A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

215a. postagem: Medo de cara feia...

Ontem  ocorreu novamente comigo algo que me fez decidir – ‘escreverei sobre isso no blog’... Este tipo de acontecimento sempre me acompanhou, e acho que vai morrer comigo. Vou contar primeiro o que sucedeu, e depois vou ‘filosofar’ a respeito.

Período natalino, com lojas abertas até altas horas (muitos funcionários gostariam de estar em casa ou com amigos, mas estão a trabalhar – dinheiro extra, mas mais cansaço... os onipresentes conflitos modernos!). Estava a passear no centro desta querida São João com Bilú, em visita a vitrines e eventuais comprinhas, com a minha habitual boa vontade (diferente do normal dos maridos...), quando Bilú encontra uma simpática colega da Universidade que trabalha freelance em uma loja. Ficaram as duas a confabular e eu, recostado na parede, esperando o desenlace da conversa, mirando o movimento das pessoas e ocasionalmente as duas e sua (suas?) parlenda. Em dado momento a colega de Bilú me diz, em quase tom de brincadeira (com fundo de verdade): “não fica bravo comigo, olhando com esta cara feia, que eu libero logo sua mulher...”  Mas eu não estava bravo ou olhando com cara feia, juro! Homessa, pensei, o que levou a raparigota a proferir aquela desconexa percepção?  Mas tenho suspeitas...

Devo confessar que esta situação me deixava, tempos atrás, muito contrariado. Com algumas pessoas cheguei a increpar o dislate, denunciando pedagógica e psicologicamente a falta de lógica da percepção da pessoa etc... O que ocorreu é que, ali, eu não estava (sei que talvez só para mim, adianto) efetivamente bravo ou aborrecido; a colega da Ruth, a seu bel-prazer, ‘concluía’ esta minha disposição, e a assumia verdadeira, sabe-se lá a que título, baseada em nebulosa evidência.

Viu a foto? Você consegue inferir com certeza meu estado de espírito? Sei que a primeira impressão pode ser negativa. Juro que quando aqui fui clicado estava super bem e queria sair ‘bem na foto’... Sei que minha feição ali, que é a minha habitual pode, a princípio, ensejar a pessoa a imaginar isso de negatividade. Na verdade, a minha intenção é fazer, apresentar no dia a dia sempre esta feição:


Sei, como bom psicólogo, que a primeira impressão pode determinar toda a evolução de um relacionamento, pois as primeiras expectativas criadas sempre pautam nossas posteriores ações. Sempre que entro numa classe onde iniciarei uma disciplina, procuro ser MUITO risonho e amigável pois, pelo lado dos alunos, a ansiedade e excitação predispõem ainda mais as almas alarmadas a deturpar, enviesar suas percepções.  Mas imagine para mim, que não tenho o costume de ser risonho, ter que ficar o tempo todo com um sorriso estampado, imaginando com isso que as pessoas não vão me afastar pelo feiume da minha carranca? Será que as pessoas não sabem, inversamente, que existem inúmeras pessoas risonhas, amigáveis na aparência exterior, que são falsas e fementidas? Gostaria de ser exteriormente como alguns conhecidos, que parecem sempre ter acabado de ouvir uma boa notícia (a muitos, não interiormente, pois são falsos e desleais, apesar da casca)... Mas não sou assim, que fazer... e será que por isso 'sou' sempre perigoso, ameaçador? Sei que divisar alguém com rosto (aparente) inamistoso, e com 1,90 m. como eu aconselha a qualquer um a se manter cauteloso, arredio; mas serei perigoso assim necessariamente com tão poucos, subjetivos e ilusórios indícios??? Será que os jornais (ou a TV), com a onipresente violência, nos faz hoje tão medrosos?

Mas acontece isto volta e meia comigo – as pessoas pensam que estou aborrecido ou bravo. Não perguntam se há algo comigo (posso até estar com cara de poucos amigos por causa de algum desconforto ou tristeza, ou...) – pensam que é 'ameaçador contra elas', em tese; parecem sentir-se ameaçadas, e reagem antecipadamente como se eu fosse agredi-las, vai saber por quê... Nem adianta, muitas vezes, tentar dealbar o mal-entendido, a falha apercepção da pessoa a meu respeito – as pessoas pensam que faço troça.  E sei que, quanto mais inseguras, mais as pessoas tendem a achar que estou bravo ou aborrecido ou que posso espanca-las a qualquer momento, etc...  Uma coisa muito aborrecida e tediosa. Que indigência mental.

Talvez, se eu gostasse de beber, ficaria sempre alegre, como vejo ser a estratégia de algumas pessoas que assim ficam eufóricas, amistosas. Conheci uma pessoa carismática que andava com uma latinha de cerveja na mão o dia inteiro; seu trabalho permitia isso, e seus clientes também apreciavam a bebida naquele ambiente - inclusive era certa estratégia de marketing, eficiente, por sinal - era uma borracharia. Mas tenho horror a isso, acho patética esta situação toda de ajuntamento em torno de bebida; as pessoas falam muitas bobagens ao sabor do efeito etílico, e eu gosto de ficar calado a falar sem necessidade ou verbalizar banalidades. Na verdade, poucas pessoas hoje em dia se dispõem a engajar em uma conversa construtiva; parece que pensar dá dor de cabeça, pois vejo muita preguiça ‘mental’, enfado, superficialidades, sei lá.

