City, N.Y.) em 1948. Seu autor, Lester Berrey, foi um clérigo antes de dedicar-se à lexicografia e editoria de livros. É uma fonte de citações muito útil para preparar prédicas e para estudos bíblicos... Ótima aquisição para minha biblioteca!

    Uma coisa curiosa me aconteceu. Folheando o livro, encontrei o pequeno recorte de jornal, já amarelecido pelo tempo, cuja foto inicia esta postagem. Trata-se de um lindo e emocionante poema, escrito pela esposa de um senhor falecido em oito de janeiro de 1976. Foi publicado em algum jornal, recortado e colocado no meio do livro. 


    Está escrito nesta primeira página "MOTHER BEAN FROM RUBY WELCH DAUGHTER", ou seja,  significa algo como (foi presenteado) "de sua filha Ruby Welch para mãe Bean".  Obviamente não podemos saber quem destas pessoas todas - ou até outra! -  foi quem fez chegar até mim o recorte de jornal, mas vale a pena meditar sobre o poema que nele há (humilde tradução minha...):


Em amorosa memória de Delmar Teets, falecido um ano atrás em 8 de Janeiro de 1976.

Dormindo suavemente no campo santo,
onde as flores gentilmente ondulam,
repousa aquele que mui ternamente amei,
mas que não pude salvar.

Deus sabe o quanto sinto saudade,
Ele conta as lágrimas que verti,
e sussurra que ele somente dorme,
meu amado não está morto.

Se o mundo todo fosse meu,
eu o daria, sim, e muito mais,
para ver o rosto de quem amei
e tê-lo  de volta novamente.

Eu não soube a dor que sentiu
nem ouvi seu último suspiro,
Sei somente que ele partiu
sem uma despedida final.

Deus me fortalece para aceitar
e coragem para suportar o golpe,
mas o que significa perde-lo
ninguém jamais saberá.


Sua esposa amada e saudosa,
Joanne.

    
    Que bela lição de vida nos passa, ainda que num vislumbre, estas palavras, que meramente ilustram o que pode ter sido uma vida em comum tão plena! E, à parte os meandros do destino que fizeram tal depoimento chegar às minhas mãos, achei que seria de certa forma uma espécie de egoísmo guardar isso só para mim. Nestes tempos "pandêmicos", doridos, lancinantes, qualquer emoção que nos faça lembrar que sempre pode haver uma dor maior que a nossa nos faz ser agradecidos pelo tanto que temos e tivemos e, por decorrência,  que necessitamos ter esperança - sempre - de tempos melhores.  Isto também vai passar!

segunda-feira, 15 de junho de 2020

A Sublime Ordem



1. Depois de velho, aceitei o convite de um amigo do Lions para candidatar-me a fazer parte desta tradicional fraternidade. Como várias outras associações discretas, sofre perseguição e más-compreensões, honestas ou não, de pessoas corretas (ou não). Outro dia vi a defesa desta minha agremiação por um eminente estudioso Espírita e, sendo presbiteriano, senti mais forte minha admiração por estes irmãos kardecistas (na oportunidade - um vídeo numa destas populares redes sociais virtuais - o erudito, grande conhecedor da Maçonaria - e sem pertencer a ela, revelou saber, entre outras coisas, que somos perseguidos como eles). Creio que a melhor 'vacina' para não cairmos em preconceitos e proferirmos sandices ou parvoíces (denotando nossa ignorância - que 'mico' terrível que muitos pagam hoje em dia e parecem até achar bonito!!) é estudar, inspecionar, averiguar, antes de opinar.  Pessoas corretas (e incorretas) existem em qualquer agremiação, associação ou sociedade honesta, com objetivos sadios. Que erro crasso julgar uma associação pela conduta eventual de um(uns) de seu(s) membro(s); mais obtuso ainda explanar (maldosamente) sem conhecer sobre o quê está a referir-se. E hoje em dia a irracionalidade parece (paradoxalmente) recrudescer, nos mais diversos campos, malgrado os avanços culturais e científicos... Crédo!

