A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

domingo, 28 de agosto de 2011

Minha oração (é para ser lida quando eu me for desta esfera...)

Foto obtida hoje de
http://michelleramos.wordpress.com/2011/08/14/pai-reflexo-de-deus/
(veja que blog gostoso de se ver...)


          Santo Deus, que habitas no Céu, Santo é o Teu Nome, seja para sempre louvado! 

        Te reconheço, Deus de amor, Soberano e sumamente misericordioso, perdoador e paciente com tua criação, e comigo, em particular. Te agradeço, Pai Celestial inicialmente por ter-Se revelado a mim, em toda Sua misericórdia, que sei que não mereço. Te agradeço pela Palavra que colocas profusamente à minha disposição, exemplificada em tenra idade pelo pai e mãe com quem me abençoastes, e tão bem ensinada nestes últimos dias pelos teus oráculos. Te agradeço, Pai, pela saúde e discernimento que me concedeste, pela porção de inteligência que me agraciaste, ainda que tão imperfeita e limitada, mas o suficiente para saber de modo claro o quanto És bondoso e benigno para comigo e os meus, sem que tenhamos feito e façamos nada para isso. Te agradeço pela família que me deste – meus pais e irmãos - e a família que formei, com Tua ajuda, ainda que eu não tenha sido mordomo zeloso. Te bendigo, Deus Eterno, pela esposa formosa que, qual dom inefável, me coroaste. Te agradeço com toda minha alma pelos filhos que me cingiste, qual tesouro só a mim concedido. Agradeço os meus sentidos, que tanta alegria me dão quando apreciam a Beleza de toda a Tua Criação, em especial pela música e toda a Tua Natureza; agradeço meu lar, meu trabalho, Teus bens e recursos sob minha guarda; Tua imensa paciência em me ensinar a cada momento, com uma ternura (e ouso dizer, meu Pai, muitas vezes, com divertida elegância) que é só Tua. Te agradeço pelos Grupos de Oração que eu participo, quando podemos oferecer nossas intercessões e compartilhar os tesouros do Evangelho. Te agradeço, meu Eterno Deus, pelas provações que perpasso, tão pequenas, tão preciosas, tão poucas pela minha necessidade de aprender, e tão educativas, ainda que eu seja tão imperfeito e ingrato.

          Peço-Te humildemente, Pai querido, que não olhes para a multidão de minhas imperfeições e pecados; antes, envia teu Santo Espírito para que eu nunca endureça uma grama meu imperfeito coração; que assim eu tenha mais e mais minha Fé aumentada, pois sou muito fraco e carecido de Ti, ó Pai de Amor. Ajuda-me Ó Deus onipotente, pois tenho tanta desmotivação com as dificuldades que vejo em meus relacionamentos mundanos, em especial os profissionais! Ajuda-me, Ó Pai, e nunca permita que, por minha falta, uma alma se afaste de Ti. Peço por meus filhos e netos que vivem tão longe de mim; ampare-os, e envie teu Santo Espírito aos seus corações, para que nunca se apartem de Ti, e que saibam sempre Te honrar, como mereces. Peço-Te pela minha Ruth, Tua filha dileta e tão carente de Teu amparo, Deus Eterno. Dê-me forças para eu poder sempre, dentro do Convênio de nosso matrimônio, ser merecedor desta alma que concedeste ser minha companheira nesta esfera. Peço-Te pelos meus Grupos de Oração, fortalece-os e envia Teu Santo Espírito para que Ele sempre presida lá os nossos trabalhos. Me concedas sempre poder pertencer a uma congregação que seja apascentada por um Pastor que seja realmente vocacionado no Santo Ministério, que atente para as tuas ovelhas como Tu o requeres. Usa-me, Ó Pai, na tua Obra, para que eu possa ser efetivamente sal nesta terra.

          Livra-me Ó Pai, das ilusões deste mundo enganador, e coloca em minha alma um espírito benigno, conciliador e manso. 

         É o que Te agradeço e peço, Ó Deus Eterno, e deixo isto no Sagrado nome de Nosso Senhor e Salvador, Mestre e Redentor, Jesus, o Cristo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eleção de Síndico e mais um niver...

Foto obtida hoje via google no endereço:
http://arnholdt.wordpress.com/wallpapers/5372_sea_wallpapers_53721024_768/
Fotógrafo: Henrique Arnholdt - Publicado originalmente em abril 7, 2008


         Que foto mais linda, grande sensibilidade! Gosto de pesquisar fotos (em especial de paisagens), e aproveito para sugerir ao pessoal sites bens construidos, que merecem ser vistos.

         Hoje estivemos em Campinas, para mais um aniversário da mommys, como diz o Luciano. Todos os filhos estavam lá; foi divertido como sempre, e com fartos pitéus. Incrivelmente (pois outros manos dão habitualmente o tom hílare dos encontros) a nota do dia foi dada por este amanuense. O que ocorreu é que a casa da Lia (foi lá o 'convescote') tem uma porta de vidro temperado que vai do escritório interno à edícula nos fundos, onde minha irmã tem sala de aula. 'Já viu', não?... imaginei que a mesma estava aberta e bati com certa intensidade minha fronte e parte do narilão (êpa!) na região mediana da referida porta, ocasionando certo ribombo que ecoou pela casa (bem, todos assim disseram ter ouvido o baque). Temi que o vidro se quebrasse mas, pelo testemunho de várias pessoas que já bateram cabeça anteriormente na mesma peça arquitônica, o adereço é "reforçado". Perguntei, óbvio, porquê até hoje ninguém tinha aposto sobre a tal superfície transparente, diáfana, uma (reles que fosse) fita colorida, de modo a advertir do perigo inocentes como eu e, assim, prevenir-nos de estatelar (no sentido físico e figurado) ante inusitada, insólita experiência... Lia e seu esposo não souberam fornecer os pertinentes motivos. O fato é que fui muito fotografado com o 'galo' na testa, prontamente diminuido com gelo, aplicado pela minha querida e devotada consorte. Parece que, ao fim e ao cabo, o pessoal curtiu minha desdita...