Na época da faculdade, nos anos 70, aprendi com o renomado psicólogo americano Carl Rogers (no famoso livro ‘Tornar-se Pessoa’; em inglês, On Becoming a Person) que não adianta ser uma pessoa que não somos, fabricar algo para servir ao outro, interesseiramente. Ao longo do tempo estas falsas relações são danosas, a todos e todas. Resolvi ser o que sou, sempre (eu tinha na Faculdade de Psicologia uma amiga mais velha, Ignez Toledo - saudades - que me ensinou muito). Isto implica em ser honesto e dizer coisas que as pessoas não gostam de ouvir, mesmo que você não grite nem ofenda ao outro – mas enfim você acaba dizendo o que elas não gostariam de escutar. Ocorre que, nesta época atual de relações superficiais, robotizadas pela web, 'tipo' o que se vê nas redes sociais como o facebook (que evito a todo custo), isto – a honestidade relacional - não é eficiente, pois as expectativas das pessoas estão mais lábeis, instáveis e pior, tendenciosas ao extremo, privilegiando o ego em detrimento daquilo que respeita ao comum, ao coletivo, às amizades ou parcerias, que pressupõem para seu sucesso certa carga de maturidade.

Sei que, com algumas pessoas, nem se Jesus Cristo viesse e dissesse que ela está errada nisto ou naquilo, a mesma não acreditaria e encrencaria com Ele. Aprendi a identificar pessoas assim e não perco mais tempo com tais criaturas; é malhar em ferro frio, o que acaba se voltando contra nós. Sei também que se eu fosse rico financeiramente (pois me considero muito rico em casamento, em familia, em saúde, em religião, em paz de espírito) teria muitos 'amigos' mais; teria muito mais pessoas que não se assustariam com meu rosto inamistoso; teria muito mais pessoas com boa vontade para me conhecer de verdade.

Creio que esta minha incapacidade de ‘sorrir’ me prejudica; mas, por outro lado, creio que ganho se não me relaciono com pessoas que se deixam impressionar por causa de ‘cara feia’. Isto tudo me faz solitário, que fazer. Toda manhã ao estudar a Palavra encontro consolo, e procuro fazer o meu melhor. Ainda estou aprendendo, e tento aos trancos e barrancos compreender ao outro. Mas confesso que tenho voltado a me relacionar  mais com pessoas de idade, como no meu tempo de criança e adolescente, por bênção de trabalhar em 2 asilos. Lá tem muita pessoa autêntica, que gosta de verdade de você, com seus defeitos e incapacidades, e que não te teme gratuitamente somente por causa da sua cara feia....

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A águia e a flecha


Gravura obtida agora de http://www.litscape.com
(veja também o site associado http://litscapeart.com)

Fim de ano, calorão, alunos aborrecidos porque ficaram de exame; as mesmas coisas 'aborrecentes', que tédio!! Que fazer, mas deixemos de lado as lamúrias... Estas férias prometem; teremos mais tempo neste período sabático, visto que as aulas somente serão retomadas em 18 de fevereiro de 2013 - creio que por causa do carnaval, êba!  Vamos, Ruth e eu, visitar os Dutras de Belo Horizonte - até já comprei as passagens de avião.

Pretendo formatar muitas aulas em telas de power point (MS Office) e refazer outras, principalmente aquelas que ministro no curso de Engenharia (disciplina 'Gestão de Projetos'). Vejo que, a cada dia, temos que propor aulas-tarefa, como estudo de caso, com pouca teoria - é a tendência pedagógica atual, que fazer; tudo é muito 'objetivo', prático e utilitarista. Tenho sempre em mente a admoestação de Nelson Rodrigues quanto aos idiotas da objetividade, mas sou voto vencido, como se diz... 

Os alunos em geral (existem exceções) querem nota para 'passar de ano', desesperadamente, hoje em dia; aprender, não necessariamente, visto que os usos que farão do conhecimento não são, neste momento, palpáveis. Os relacionamentos (principalmente em sala de aula) exibem um grau de atrito desnecessário, a meu ver, pois os critérios pessoais que lastreiam comportamentos interpessoais estão muito indiscerníveis quanto ao real valor na construção de relações produtivas e isto a longo prazo, tanto no público quanto no privado...

O mundo moderno está cada vez mais difícil de decifrar, problematizado pela deseducação que campeia (aparentemente) impune. Como já comentei aqui outras vezes, não é mais feio ser grosseiro, incivil; que fazer. Mas no campo educacional isto atinge contornos trágicos, ainda que por vezes cômicos. As pessoas não sabem o mal que fazem a si mesmos com suas condutas descorteses mas, com os valores transmutados, o feio parece aceitável, normal. Creio que alguns grosseirões (tem muita mulher também) nem sabem o quanto são boçais - talvez não tiveram pais para modelarem condutas apropriadas neste sentido.