2. A Maçonaria visa aperfeiçoar a sociedade mediante o amplo e perene primoramento de seus membros, privilegiando em especial o estudo da Ética. São investigadas e debatidas livremente várias disciplinas dentro do programa de estudos inerente à formação do Mestre Maçom. Existem três graus de estudos a galgar, abrangendo temas pertinentes do nível de Aprendiz, nível de Companheiro e o nível final, de Mestre, cada qual enfatizando aspectos determinados para o aperfeiçoamento do Homem. Existe a possibilidade de avançar em estudos filosóficos, após o grau de Mestre. O Maçom estuda a vida inteira, a si e ao mundo, de um modo geral. 

3. A Maçonaria é uma ordem discreta (e não 'secreta', como muitos gostam de sussurrar à boca pequena...) e, por causa disto, desperta infundados temores em muitos dos que não pertencem aos seus quadros. Mas é uma sociedade regular como as outras, que deve registrar seu objetivo social em cartório, pagar impostos, etc. Tem Regulamentos, Ritos e uma Constituição e,   em seus mais de 300 anos de organização acreditada, em todos os países onde atua,  os seus membros são patriotas e afirmam serem crentes em Deus (se a pessoa que se candidatar a fazer parte for ateu, sua admissão, de acordo com os Estatutos, não se concretiza.  Ahh... e a esposa do candidato também tem que autorizar sua candidatura, senão "nada feito"...). Tradicionalmente, a grande maioria - praticamente a totalidade - das sociedades Maçônicas são formadas somente por homens, tendo as mulheres e jovens efetiva participação nas sociedades para-Maçônicas. 

Creio que um dos motivos de certa (maldosa) 'ignorância' sobre a Maçonaria resida no fato de haver uma bela cerimônia (mantida oculta ao iniciante, para fins propedêuticos) quando da iniciação da vida maçônica do homem aceito. Há muito simbolismo na tradicional cerimônia, e depois, um jantar de confraternização maravilhoso - e isto ninguém nunca diz... Vá entender! 

A Sociedade Maçônica faz benemerência (sem tocar trombeta, como p. ex. os admiráveis Vicentinos ou os Espíritas, entre tantos) em sua comunidade pois seus membros habitualmente tem projeção social, mas são antes de tudo cidadãos, representantes dos diversos estratos sociais, sem qualquer distinção. Um dos ótimos materiais informativos que vi sobre a Maçonaria foi o documentário inglês "Maçonaria - segredos revelados", no NETFLIX, de 2017, com 5 episódios. É muito bem produzido e dá uma boa (e divertida) ideia sobre esta antiga sociedade, amálgama de muitas (algumas algo obscuras) tradições antigas.

4. A ideia de Deus na Maçonaria é representada consensualmente como 'Grande Arquiteto do Universo', evitando desgastes com os membros que O denominam como Allah, Krishna ou Buda. Assim, apesar de não ser entidade religiosa (meus 'irmãos' maçons professam diversas religiões), é de certo modo espiritualizada. Aqui no Brasil temos um Livro Sagrado - a Bíblia - presente na sala de reuniões; em países majoritariamente muçulmanos pode-se ter o Alcorão,  e assim por diante. 

5. Quando resolvi aceitar o convite para candidatar-me, estas e outras questões básicas me foram esclarecidas (e à minha esposa também, em reunião separada).  Eu não desejaria pertencer a uma associação que conflitasse com minha fé cristã. E apesar de existir muita boa informação hoje em dia nas redes sociais, em Youtube (mas cuidado, tem bobagens de maledicentes também...) etc., uma reunião prévia com o candidato se fez necessária. Posso dizer que não me decepcionei; ao contrário. É uma honra pertencer ao quadro de membros da quase-centenária e prestigiada Loja Presidente Roosevelt - 75, aqui de São João da Boa Vista, SP (e, curioso, quando entrei para a Ordem, vim a saber - no precioso dia de 02 de Setembro de 2019 - que lá fazia parte alguns de meus amigos!).

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sars-CoV-2 ...

Renan, eu e Jelde,  2019...