          [Que bom ver meus pais com saúde, bem como meus irmãos, sobrinhos e amigos. Quantas graças recebemos da Providência a todo momento! Oro sempre agradecendo, e rogando ao Pai Celeste que aumente minha Fé... Estou terminando o estudo do quarto volume das Institutas, de Calvino. 'Tem horas' que não consigo parar de percorrer as folhas, tanta a beleza da argumentação do Teólogo]

          O 'niver' foi da Firmina, mas ganhei do marido da Lia, o solícito Thomas, uma cópia de um CD com peças (quarteto de cordas) de Haydn; um sapato que Luciano comprou e não usou - um mocassim 'ajeitado' - e uma grande TV de tela plana, visto que a Lia adquiriu uma nova. Vamos dar uma das nossas aqui de presente, possivelmente para um parente da Ruth... Em nossas reuniões sempre trocamos mimos (Luciano gosta do termo) uns com os outros; meus irmãos são muito generosos, em todos os sentidos. Devemos esta qualidade aos meus pais, que sempre foram magnânimos, em tudo.

          Acabo de fazer uma prova, on-line (via web), no curso de Teologia do Mackenzie. Temos mais uma semana desta disciplina - Estudos nos escritos joaninos -  e falta somente uma matéria para terminar minha segunda pós-graduação na área da Teologia Reformada. Que farei depois?... Acho que um pós-Doutorado se impõe agora - vamos pesquisar.

          Esta semana fui eleito para um segundo mandato de Síndico do Condomínio onde moro. Desta vez temos um grupo de moradores que se comprometeram no sentido de auxiliar na administração de nossa 'vila' - são 96 apartamentos! As providências mais intrincadas já foram dirimidas na gestão anterior; desta vez temos mais chances de realizar um trabalho excelente. O curioso é que ninguém mais se candidatou; fico a pensar que se eu não me dispusesse, ficaria por um bom tempo uma certa lacuna legal, pois o pessoal foge de tal incumbência como o temba, o capeta, o mofento, o grão-tinhoso, o rabudo, da cruz... Que tempos!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Beatitude...

Gravura obtida nesta data deste site: 
http://gainesvillecw.org/2008/02/04/the-beatitudes-part-ii-matthew-57-12/

          Hoje tive novamente aquela experiência de extrema calma, serenidade da alma, trazida à nossa mente pela recorrente contemplação das inefáveis Graças que recebemos diuturnamente da Providência. Vou ilustrar com os dois principais eventos (sempre acontece muitos...) que me ocorreram hoje.  Havia anteriormente levado uma gravura para um ateliê de quadros, para receber uma moldura. Voltei à loja depois de 2 semanas e ainda não haviam feito nada... Antigamente eu passaria certa descompostura na pessoa que havia combinado comigo a manufatura do serviço, mas optei por outra conduta (confesso que estudar a Palavra via As Institutas, de Calvino, me convenceu efetivamente da lorpice de muitos de meus atos em relação aos maus procedimentos do próximo a meu respeito...). Peguei a tela e fui buscar outro fornecedor de serviço (na verdade, dei a entender educada e calmamente ao atendente - estimo que deva ser o dono do empreendimento - que, de certo modo, o invejava por ele não estar precisando agradar sua clientela, visto que deveriam ser muitos...) entre os seus concorrentes.

          Quando contratei os serviços de outra empresa foi que vi que Deus tinha outros planos para mim (apesar da tentação de aborrecer-me com a falta de profissionalismo da casa anterior)  posto que sempre oro ao Pai Celestial para que dirija meus passos e me conduza em sua Santa Soberania, à qual me submeto (tenho sempre em mente este compromisso) inteira e  humildemente. Este novo profissional propôs realizar outro tipo de serviço, melhor, mais bonito e mais barato... Parece até coisa "sem noção", incompreensível...

          Eu estava já ali bem grato a Deus pois, nas horas anteriores, tinha presenciado o Poder de Deus em nosso (meu) favor. Eu fiquei preocupado e agoniado neste fim de semana, antevendo que deveria realizar um trabalho periódico que tenho (junto de uma pessoa mal-educada, atormentada e grosseira, creio que ótimo exemplo de parvenu, pessoa rempli de soi-même) de realizar em certa instituição  de caridade de  nossa cidade. Eu orei ao Pai Celestial que me orientasse em Sua Sabedoria, que me desse calma e paciência para atuar junto a alguém manifestamente boçal.  Sabe como é ter que trabalhar, por pouco tempo que seja, com alguém que parece lhe temer por um motivo obscuro, de um modo que a faz ficar provocando aqui e ali situações de altercação, de desinteligência, por bobagens? É minha ocasional situação. É algo penoso, mesmo para um profissional de Psicologia, acostumado a lidar com cavalgaduras. Pois não é que, hoje,  esta criatura até me cumprimentou no início da jornada, e despediu-se ao fim do trabalho de modo educado, não criando celeuma como do último evento (e veja, ainda por cima, em frente de clientes)? Eu e minha equipe 'não acreditamos' na súbita mudança de atitude comigo por parte daquela alma apoquentada, supliciada. Eu, no íntimo, sei o que ocorreu.... E sou grato ao Pai Celeste pelo livramento!