Relendo aquele livro de fábulas de Esopo (Aesop's Fables, compilado por Jack Zipes, London: Penguin Books, 1996 - Penguin Popular Classics, vol. 20) vi uma estória que ilustra esta situação. Um arqueiro mirou uma águia e alvejou-a certeiramente. Em sua agonia, a ave viu que a flecha tinha sido feita com penas dela mesma. A águia então lamentou e observou que os nossos ferimentos, infligidos pelas armas que nós mesmos provemos, são ainda mais lancinantes... As pessoas muitas vezes dão, elas mesmas, azo a que sejam prejudicadas/desprezadas pelos outros, próximos ou não... 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Deus numa suave, calma brisa (I Reis 19: 11 a 13)

gravura obtida agora de
http://philleng.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html

Recordo já ter comentado aqui sobre o Pai Celestial se manifestar de modo calmo, silente, suave - é o Deus como comumente me relaciono. Quando era criança sentia medo do Deus avassalador, punidor, gigante em todos os sentidos, arrasando a Terra com estrondo e furor. Creio eu que esta visão advinha de alguma pedagogia metida a besta, oriunda de certa tendencia 'catequética', vesga e neurótica. À medida que vamos crescendo e afastando esta perniciosa influência, buscando ao Deus de amor, ainda que justo e soberano, aprendemos a conhecê-LO adequadamente. O meu Deus hoje é, como já disse neste blog anteriormente, meu melhor amigo, mais que isso, um Pai amoroso, compreensivo, que em ensina sempre, de modo cortês, suave (muitas vezes me faz rir de mim mesmo...).

Esta questão de conhecer a Deus - alguns dizem a questão da Sua Existência - vai permanecer eternamente com os homens e sempre controversa. Todos emitem sua opinião, fundamentada ou não. Hoje li no jornal mais um artiguete - mas não desta vez um artiguelho, como aparece sempre - de comentarista (em geral estes palradores são bem pouco informados sobre religião, religiosidade, cristandade mas falam assim mesmo, pagando 'mico' adoidado!), no caso, de autoria de Marcelo Coelho, sobre ter ou não fé em Deus, sobre sentido de vida e outras crenças ('No fim do túnel', Folha de São Paulo, ano 92, n. 30.541, caderno Ilustrada, p. E-8). Serve para refletir, discutir, pois o autor não desrespeita o que os outros pensam, como a maioria; veja a este respeito, por exemplo: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1183974-os-ungidos.shtml   

A oposição à fé vai existir sempre; isto nos foi antecipado, previsto. Mas aprendemos que estamos no mundo, ainda que não devamos 'pertencer' a ele. Devemos tomar contato com as coisas do mundo, mas não necessariamente as endossar; não devemos viver apartados dos demais, como ermitões enfurnados em celas ou cavernas. Calvino ensinou isto muito bem - um cristão deve fazer parte da humanidade;  senão, como ser sal da terra?

Na verdade, resolvidas as questões de fundo, pode o crente averiguar melhor os fundamentos da sua fé. Na Fé Reformada, um dos pilares é o fato de que somos todos pecadores (sei que muitos acham o termo politicamente incorreto, mas isto revela tão somente mal entendimento do termo, ainda que ele como como conceito acarrete grave implicações. Mas no fundo é mais libertador do que destruidor seu correto entendimento) -  , ou seja, temos a tendencia perpétua nesta esfera de nos afastar do Pai Celestial. Hoje li em Provérbios 20: 9 (NVI): Quem poderá dizer: 'Purifiquei o coração; estou livre do meu pecado' ?  Nada que o homem faça o salvará, mas sabemos que Cristo já nos salvou. O processo de santificação (ser santo - ser 'apartado', separado para Deus) dura até a hora de nosso passamento, implicando vigilância contínua. Procedemos bem, a cada passo, neste processo, como ordenança, praticando boas obras, mas não para ser salvos, como se fosse tal numa espécie de 'comércio' , visando um resultado favorável, ao fim e ao cabo. Isto implicaria que Jesus necessitaria de nossa cooperação para realizar a tarefa Dele. E se temos a visão de ter de proceder bem para ganhar a salvação, vivemos mortificados, pois nunca saberemos se fizemos o suficiente - não temos garantia de sermos salvos. Quando se aprende que já somos salvos pelo sacrifício único e sumamente eficaz de Cristo, de uma vez por todas, podemos confiar, e sermos gratos eternamente por isso. Mas sei que isto gera controvéria, pois necessita detido estudo teológico para auferir sua apropriada compreensão. 

Sofri muito tempo (e sofro ainda, mas doutro modo) com o peso de meus maus atos, meus pecados, sem perspectiva de ser salvo por causa deles. Existem tantas pessoas com quem teria de me desculpar, reconciliar - mas ainda que fizesse tudo isso não apagaria a mágoa e tristeza que gerei, e esta tristeza não me dava paz. Hoje sei que, confessando-os, reconhecendo-os, fui perdoado (ainda que muitas pessoas com quem me desculpei não tenha me perdoado - isto as fazem ser maiores que Deus, que perdoa...) e isto não mais será contado, ainda que eu continue um pecador. Mas não tenho mais motivos para desespero, e sim posso ser feliz, ainda que vigilante, pois sou indesculpável; meus pecados não são mais imputados, mas sei que ainda me pertencem, pela minha natureza corrompida.

Eu agradeço ao meu Deus o privilégio deste ensinamento precioso, suave, libertador, que efetivamente nos dá a Paz, aquela que Cristo veio trazer, e que o mundo não compreende.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Segunda feira brava!