1. Eis aí dois moços muito bonitos, cheios de vida. Empresários bem-sucedidos, batalhadores. Costumávamos nos encontrar sempre, mas esta peste pós-moderna nos afastou. Procurei algumas vezes os amigos mas estão muito ocupados tentando sobreviver aos percalços econômicos e emocionais que esta pandemia determinou. E a gente se contém aqui para não ser inconveniente... Um dia aparecem! Mas temo que até a saudade "um dia acaba", por vezes nem lembrança restando.

2. Vejo daqui do observatório que muitos vaticinam um tal de "novo normal", tentando advinhar o resultado de tantas e impactantes alterações sociais (em todas as dimensões - econômicas, familiares, emocionais, laborais, educacionais, políticas etc.) determinadas por esta infestação mundial. Creio modestamente que, pelo pouco que sei do humano do Homem, pouca coisa mudará. Continuaremos a flanar pelo mundo, inconstantes, apaixonantes/apaixonáveis (quero dizer "dependentes de apreciar alguma  'paixão', ilusória, passageira, fugaz"), reagindo idiossincraticamente à crise, com as habituais diferenças de competência. Continuaremos a ser invejosos, interesseiros, atraídos pela moda, à novidade que surge a todo instante. 

Salta aos olhos a marcante diferença social:  como ela se torna dramática nestes tempos. Uns, convenientemente 'isolados socialmente' (a melhor estratégia para evitar adoecer, com a inexistência de terapia ou vacina contra o maldito vírus) com a geladeira cheia, vendo TV por diversos canais por streaming e TV aberta, de "férias", e muitos outros tendo que sair do isolamento, por dever profissional ou por ter que buscar diuturnamente o sustento... Stress dobrado e sofrimento sem fim.. 

3. Meus pais idosos (ele 92 anos, ela 90) andam tristes pela prisão domiciliar lá em Campinas, no apartamento ('apertamento' ou 'afastamento' ?), sem  receber visita dos netinhos e bisnetinhos, apesar de um outro filho aparecer de vez em quando. Eu estou saudoso mas voltarei às visitas daqui uns meses, a ver o "andar da carruagem"....  Não dá para brincar com esta doença! Aqui de casa só saio para coisas imprescindíveis, como consulta médica. Aulas, terminando minha carreira docente, tenho ministrado somente pelos aplicativos de "lives", no Facebook, de modo remoto.. Outro aplicativo, o Google Sala de Aula, nos ajuda a fazer verificações de aprendizagem.. Ao fim de junho agora vou digitar no site da Universidade as notas dos alunos e alunas e, dado que já fiz o pedido de aposentadoria ao Instituto de Previdência do Município aqui ( sou funcionário público de Autarquia na área da Educação ) creio que a partir de Agosto poderei me dedicar todo o tempo a ser somente Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta. 

4. Grande saudade sinto da ritualística e da egrégora da Sublime Ordem. Frustra um pouco o atraso das instruções de Aprendiz, mas o que fazer. Quase tudo foi posto em "suspenso" e vai demorar para voltarmos à normalidade ("novo normal" ?) - uns falam que no fim do ano em alguns casos, outros que talvez em 2021 tenhamos vida habitual. Mas a Economia sabe Deus quando, com a confusão das finanças públicas, arrombada desde antes da famigerada  'Presidenta'  Dilma... Eu agora só gostaria de poder ir tomar meu café com Bilú lá no centro da querida São João da Boa Vista, que a cada dia fica mais bonita!

terça-feira, 24 de março de 2020

Últimas em tempos de novo corona virus SarsCov2

Agora, aos 65 anos, no meu novo cafofo!
 (no porão de casa, ao lado da ex-barbearia Garage...)

1. Gente! ... este novo coronavirus que dá a doença Covid-19... como está dando a falar! O que mais chama a atenção é a miríade de postagens (principalmente os vídeos) que o povo coloca nas onipresentes redes sociais, que hoje são inúmeras. Muitas delas são bem hilariantes. Acabo de ver um vídeo sei lá onde no qual umas pessoas, da caçamba de uma caminhonete, vão circulando pelas ruas e jogando água em todos os pedestres passantes na rua, gritando "Vá para a casa..." e ao mesmo tempo proferindo sandices, desacatando o aguado incauto. Que coisa!