          O fato é que, em especial nestas coisas simples e aparentemente banais, que  me vejo revelado como o Pai Celeste  interfere, dirige, conduz as coisas, ensinando-me, mediante estes eventos, de modo amoroso e particular. Vejo o dedo de Deus em tudo. Maravilho-me como Ele tem paciência infinita neste 'mister'... Vejo como a oração é-nos sempre respondida por Deus. Fico a cada dia mais confiante na Fé que abracei. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos pais...


Livia e eu, há pouco...

          Hoje fomos a Campinas, Ruth e eu, comemorar Dia dos Pais com Geraldo, Firmina e meus manos (Luciano ficou em São Paulo com a Ines-quecível; curiosamente dois dos seus filhos estavam lá também...). Semana que vem vamos voltar lá pois é o aniversário de minha mãe.

          Pensei que iria ser mais um Dia dos Pais passado 'em branco' para mim, mas vi que tinha uma ligação de Livia ontem mesmo no celular (não pude atender pois estava visitando um casal amigo - nem levei o aparelho) e hoje cedo falei com ela; disse que tem uma cartinha para mim e vai me enviar pelo correio. Marília ligou dos Estados Unidos via skype e batemos um papo. Mariana ligou de Petrópolis, Rio de Janeiro (terra do sogro dela) quando cheguei a São João da Boa Vista no fim da tarde. José Geraldo deve ligar até a noite (mas ele tem viajado muito em seu novo trabalho, por diversos estados americanos) se ele puder, mas em todo caso nos falamos outro dia - inclusive por e-mail trocamos idéias sobre a viagem que estamos planejando realizar para lá, para conhecer nova neta que vai nascer no fim do ano.

         Invejo (no bom sentido) os pais que tem a bênção de ter seus filhos junto de si. Já comentei aqui a cruz de viver apartado dos rebentos. Costumava ficar triste, mas o Pai Celestial me acudiu, esclarecendo os fatos como são. A realidade é que devemos em tudo dar graças, e Deus, em Sua Soberania, dispõe tudo em nosso proveito, mesmo que não realizemos (à hora) esta intelecção. O que aprendi é que temos que ter muito cuidado em sentir pena de nós mesmos ou nos agitar, indignar com o que se nos acontece visto que, no mais das vezes, nós mesmos nos provocamos, nos determinamos nossas provações, nossos tropeços ou embaraços. Tremo quando vejo alguém praguejando, ou até mesmo blasfemando contra a Providência...
 
          O alicerce de uma família feliz começa com uma (auto)conciência firme do pacto que um casal estabelece entre si, como o representado pela nossa tradição cristã. Eu tive o privilégio de observar isso desde cedo, pelo exemplo que meus pais deram. Ainda que todos tenhamos as dificuldades normais de nossa natureza decaída (pelo nexo de Adão) podemos, com a Graça de Deus, suplantar nossas inclinações e construir, pelo diálogo e o cultivo de virtudes, as condições para manter um Lar onde as pessoas cresçam, amadureçam e frutifiquem. Agradeço a Deus a Família com que me abençoou. Oro a Ele para que conserve por muitos anos meus pais e irmãos, com saúde e alegria. Quando a poeira do tempo se dissipar por aqui, em algum lugar teremos a memória de tão favorecida e agraciada convivência.

Família Geraldo Vieira Dutra, na casa de Rio Claro (SP),
há uns bons anos atrás (eu já fui cabeludo...)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Reunião de Oração e saudade...

Alianças do meu casamento com Ruth

          Hoje estive na reunião de oração que frequento às segundas feiras (16 horas), um dia na casa de cada membro. Foi especial, ouvimos orações belíssimas - hoje fomos à residência da Pitty e do  seu esposo Fernando. Às quintas feiras, eu constituí um outro Grupo de Oração aqui no condomínio, que se reúne às 20 horas, no meu apartamento. Temos tido ótimas vivências, e as pessoas que tem comparecido em ambas as reuniões são muito especiais. Que Graça inestimável poder participar de um Grupo de Oração semanal!

          Orar é, além de um Mandamento, um privilégio. Como esclarece João Calvino nas Institutas (capítulo X nesta edição original de 1541, traduzida pelo Reverendo Odayr Olivetti de obra publicada em 1936 em Paris), oramos, primeiro, a fim de que o nosso coração seja inflamado de um veemente e ardente desejo de buscar, amar e honrar sempre a Deus, o que nos fará habituar-nos a ter nele o nosso refúgio em todas as necessidades... (pag. 93, III vol.) e também a fim de que sejamos habilitados a receber suas bênçãos com verdadeiro reconhecimento e ação de graças, visto que, pela oração, somos advertidos de que elas nos vem de sua mão (nota de rodapé: Salmo 45, v. 2, 6 e 7); ... a fim de que a sua providência seja confirmada e aprovada em nosso coração, na medida da nossa pequena capacidade, sendo que nós vemos que Ele não somente promete jamais abandonar-nos, mas também nos dá acesso para buscá-Lo e lhe fazer súplicas quando há necessidade (idem, ibidem).

          Quanta erudição, quanto esclarecimento! Recomendo a leitura das Institutas a todos os crentes sinceros que desejam conhecer verdadeiramente a vontade do nosso Pai Celestial. Como Calvino escrevia bem, quanta clareza e proficiência. (Minha próxima meta de leitura é  rever com minudência a Teologia Sistemática, de Louis Berkhof - tenho a 3a. ed. revisada, em português, pela Editora Cultura Cristã, 2009 - também traduzido pelo nosso querido Odayr Olivetti. Todo  crente reformado que se preze deve ler, além da Bíblia, estas 2 citadas obras...)

