A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

noite estrelada...

Foto baixada agora (via Google Images) de
http://www.arcfile.com/tosaband/wp-content/uploads/2013/01/stars.jpg

Gosto muito de caminhar, em especial à noite. Quando volto da Universidade onde ministro aulas (por volta das 23 horas) não tem quase viv'alma nas ruas (nossa São João não é grande cidade, e ainda por cima tem uma lei que veda bares ficarem abertos depois de certa hora...) e a gente experimenta uma gostosa 'solidão'. Vejo muitas coisas impossíveis de captar quando passo de carro pelo mesmo caminho. Mas de noite é mágico!! O silêncio é o que mais me cativa. Quanto mais velho fico menos suporto barulho, que coisa...

Este final de semestre está me cansando, não sei se é pelo número maior de aulas que precisei assumir. Mas acho que o que me enfastia é a dificuldade que as pessoas tem em nos aceitar como somos - sempre acabamos por aborrece-las, ao que parece. As relações interpessoais estão muito custosas e antagonizadas...; parece que as agendas são a cada vez mais individualizadas, prescindindo cada qual do outro (o que é utópico). Vejo que me encastelo em meu solipsismo, acompanhado da leitura e da reflexão, que sempre me marcaram após a juventude. 

Sempre gostei de vivenciar minha subjetividade, explorando a maravilha que é a mente. Sempre entendi que se eu fosse ser alguma coisa, precisaria polir, acepilhar meus pensamentos. Ainda persigo tal tarefa, por demais trabalhosa. Às vezes acho que não é mais valor a ser alcançado pela maioria das almas, como antigamente. Ao se fiar na TV e outras mídias, tal meta não é prioritária. Fico cada vez mais me sentindo peixe fora d'água!

Mas é só olhar um céu estrelado para acabar com esta bobajada. Cada um responde por si!


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Feriados, frio, preguiça e final de semestre...

Foto obtida agora, via Google Images, de
http://www.webdesigncore.com/2009/12/20/25-astonishing-sun-light-photography/

(visite o site, é muito legal, tem lindas fotos e outras coisas 'bem boladas'...)

Nossa, faz tempo que não escrevo aqui; viagens (por causa de feriado de Corpus Christi), passeios, preguiça (por causa do frio), trabalhos na Universidade, revisão do Trabalho de Conclusão de Curso de Bilú, trabalho voluntário... uff, quanta coisa! Mas fui a Rio Claro (buscar e levar a Lívia), a Campinas e a Poços de Caldas (estado de Minas Gerais), que eu simplesmente adoro.  Tenho raízes mineiras dos dois lados da família, como já é sabido.

Que foto bonita acima; que coisa artística, não é mesmo? Eu aprecio muito, como uma boa música. Ajuda a gente a enfrentar as notícias ruins que aparecem toda hora nos jornais ou na TV. Às vezes dá vontade de virar uma espécie de 'ermitão' e não frequentar as redes sociais e a mídia de um modo geral - parece que o que mais chama a atenção é má notícia... Tempos chatos estes que vivemos atualmente. 'Lá vem ele com o papo de velho de novo', dirão alguns. O que me 'salva', além das boas imagens, música e amigos do coração (a esposa reside em categoria especial...) é a boa leitura. Leio muito; em geral, mais de um livro, a cada vez. Tenho agora uns 8 que estou lendo concomitantemente. Assuntos diversos, mas habitualmente Filosofia, Religião e sobre o problema do Idoso, que é o assunto de minhas investigações recentes. Psicologia, já cansei um pouco do assunto. Neste particular, Hermenêutica ainda chama minha atenção (apesar de ser mais ambientado na Filosofia...).

Logo começam os jogos da Copa das Confederações. A única vantagem que vejo neste Pão e Circo oficial é que teremos mais oportunidade para evitar não fazer muito feio (mas faremos) na Copa do Mundo de Futebol, por causa da Seleção, dos aeroportos e da infraestrutura, entre outros. Mas seremos 'fatalmente' ridicularizados, mais uma vez, perante o resto do mundo. Esperemos para ver a magnitude da coisa. No fundo os brasileiros já estão acostumados, ainda que indignados. Mas com os políticos que temos, não tem solução.