2.  Sim, eu tinha prometido aparecer mais por aqui no blog, mas é que ocorreram tantas coisas em minha vida que o torvelinho vai levando e, quando nos damos conta, estamos ausentes, longe, longe...  sofri ultimamente bastante com minhas dores das osteoartrites, e apareceu (por decorrência, talvez) uma tenebrosa síndrome do túnel do carpo, nos dois pulsos! Já fiz duas infiltrações e quando ia fazer a terceira, a clinica médica desmarcou por duas vezes o procedimento. Está melhor agora (ando fazendo fisioterapia e exercícios para fortalecer) mas quero crer que, com a última (e agora de aplicação incerta) infiltração, não será necessária intervenção cirúrgica (também se precisar vou fazer logo). Estou planejando para o futuro algumas cirurgias: tenho que fazer 'muita' funilaria na carcaça...

3. Eu ia aposentar-me no fim do ano passado das docências do UNIFAE, mas a Coordenadora, a nobre e acolhedora colega Psicóloga Professora Maria Carla Sorbello pediu-me para ficar com a docência mais um pouco, devido à aposentadoria de uma colega e o afastamento (nasceu novo nenê) de outra colega. Mas agora em primeiro de junho vou no Instituto de Previdência do Município requere-la para primeiro de agosto (assim entra na reunião deliberativa de julho...). Devido aos problemas de saúde e ao fato deste docente e educador já ter perdido um tanto de sua motivação - os alunos universitários em sua grande maioria hoje não desejam aprender, e sim, tirar nota, então fico desanimado em preparar aulas com capricho, 'me esguelar' em sala e muitos ficarem entrando e saindo muitas vezes da classe e darem mais atenção ao celular do que ao trabalho em sala de aula... cansei!  Depois de agosto vou trabalhar somente como Psicólogo Psicoterapeuta aqui no consultório que tenho na parte de cima da casa. Aqui em baixo no porão é meu refúgio de estudo, meditação e também vou receber os amigos e irmãos...

4. Saí do Lions Clube... Depois de minha inexpressiva Presidência (não pude fazer muito por causa dos problemas de saúde) vi que alguns 'companheiros', agindo como donos-do-clube por serem sócios por décadas (ou por sentirem-se momentaneamente sem poder), perpetraram muita maledicência a meu respeito e, para não conflitar, resolvi (com dor no coração) deixar aquela distinta, centenária e nobilíssima agremiação. Felizmente entrei em outra também (tri-)centenária associação, objeto de futura postagem por aqui.

5. Fechei a Barbearia Garage... Depois de 3 anos de alegrias, novas e gratíssimas amizades e aprendizados, resolvi fechar minha MEI - não tanto pelo fato de, por causa da crise, abriram-se nesta São João (como no mundo todo) dezenas de barbearias nos últimos anos - mas porque meus problemas de saúde tornaram a atividade muito extenuante e dolorosa. Nem no Lar São Vicente de Paulo tenho mais ido. Pedi licença às irmãs para me curar e depois eu vou voltar a fazer meu trabalho lá. Vou dividir futuramente no asilo meus dias de trabalho, de modo a não ficar tão cansado como ficava antes... 

sexta-feira, 20 de março de 2020

ARISTÓTELES

1. Este personagem acima foi um dos primeiros autores a discutir criteriosamente a vida ética, tão propalada hoje em dia... Sua discussão centralizou-se no aspecto das virtudes. Conforme consta no site www.significados.com.br, 'Virtude' é um conceito que remete para a conduta do ser humano, quando existe uma adaptação perfeita entre os princípios morais e a vontade humana. Virtude é a disposição de um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação; virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem. Lembrei-me destes aspectos ao ver hoje quando saí com Bilú uma senhorinha que, ao deparar-se com uma pedra no meio da calçada, abaixou-se e a removeu para o canto, de modo a prevenir outro possível (e incauto) passante de tropeçar nela e se machucar... Que alma virtuosa, fazer o bem pelo bem, sem pensar num outro alguém... Senti uma forte identidade/identificação com aquela gentil e nobre pessoinha ... Vejo gente dizendo que são faculdades do ser que se mostram escassos hoje em dia, mas minha percepção é outra: meus amigos e conhecidos tem muito destas características e identifico-as a todo instante...