Santa Claus
gravura obtida agora de
http://frstephensmuts.wordpress.com/tag/santa-claus/

Primeira semana de provas já se foi - tenho quase todas as avaliações corrigidas. Teremos até o fim do mês diversas outras atividades deste tipo, entre as regulares e as de exame. Coisa cansativa, pois temos que mensurar apropriadamente o aproveitamento do alunado e, no meu caso, procuro ser justo e não me restringir somente a um evento - uma prova escrita num dia fatídico - o que pode levar a injustiças. Sim, tem trabalhos em uma ou outra classe (o que não é mais parâmetro confiável, pois muitos dos alunos 'terceirizam' esta tarefa...), mas gosto mesmo é de avaliar também a participação global do aluno, sua presença, sua assiduidade. Obviamente quem manifesta (e sempre tem um ou outro/a) condutas grosseiras, descortezes, incivis, tem pior qualificação, pois neste mundo moderno (apesar da proliferação de condutas impolidas em qualquer estrato social), e em especial nas organizações empresariais, estes comportamentos determinam a empregabilidade dos colaboradores e suas chances de promoção. Causa espécie a aparente indiferença que certos jovens manifestam neste quesito, tratando o professor de modo rude, desnecessariamente. Para abusar de um clichê, sinal dos tempos... Por incrível que seja, não parece ser feio, aos olhos de alguns jovens, ser mal-educado, malcriado. Que fazer; se os admoestamos, ainda reclamam que 'os humilhamos'. 'Vai entender' esta 'lógica'...

Nóssa! O fim do ano se aproxima; nem parece que 2012 começou faz pouco tempo... Esta semana será 'curta', por causa de feriado - semana que vem tem outro, só que municipal (dia da consciência negra). E dentre algumas semanas, o Natal.

Esta data tem o condão de mobilizar, positiva ou negativamente, qualquer ocidental, principalmente os tapuias e tupiniquins. No meu caso são lembranças boas, com comemorações em familia, comilança e presentes. Meus pais deram o melhor para seus rebentos, e minha mãe sempre cuidou para que não fossem disvirtuadas as celebrações do genuíno espírito cristão. Ainda que a sociedade consumista tenda sempre a vincular a comemoração do nascimento de Cristo ao lado comercial, no fundo o que se visa é resgatar sentimentos ligados ao porquê da vinda do Salvador a esta terra.

Nestes tempos cavilosos, vejo mais e mais a necessidade de uma esclarecida religião, de modo a habilitar o vivente a pairar sobranceiro em meio às perversidades que o trato comum determina ali e lá, cotidianamente. E nada mais apropriado do que a época do Natal para remir sentimentos preciosos, por vezes sepultados pela dureza dos corações... Volto ao assunto.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

60 anos de casados...

Geraldo e Firmina


Estivemos neste sábado passado em Campinas (SP) para a comemoração dos 60 anos de casório dos meus pais, reunindo somente os seus filhos (todos os 5) e netos que puderam vir (e alguns bisnetos). Houve missa à tarde e à noite fomos para a vivenda do mano Luís Sérgio para um jantar e ouvir alguns discursos.

Além da parentada prestigiando estava a prima Claudinha, que foi a daminha de honra do casamento (lá em Penápolis - noroeste do estado de São Paulo); na época ela tinha 6 aninhos e estava um charme - temos a fotinho... como o tempo passa!

O jantar, preparado por um buffet, foi muito bom, com pratos bem elaborados, doces e salgados - o que faz certo dano em nossa silhueta. Mas o gostoso é privar da companhia de todos os entes queridos. 

 Ruth e eu (sim, ela mandou tirar a barba...)

No domingo comemoramos lá mesmo o aniversario do mano Luís com opíparo churrasco (neste dia também faz anos meu primogênito) e a presença de alguns amigos e parentes por parte de sua esposa Marly. A coisa boa que ocorreu foi que meu cunhado Thomas comprou uma motocicleta BMW e pudemos dar uma volta nela - um show, meu sonho de consumo! Para o leitor ter uma ideia da excelência do equipamento, em até aquecedor nas manoplas...


Ao final da tarde, voltamos por Rio Claro, para deixar a Livia em casa. Deu tempo para irmos na Igreja à noite, coroando o radioso fim de semana. 

Este tipo de comemoração (Bodas de Diamante) fica, a cada vez, mais raro. No futuro será, creio, uma efeméride digna de notícia em hebdomadários e afins. O casamento hoje em dia tem valor um tanto diverso do que possuía antigamente, com certeza. As concepções modernas do relacionamento homem-mulher favorecem ao rompimento do vínculo conjugal, com o sofrimento decorrente de todos, principalmente os filhos. As pessoas mudam, mas não conseguem fazer da mudança um fator de acomodação, de crescimento conjunto. As pessoas tem hoje em dia 'agendas' diferentes com relação ao constituir-se família. Com a família desestruturada, sofre a sociedade como um todo. O fato é que Deus parece ter menos lugar nos corações das pessoas... 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Habacuc

HABACUC
( Obtido agora de
http://ecclesia.com.br/synaxarion/?p=3049 )

Hoje cedo no libreto devocionário aprendi uma passagem que estimo, está em Habacuque 3, 17 a 19 (Bíblia Nova Versão Internacional):

17. Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos,
18. ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.
19. O Senhor Soberano é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; ele me habilita a andar em lugares altos. 

Mesmo que as coisas não ocorram do modo como desejamos, como vemos que seria o certo ou justo, mesmo quando as coisas saem 'erradas' - o que é trágico ao ser humano - devemos ver a situação por outro ângulo. Vejo no texto que, à época, as desgraças retratadas se ombreiam ao que poderíamos dizer hoje - 'mesmo que não tenhamos dinheiro para comprar bens, especialmente alimento, mesmo que o salário não saia, mesmo que meus bens se percam ou sejam subtraídos, mesmo que eu esteja sem saúde ...' e tantas outras coisas que nos fazem por vezes blasfemar, AINDA ASSIM a melhor conduta é jubilar, alegrar-se no Senhor, no Deus que salva ( A Bíblia do Peregrino fala nesta perícope em 'festejar' ! ). 