Mais um fim de semestre se aproxima e aquela torrente de avaliações, correções de prova, chororô dos alunos e 'correria' para postar notas e presenças. Começo a ficar cansado. E ainda tenho mais 12 anos de trabalho, até a aposentadoria.. Ainda bem! Mas já estou começando a planejar como vai ser depois dos 70... Planejamento é tudo. Pena que o brasileiro não tenha este costume. Será que isto contribui para sermos tão atrasados??

sábado, 25 de maio de 2013

Friozinho 'ajeitado'!!

"Cold Blues", by alexiuss,
obtido agora, via Google Images, de
http://fc06.deviantart.net/fs10/i/2006/080/3/1/Cold_Blues_by_alexiuss.jpg

Linda imagem, não? Gosto muito de boas fotos; esta aí é ótima... Lembra-me a infância, quando passávamos temporada na Fazenda Boa Esperança, na cidade de Piraçununga (este vocábulo, de origem indígena - tupi -  quer dizer 'cachaça', aguardente de cana) , de propriedade do sr. Rolf Weinberg - não sei se erro na grafia do nome; era um dos judeus patrões do meu pai - muito boa pessoa, educadíssimo - na empresa que ele trabalhava na época (anos 60, começo dos 70).

'Adoro' o frio - sinto-me bem à vontade. Nesta semana os colegas foram 'encapotados' na Universidade; eu ia só de 'uniforme' mesmo: camiseta paquistanesa preta e calça jeans (como o Steve Jobs...) - não tem nada mais confortável. Só não uso tênis todo o tempo, pois gosto de mocassim.

Nestas férias que se aproximam vou fazer umas mudanças 'logísticas' aqui em casa; sairei das catacumbas, dos porões aqui do casaréu, e ocuparei uma dependencia na parte de cima. Lá em baixo, apesar do isolamento, não temos bom alcance do serviço de celular e da web (wireless). E também Bilú vai precisar de um cantinho para colocar seus apetrechos de trabalho de Fisioterapia, agora que vai se diplomar (é sua segunda faculdade; ela é Administradora de Empresas). Acho que tudo vai se acomodar bem, pois lá na 'antiga' sala tem até instalações sanitárias do lado - esta casa tem vários cômodos pelos 2 pavimentos, e 4 banheiros (!) ; é bem mais que suficiente para nós dois.

No fundo, eu e ela gostamos de sempre estar alterando as coisas aqui em casa e 'sendo alterados' por elas... Gostamos de mudança. É um truísmo que  única coisa fixa neste mundo é que tudo se altera, e não se pode lutar contra esta determinação. Mas Ruth gosta ainda mais que eu de mudar mobília e adereços - interessante esta persistente inclinação dela. Ela é muito zelosa do lar, como eu acho que tem que ser uma esposa; infelizmente, este valor não é mais comum entre as mulheres, atualmente. Sinal dos tempos.

Fim de semana agitado este aqui - temos visita de um jovem casal aqui em casa (ela é minha colega pesquisadora na Universidade) com sua filhinha, também de nome Mariana, como minha primeira menina. No domingo, almoçamos na Igreja. Semana que vem é Semana Cultural no UNIFAE, e vou dar duas palestras, e acompanhar mais uma (desta professora, a Valéria, que vem aqui em casa hoje), todos os temas voltados à Terceira Idade, linha de pesquisa do meu Grupo de Estudos (GP-CNPq) lá onde trabalho. Já elaborei as provas de final de semestre (que 'trabalheira' isso dá...) e me preparo para as férias. Como o tempo anda 'passando' rápido - sinal que estamos velhos! Ah, e na quinta feira próxima vamos buscar Lívia para passar o feriado e fim de semana conosco. Saudades... falo com ela quase todo dia pelo celular, mas ficar junto é mais legal!

Revisando o texto, vi que coloquei muitas aspas nas palavras - será cacoete (acepção 06 do Dicionário Eletrônico Houaiss, por favor... )? Costumo ficar 'polindo' as palavras, pois elas são tão limitadas-poderosas... mas o fato é que aprendi a ama-las, com certo temor e reverência. É a grande experiência que um vivente pode ter, no plano mais elevado do saber. São como que chaves para boa existência; abarcam aquela classe de objetos que ninguém consegue nos subtrair, nos impedir de desfrutar. É a grande invenção da Humanidade - o resto são derivações, derivativos, derivatórios... gosto destes jogos de linguagem!