2. Interessante agora que conheci realmente o que é o movimento da Maçonaria. Existe TANTA coisa na internet sobre ela, e muita coisa fake news... mentiras e perseguições. O fato é que esta centenária instituição é progressista e composta pelos melhores homens que pode existir, ainda que, como qualquer ajuntamento de pessoas, tenha aquela parcela degenerada, desviada, recalcitrante, que se regozija em ir (de modo 'traíra') contra a corrente.  O grande objetivo da Maçonaria é aperfeiçoar (principalmente pela Ética) cada pessoa individualmente e, assim, aperfeiçoar a sociedade...

3. Estive muito tempo afastado. Muitas coisas aconteceram em minha vida e, agora que vou me aposentar definitivamente da docência universitária (em fim de julho) vou colocar todo o assunto em dia... Coisas de velho, doenças, trabalho, a iniciação na Ordem Real... muita coisa boa, grandes aprendizados. Quem viver verá.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Segunda-feira 'brava''...

  
Sr. Nelson - Lar São Vicente de Paulo - São João da Boa Vista (SP)

1. Acima  temos um idoso residente no Lar São Vicente, que é meu 'cliente' todo domingo cedo. Que figura, alegre e sempre bem disposto, apesar de ter a visão bem comprometida pela idade (catarata). Sempre divide comigo lembranças do seu passado de agricultor, e damos boas risadas enquanto faço a barba e eventualmente o cabelo. Eu aproveito bem todos os minutos que temos pois sei que, à  semelhança de tantos que vi passar ali comigo nestes quase dez anos que sirvo lá no Lar, ele também nos irá deixar um dia (ou eu posso ir antes!!) e tudo será como a poeira nas estrelas... esquecido. Mas ele significou para mim um amigo, num pedacinho da sua vida, e vou lembrar dele o quanto o Senhor me permitir.

2. Estes últimos sete dias foram experiências doloridas por causa da artrose e outras questões "musculares"...;  tem horas que acho que tenho problema de saúde mais grave, mas creio que, no fundo, tudo se resume a DNA - "data de nascimento antiga"  rs rs rs.. Que bênção ter Ruth como fisioterapeuta particular: tenho feito intenso uso de técnicas que ela domina, tais como agulhamento, choques elétricos terapêuticos controlados e ultrassom. Estou bem melhor, ainda que precise vez ou outra apelar para remédios, mas sem exagero. Sempre que fico numa mesma posição (por exemplo, sentado) sobrevém certo desconforto acompanhado de dores, portanto necessito estar sempre me movimentando... Se eu andar muito também tenho dores nos pés, por causa do desabamento do arco plantar. Só tenho feito bicicleta ergométrica e Pilates - o trabalho com pesos eu suspendi um pouco, dado o risco de novos estiramentos. 

3. Como se alterou o mercado fonográfico nestes anos recentes... A rapidez das transformações tem sido tão impactante que imagino a dificuldade dos futuros membros da humanidade em divisar como realmente se processou. Até poucos anos era um prazer adquirir um disco ou CD com músicas de nosso interesse, mas atualmente existem cada vez menos lojas... Hoje vem tudo pela internet. Eu tenho uma assinatura grátis de um destes muitos provedores e, como fico plugado a maior parte do tempo, tenho uma biblioteca quase infindável de melodias e artistas que aprecio ao alcance de um mero botão do celular ou tablet. E o gênero musical que mais gosto é o smotth jazz instrumental. Penso até em alterar o nome da barbearia para JAZZ GARAGE BARBEARIA. 

4. Nestas férias de julho vamos, Bilú e eu, realizar nova campanha de arrumação tipo 5S aqui em casa. Nós somos algo como leves consumistas acumuladores mas também gostamos de arrumar e simplificar, na linha do atual minimalismo... Somos também cheios de manias de velho e não vamos abandonar nossas obras de arte e confortos, mas vamos racionalizar bem nossos estoque de bagulhos e bugigangas, tendo em vista minha futura aposentadoria docente. Tenho outros planos de atividades além do que planejei, e para isso precisamos de organização e limpeza, leveza e clareza (até rimou!). 

