A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Dica de leitura aos meus alunos

          Hoje uma dica especial, de um escritor fecundo que não é muito comentado hoje em dia, mas cuja leitura atenta me ajudou em muitos úteis  insigts. Era comum, além dos professores, a moçada que fazia o curso de Psicologia da PUC-Campinas comigo indicarem livros legais, instrutivos para a nossa formação e profissão. Li diversos, com a graça de Deus e a ajuda dos meus pais. 
          Hermann Hesse (em muitos lugares o pessoal grafa ‘Herman’) nasceu em 02 de julho de 1877 em Calw, Alemanha, e faleceu em 09 de agosto de 1962, em Montagnola, na Suíça. Foi novelista, contista, ensaísta, poeta, e ganhou o prêmio Nobel de Literatura de 1946 – desnecessário maiores detalhes sobre sua habilidade com as letras. Foi editor de importantes obras da literatura alemã. Um dos seus maiores temas foi a libertação do homem das maneiras cristalizadas pelo processo civilizatório/social para alcançar a essência de seu espírito. Ele pregava diversas idéias que são caras ao movimento da nova era, e é apreciado por muitos psicólogos humanistas. Entre suas obras mais conhecidas cito os ótimos Gertrud (1910), Rosshalde (1914), Demian (1919), Siddhartha (1922), O Lobo da Estepe (1927), Narciso e Goldmund (1930). 
          Durante a Primeira Guerra Mundial Hesse viveu na Suíça, escrevendo contra o nacionalismo e militarismo, tornando-se residente permanente naquele país em 1919 e um cidadão naturalizado em 1923. Foi adversário declarado do nazismo e se opôs à ascensão da ditadura via publicação de muitos artigos. Hesse submeteu-se a sessões de psicoterapia com J. B. Lang, um discípulo de Carl Gustav Jung, este o mais famoso dos alunos de Freud. Estas experiências com a análise transparecem no romance Demian, que aborda a conquista da auto-consciência por parte de Sinclair, um adolescente atormentado. Os trabalhos posteriores de Hesse denotam sua grande preocupação com a dualidade da natureza o homem e também seu amplo interesse nos conceitos junguianos de introversão e extroversão, do inconsciente coletivo e dos símbolos. 
          Eu recomendo especialmente a você, leitor interessado em psicologia, uma edição lançada no fim do ano passado (custa pouco!!) pela edições BestBolso (um selo da Editora Best Seller, do Rio de Janeiro – pertencentes ao Grupo Editorial Record), contendo o aqui nominado Sidarta e Demian – é um livro tipo ‘dois-em-um’ (www.edicoesbestbolso.com.br). Boa leitura!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lembranças familiares

Tia Cordélia, GVD, Liv & Fir

Outro dia estava parlando com Ruth  sobre certas tradições familiares que tanta coisa nos ensinam... Quando criança, meus pais tinham o costume de fazer com que o aniversário  natalício de qualquer um, pai ou mãe,  fosse bem comemorado pela família.  Eles compravam diversos presentes, um para cada filho ou filha entregar para o aniversariante, como se fosse dele(a)s (para nós crianças, era assim mesmo; éramos nós que presenteávamos...): no dia do natalício, meu pai (ou mãe) nos acordava bem cedinho, enfilerava silenciosamente, no maior segredo (adorávamos o 'suspense'...), as crianças na entrada do quarto, entregava um presente para cada um (a começar do mais velho, que ia na frente) e, ao sinal do pai (ou da mãe), entrávamos ‘de surpresa’  no quarto, fazendo o maior alarido, cantando parabéns, etc. e pulando na cama e entregando os presentes.

[ Devo dizer que NUNCA a gente entrava no quarto do casal sem bater na porta (mesmo porque invariavelmente sempre se encontrava trancada...) ou mesmo dormíamos na mesma cama que meus pais.  Quando alguém estava doente meus pais velavam o sono, mas na própria cama da criança, nunca na cama dos meus pais. Também nunca ninguém perguntou ou questionou tal costume, depois de velho é que a gente percebeu; era natural meus pais terem sua privacidade e creio que era certo. Que eu me lembre, quando chegou a minha vez de ser pai, sempre que eu podia carregava minhas crianças para a minha cama, doentes ou não.  Cada um com seu costume – o importante é que se respeite! ]

Pois bem, continuando com a memória – sempre o pai (ou a mãe) levava ‘susto’ com a algazarra de 5 crianças entrando repentinamente nos aposentos, cheios de presentes e o mesmo (ou a mesma) demonstrava muita alegria com nossas gentilezas e carinhos; abriam-se todos os presentes e todos comemorávamos o natalício de um dos queridos genitores. Depois,  íamos todos tomar café e tocar as atividades do dia...