          Neste mundo caótico, mutante ao extremo e confuso aos olhares mais atentos, interceder, orar a Deus, em nome de Cristo, é nosso porto seguro, uma experiência que provê paz e refrigério...

 Lourdes Pereira Barroso

          Uma última palavra. Dia 12 agora completa-se mais um ano do passamento de minha querida sogra, o que nos faz todos tristes, principalmente Ruth. Lamento não ter podido 'curtir' mais esta cara senhora, tão voluntariosa (mas sem o egoísmo/egocentrismo) e ciosa dos seus. Dei muita risada com ela - adorava me deixar 'sem graça' com as coisas que dizia; eu a 'provocava' e ela sempre tinha uma 'tirada' inesperada, ficando impossível não gargalhar com suas observações... Uma figura cativante, que marcava a todos que a conheciam; era também uma espécie de Doutora Honoris Causa em Artes Culinárias... Sua casa em São Paulo vivia cheia de pessoas que a visitavam, dia e noite (dizia-se que a porta da frente 'nunca'  permanecia fechada!) Está nos braços do Senhor - sei que Ele foi o primeiro a abraçá-la, depois que ela abriu os olhos na Eternidade -  pois era uma crente fiel. O que mais me marcou (além dos acepipes inesquecíveis...): adorava cantar hinos sacros com sua bela (e portentosa) voz. Saudades!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Conhecemos Nicolle! (clique nas fotos para ampliar...)

Avô corujíssimo e sua mais nova queridinha

          Neste fim de semana passado fomos Ruth, Lívia e eu para Campinas (sempre ficamos no super apê do meu pai, no bairro do Cambuí...) pois, no sábado, houve rega-bofe (nossa, que termo antigo, segundo o Houaiss, apareceu em 1560 - sim, estou velho mesmo!) na mansão do mano Sérgio, capitaneado com a costumeira competência gastronômica pelo cunhado Neyroberto.


          Lívia adorou a sobrinha; ela tem outras priminhas e sobrinhas do parentesco materno, e todas se dão muito bem com ela. Lívia tem muito jeito com crianças, mas Nicolle também é muito dócil: vai no colo de todos e fica apaixonando quem está perto com seu charme. Fiquei deslumbrado apreciando a nenê olhando a cada um com um rosto muito meigo, já tão delicado e encantador. Fiquei muito orgulhoso; vi nela muito da sua mãe, minha primeira filha Mariana, charmosa e meiga.

          Olha a turma aí. Este modo de segurar bebês é bem apreciado pela nenezada - meus filhos adoravam, todos. Nicolle ficou cantarolando todo o tempo que fiquei com ela assim. Leonardo, o pai, também muito 'coruja'... Mariana revela muita desenvoltura com a filhinha, apesar de ser a primeira... tomara que outros venham logo, a 'fôrma' está super-aprovada!!!

   
          Os bisavós Firmina e Geraldo, também  muito orgulhosos e felizes em conhecer a fofura. Que família linda este casal soube construir. Somos 5 filhos com seus respectivos cônjuges (menos Luciano, que tem a namorada Inês) e um monte de netos - e bisnetos! Costumamos dizer que o Neyroberto, esposo da nossa querida irmã Lúcia, é o nosso 'sexto' irmão, pois soube cativar desde cedo a todos com sua simpatia e imenso, generoso coração. Ele é o tipo de pessoa que, se tiver algum defeito, fica tão pequeno perto da enormidade de suas muitas virtudes... Já o Serginho é o irmão mais querido de todos os filhos do casal Geraldo-Firmina. De imenso coração também, e incapaz de entristecer alguém, ético, afetuoso, gentil e prestativo. Estes dois, quando se juntam com a irmã Lia Cristina, animam qualquer festa... Pessoas que fazem muito bem estar perto! Agradeço a Deus todos os dias ter nascido nesta família.

Serginho, Neyroberto (eles subiram na escada, atrás) e eu

Ruth, eu e Lívia, filha querida

          Oro ao Pai Celestial para que nos reencontremos logo; a gente fica com 'rápidas' saudades de todos. Dependendo de como enfocamos nossa vida, ela pode representar-se triste, frustrante; prefiro sempre agir para ver o "copo meio cheio" pois, se atentarmos bem, somos MUITO abençoados, todos os dias, pelas gratuitas graças de nosso Deus. E uma grande bênção consiste em termos uma família, aquela que a gente veio, aquela que originamos...

sábado, 9 de julho de 2011

'Esfinge' (ou minha Mona Lisa), fábula e outros comentários.

Ruth Barroso - meu arquivo pessoal

          Sim, é Bilú, em foto normal (ela pediu para não colocar, sabe como é mulher vaidosa; mas é ela, 'total', misteriosa, uma 'Mona Lisa' com estes olhinhos tristes que me cativa, e é a ilustração do que quero iniciar este post) do dia-a-dia. Uma mulher como as outras, mas tão especial - minha esposa! Disse dos olhinhos tristes porque ela tem tantas memórias e lembranças que me esconde, como uma esfinge a ser decrifrada - pergunto a ela a razão da tristezinha e ela nunca me diz (bem, às vezes sim, depois de muito implorar...). Mas o normal é ve-la enigmática,  sorumbática, ensimesmada, em vero solipsismo. Entendo-a. Vivi muitos anos da adolescência assim, organizando meus pensamentos confusos, mesclados. Passava horas no quintal de casa (que saudades da rua 3, #95, em Rio Claro, em frente ao Velo Club; um dia preciso fazer um post desta casa, onde moramos por 45 anos...) cogitando, cismando  (penso que nestas fases muitos se viciam em cigarro ou bebida ou algo pior - é complicado confrontar-se; felizmente, pela Graça de Deus, tive pais ótimos que pavimentaram bom caminho, sem perigo de desvio ruinoso, como tanto se vê hoje em dia). Mas o assunto é Bilú: que rica vida interior, seguramente! Mas ela não compartilha muito, a não ser que eu me aproxime com jeito e na hora dela, que coisa!  Mas vale a pena; que bom seria se tivéssemos nos encontrado antes - era com ela que eu tinha que ter minha prole; estariam todos perto da gente, e ambos curtindo nossos netos e uma vida como deve ser, não esta solidão de casal que ninguém nota, ninguém priva... Paciência.