5. Fui na óptica do meu amigo-irmão Paulo encomendar uma nova armação e lente multifocal, com a receita atualizada para visão perto e longe. Adquiri um modelo Harry Porter, como costumava usar na juventude. O modelo John Lennon não cai bem mais no meu rosto envelhecido. Ando muito saudoso ultimamente, e creio que revisitar coisas que nos trazem boas lembranças nos é salutar, pois a realidade por vezes é chata de aguentar. Que gostoso viver um pouco do passado!


terça-feira, 11 de junho de 2019

Notícias esparsas...

 
Jantar do Lions Clube São João da Boa Vista Centro
Presidente CL Lucas e DM Ruth

1. Está para terminar meu mandato na Presidência do LC São João B. Vista Centro (Ano leonístico 2018-2019 - no mundo, todos os clubes de Leões seguem o padrão fiscal americano julho-junho do ano seguinte), mandato que não foi muito eficiente, tendo em vista meus problemas de saúde. Mas a gente procura colaborar com a burocracia necessária para seu adequado funcionamento, inclusive porque temos uma sede enorme, que demanda manutenção, pois a usamos para angariar fundos ou realizar benemerências diversas. E nosso clube, apesar do passado glorioso de várias décadas aqui em Sanja, hoje tem poucos membros, com média elevada de idade e, assim, boa parte dele não é assídua como seria necessário. É uma honra poder participar de uma obra centenária, a maior ONG de serviços comunitários do mundo, presente em quase todos os países civilizados... 



2. Acima temos duas fotos ilustrativas de um dos vários serviços que nosso LIONS CLUBE realiza aqui na cidade - serviços voluntários de cuidados a idosos - no caso acima, um trabalho que estou há quase dez anos realizando pessoalmente no Lar São Vicente de Paulo: barba e corte de cabelos aos homens, cumpridos tanto na pequena barbearia de lá, quanto nos quartos e apartamentos daqueles idosos impossibilitados de locomoção. Todo domingo cedo depois das 07:30 horas até o meio dia, consigo cortar em média quatro cabelos e realizar de 13 a 17 barbas. O pessoal de lá quando me vê chegando vai logo sentando (anoto os nomes em sequência num quadro) no corredor em frente à barbearia e ficamos lá ao som do radio ou da TV que colocamos no espaço. No fundo é bem divertido, pois faço muita palhaçada com eles para descontrair, e não vejo a hora passar... 

Renan Sandrini (Polo verde), eu, e Jelde Beloni

3. Acima, dois amigos/afilhados aqui de Sanja, o Renan e o Jelde. Pensem em dois moços empreendedores de sucesso - Renan, dono de uma concorrida, acreditada e mui apreciada loja local de roupas masculinas exclusivas e Jelde, proprietário da melhor (e acolhedora) loja de equipamentos eletrônicos da marca americana Apple aqui da região. Eles me "adotaram" como uma espécie de mano mais velho ou pai postiço, pois gostam de ouvir alguns de meus conselhos de velho, imagina! São pessoas bonitas por dentro e por fora, homens muito ciosos de suas empresas, com grandes responsabilidades apesar da pouca idade, porém verdadeiros mestres em seus ofícios, geração hiper-conectada no mundo digital das redes sociais, que entendem a fundo seus negócios, como poucos... Na verdade eu que aprendo muito com eles, sem eles perceberem, pois são muito generosos, educados, leais, simpáticos, e muito charmosos... Mas a qualidade que mais admiro neles é a humildade!