Já fui fazer a barba dos velhinhos; hoje tinha um lá que não gosta de tomar banho e as atendentes me 'ordenaram': "se ele não for tomar banho, não faça a barba dele!!" Eu disse "Fulano, se você não tomar banho não vou fazer sua barba"... e ele disse que ia 'me matar'...  demos muitas risadas, todos que estavam perto...  Ao final, duas mulheres atendentes, santas senhoras, com toda a paciência e boa vontade (como ocorre sempre lá no asilo Lar São Vicente de Paulo) vieram e o convenceram a se banhar (acho que ele faz certo charme, denguice, mas não posso afirmar; ele é simpatico comigo e ficamos depois dando risada da sua teimosia...). O gozado é que eu estava comentando jocosamente com o senhor sentado na cadeira na hora "puxa, faz muito tempo que duas mulheres não me convidam para ir tomar banho..." e não vi que uma das moças estava por perto e ela disse, deixando-me "sem graça":  "... Não seja por isso!!" O fato é que naquele Asilo a camaradagem é enorme, ainda que o serviço seja ininterrupto àqueles 76 idosos que lá residem. Azáfama diária... E só aumenta a demanda de lar de idosos e asilos no Brasil. A Irmã Superiora das Freiras que administram o lar, a querida Irmã Davina, disse-me que se houvesse outro asilo igual àquele a ficar pronto, num momento já estaria com todas as vagas preenchidas, tal é a fila de espera de famílias para colocar lá seus idosos. Que coisa; é o envelhecimento da população, que caminha célere... E eu no meio da turma!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dia frio e sem Bilú... e fábula

Foto obtida agora, via Google Images, de
http://www.canadascapital.gc.ca

Aqui estou, mais uma vez, 'solteiro'; Bilú foi com as colegas para a Capital, numa feira profissional. Vou ter que sair à cata de comida, etc. A gente se acostuma mal; é nossa sina de macho-dependente-de-patroa, que fazer. Talvez faço tempestade em copo d'água; o fato é que aprecio muito a companhia dela - parece que estamos casados há décadas! Alma gêmea.

Mas tem uma fábula do libreto habitual (Jack Zipes' Aesop's Fables, London: Penguin, 1996; CXLVIII: "The Blacksmith and His Dog", p. 155) que relata que certa vez um ferreiro tinha um cachorrinho e, enquanto o profissional martelava o metal, o cão dormia. Mas quando se sentava para jantar, o cachorro acordava. "Seu preguiçoso!", dizia o caldeireiro, jogando para o animal um osso. "Você dorme apesar do barulho da bigorna, mas desperta ao primeiro tinido dos meus dentes..."  Moral da estória: Existem pessoas alertas, dispostas quando a comida está na mesa, mas que fazem ouvidos surdos quando chamadas a trabalhar...

As pessoas variam enormemente no seu temperamento e disposição. Eu acredito muito na formação do caráter desde criança, pois um bom exemplo, digno e sincero molda a personalidade pelo resto da vida. Todos os meus irmãos concordam com a perene influência que nossos pais nos legaram. Todos somos diligentes e bem realizados na vida, em todos os sentidos, assim como os velhos. Deus foi muito misericordioso com todos nós, e creio também que nossos antepassados nos favoreceram, com sua obediência e temor, perante o Pai, pois Ele é muito compassivo com meus pais e irmãos, e com nossa descendência. Vem à minha mente muitas escrituras, como O teu nome, ó SENHOR, dura perpetuamente, e a tua memória, ó SENHOR, de geração em geração (Salmo 135, 13). Meus avós e bisavós foram pessoas excepcionais, ouço e sei em meu coração. Sei que vou conhece-los (quem não tive oportunidade aqui nesta esfera) e muitos outros de onde vim. Sei que somos do Senhor.

Não que o que façamos possa granjear benefício de Deus, como numa espécie de 'comércio' espiritual. Deus nos elege e nós, gratos pelo sacrifício expiatório do Cristo, salvos por Ele de uma vez por todas, realizamos as boas obras que nos foram preparadas de antemão. Estes mistérios só são compreendidos depois de cuidadoso estudo da vera Palavra, e esta não está ao nosso alcançe, a não ser que o Santo Espírito nos conceda, pela misericórdia do Pai.  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Galeria - não é bonito?