toalhas de fio barbante (por Ruth Barroso)

          Vejam estes caminhos de mesa. Fotografei-os pelo celular Nokia agora cedo. Clique na foto para ver melhor os detalhes. Imagine que Bilú elabora estes intrincados trabalhos numa tarde!  Que velocidade... Ela maneja a pequena agulha com tanta maestria que fico embasbacado. Ela diz que aprendeu com sua querida avó Maria (de sua mãe Lourdes, minha querida sogra - já vi Bilú fazendo de olhos fechados os complexos pontos!) e que é sua 'terapia' - quase a invejo. Tenho as minhas terapias também, como escutar hinos sacros antigos (tenho 20 CDs instrumentais,  presentes de minha querida filha Marília quando fui a visitar nos Estados Unidos,  são quase 400 preciosas obras musicais) ou ler, ler, ler... (antes, montava aviões em miniatura e aeromodelos de madeira de balsa, e colecionava moedas quando criança; na faculdade, fumava cachimbo).

          Continuo relendo, estudando As Institutas da Religião Cristã, de João Calvino, sua obra prima.  Que obra maravilhosa, quanto esclarecimento. Estou no volume II (são quatro) realizando novamente ali a intelecção sobre o arrependimento. Aprendi muito sobre o perdão divino e sobre o confessar  de nossos pecados. Como saber com clareza sobre a Vontade de Deus se não nos aplicarmos a desvendar, mediante nossa limitada mente, a Palavra? Graças dou ao meu Pai Celestial ter chamado a Calvino para nos ajudar, com sua imensa erudição e disciplinada argumentação, a controlar nossa mente carnal e incompleta inteligência, colocando em ordem cristalina e inequívoca o santo ensino, de modo a que possamos discernir o Plano que Deus tem para nós, sem desvios das nossas crendices e desejos pessoais! Que santo privilégio termos As Institutas em nossas mãos! É o melhor livro, depois da Bíblia... Para mim, consigo entender de modo explícito, evidente, a Palavra, sob Calvino e suas meditações e preciosa reflexão fundada  somente nas Escrituras. Uma alma santa, alçada pelo Pai em nosso favor, como Agostinho, Lutero e tantos outros.

          Agora, uma fábula. Escolhi hoje a de número LXVI, do libreto já citado em outros post. Chama-se O Vento e o Sol. Conta a quimera que... Certa vez o vento e o sol tiveram uma discussão sobre qual era o mais forte dos dois e então concordaram em resolver a questão por meio de uma competição: aquele que primeiro fizesse um viajante tirar seu paletó seria reconhecido como o mais poderoso. O Vento iniciou e soprou com toda sua força, levantando uma rajada de ventania fria e aterradora como uma tempestade do Alasca. O mais fortemente ele golpeava, mais apertado o viajante segurava em si seu paletó com as mãos. Então o Sol surgiu, e com seus raios abundantes dispersou as nuvens e o frio. O viajante sentiu a súbita mornura e, assim como o sol  foi brilhando mais e mais, ele sentou-se, dominado pelo calor e, abrasado,  jogou seu paletó ao chão.

          Dessarte, o Sol foi declarado vencedor e, desde então, a persuasão é apreciada em mais elevada estima do que a força. Realmente, um alvorecer luminoso ou as gentis maneiras abrem mais prontamente o coração das pessoas do que todas as ameaças e a força de uma tumultuosa autoridade. 

          Gosto desta fabela pois encerra precioso ensinamento - temos que aprimorar os modos pelas quais a alma humana é alcançada, mesmo as mais encapsuladas e renitentes em se desvelar (em especial as femininas...). Que esfuziante desafio! Mas o importante é auferirmos  a regra geral de que mais vale usar a razão, a calma e a persistência (o que se nos custa...) para demonstrar ao próximo o acerto de nossas idéias (o quanto seja, cremos,  errônea a do outro) do que fazer, como muitos, por preguiça ou impaciência ou incapacidade, uso da força, do 'argumento baculino' (de báculo...).

Ruth e uma de suas melhores amigas,
a sua colega de faculdade, a querida Lígia.
( foto por Lucas V. Dutra )

sexta-feira, 1 de julho de 2011

As Lebres e as Rãs; fim de semestre...


Gravura obtida nesta data de 
http://ailhadaspalavras-alvarinhos.blogspot.com

          Hoje, fuçando no google images - que faríamos hoje sem o Google? - para ilustrar esta fábula (nro. LXIV do libreto - página 67 - já evocado anteriormente...) achei a acima colocada; inclusive a autora do despojado mas atraente blog também comenta (com foco diverso) esta mesma fábula. Estou curtindo muito esta série, pois descubro sites interessantes pela web!

          Diz a narrativa alegórica que ... desde que as lebres eram continuadamente ameaçadas pelos inimigos à sua volta, certa vez fizeram uma reunião para debater sua lamentável condição. Consequentemente, elas decidiram que a morte seria mais preferível à sua desesperada situação e saíram para um lago próximo, determinadas a se afogarem como as mais miseráveis e desgraçadas das criaturas.