Meu pai sempre presenteava minha mãe. No aniversário, ela ganhava diversos cortes de tecido, que ela costurava com maestria - ela chegou a dar aulas de corte e costura às amigas da vizinhança, e muita neta sua aprendeu a costurar com ela, que tinha o maior carinho em repassar seus conhecimentos, entre as diversas aptidões que era (e é) detentora (uma das mais apreciadas por todos são os dotes culinários!). Lembro que uma vez ela aproveitou a barra de um casado de pele e fez 3 casacos de feltro para os meninos - eu adorava a gola macia, sedosa do dito indumento. Antigamente poucos tinham dinheiro para comprar roupas em lojas - as mulheres costuravam as roupas de uso comum em casa mesmo.

Todos os dias, os 5 filhos reuniam-se às 11:30h em volta da mesa do almoço para a principal refeição, com meu pai numa cabeceira, com seu olhar grave e penetrante, e minha mãe na outra ponta da mesa, administrando a distribuição dos pratos. Ninguém faltava, e aí eram repassadas as instruções, pedidos e, por vezes, algum ‘pito’, exprobação, reprimenda ou sarabanda necessária a algum petiz da vez...

Laços familiares que nunca se quebram!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pentateuco

Nebulosa (c) Microsoft
Coloco hoje aqui alguns apontamentos de uma das aulas (estudos no Pentateuco) do curso de Teologia que faço no Mackenzie, e que recomendo a todos  http://ead.mackenzie.br/cpaj .  Te convido a refletir comigo uma das passagens mais impactantes que existe nas Sagradas Escrituras. Refiro-me aos acontecimentos da libertação dos judeus do domínio egípcio (com as diversas idas de Moisés ao Faraó e as pragas que sobrevieram), e sua jornada pelo deserto, por 40 anos. Os fatos abrangem Exodo 4 a 32.  Abaixo temos os pontos principais (entre tantos outros que se poderia ressaltar...) que ora destaco.

A idéia de ‘fugir’ do Egito já estava prevista no Plano original de Deus:
Era necessário que o povo padecesse e fosse provado no deserto, conforme Deuteronomio, 2 e 6 e, além disso, Deus já havia feito saber a Abrão o que sucederia à sua posteridade (Genesis 15, 13 a 16), e isto seria para confirmar a palavra que Deus jurou a Abraão, Isaque e  Jacó (Deuteronomio 9, 4 a 6). 