Pintura obtida agora via Google Images de
http://pt.aliexpress.com/item/POP-Modern-abstract-Oil-Painting-wall-art-paintings-B918/491287865.html

Pintura obtida agora via Google Images de
http://pt.aliexpress.com/item/POP-Modern-abstract-Oil-Painting-wall-art-paintings-B917/491287817.html

Pintura obtida agora via Google Images de
http://pt.aliexpress.com/item/new-abstract-oil-paintings-wholesale-oil-painting-Modern-art-adornmentA516/485238272.html

Pelo que pude notar, são pinturas realizadas por orientais... Que mundo realmente globalizado!! Bom, agora vou ver a segunda semana do meu campeonato de Sumô. Depois coloco mais notícias...

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Vivendo...

Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://www.thehindu.com/news/cities/chennai/the-city-on-canvas/article16940.ece

Olha que pintura legal; adoro pinturas, principalmente aquelas de paisagens, mas tem estas 'modernistas' que também tem algo a nos dizer, seguramente. 'Cada qual no seu quadrado', pois gosto não se deve ficar discutindo, apenas meditando...

Domingo fomos a Campinas para o Dia das Mães. Todos os irmãos juntos, foi muito legal - mais bacana ainda ver a felicidade dos velhos. Que Deus possa nos conceder este privilégio ainda por muitos anos. Foi bom ver minha mãe fazendo todas as coisas, como antigamente; as dores de coluna parecem que estão minoradas com um novo tratamento fisioterapeutico que ela está fazendo. Celebrar é sempre bom, significa nossa ínfima existência. Nosso viver, creio, em especial nos dias de hoje, pode efetivamente alçar maiores patamares quando nos permitimos o ilapso; fora disso, a abusurdeza impera.

Ficar sentado hoje em dia frente a uma tela de computador é a maior experiência que alguém possa vivenciar. Imagino o que as pessoas do futuro vão pensar de nós, nesta fase de excessivo predomínio destes terminais e seus infindos conteúdos. Veja por exemplo a gravura que ilustrei acima - captei num site de jornal da Índia, que em si é um mundo à parte, um vasto continente humano, apesar de não tão grande (pelos nossos padrões brasileiros...) em extensão territorial. É um lugar que não almejo visitar; prefiro o Japão ou aqueles países mais culturalmente evoluídos da antiga Cortina de Ferro... 

Em especial os jovens, vejo que muitos passam 'horas', como que mesmerizados, digitando furiosamente os diversos sites - muitos se esquecem até de alimentar ou banhar-se. Hoje a portabilidade destes terminais diminutos (não só os notebooks e netbooks - principalmente os celulares smartphones) é uma 'praga' - em sala de aula muitos estão ali presentes fisicamente mas não assistem à aula: ficam 'navegando' pelas sucessivas telas, mandando mensagens e vendo TV...  A profusão de dados e informações é mais que caudalosa, é asfixiante (esta palavra, em todos os sentidos, principalmente o figurado). Já o disse aqui: o maior problema hoje é 'separar o joio do trigo' a partir de tanta coisa que surge... Quando não se tem criticidade/criticalidade, tende-se a aceitar qualquer coisa como verdadeira... e aí os problemas se sucedem.

E com isso tudo os valores vão se transmutando, tornando-se coisas de certo modo estranhas, sem termos muitas vezes pontos de referência para bem julgar. No futuro, fatos como a legalização da união de pessoas do mesmo sexo, uso de células-tronco, inseminação artificial, eutanásia, aborto contraceptivo e outras pós-modernidades serão talvez eventos corriqueiros, tratados como banalidades, quem sabe? Tudo muda, tudo se transforma - é a única coisa 'fixa' da vida, a alteração. 

Ao final e ao cabo, creio que o grande desafio de hoje é ser uma pessoa do nosso tempo, mas sem perder nossas raízes, posto que entranhadas de tal forma em nosso Ser, que as bruscas alterações nos despersonalizam. E a velocidade das mudanças se acelera a cada passo; é muita coisa para se analisar ao mesmo tempo. 'Voltemos ao básico', sugerem alguns, mas isso pode significar encastelar-se em nosso feudo mental particular. Somos seres mais que sociais, e não dá para cancelar esta nossa determinação. Estamos condenados a nos congregar, mas enfrentando o risco de não nos reconhecermos "de repente", se nos alienarmos do que está a ocorrer. Cada um ache sua barra de ferro para apoiar-se na travessia do nevoeiro, pois o outro lado está à nossa espera, mais dia, menos dia... 

sábado, 11 de maio de 2013

Comentários do sábado...