          Ocorreu que um grupo de rãs estavam assentadas à margem do lago, admirando o luar, e quando ouviram as lebres se aproximando, assustaram-se e saltaram às águas em grande alarido e confusão.  Vendo o rápido desaparecimento das rãs, uma das lebres gritou às companheiras: 'Parem, amigas! Nossa situação não é tão desesperadora como parece! Existem outras pobres criaturas ainda mais covardes que nós!' O  compilador aduz a máxima, fechando a narrativa: "Lembre-se, não importa quão infeliz você seja, haverá sempre alguém que não gostarias de estar  no lugar dele... "

          Muitas lições cabem nesta fabela. Para mim, a mais óbvia é o fato de sermos por vezes pouco indulgentes conosco mesmo, exigindo de nós mesmos perfeição e realizações ótimas em todas as situações. Não nos perdoamos errar, não ser realizador ou competente. Comparamo-nos com os outros, e sempre vemos pessoas 'melhores' que nós, nisto ou naquilo, com mais ou mais vistosa fortuna, etc.   O fato é que sempre encontraremos pessoas melhores (e piores, também) que nós, não importa com o que nos comparemos e com quem... O problema é então a malévola tendência de ficar comparando a todo momento. Nosso foco acaba na constatação de coisas 'resultantes',  das quais desconhecemos precisamente a processualidade que levou ao resultado que estamos a comparar. O foco deveria ser em nosso comportamento - como aperfeiçoa-lo paulatinamente, de modo que a recompensa seja uma decorrência natural. Quando se olha somente resultados, corre-se o risco que julgarmo-nos miseráveis, incapazes, despossuídos, desprezados, etc...

          Quando se cultiva a virtude da humildade, aprendemos logo que tal disposição de ficar comparando é lorpice. Da comparação surge inveja e outros sentimentos perniciosos que obnubilam nosso entendimento, enredando-nos num cipoal difícil de discernir. Mas se olharmos ao outro e vermos que estamos todos juntos 'condenados' a viver num mundo  dado, que recebemos 'pronto', cada um na sua pessoal condição, poderemos divisar que podemos suplantar nossas imperfeições naturais, esperadas, habilitando-nos  de um lado à solidariedade, ao companheirismo, à mútua instrução e, de outro, à sábia apreciação do que  efetivamente somos aqui e agora, e assim poder planejar a pessoa que desejamos ser. Nossa vida, nossa existência, é determinada por aquilo que planejamos ser, pois livre-arbítrio, se o temos, constitue nossa principal natureza - poder decidir quem queremos ser.

          Fim de semestre letivo. Passou depressa mesmo desta vez! (dizem que quando o tempo corre célere é sinal inequívoco de nossa ancianidade...) Espero que consiga descansar neste julho da faina escolar. Outro dia estava comentando com um amigo, veja só, sobre aposentadoria, e ele me disse que, se pudesse, tinha já se aposentado 'ontem', dada a canseira que as relações interpessoais hodiernas determinam. Cansa-se demasiado porque as pessoas não são polidas como antigamente; ser tosco, rude hoje parece ser 'normal' no trato comum. Concordo com o colega - vejo isso em sala de aula muitas vezes, e também pelos corredores da escola, nas ruas, na igreja! A saída para problemas que temos é culpar ao próximo, ou a sociedade, ou ao governo, ou a Deus. Quão sábio aquele cientista que esclareceu que a inteligência abarca muito mais dimensões do que pensávamos, sendo a emocional a primordial. Eu creio que esta dimensão (inteligência emocional) precisamente organiza, estrutura as demais, pelo menos no trato interpessoal. É muito cansativo hoje em dia conviver! E o pior, quanto mais velho se fica, menos paciência parecemos ter, daí o cansaço (ou será o famigerado fastio, o antojo, o enfado, o tédio??)...

domingo, 19 de junho de 2011

Hércules e o carroceiro

foto obtida de    http://cantodecontarcontos.blogspot.com    hoje!

          Do libreto de fábulas... 'Um fazendeiro estava guiando de modo negligente sua carroça ao longo de um caminho barrento quando as rodas ficaram emperradas, imersas na lama, deixando assim os cavalos paralisados. Vendo isso, o homem caiu de joelhos e começou a rezar para Hércules vir e ajuda-lo, sem no entanto fazer o mínimo esforço para livrar o veículo. Hércules respondeu ao carroceiro dizendo que ele deveria colocar seus ombros nas rodas, e lembrou-o que os céus somente ajudam àqueles que tentam ajudar a si mesmos'. O compilador finaliza com a máxima de que podemos orar o quanto for; se não aprendemos a ajudar a nós mesmos, todas as nossas preces serão ignoradas...

          Vejo aqui como uma verdade celestial, que podemos aprender na Bíblia, também é de conhecimento geral, acessível às pessoas comuns, tão verdadeira e eterna ela é. Mas vejo que nossa inteligência paradoxalmente nos incapacita, por vezes, de vermos o que precisamos fazer de mais precioso a nosso favor!

          Uma das lições do tempo em que tive o privilégio de aprender com o Patriarca Odival Luciano Barbosa, um líder eclesiático sério e  vero pastor (grande caráter e servo de Deus amoroso, algo escasso nos dias de hoje), foi a de que, após orarmos ao Pai Celestial, devemos ir e fazer de tudo o que nos compete para que nosso pedido seja realizado. Todos temos a fantasia de que basta orar (e orar, orar...) para recebermos as bênçãos. Felizmente fui orientado no sentido de que 'Deus ajuda a quem cedo madruga'... Sim temos que ter Fé, mas isto não significa cruzar os braços e ficar olhando para cima.