As idas de Moisés ao Faraó:
a) Na primeira vez que Moisés foi a Faraó, sua a petição era, em nome de Deus, “deixar ir do Egito os filhos de Israel, para que me sirvam no deserto” (Ex 7: 2); Moisés deveria fazer sinais para que acreditassem nele, como lançar o bordão para que virasse serpente. Ainda assim o coração do Faraó se endureceu (7: 13). Como resultado, adveio a primeira praga (7: 17) – as águas se tornarão em sangue. Os egípcios cavaram poços para beber.
b) Na segunda vez que Moisés foi a Faraó,  8:1, a petição foi igual à que vemos em 7: 2, e ‘se Faraó se recusar, castigarei com rãs’segunda praga. Faró pediu ( 8: 8) para Moisés tirar a praga e prometeu libertar o povo. Deus fez conf. Moisés falou (v. 13); Faraó, aliviado, não cumpriu, endureceu seu coração. Deus ordena a Moisés: dize a Arão – estende o bordão para que o pó da terra se torne em piolhos – terceira praga. Os magos não puderam igualar: “isto é o dedo de Deus” (v. 19). Ainda assim Faraó não os ouviu.
c) Pela terceira vez, Moisés vai a Faraó, com a mesma petição (8: 20). Caso não deixasse ir, Deus mandaria um enxame de moscas – quarta praga (v. 25). Faraó promete (v. 30); Moisés ora (v. 31), Deus atende Moisés e tira as moscas; Faraó não cumpre sua palavra.
d) Pela quarta vez (9: 1), a petição é igual à do 7: 2. Se o Faraó recusasse, sobreviria a peste no rebanho – quinta praga. No verso 6, vemos que morre todo o gado egípcio e nenhum dos judeus. Ainda assim Faraó endurece o coração e não deixa o povo ir. Deus manda a sexta praga – úlceras, pegas inclusive pelos magos! Lemos, em 9: 12, que o Senhor endureceu o coração do Faraó e ele “não os ouviu”.
e) Pela quinta vez, Moisés vai a Faraó e renova (9: 13) a mesma petição vista em 7:2. Vemos, no vv. 18, 22, que Deus manda a sétima praga – a chuva de pedras. Moisés estende o bordão e cai chuva copiosa de pedras e fogo, menos em Gósen, onde estavam os judeus. Faraó diz “esta vez pequei” e promete (v. 28). Deus atende ao pedido de Moisés (v. 33), mas Faraó torna a pecar (v. 34), ao ver que a chuva de pedras cessou...
f) Na sexta vez que Moisés vai ter com Faraó (10: 1) e exclama ‘até quando recusarás humilhar-te, ó Faraó?’ A petição é a mesma ‘deixai o povo ir para que me sirva’. Pela dureza do Faraó, a oitava praga – gafanhotos, é ministrada. Faraó diz que ‘só os homens podem ir’. Eram muito numerosos os insetos (v. 14) e vemos, no v. 16, Faraó dizer  novamente ‘pequei’...Lemos que (v. 19) após Moisés orar, Deus livra o Egito da praga mas, no v. 20, ainda assim ‘Deus endureceu o coração do Faraó’. Moisés estende a mão e houve tenebrosa treva por 3 dias – é a nona praga. Faraó promete (v. 24), mas o Senhor endurece o coração do Faraó (v. 27).  Assim, Deus diz a Moisés – ‘darei mais uma praga’ (11: 1) a décima praga: morrerá todo primogênito (11: 5; 12: 29), ‘então Faraó vos deixará ir’. O porquê destas coisas? No v. 9, diz o Senhor a Moisés – ‘Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito’. Mas depois deste último sinal, lemos em 12: 31 que faraó chama Moisés e Arão e ordena, finalmente,  que se vão.

Sobre a jornada no Deserto:
A pretensa ‘demora’ para Deus cumprir as promessas feitas aos Patriarcas (os descendentes de Abraão esperaram 4 gerações para vê-las, principalmente a Terra Prometida) deveu-se, podemos ver pelos diversos versículos, à contaminação, abominada por Deus, das terras que seriam dadas ao seu povo santo por parte dos habitantes que lá estavam anteriormente. Sendo Deus Santo, nada impuro pode acercar-se d’Ele, e seu povo eleito deveria saber, assimilar e imbuir-se desta necessidade de santidade. 

Creio, adicionalmente, pela perfeição do Plano Celestial, que sempre provê o aperfeiçoamento dos Santos - Deus proveu tudo para que o Pacto fosse efetivo – mesmo em Deuteronomio, no capítulo 8, nos versos 2 e 6 vemos que “o Senhor te guiou no deserto estes 40 anos para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos”... O amor de Deus pelo seu  povo excede todo entendimento!

A rebeldia do povo eleito:
A natureza da queda do povo de Israel, que magoou profundamente ao Pai Celestial tem como característica a rapidez  com que o povo se desviou do Pacto, e consiste essencialmente esta rebeldia como fazer uma imagem de um outro deus (o bezerro de ouro) e lhe prestar culto.

Estes fatos são importantes para compreendermos o valor do NOVO PACTO, que Jesus veio cumprir. Aprendi ainda mais nestes estudos do Pentateuco o valor da obediência e da disciplina, e vejo com olhos renovados meus Salmos prediletos,  37: 4   e   86: 11. 

Nesta noite vou dar mais uma palestra na Igreja, sobre comunicação interpessoal. Que bom sermos instrumentos da obra; é nosso grande privilégio!