Duras tarefas estas, mas não podemos esperar realizá-las justo na hora que acontecem os percalços... Temos que adquirir 'musculatura' antes, para bem enfrentar a batalha quando se avizinha. Ou seja, se não fortalecermos o espírito pelo estudo e oração, como esperamos ver os fatos diversamente à nossa carnal tendência, quando surgem? A nossa mente é enganosa e ilusória, como já refletimos aqui anteriormente. O mais natural quando os obstáculos aparecem é termos auto-piedade, lamentar, clamar aos céus para que cuidem de algo que não lidamos antecipadamente...

Veja agora no versículo 19 como o profeta encerra a passagem e o livro: o Senhor SOBERANO é a nossa força, que nos capacita (a sermos eficientes, ágeis como um cervo) e o principal, nos eleva, dá as condições a que, mesmo em adversidades, habitemos e contemplemos coisas elevadas, do alto, e não as terreais, carnais, tendenciosas, viciadas, deturpadas, como predispõe nossa mente corrompida pela queda de Adão. Deus é Soberano pois tudo está na Sua mão, e não podemos com nossa pequenez intentar divisar Seus intentos a nosso respeito, ainda que saibamos que é para nosso bem, nós que (efetivamente) O tememos, em espírito e em verdade...

Habacuque
( Obtido agora de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Habacuque )

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mais uma do barbeador amador...

gravura obtida agora de
http://www.zazzle.com.br


Hoje cedo fui novamente ao asilo, como faço todas as sextas feiras, aparar as barbas e cabelos dos idosos. Que grata experiência, como já reportei; a turma já acostumou comigo e a coisa flui bem - a média é umas 12 barbas, tudo com máquina elétrica, que é mais prática e o resultado é razoável. Peguei bem o jeito da coisa - o segredo está em esticar bem a pele, fazendo os pelos ficar 'em pé'.

Tem idosos de todo tipo. A tez, a epiderme do rosto de alguns parece tão fina que a temo cortar, se fizer força além do necessário. Alguns homens estão bem enfraquecidos, 'pele e osso', mas gostam de ficar de barba feita. Alguns dos que estão esclerosados protestam, mas com carinho e jeito estamos acostumando todos à rotina. A gente conversa sobre futebol, coisas da vida, fico descobrindo quem é ou foi casado, quem é viúvo ou separado - as mulheres são bom assunto de conversa... Lembro de um caso (se já contei, perdoem, mas vale a pena) de um senhor bem provecto com quem eu estava a conversar que, ao passar de uma donzela calipígia,  o mesmo ficou a olhar a traseira da mesma, sim, o rabiosque (a grande paixão nacional) e eu vendo isso disse, pretendo provocá-lo:  "tio, quê isso, tudo isso é ilusão!", e ele me perguntou, atônito -"Ilusão???"  "Sim", respondi, "tudo isso é ilusão!!", querendo dizer que pode ser bonito de ver, mas por vezes nos faz sofrer etc. Então ele replicou com a maior certeza dos inocentes - "Então quero morrer iludido!!"...

Mas, falando sério, alguns idosos me fazem lembrar meu pai, pelo semblante ou pelo olhar. Difícil segurar a emoção às vezes; fico a pensar se poderei cuidar do meu velho quando ele precisar, do jeito que ele merece, tão zeloso e amoroso ele foi com todos os filhos (na verdade, o é até hoje...) Temos que demonstrar amizade e amor àqueles idosos, coisa que desmonta qualquer prevenção ou desconfiança deles. Um abraço carinhoso, falar que eles são meus amigos e que torcem (bem, nem todos...) para o meu time, que ganhou o último jogo etc. são minhas estratégias para acalmar os mais renitentes que não querem ser barbeados. Mas o pessoal da direção do Asilo faz questão que todos fiquem 'apresentáveis', pois as visitas podem pensar que estão mal cuidados e isto seria uma injustiça - todos as atendentes e as irmãs de caridade  são devotadas a todos eles e elas (são 76 idosos em média) e é fato que a gente se afeiçoa a todos, uns mais e outros menos, mas todos são queridos. 

Que Deus me conserve para servi-Lo ainda por muitos anos nesta minha pequena atividade, que faz mais bem a mim do que aos idosos. Outro dia a Superiora do Asilo, Irmã Davina, um exemplo de Serva de Deus, quis me agradecer pelo meu serviço, mas eu a lembrei que devemos agradecer mesmo é ao Pai Celestial porque todos pertencemos a Ele, e somos todos servos inúteis - fazemos somente aquilo que temos que fazer. O fato é que Deus, em sua eterna Soberania, dispõe (pessoalmente, a cada um) o curso das coisas de modo a nos fazer aprender mais e mais o verdadeiro valor das coisas e isso, principalmente, quando Lhe servimos, mirando Sua misericórdia, mercê das inúmeras bênçãos que recebemos todo dia, sem o merecermos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Maravilha tecnológica...

foto obtida agora de
http://imagenspravoces.blogspot.com.br
(muito interessante!!)

Comprei-me um presente de aniversário: um celular mais refinado, para ter acesso a certas funcionalidades (além de falar ao telefone), como uma boa agenda de compromissos. Uso há tempos uma agenda de papel, mas confesso que minha letra é feia (problemas psicomotores na tenra idade??) e acabava ficando um horror (sem falar na tragédia que é perder a agenda!). Agora, tendo eletronicamente esta ferramenta à mão, no celular, posso registrar e recuperar agilmente a informação necessária, e sem feiume. E se perder o celular, meus dados estão salvos no meu computador principal. 