          Disse que nossa inteligência age por vezes de modo paradoxal visto que, não poucas vezes, quanto mais se julga a si mesmo sábio, não se apercebe o indivíduo de que o conhecimento do mundo é enganador, e não tem este conhecimento mundano o mesmo status do conhecimento que é apreciado por Deus. Para desenvolvermos uma intelecção mínima neste sentido, temos que aliar a prática do que aprendemos das sagradas letras com uma reflexão honesta consigo mesmo, o que nos faculta a 'ouvirmos' os céus nos instruir, e isso mediante também a colaboração dos demais irmãos (que são usados muitas vezes por Deus para nos ensinar o que é necessário). Que triste vemos pessoas que se arrogam sabedoria, conhecimento, autoridade etc. sobre o que Deus dispõe e que demonstram em sua diuturna práxis comportamentos desarmônicos, contraditórios, incongruentes!

          Todo ensino da Bíblia visa, no plano eterno, à salvação do homem e, no plano mundano (entre outros), ao aperfeiçoamento de nossa vida (e isso implica, além da vida  quase-solipsista de cada qual, nossa vida - por vezes trabalhosa -  social). Qual a vantagem de saber-se 'biblicista' se não se esmera em aplicar a si mesmo aquelas verdades (e no aperfeiçoamento da complicada vivência interpessoal)? E, pior, usar aquelas verdades celestiais  para fundar, fundear, fundamentar de modo interesseiro suas disposições e caprichos?

          Outro dia li numa revista denominada Cristianismo Hoje  uma reportagem comentando o fato de que muitos cristãos estão abandonando as igrejas onde congregavam e reunindo-se, aqui e acolá, com pessoas conhecidas ou não em suas residências, para orar, entoar hinos e cânticos e compartilhar as riquezas da Bíblia. Muitas pessoas estão feridas por problemas de relacionamento e, apesar de não apostatarem da Fé, evitam associar-se novamente a quaisquer tipo de agremiação religiosa. Creio que uma das  principais explicações  para o recorrente fenômeno é a qualidade da formação dos responsáveis pelos trabalhos eclesiásticos, que não aplicam o que a Bíblia dispõe àqueles que se comprometem a ser pastores. Saem dos Seminários com certa erudição sobre o Antigo e o Novo Testamento, mas paupérrimos, imaturos na vivência que se requer para apascentar o rebanho... E o pior, a prática pastoral de muitos anos por vezes não aperfeiçoa a pessoa em sua importante obra, em seu ministério. Nem falo daqueles mercadores da Fé que transformaram a idéia de religiosidade, grosso modo, em empresa de 'prestação de serviços'...

          Como a espiritualidade hoje está banalizada; virou também uma commodity (não, não é este termo um estrangeirismo oportunista, acabo de vê-lo no Houaiss!!), ao que parece... É como um produto, destes de consumo em massa, produzido em larga escala, como podemos ver em profusão pela mídia. Cada vez mais o crente tem dificuldade de discernir, como se diz, o joio do trigo. Mas sabe-se que a vida espiritual é primacialmente algo constituído como um relacionamento pessoal Criador-criatura, e temos, neste âmbito, que nos esforçar em nosso estudo da verdade revelada, para não dependermos tanto dos outros ou mesmo de nossa imperfeita inteligência. Eu, como sou muito limitado, procuro os comentaristas íntegros e lúcidos para investigar. Por isso que aprecio imensamente Calvino, Lutero, pois remetem sempre à Bíblia, e só a ela.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Niver do sogrinho e fábula...

         
          Acabo de tirar esta fotinho do meu apartamento (para variar, esqueci de ajustar a câmera com a data de hoje - é a idade...). São João da Boa Vista é conhecida pelos lindos crepúsculos verspertinos. Costumo colocar uma cadeira do lado de fora do apartamento aqui no condomínio para apreciar esta dádiva do Pai Celestial. Um poente assim deixa a mente mais leve!

          Ontem comemoramos, na linda chácara do concunhado Alzenir, os 90 anos do meu sogro, o famoso Barrosinho (na verdade seu natalício é hoje), figura 'terrível' na sua mocidade, segundo fiquei sabendo. Mas hoje é um homem de Deus, com uma Fé inabalável. Fez um belo discurso de agradecimento. Ele vai a mais de cem anos, pois tem uma saúde de ferro. É uma pessoa alegre, educadíssima, companheira mesmo. Ruth é sua filha-xodó, com quem uma especial ligação (ela também é MUITO ligada a ele). Vários parentes vieram prestigiar a festa, que foi 'surpresa'... e muitos, parentes por parte de sua falecida esposa.

José Barroso e a amiga Sandra

           Hoje vou comentar uma fábula do libreto já citado anteriormente - a Fábula dos viajantes e do urso (nro. LIV, p. 57). "Dois amigos estavam viajando juntos pela mesma estrada quando encontraram um urso. Sem se importar com o companheiro, um dos viajantes, espertalhão mas apavorado, subiu rapidamente numa árvore  e se escondeu. O outro percebeu que não tinha chance se lutasse a mãos nuas com o urso então caiu ao solo fingindo estar morto, pois escutara que os ursos nunca tocam um defunto. Assim ele permaneceu imóvel, e o urso aproximou-se de sua cabeça; cheirou seu nariz, ouvido e coração, e o homem ficou prendendo sua respiração. Finalmente o urso convenceu-se de que ele estava morto e retirou-se. Quando o urso ficou fora do campo de visão o homem fujão desceu da árvore e perguntou ao outro o que o urso tinha sussurrado para ele, pois percebera que o animal tinha colocado o focinho bem pertinho do ouvido do seu amigo. 'Não foi nenhum grande segredo', replicou o outro. 'Ele meramente me disse que ficasse esperto com meu companheiro de viagem e que não confiasse em pessoa que abandona seu amigo na hora do aperto!'..." O compilador das fábulas encerra a história com a máxima 'A adversidade testa a sinceridade dos amigos'.