Man (Elderly) Unidentified
Fotógrafo:  Holsinger, Rufus W., 1866-1930 (Holsinger Studio, Charlottesville, Va.).
Obtida em 21/abril/2013 via DPLA - Digital Public Library of America (www.dp.la), de 
UNIVERSITY OF VIRGINIA LIBRARY - http://www.library.virginia.edu
(Special Collections, University of Virginia Library, Charlottesville, Va.) 
Endereço do arquivo: http://search.lib.virginia.edu/catalog/uva-lib:1039734

Vejam que foto incrível; eu estava pesquisando arquivos para compor outro blog - um blog acadêmico para um projeto no Centro Universitário que trabalho, sobre o envelhecimento, e encontrei a figura acima. É uma espécie de 'mistério' esta pessoa, não é mesmo? Imagino o quanto deve ter vivido, trabalhado, amado, viajado, etc. mas uma vida da qual nada se sabe,  mas também  'igual' a tantas outras, inclusive a nossa, em certo sentido... Quer ver? Será que os netos dos meus netos saberão (ou se interessarão) pela minha pessoa, lá no futuro? Creio que não. Nossa vida é um átimo, um quase-nada no existir de tanta coisa concomitante e passageira... Somos nem um grão de areia, uma partícula de pó, talvez. Deus nos retira desta vida com um estalar de dedos. Me sinto como uma pulga, às vezes. Mas nada de imaginar depressão ou revolta nestas palavras... é algo que constato sem emoção, podem acreditar. Na ordem da grandeza do Universo, não somos nada mesmo. Por isso que acredito que a humildade é a virtude cardinal no relacionamento com o próximo. Causa-me espécie quando vejo um reles semelhante arrogando-se soi-disant importância, em geral indevida. Que desimportante!

Outro dia, cansado de estar no 'socovão' aqui de casa, fui degustar um café comprido num simpático botequim aqui do centro. Uma balzaquiana estava a falar ao telefone celular, de um modo que impunha a todos do local a participação em sua comunicação. Cheguei a imaginar que era simulada a conversa, tal os disparates, a palermice. Mas creio que era uma espécie de (real) performance teatral, para impressionar os circunjacentes... Que triste espetáculo, e tão comum hoje em dia. E como falava alto no aparelho, a moça. Curioso mesmo são os olhares cúmplices e complacentes (com um sorriso por vezes amarelo) que as contíguas pessoas trocam nestas horas. É quase mágico!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Fim de semana...

Foto de Utah obtida agora (via Google Images) de
http://www.goodfon.com/wallpaper/414007.html

Ontem fomos a Mogi Mirim, aqui perto, para uma reunião em familia... Bons papos, comida ótima preparada pelo nosso Cordon-bleu, o Neirobert... Foi aniversário da Talita e apresentação do irmãozinho Jorge (filhos da Julia, filha mais velha do Nei e de minha irmã Lúcia). Toda a paz e saúde do mundo para eles e seus pais; ahh... e também para os vovôs corujas, ótimos anfitriões! Meus pais e o mano Serginho também estavam lá. Lia, a outra irmã, estava em Piracicaba a trabalho, e o mano mais velho Luciano estava comemorando o natalício de uma de suas filhas em outra cidade.

No sábado fomos a uma festa de 15 anos linda, linda. Emocionante na hora da bênção, realizada por dois sacerdotes católicos. Os pais estavam radiantes; imaginem a Beatriz, impecável, muito bonita, inteligente. Impossível não lembrar que não pude fazer isso com minhas meninas, que coisa... pensamentos que não podem se instalar em minha mente. Xô! (até este termo - uma interjeição... - tem no Houaiss!!)