Estes celulares estão cada vez mais poderosos, como já comentei aqui. A possibilidades de conter variados aplicativos (programas específicos, de acordo com a necessidade de cada um) é enorme. E acaba virando também um terminal para trabalho (acessa-se facilmente a internet com determinados modelos) e diversão, com jogos, música, videos etc. 

Li  agora cedo no computador o jornal digital - de hoje - que assino (o Correio Popular, de Campinas) e lá consta, à página B-10 que nosso país possui já 258 milhões de linhas móveis, distribuídas por várias operadoras. Apesar do serviço de celular em geral não ser bom, é inegável nosso avanço. Eu me lembro bem quando ter uma linha telefônica fixa era um patrimônio, que se declarava no Imposto de Renda... Podia-se pedir um  terminal à provedora estatal, mas demorava anos para ser instalado, apesar de ter que pagar religiosamente o carnê. A primeira linha móvel que tive, da Telesp Celular, foi-me passada por documento lavrado em cartório! Meu aparelho era um 'tijolão', marca Motorola, e era uma caixa bonita, que se carregava numa alça, a tiracolo (existiam outros modelos menores, mas não eram potentes para funcionar como este no meu local de trabalho). 

Hoje esta ferramenta impregnou nossa vida de tal modo que arriscamos a dizer que certas criaturas 'não conseguem' mais viver sem ele... Muitos alunos ficam nas aulas digitando e consultando seus aparelhos (sem falar que volta e meia um celular toca no meio dos trabalhos), em vez de prestar atenção à aula. Muitos dos efeitos do telefone móvel na educação e em nossa sociedade como um todo ainda estão por ser mensurados.  Modernidades!

Nesta semana terminamos de corrigir o livro de memórias de um amigo, o Nathanael. Demoramos quase dois anos para registrar suas lembranças, em quase 200 paginas. Chegando mais perto do lançamento do mesmo eu conto mais detalhes. Foi um bom divertimento...

domingo, 14 de outubro de 2012

Dia do Professor!

Professor Girafales (Ator Rubén Aguirre Fontes)
Obtido agora de http://caras.uol.com.br

Amanhã é o meu dia 'profissional', mas não sei se tenho tantos motivos para comemoração. Meu trabalho não tem mais o prestígio de antes, bem, pelo menos aqui no Brasil. Veja na foto acima aquele que parece ser o professor mais famoso aqui atualmente... Quando eu era criança via a profissão com tanta deferência (lembro que eu tinha um tio professor do antigo Primário que era muito respeitado quando andávamos na rua) que eu me decidi por ela. Hoje, ser professor é motivo de piada, ainda que por vezes carinhosas, como a Escolinha do Professor Raimundo. Mas porque chegamos neste estado de coisas?

Um fator, creio, é a nossa propensão natural de esculhambar tudo. Sempre pensei que os militares levaram muito a sério a ameaça marxista aqui no nosso país. Você acha, vitoriosa a revolução comunista, que o brazuca típico, mesmo com sua 'adquirida' índole socialista (sei que generalizo um pouco, mas vejam hoje nossos petistas...), iria deixar de lado a Nossa Senhora Aparecida, o Padre Cícero ou o Carnaval? Se o brasileiro pode avacalhar algo, avacalhado será. O grau de amadorismo e irresponsabilidade que viceja aqui e acolá é espantoso. Quando a gente viaja para o exterior constatamos isto com muita clareza.

Outro fator é a complexidade desta pós-modernidade, deixando atônita e embasbacada desde a patuleia até as elites. Creio que a derrocada dos costumes contribuiu aqui, conjuntamente, um tanto para o desprestígio da educação - visto que esta parece não garantir mais a evolução do ser - mas por causa da complexão, instalou-se certo enfado - e desânimo -, pois não se consegue mais acompanhar, alcançar a velocidade das (constantes e velozes) transformações. < Algo me diz que já falei antes disso; se me repito, perdão! >

Quer ver um exemplo? Ontem estava a deambular no meu Kindle Fire (li jornal, revistas e papers, comprei livros, etc...) e parei quando achava que estava agindo como adicto... é fácil perder-se frente a infindáveis alternativas de navegação pela web. Mas dizem as notícias que, no futuro, todo e qualquer vivente terá um terminal deste tipo, oriundo da 'simbiose' entre computadores, smartfones e tablets, e tudo (vida pessoal, familiar e profissional) se dará/fará mediado por ele. Parece aterrador, em princípio, aos olhos dos mais velhos, mas para a molecada que vem vindo aí, será natural... Quem sabe se tudo isso, a avacalhação, o desânimo, o desrespeito, 'se supera' com as novas gerações!

Mas atualmente, com o desalento, decepção (principalmente com os políticos) e falta de expectativa de boa parte das pessoas, a Educação já não representa uma certeza, apenas (talvez) uma promessa, desgastada e sem perspectivas. E o principal operador da equação, o professor, fazendo parte do esquema, infelizmente. Alguns acham que a saída, dos tupiniquins aos tapuias, é o aeroporto, mas eu sou otimista (ainda).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Coração enganador e 'Niver'...