Boa semana e que o Pai Celestial possa também muito lhe abençoar!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sabadão, arte e poesia...

          Sabadão... tempo para colocar a casa em ordem, preparar aulas, realizar tarefas do curso de Teologia (ler e compor textos), organizar e dealbar os pensamentos aqui... À tarde temos reunião na Igreja. Primeiro, umas dicas importantes. Neste mundo conturbado que (ao que tudo indica) parece estar efetivamente entregue ao debo, precisamos nos prevenir contra a inexorável surmenage que espreita, sem nos apercebermos... Uma chave para conseguir se proteger é precisamente equilibrar o nosso eu frente às provações mundanas. E, neste sentido, ao lado do esporte, da religiosidade e outros procedimentos preventivos e ‘resgatadores’, sugiro que analise o poder da arte (uma que aqui aprecio muito é a boa música!), principalmente pinturas e poesia. 

          Se você acredita que a arte é um dom de Deus e que nos aproxima d’Ele, acesse www.googleartproject.com   Incrível como mais de mil reproduções selecionadas de importantes galerias de arte americanas e européias estão disponíveis na ponta dos dedos! Imperdível. 

          Para quem gosta de poesia na língua inglesa, existem dois sites imperdíveis: http://www.completeclassics.com  e    http://www.poemhunter.com  (clique neste aqui  classical poets). Neste último,  a dica legal é ler os poemas de Elizabeth Bishop, que está ‘bombando’ (ela viveu um tempo no Brasil, de 1951 a 1967 onde teve muitos amigos). Veja abaixo o mais conhecido dela, retirado do ótimo site:

One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster,

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three beloved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) a disaster. 


          No fim de janeiro (sábado, dia 29, à p. E-10 do caderno Ilustrada) saiu na coluna da Folha de São Paulo do Drausio Varella o texto Descobertas da década, comentando as dez descobertas científicas mais relevantes da década passada, segundo os editores da prestigiada revista científica ‘Science’.  Podemos ver quanta informação existe por aí e que contribuem para deixar a cada vez o homem mais isolado, por mais paradoxal que seja (sim, não dá para viver como dentro de um escaparate...).  Penso, de auditu, que não se nasce com ‘manual de instruções’, e as pessoas tem, ao que parece,  cada vez menos tempo (e paciência) para ensinar ao outro como se faz para bem viver... Creio que isto (a arte de viver) é algo que mais e mais vai ficar na responsabilidade de cada um! Considere apreciar poesia e arte para ajudar a  purificar a alma e, assim, protege-la dos inimigos do mundo que a querem faze-la miseravel como eles...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Buscar a Deus...


          Anteontem ministrei a Palavra na Congregação. Como sempre, uma experiência muito especial. Falei sobre 'buscar a Deus', que acho um grande desafio para o Homem hoje em dia. Na modernidade, buscar a Deus parece algo deslocado, démodé...  A Ciência (e alguns filósofos) parecem 'decretar' a  todos a desnecessidade de qualquer espécie de deidade. À parte qualquer análise antropológica ou sociológica  que se possa  assacar  aqui (para não dizer da minha especialidade), prefiro constatar a inutilidade desta  pretensão ou mesmo a imposição desta inexistência de Deus  para a realidade do homem comum, daquele ou daquela despossuída dos mais comezinhos aspectos de uma digna vida.

           Todos sabem que, em todo tempo e lugar, o homem expressou e expressa/expressará  sua espiritualidade. E, ademais, quando se carece de tudo, o bastião último a resguardar o que resta de sanidade e ânimo para o vivente restringe-se à esperança, ao espiritual, mesmo que se chegue, em alguns casos, ao numinoso de Rudolph Otto...

          No caso de minha preleção, ponderei (fundado na Palavra) que o imperativo do cristão de buscar a Deus se faz intrínseco à própria Fé, posto que desconhecemos em grande medida a este Pai Celestial que se nos fez inequívoca intelecção, e que, em decorrência, tem uma relação individual com cada qual.  Expus que esta insuspeitada ignorância pactual que nos auto-impomos nos prejudica em muitas dimensões, posto que deixamos de receber, de auferir graça e bênçãos, e o pior, não oferecemos o louvor devido ao Eterno.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Firmina, minha mãe...