O semestre vai se escoando; o tempo passa célere entre os dedos - é a idade, seguramente, que faz presente esta percepção bem concreta... por isso que muitos ficam estressados, esta contemporânea afecção, com a enormidade de coisas para fazer, e tão pouco tempo. Quem não sabe se organizar, adoece mesmo! Quer ver um exemplo? Tenho um destes celulares smartphones, plugados na web o tempo todo. A toda hora o dito faz 'plim-plim', sinalizando a chegada de uma mensagem, que pode, sabe-se-lá, ser essencial, determinante para o sucesso de uma empreitada. Uma pessoa com nível mínimo de ansiedade (do tipo 'e se eu deixar de ver algo importante?') não se permite perder a oportunidade de se atualizar e 'corre' verificar o que há de novo. E, se faz isso a todo instante, resultado: não produz, pois sempre está a interromper o que está fazendo. Isto tudo gera, no limite, um incremento na ansiedade geral que pode acabar ficando insuportável, ao longo do tempo. Eu, psicólogo, tenho salvaguardas para lidar com isso, mas quem não pode obter este tipo de adestramento? E a vida moderna tem computador, telefone, TV, inúmeras 'traquitanas' eletrônicas, digitais, que nos enlouquecem, é só a gente deixar...

Porisso que temos que nos resgatar, voltar às coisas básicas, ler despreocupadamente um bom livro, desfrutar um poema, passear em belas paisagens, cultivar os amigos, nos reconectar com a Natureza e, o mais importante, vislumbrar o Pai Celestial em tudo e em todos (mesmo que às vezes isto seja difícil). Este exercício é uma espécie de 'vacina' contra estas vicissitudes normais do viver atual. Desejo sucesso para você!!

sábado, 27 de abril de 2013

A morte...

Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://alesfuck.deviantart.com/art/Death-is-Coming-176501316

As notícias recentes dos meios de comunicação de massa mostram como tirar a vida do semelhante banalizou-se, trivializou-se. Facínoras adentraram um consultório odontológico na região metropolitana da Capital e, após atemorizar a dentista e seu cliente, atearam fogo àquela profissional, ceifando cruelmente sua vida, pelo motivo dela não ter dinheiro no banco.  Não podemos imaginar a dor dos familiares, em especial dos pais da jovem profissional. É revoltante; estamos a ponto do povo começar a fazer justiça com as próprias mãos, o pior dos cenários. Sei que estes bandidos são muito valentes quando estão armados ou em bandos, mas quando são eles mesmos as vítimas, acovardam-se.

Conta o fabulista ("The Old Man and Death", in: Jack Zipes' Aesop's Fables. London: Penguin, 1996, p. 150. Fábula CXLIII) que um macróbio, que havia percorrido uma longa caminhada com um enorme feixe de lenha às costas, extenuou-se de tal modo que jogou seu fardo ao solo e desejou morrer, de modo a libertar-se de sua miserável, deplorável condição.

A Morte veio rápida ao seu lado e perguntou o que ele queria. O velho replicou: "Por favor, bondoso senhor, tenha a caridade de me ajudar a levantar e colocar esta carga  em minhas costas!"  Como 'moral' da estória o autor ensina que uma coisa é chamar a morte e, outra, perceber que ela está chegando...

Mas coisa estranha esta de pensar que um dia vamos falecer. A aniquilação é uma das maiores fontes de pavor entre as gentes, seguramente. Creio que nem tanto pelo pessoalmente (e irreversível) inusitado do evento, mas mais pelo desconhecimento do que possa existir do 'outro lado do rio', como se diz. Sei de pessoas que experimentam caliginoso sobressalto e batem na madeira quando aparece o tema. À vezes quando brinco com alguém e digo 'mais um dia perto da morte!' noto o desconforto e contrariedade estampados instantaneamente... Acusam-me de ser tétrico, funéreo, e outros adjetivos mais incisivos. 

Porque não discutir algo que todos enfrentaremos (e que está ficando a cada dia mais corriqueiro)? Como Benjamim Franklin ensinou, só existem 2 certezas na vida, a morte e os impostos. O resto, depende... Dizem que religiosidade é um tipo de resposta que o homem inventou para lidar com esta inelutável convicção, e faz certo sentido. Eu creio até que, por causa desta certeza, possa existir pessoa que chega às raias de perder a razão ou 'acelera' ou realiza o encontro final, pela insuportável angústia da 'espera'. E discutir a morte ajudaria a lidar com a perda de entes queridos, pelas inúmeras situações que a modernidade propicia neste sentido como a violência, o trânsito, o stress...