Profeta Jeremias
ilustração obtida agora de
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Hoje é o aniversário de minha segunda filha, a Mariana. Esta reflexão é em sua homenagem; já a acordei de manhã cedo lá em Petrópolis para a cumprimentar – relembramos coisas de sua infância, demos algumas risadas... Lembro-me bem das emoções de sua chegada em 1983; foi muito especial, ela tinha tanto cabelo que saiu do hospital com pitucho no próprio cabelo e, com os brincos portugueses nas orelhinhas, parecia bem mocinha!

Este post complementa dois outros que fiz, remetendo a perícopes do Profeta Jeremias, um dos meus preferidos, realizados em o6 dezembro de 2011 e 22 setembro de 2012 (quod vide). Neste último, eu iniciava citando Jeremias 17, 9: O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?  O coração do homem engana porque é passional, tendencioso, temerário (veja quantas acepções tem este último termo, um adjetivo, no Houaiss... sim, todos se aplicam aqui), e ganhamos muito quando nos aplicamos em domá-lo! Já avancei muito neste mister, mas sou reles aprendiz ainda... Ah, e quando lemos ‘e sua doença é incurável’, vemos que só podemos administrar esta natural deficiência, nunca expurgá-la. É resultado de nossa corrupção carnal primeva, intrínseca.

Mas não fiquemos somente neste versículo 9.  A perícope completa que quero ressaltar é Jeremias 17:5-10 (uso aqui a Bíblia versão NVI – Nova Versão Internacional):

Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.

Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém.

"Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.

Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto".

O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?

"Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras. "   (aspas conforme o original, inclusive quando incompleta)

Que ilusão confiar nos homens, nas pessoas que são imperfeitas e inconfiáveis, como nós o somos! Só redunda tristeza e decepção, o quanto mais nos iludimos nesta inclinação. Somos ‘malditos’ nisto, vivemos num árido deserto... mas abençoados quando confiamos no Senhor, e as promessas são acalentadoras. Ressalta-se: quando confiamos nos homens necessariamente nos afastamos de Deus. Ficamos ansiosos e temerosos, marcas do nosso tempo, em especial, mas já alertados para isto desde muito. E a razão para enganosamente confiarmos nos homens reside no coração, na mente que engana a si mesma, com suas ficções, devaneios, suas expectativas infundadas, suas ilusórias necessidades, momentâneas, carnais, sensuais, passageiras.

E a passagem se encerra com o que deveria ser o liame real de nossa vivência potencialmente endereçada ao cumprimento de nossa destinação: o fato do Senhor sondar e examinar nosso coração. Ele requer as adequadas intencionalidades, precisamente a volição orientada para Sua Lei, justa e intrinsecamente necessária ao nosso viver pleno. E a ‘recompensa’ aqui não deve ser entendida como simples mercantilagem entre senhor e  servo, mesmo como uma mercantilice espiritual – antes, trata-se da relação entre um Pai amoroso e sua prole, orientada, instada a realizar precisamente aquilo que lhe é melhor, e isto não somente para esta esfera finita, mas para toda a Vida.

(idem, ibidem)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O sonhar

ilustração obtida agora de
http://sonhoslucidus.blogspot.com.br

Eu queria discutir agora sonho enquanto conjunto - por vezes 'maluco' - de imagens, de pensamentos ou de certas fantasias que se apresentam à mente durante o sono, e não tanto sonho como sequência de ideias soltas e, por vezes,  incoerentes, ilusórias, às quais o espírito se entrega. Esta última concepção seria aqueles devaneios, expectativas que criamos, em geral bem mais alegres e afortunadas do que merecemos ou efetivamente lutamos por elas. Estas expectativas podem fazer parte de nossos sonhos, mas não são tão fundamentais assim para construir esta atividade natural que está incluída no dormir.

Faz tempo que penso nisso, pois não sei se por causa da idade, mas os meus sonhos tem sido cada vez mais 'amalucados" e elaborados, complexos, enredos que mereciam filme... O que vejo é que meus sonhos são muito criativos, engraçados, problemáticos e desafiadores. Tem sempre uma tarefa a realizar, percalços a sobrepujar, mas sem graves ameaças ou perigos nefastos. Não tem conteúdo que me envergonhe ou me faça menor perante mim mesmo ou os outros. Consigo ver muitas vezes, enquanto estou a sonhar, que aquilo tudo é um sonho, mas a história segue em geral como um cinema que desfruto magicamente, pois não sinto dor quando caio, não sinto sede ou fome e também não sinto cheiros ou outras sensações perceptuais mais radicais. Outro dia sonhei que realizava uma atividade que cumpri por muitos anos, com alegria: correr, exercitar por 15, 20 kilometros facilmente. Revivi a alegria e satisfação que era, apesar de averiguar que era um sonho. Hoje, por problemas de articulação de joelhos (resultado de desgaste, que fazer...) não posso correr nas ruas, somente corrida estacionária, usando aquele mini-trampolim, como disse aqui em outro post.

Os neurocientistas tem se debruçado sobre a temática e, ao que sei, esta atividade essencial de sonhar revela-se como uma construção natural do cérebro, um certo composto  emaranhado de coisas que pensamos durante o dia, também de coisas que estão guardadas na memória e também de coisas, parece, que estão ainda a acontecer (isto é bem polêmico, sei, mas que tem, tem... quem nunca teve sonhos premonitórios?). Desta constatação simples podemos inferir que o conteúdo do sonho revela em grande parte o que costumamos ficar pensando e considerando em vigília.  Se você pensa coisa boa, prática, teus sonhos refletirão isso; se costumas pensar coisas ruins, ameaçadoras, este conteúdo vai povoar teus sonhos, resultando em pesadelos e todo tipo de sonho aflitivo, aterrador. Obviamente tem aqueles sonhos que refletem abusos gastronômicos ou de substancia entorpecente (álcool, principalmente)  ou falta de ar quando se tem apneia, mas aí a explicação do conteúdo do sonho é manifesto: pesadelos 'fisiológicos'...