          Dito já algo do meu velho, hoje vou dizer algumas coisas da  mommy's (como meus irmãos gostam de chamá-la), a matriarca da família, o esteio silencioso (bem, às vezes ela assume o palco, principalmente nas festas - a familia dela era 'festeira'...) em quem todos se apoiavam, desde que me conheço por gente. Personalidade forte, católica ferrenha e devotada, nascida em 1929, em ótima forma, como podem ver - ela se cuida, é vaidosa, muito ativa ainda hoje e até faz Pilates!

          Ela fundou um Clube de Mães em Rio Claro (quando os 5 filhos estavam crescidos e 'encaminhados'), na Paróquia do Bom Jesus, onde congregávamos, e foi sua Presidente por décadas, deixando a obra consolidada nas mãos das voluntárias que ela treinou.  'Passou o bastão' da Ong para outra mulher somente quando acompanhou meu pai na mudança para Campinas. Esta obra assistia uma enormidade de mães carentes, dando toda espécie de auxílio, principalmente educação, artes domésticas e encorajamento. Trabalhei muitas vezes lá, dando palestras, orientando alguma coisa do trabalho com as crianças na creche anexa, ajudando nas quermesses que regularmente aconteciam (quanta gente prestigiava...), buscando leite em pó na LBA em Piracicaba para ser distribuida para as mães assistidas...

          Firmina criou os 5 filhos com mão de ferro (no bom sentido; bem, às vezes tinha chinelada, mas ninguém ficou com 'trauma' por causa disso...), e creio que se tivesse uns 10 filhos teria dado conta tranquilamente. Ela ficava na retaguarda, e meu pai podia batalhar o pão de cada dia, na empresa onde trabalhou, desde que o casal se mudou de São Paulo para Rio Claro, nos anos de 1955, comigo e com o Luciano (ou seja, Luíz Sergio, Lúcia Helena e Lia Cristina nasceram  nesta cidade, e no mesmo hospital que meus 3 filhos nasceram, o Hospital Evangélico, de grata memória).

          Poderia contar tanta coisa que compartilhamos... Eu era o mais 'encapetado' dos 5 filhos.  Eu creio que eu tinha TDAH, analisando uns videos antiquíssimos e pelo relato de todos. Parece que eu 'infernizava todo mundo'. Eu era o mais forte, e costumava castigar quem se opunha aos meus desmandos.  Minha mãe era a defensora dos demais, óbvio. Mas, no geral, a gente se dava bem, e agradeço a firmeza da correção e do acompanhamento, principalmente na escola.  O ambiente em casa era intelectualmente muito estimulante. Toda a minha vida meu pai  e mãe assinaram os 2 principais jornais diários, o 'Estadão' e a 'Folha', e também diversas revistas. Minhas irmãs fizeram faculdade e trabalharam nas respectivas profissões e, com o casamento, elas se ocuparam de outras prioridades; eu e meu irmão Luciano fizemos pós-graduação até o Doutorado, e o Luís Sergio não pode fazer mais do que Mestrado, por causa das suas obrigações profissionais. Lembro-me que meus pais nunca foram ver se o dinheiro que eu sempre pedia para comprar livros era mesmo gasto com aquelas obras todas que eu ia acumulando... cheguei a ter 3 mil livros! E hoje tenho somente uns mil pois, com a internet, tem tanta coisa útil ao alcance da mão, e já doei os  outros  para as duas principais bibliotecas universitárias aqui de São João - mais um benefício que meus pais fizeram sem o saber! Aliás, o tanto de pessoas que meus pais ajudaram, sem fazer alarde, ou querer retribuição, é um dos tantos motivos de orgulho e gratidão por Deus ter me dado genitor e genitora tão especiais! É a maior graça que recebi dos Céus, sem dúvida.

          Minha mãe tem uma fé cristã muito diferenciada - ela pratica  efetivamente sua religião e sempre lutou com os filhos para serem firmes na fé. 'Para variar', o único que não é católico sou eu - sou reformado (quer dizer, grosso modo, 'calvinista'; não é bem a mesma coisa que 'protestante') faz alguns anos, e estou estudando Teologia no mais prestigiado instituto  teológico presbiteriano (o  CPAJ, do Mackenzie). Mas não existe pedra de tropeço entre nós; ela até me presenteia com Bíblias e outros recursos - ela me forneceu obras utilíssimas! Eu já a presenteei com livros de bons autores (inclusive católicos) e trocamos idéias, o que é salutar em todos os sentidos.