Já escrevi aqui que, para o crente sincero, que estuda a Palavra, tal problema inexiste. Como diz São Paulo na sua carta aos Filipenses 1: 21, " (...)  o viver é Cristo e o morrer é lucro" (NVI). Estamos aqui e vivamos uma vida reta; se o Pai nos chamar, é para nos coroar, para morarmos junto dEle - podemos ter maior esperança, maior contentamento? Ouvi certa vez que, quando abrimos os olhos, do outro lado, Cristo, nosso mestre e irmão, está de braços abertos para nos receber com um abraço. Não pode existir nada melhor! Quantas coisas eu teria para conversar com Ele! Mas depois iria procurar Lutero, João Calvino, John Stott, meus avôs e outros queridos para abraçar!

Com o conforto e as benesses que algum vivente possa deter, esvair-se-lhe a vida, abruptamente ou não, deve ser bem decepcionante. Por isso que o budista ensina que devemos aprender a nos desapegar de tudo nesta esfera pois, quando o exício, a libitina aparecer, até do exacerbado apego à vida vamos conseguir nos livrar também... O certo então é vivermos os momentos intensamente e contentes, como se fosse o último!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sem temor

Hoje cedo em meus estudos bíblicos diários, li passagens muito importantes, que tocam fundo meu coração. Como dependemos de Deus para nos firmar! Oro sempre como diz o Salmo 143: 8  'Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma'.  Mas nem todos tem a certeza de Davi, que versou  também (salmo 54: 4): 'Eis que Deus é o meu ajudador, o Senhor está com aqueles que sustêm a minha alma'. 

Uma perícope escrita há muito, mas que assimilo como dirigida a mim, é a que vi em Isaías 46, versos 3 e 4. Impossível não se sentir acolhido, e confiante com as palavras que Deus nos dirige: 'Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da casa de Israel; vós a quem trouxe nos braços desde o ventre, e sois levados desde a madre. E até à velhice eu serei o mesmo, e ainda até às cãs eu vos carregarei; eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei, e vos livrarei'. Veja como o Pai Celestial nos considera - não somos todos os restantes da casa de Israel? Ele nos carrega nos braços desde o ventre de nossa querida mãe; Ele, que nos fez, nos conduz, nos sustém e nos livra - quer dizer, nos salva! Como Ele nos tem amor, nós, que nada fizemos para merece-Lo...

Muitos dizem não saber deste Deus que parece nem existir... tão distante aparenta estar, aos olhos de muitos. Na verdade, Deus está mais perto do que imaginamos, mesmo ao alcance da mão...  A qualquer um que tenha um pouco de boa vontade, Cristo diz (João 14: 8 a 10):

Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? 
Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 

Cristo nos convida (Mateus 11: 28): 'Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei'. Estas palavras ainda hoje soam incompreensíveis ao mundo materialista, hedonista, consumista, mas sabemos o que significa, se O buscarmos de todo coração. O Caminho é pedregoso, difícil, desafiador, mas pleno de contentamento, de esperança e certeza, principalmente neste mundo cada vez mais conturbado, difícil e entristecedor. 

Quanto mais vejo o mundo, eu me coloco sempre como o imperfeitíssimo Simão Pedro que respondeu, após uma pergunta do Cristo (João 6: 68): 'Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna'... 

Tenhamos todos certeza: não somos órfãos nem desamparados - Deus nos chama pelo nosso nome, somos dEle...

Mas agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel
Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão;
quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. 
(Isaías 43:1-2)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dia de solteiro e memorabilia

Fotinho de Aline França, obtida agora (via Google Images) de

http://www.flickr.com/photos/rockaline/4793283176/


Tô 'solteiro' hoje; Bilú foi com as colegas num programa acadêmico na Capital (quem diria - só faltam 2 meses para ela se formar em sua segunda faculdade...) e só volta tarde da noite. Umas das sobrinhas dela trouxe, há pouco, uma marmitinha, uma 'quentinha', como se diz, para eu 'enganar' o estômago (Bilú tinha dado dinheiro para elas me socorrerem, vejam só... a gente não "véve sem mulé" mesmo, como diz a música caipira!). Mas eu não esperava a gentileza, a surpresa - eu iria comer em algum botequim... (já vejo a expressão de Ruth a me zoar: ô dó!... )

Sempre fui pessoa, desde criança, a ficar matutando o que queria ser na vida. Sempre me impressionei com a complexidade da existência e, quanto mais eu lia - 'devorava' livros e livros que haviam em casa e outros que comprava (meus pais sempre me deram dinheiro para isso) - mais me assombrava, ao mesmo tempo que agradecia a Deus pelo privilégio de aprender. Divertia-me com a inscícia que a média dos meus conhecidos revelava sobre coisas que eu já 'dominava'. Mas não gostava de me gabar disso; guardava tudo em meu coração. Hoje vejo que as letras, as palavras, sempre me fascinaram - cheguei até a escrever poesias modernistas, sob influência do grande Manuel Bandeira, que eu admirava. Ainda é muito do que me move.

