Interessante caso ocorreu em familia. Eu comuniquei via 'imeiu' alguns parentes sobre um pequeno acidente ocorrido com Ruteca (o meu Bilú), e o caso demonstrou como os fenomenos da cloud computing e trabalho digital cooperativo podem se mesclar para elucidar a sempiterna complexidade de nossas vivências... Dizia eu para o pessoal sobre como ocorreu o acidente, uma quase-reles luxação:
"Voltavamos de uma compra perto de casa, ao cair da tarde, chovendo torrencialmente. Saímos do veículo automotor, eu com guarda chuvas (em espanhol se diz 'el paráguas' - nao sei porque lembrei disso...) na mão esquerda e sacolitas na mão direita; Ruth com as duas mãos ocupadas. Dado momento ela, trajada aos pés de sandalinha (ela gosta tudo no diminutivo, p. ex. ela disse depois que o bracinho ficou 'doloridinho'...) falseou o pé na borda da calçadinha e rolou, desabou, ruiu inopinadamente como um saco de batatas (ou sacolinha de batatinha, visto que ela é mimosinha como um colibri) batendo o ombro, o cotovelo e as mãos, em uma ordem que não sei precisar, mas se nao fosse trágico, seria cômico. Resultado - saiu o olecrano da cabeça do radio, dito sem firulas do jargão fisioterápico (que ela, já no segundo ano de fisio correu a explicar) o antebraço ficou deambulando, com certo afastamento do braço, cena feia de se ver, pelo 'buraco' que fica ao cotovelo, crédo!! Mas devo dizer que, após irmos ao pronto socorro, ela se portou como dama circunspecta, valente e controlada, sem derribar lágrima sequer, nem quando o facultativo presente, com maos de fada, colocou seu antebraço no recôndito do braço, de onde não devia ter saído... Hoje ela enverga adereço (uma 'tipóia' - sentido nro. 2 do Dicionário Eletrônico Aurélio, por favor) alcolchoado tolhendo o movimento dos braços, com um arroxeado chiquérrimo que aflora de sua pele alva e suave como a cútis do pêssego, mas confiante que dentre em breve poderá reassumir os sagrados deveres domésticos, doravante assumidos por este escrevinhador, o que, diga-se de passagem, estou me disincumbindo com galhardia".
Aí meu cunhado Ney, como bom engenheiro e agudo observador, aduziu aos comentários: "Caro cunhado Lucas, apesar de sua missiva tentar ser sucinta e breve, pairou uma grande duvida no que se refere de qual lado ocorreu o falseamento do pé, sem o qual não poderemos dirimir a tão cruel duvida 'batendo o ombro, o cotovelo e as mãos, em uma ordem que não sei precisar', meu caro, se o falseamento ocorreu para o lado direito e ela sendo destra existe uma grande possibilidade de devido ao aguçado reflexo tenha apoiado a mão em primeiro lugar, caso seja sinistra a probabilidade de ter batido o ombro e depois cotovelo e finalmente a mão é a mais plausível." Compreendi que deve ter sido como ele diz, pois Bilú é destra e o braço contundido foi o esquerdo... Ficou todo roxo o braço mesmo, mas com Arnica (receitado pela Lúcia, mana querida e esposa do Ney) já está voltando ao normal.
Meu irmão Luciano, também engenheiro, mas eletrônico/informático, como o outro mano Luís Sérgio, fez interessante comentário:
Todos comentaram o incidente e houve até quem nos acusasse de desocupados. Mas é que negavelmente nestes tempos últimos as 'benesses' da informática/internet permitem que estreitemos os laços que se enfraquecem pela distância e pela correria diuturna... Aliás, foi o Sérgio que sugeriu que eu colocasse a conversa no meu blog. Sugeriu, nao, ele perguntou se estava no blog, e eu resolvi colocar...