Meu fuscão 1974, com pintura "camisa social"

4. Acima, meu xodó vintage, um modelo do primeiro automóvel que tive, um fuscão (originalmente era, em 1974, na Faculdade de Psicologia em Campinas, na cor gelo, ano de fabricação 1971). Eu viajava direto com ele, principalmente a Rio Claro nos fins de semana. A gente não esquece a primeira viatura e, no Brasil, o pessoal da minha idade invariavelmente tinha um fusca ou fuscão. Por isso que tanta gente gosta de restaurar carros velhos por aqui, em especial os da marca VW. Eu já tive vários, e o melhor de tudo é ficar fazendo amizade com os aficionados por estas antiguidades e também os profissionais que deixam estes carros "em forma". Outro dia fui passear com o bólide em Poços de Caldas e diversos homens da minha idade na rua ficaram perguntando se eu venderia o bruto - é lógico que não...

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Friozinho aconchegante...


1. Que legal esta época! Junho começa a fazer um frio saudável e Bilú e eu tomamos vinho tinto no almoço todo dia, ao invés de cerveja, como a maior parte do ano. Depois de um cochilo em frente ao noticiário da TV,  a gente recomeça as atividades - eu em geral na GARAGE. Foi boa decisão abrir há dois anos este espaço do coração, pois ficar sem fazer nada depois da aposentadoria não é recomendável... o idoso morre mais cedo, e motivos para partir antes da hora não faltam!


2. Em outubro faço 65 anos, com muitas novas perspectivas... Espero chegar aos noventa e tantos, com saúde - estou batalhando para isso, com Pilates, halteres, alimentação bem planejada, nada de excessos, com muita fruta, verduras e legumes, arroz integral, mel, café, pouco álcool, vida ativa e muita risada. Outra providência adicional que ajuda neste particular é ter frutífera rede de amizades, e isso estou procurando criar e manter também. No meio do ano vou fazer uma cirurgia corretora da região dos olhos (blefaroplastia), pois estão me envelhecendo muito e começando de certo modo a atrapalhar a visão. Vejam na foto como tenho o olhar cansado...  E também 'já'  tem gente pensando que Ruth é minha filha, póde??

3. Ahh... estas modernidades! Terça-feira pedi pela internet uns cafés especiais (Starbucks) e em dois dias estavam em casa! Bilú e eu tomamos pelo menos 3 xícaras todo dia. Nada pode ser em excesso nesta vida, sobrando ou faltando, não é mesmo? Vida equilibrada, desde a Grécia Clássica se sabe esta verdade eterna, mas a Humanidade teima a cada geração em esquece-la, devendo ser constantemente relembrada... Todo dia vejo pessoas, principalmente jovens, perdendo a vida por causa disso. Uma das piores maldições é a ditadura da beleza, impondo aos incautos procedimentos que ceifam existências preciosas.  

4. Férias, enfim! Vou dar continuidade à arrumação aqui de casa, especificamente do porão, que é bem grande, doando inservíveis, limpando, pintando e ordenando tudo em prateleiras ou pallets. Penso em organizar tudo para saber melhor onde as coisas estão, fazendo um verdadeiro "5S" (famosa técnica japonesa de Gestão da Qualidade) e Ruth pensa como eu, graças aos Céus. Tenho horror a casa mal arrumada, dando impressão deletéria dos seus ocupantes... meus pais eram assim, organizados e sistemáticos, no bom sentido. Se não vigiarmos, ficamos desordenados,  bagunçados, podendo até nos tornar 'acumuladores', crédo ! 

5. Para terminar esta despretensiosa pensata, não há quem não se surpreenda com o momento político pelo qual a Nação passa ultimamente:  só notícia ruim nos jornais! 'O Brasil não tem jeito mesmo', é a impressão que fica, depois de tantos anos de desmandos, desvairios, descalabros (nossa, tudo com a letra 'd'...) principalmente de nossas autoridades - aqui, os políticos, em especial. Legislam em causa própria, não para o povo que os elegeram. Um recorrente desastre, infelizmente. Não vou nem comentar o onipresente, constante, despreparos, os rompantes ou os esbulhos de certos governantes. Por outro lado, a elite pensante é também responsável, pois parece que, para muitos, 'quanto pior, melhor'... Nossos filhos e netos terão muito a lamentar, seguramente. Está ficando um país ruim de se viver, o que motivou muitos brasileiros a se mudarem para  outro país. Deus nos socorra!