Depois das leituras teológicas/eclesiásticas matinais, li de novo uma crônica do cineasta e dublê de cronista Arnaldo Jabor que saiu no Estadão de terça feira (OESP, ano 134, n. 43.645, "Um coração triste", 'Caderno_2', 18 de abril de 2013, p. D_8) - não costumo ler este articulista, pois a maioria de seus textos são eufuísticos, gongóricos, empolados, rebuscados, o que me cansa sobremaneira. Mas este, mêmore de sua babá, foi poético, natural, bem humano, como eu gosto. Senti saudade dos meus filhos, e tristeza por nunca poder estar por perto quando eles precisam de mim. Não consigo entender o gozo que as ex-mulheres podem sentir ao ver a tristeza do pai afastado do convívio da prole (até consigo sim, mas  sou movido aqui mais pela intelecção profissional, o que me impede de externar).

De qualquer modo, o dia vai se arrastar com certa e aborrecida dilação; tenho reunião do nascente Grupo de Pesquisa mais à tarde; depois, corrigir provas; arrumar-me para as 4 aulas noturnas; enfim, a 'vida funcionária', como dizia o grande Pedro Nava (como não gostar de "Baú de Ossos" ?).  Será que o leve resfriado - que já está sendo debelado - ajuda neste meu sorumbatismo?  Pelo menos, o friozinho, que já se insinua por entre as frestas da janela da sala,  vai me animando, enquanto beberico um vinho chileno, de tênue trescalo... Evoé!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Deus vê o coração!

Foto obtida agora (via Google Images), de
http://www.godtalkstoyou.com/

Hoje aprendi algumas passagens biblicas que gostaria de compartilhar. Neste mundo pós-moderno, de tantas (algumas 'velhas'...) novidades, continua o dilema do homem de como se relacionaro com o Pai Celestial.  Uma chave preciosa para mim vejo em 1 Samuel 16: 7 (Almeida Corrigida e Revisada Fiel):

... o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura,  (...) ; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

Esta palavra é assaz impactante, pois nos leva a um patamar de consideração totalmente diverso do que estamos acostumados em nosso dia-a-dia. Em nossa pequenez, tendemos, à vol  d'oiseau, a pensar nosso relacionamento com Deus à semelhança do que temos com qualquer outra criatura, e somente adicionando no nosso cogitar alguns outros contornos mais ou menos mágicos, celestializados, segundo nosso limitado entendimento. Mas o fato é que temos que treinar nosso parco entendimento para compreender o que Deus espera de nós neste particular. Como podemos entende-Lo se não O buscamos eficazmente? Nossa idéia dele já é obtusa no nascedouro, como podemos escuta-Lo? 

O preguiçoso tende em sua busca averiguar uma espécie de ersatz do Deus sugerido, mas tão distante aos seus olhos. Mas Ele se nos aparenta distante por causa de nossa miopia espiritual... Nossa relação com Ele não fica mais clara quando sabemos que Ele nos considera primeiro em nossa índole, nosso caráter, em nossa intenção, em nossa intimidade, em nossos afetos, ânimo e emoções? Eu entendo que temos primeiro que nos considerar, nos estudar, averiguar porque precisamos deste 'deus' que buscamos, para daí começarmos a entender como Ele se nos deixa conhecer... 

A boa notícia é que Ele ordenou a confecção de um meio e método para sabermos Quem Ele é: Sua Palavra eterna, materializada mediante o trabalho de amanuenses escolhidos desde sempre, a Bíblia. Mas aqui também temos que meditar o modo de nos achegarmos a ela, posto que, por força de nossas imperfeições, alterações e defeitos foram nela colocados, além dos diversos estilos literários com que foi escrita. Mas vale a pena... Poucas coisas aqui na Terra tem o poder de conceder refrigério ao nosso coração!

Minha prece diária se inicia como disse Samuel (1 Samuel 3: 9)  '... Fala, SENHOR, porque teu servo ouve!'  E rogo para que ele sempre me capacite para tal, pois minha vida depende disso!