          Em minhas palestras sobre gerenciamento de estresse e sobre outros assuntos de psicologia aplicada  eu costumo perguntar se podemos identificar um(a) ou d(uas)ois amigo(a)s de verdade em nossa vida. Se não temos um ou dois amigos, aquela(s) pessoa(s) que larga(m) tudo para te ajudar, estamos mal (muitos não são amigos nem de si mesmos!). Nestes tempos atuais temos muitos conhecidos, colegas, parceiros. Mas amigos, coisa cada vez mais rara. Sinais da época despersonalizada, massificada, tresloucada, mutante em alto grau nos valores humanos, cibernética ao extremo, plena de azáfamas. Tendemos a nos voltar para nós mesmos, e a solidão só aumenta, pois não se consegue confiar mais nos 'amigos'...  As pessoas estão cada vez mais 'vazias', é o lugar-comum. E as estatísticas insinuando que, também a cada vez, as pessoas "precisam" menos de Deus. Custa-me a entender isso. Mas estou investigando.  Enquanto isso, 'deixa' eu olhar mais um pouco o poente...
 
(clique duas vezes na foto para ampliar - você verá algumas casas do bairro
adjacente - meu condomínio fica ao alto - e, mais perto, no rodapé da foto,
detalhes da quadra de basquete ao lado do meu apartamento)

sábado, 4 de junho de 2011

Khalil Gibran (1883 - 1931)

foto obtida hoje de
http://felinanalua.blogspot.com/2011/01/gibran-khalil-gibran.html

          Hoje dou uma dica 'rememorativa' dos meus anos de faculdade. Uma das obras que a moçada indicava uns aos outros era o famoso O Profeta,  do autor citado acima. [[ obtenha o libreto no site  http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/profeta.pdf   Eu gosto mais da versão em papel que comprei em banca - baratinho!! - da editora L  e PM,  Porto Alegre, RS,  2001, coleção L e PM Pocket nro. 222, traduzido com muita competência por Bettina Gertrum Becker ]]

          Existe uma boa biografia do nosso autor em  http://www.paralerepensar.com.br/gibran.htm  Ele é um artista bem conhecido, apesar de hoje em dia não aparecer muito pela midia. Mas se voce colocar 'Khalil Gibran' no Google verá quanta coisa surge!

          Eu vou propor aos meus alunos da disciplina Psicologia Humanista-Existencial realizarem um trabalho a partir do conteúdo deste livro. Existem muitas coisas interessantes, sobre temas muito humanos e, o mais legal, ditos de forma poética, como convém nestes dias turbulentos, de tanta certeza...

          Tencionava escrever mais agora, mas tenho que sair correndo para trabalhar (sim, neste sábado!) numa atividade da Prefeitura na praça central da cidade - tipo 'domingo na praça' - como sou funcionário público, minha universidade participa da atividade e vamos colaborar. É divertido, e posso compartilhar com meus alunos, o que é deveras salutar.  Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

(Centésima postagem!) A fábula do Burro


 Ilustração obtida de
http://es.wikipedia.org/wiki/Equus_africanus_asinus
em 26.05.2011


Hoje reflito sobre uma fábula (O burro – de número  XXXVI do livrinho já citado anteriormente...) que até discuto em alguns cursos na faculdade, pois aborda a questão da nossa posição frente ao que consideramos 'verdade'.
 
Um burro, ou mulo, jerico, um animal estéril resultante do cruzamento do jumento com a égua (ou, lógico, do cavalo com a jumenta...) cresceu gordo e brincalhão a partir das generosas porções diárias de milho que recebia e, um dia, enquanto pulava, escoiceava e cabriolava pelos campos, disse a si mesmo “Minha mãe deve certamente ter sido uma corredora puro-sangue, e eu sou tão bom nisto como ela era!!”.
 
Mas logo ele se exauriu com o intenso galope e traquinagem, e imediatamente se lembrou que seu antepassado genitor não passava de um asno...

O compilador das Fábulas de Esopo encerra a narrativa afirmando que toda verdade tem dois lados, e é melhor olhar para ambos, antes de declarar onde nos situamos.

Esta lição é preciosa: nada mais inconveniente nas relações sociais quando nos deparamos com uma criatura que se aferra a um certo lado da questão e demonstra incapacidade de olhar para outra(s) possibilidade(s), para outro lado do problema. Poucas coisas ofendem tanto nossa sensibilidade quanto a falta de humildade em se aceitar que  uma outra pessoa possa deter melhor visão de mundo. Nestes tempos turbulentos, com tantas verdades sendo propaladas à mancheia, é mais fácil se apegar a algo, sem criticidade... 

Tragicamente, é na Universidade que tal conduta de rigidez mental, de simplismo, de reducionismo  se demonstra mais perniciosa, ruinosa: a deformação que determina nas mentes incautas pode ser permanente, posto que contagia todas as ulteriores aquisições do discípulo, do aprendiz, implicando assim uma temerária vida futura (pessoal e profissional). Um resultado disso é que vemos diminuída na pessoa a capacidade de identificar sandices, parvoíces, em si mesmo, nos semelhantes ou nas idéias que, a todo instante, somos alcançados. 

Que possamos nos vacinar contra os efeitos deletérios da comodidade, da pachorra mental, da lenidade a que nos acostumamos neste cipoal de especialistas, entendidos, consultores e profetas da certeza fácil ante um mundo crescentemente mais complexo e, a cada vez, mais inacessível à decifração útil e significativa...