Não vou entrar aqui em considerações sobre origens subterrâneas destes maus sonhos, como se uma entidade ou homúnculo habitasse nossa mente ou espírito, e aproveitasse a noite para se manifestar. Este negócio de dizer que temos uma 'inacessível' vida mental inconsciente que por vezes aparece quando sonhamos é muito duvidoso, polêmico, e por mais que especulemos não chegamos a conclusão útil para, enquanto ferramenta, metodizar nosso viver (certas correntes em Religião ou Psicologia acreditam que sim...). Mas eu, pessoalmente, não creio que seja tão válido esta tecnologia toda que certos estudiosos desenvolveram: continua-se ao final e ao cabo refém de uma vida inacessível (que tem sua própria lógica...) que não formula ou revela liames fidedignos para termos certeza de estarmos no caminho certo do seu apropriado manuseio... 

Assim, creio que vigiar o que pensamos (e o modo como pensamos o mundo e o viver) é uma maneira de termos bons sonhos; do modo com que se considera a vida e o quê da vida se considera são os maiores componentes dos sonhos, de agora e doravante. Vejo que muita gente dá muita importância ao que se sonha, e se esquece da vida cons-ciente que vive e que, afinal, é o que temos (o viver, nossa particular vivência) mais à mão para exercitarmos cônscia e refletidamente a Razão, ponderando como podemos autonomamente dispor de nossas faculdades e recursos para a passo e passo evoluir, desenvolvermo-nos na realização do potencial de cada um, aperfeiçoando nossa práxis diária.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Resfriado...

foto obtida agora de
http://saude.hsw.uol.com.br/prevenir-gripe2.htm
(tem ótimas informações sobre o assunto...)

Demora comigo, mas acontece com cada um: constipei (por favor, entenda aqui a acepção 2 do Dicionário Houaiss Eletrônico, 2009; a primeira acepção, graças à Providência, nunca ocorreu comigo...). Mas a boa notícia é que fico pouco indisposto - a alimentação sadia nos protege, determinando que nosso organismo tenha um poder de regeneração bem eficaz. É só deixar passar a semana regulamentar; nem remédio tomo, no máximo aspirina de 6 em 6 horas, e olha que é bem eficiente; eita remedinho bom!

Antes de divertir aqui no blog com estes mementos (sim, posto que também escrevo a mim mesmo para futuro, como que estabelecendo marcações para averiguar a evolução do que penso e sinto) estava a enviar para meu arquivo 'virtual' (Amazon Cloud Drive) Kindle diversas matérias que vejo aqui e ali, apostilas, palestras e aulas. Estou criando um banco de dados de ideias para ser acessado de qualquer lugar, de qualquer equipamento. [Bom programa para entreter a minha velhice, assim imagino...] Incrível isto que estes americanos criaram. Que país único realmente são estes Estados Unidos; são tão grandes e diversificados que eles brigam entre eles mesmos, como se o resto do mundo não existisse (talvez resida ali uma das causas porque muita gente não gostam deles. Mas isto é injusto, tem MUITO americano bom; eles já ajudaram e ajudam a muitos povos e nações). 

Até o fim do ano a Amazon vai entrar aqui, com comércio de livros, principalmente os eletrônicos. Espero que seja algo bom; de qualquer maneira o mercado vai regular, ao fim e ao cabo, isso se as autoridades não atrapalharem muito, como costumam fazer.

Gente, que comédia de costumes o que ocorre na mais alta corte de justiça de brasólia, neste julgamento do mensalão (como o povo chama a Ação Penal 470)... Me refiro tanto ao comportamento de alguns ministros, como à falibilidade do julgamento humano, ainda que travestido (assumir aqui também acepção 2 do Houaiss, por favor...) de saber rigoroso, e ainda que metódico e assentado em doutrinas sólidas (bem, mais ou menos sólidas, posto que polêmicas)... Quanto mais assisto alguma ou outra fala (e réplica) dos egrégios ministros, mais me assusto. Que o Pai Celestial me poupe de um dia vir a sofrer nos meandros da Justiça...

Falta somente um mês para terminar as aulas; depois vem as provas semestrais e exames. E acaba o ano, sendo que este aqui foi o que mais rápido transcorreu, segundo vejo - é sinal que mais velho fico, a cada vez. Que bom, esta é a melhor fase da minha vida; nunca fui tão feliz como agora, talvez só quando meus filhos nasceram. Não, eu não fiquei feliz como do nascimento de meus filhos quando me casei (foram 3 casamentos, na igreja e no Cartório. Sim, sou a favor do casamento...). Com Bilú foi muito especial, em todos os sentidos, mas se tenho que comparar, na hora (foram 4) que meus filhos e filhas nasciam tudo era 'celestial' para mim. Mas em termos de fase de vida, em sua processualidade e globalidade, este estágio depois dos 50 anos é a melhor -  a nossa mente fica mais 'poderosa' para avaliar tudo com mais proficiência; a gente elimina muita bobagem a que o pensamento se apega! Nelson Rodrigues, se não me engano, estava certo - jovens, envelheçam!!