          Fico a pensar um tanto sobre quando não mais a tiver entre nós. Ruth perdeu sua mãe há mais de ano e sofre até hoje. Meu sogro diz que o que temos que fazer é viver bem com todos,  dizer que gosta, amar, conviver, enquanto a pessoa está viva - depois que o Pai  Celestial chama a pessoa não adianta ficar se lamentando! Mas vai ser um baque  para todos da família quando ela faltar! Na verdade, quando os dois se forem, imagino que vazio enorme - me preparo há muito para isto que deverei enfrentar; não fujo disso, é o destino de todos nós. Encaro como uma espécie de 'rito de passagem' - aceitando com gratidão a Soberania de Deus em tudo!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Memória de aprendizados com meu querido pai

(feito por Lívia V. Dutra, 2011)

          Outro dia relembrei importante lição que recebi de meu pai. Logo após eu ter me formado em Psicologia fui para o Vale do Paraíba, trabalhar em um Hospital Psiquiátrico (em São José dos Campos, SP) e na minha Clínica de Psicologia em Taubaté (SP). Na época eu estava noivo de uma moça muito bonita, ex-colega de faculdade. Meu pai havia se aposentado da empresa onde trabalhou por 35 anos (um dia conto esta bela estória), lá em Rio Claro (SP) e estava montando uma empresa transporte de cargas e de comércio de carvão vegetal. Quando desmanchei o noivado - nossas formações familiares e vivenciais eram muito diferentes - meu pai me 'convocou'  para ajudá-lo; meus dois outros irmãos não podiam largar o que estavam fazendo e eu me senti muito honrado e grato a Deus por ajudar nosso amado pai. Trabalhei muitos anos com meu pai; eu o ajudava na administração (área de RH e Gestão da Qualidade) e fiquei com ele nas diversas empresas que ele construiu. Quando ele vendeu suas empresas eu já tinha feito o Mestrado e Doutorado (além de diversas Especializações Lato-Sensu), com o total apoio dele e de minha mãe, e fiquei posteriormente trabalhando somente com a docência universitária e consultoria empresarial e organizacional (o que faço até agora).

          Mas a lição que quero compartilhar aqui é a seguinte: certa vez, na empresa transportadora, tínhamos um conjunto de empregados com baixa escolaridade, e com peculiaridades de personalidade digamos, bem diversificado. Era muito recompensador trabalhar com meu pai, visto que ele sempre estabelecia um ambiente laboral harmonioso, justo e estimulante. Só para se ter uma idéia, em 20 anos que meu pai possuiu suas empresas, somente um funcionário procurou a Justiça do Trabalho para discutir salário. Este infeliz era um supervisor que marcava o 'ponto' dos funcionários (inclusive o dele), anotando as horas-extras, etc. Meu pai NUNCA defraudou empregado, muito menos no salário, NUNCA atrasou o dia de pagamento (quantas vezes o vi descontando duplicatas em banco - perdendo assim boa margem de lucro, 'trabalha-se muito para banco no Brasil'... - para pagar a Folha de pagamento 'religiosamente' em dia). O que aquele supervisor mandava para o escritório referente às horas de trabalho de cada colaborador era pago sem discussão. 

          Pois não é que o indigitado reclamou horas extras não pagas? Ninguém na empresa entendeu a atitude do desditoso. Não vou comentar a experiência com a Justiça do Trabalho,  que foge à Lógica e à Moral, em todos os sentidos (no Brasil a Justiça e seus operadores não são levados com seriedade...); ao final e ao cabo meu pai pagou ao  desventurado as migalhas que estava a nos roubar, pois para os Juízes a empresa é sempre a errada... Meu pai é muito abençoado em tudo na vida pois suas virtudes cristãs eram concretas e objetivas, nunca foi  mero discurso ou palavras ao vento. O conceito que meu pai tinha na cidade era elevadíssimo, em especial pelas pessoas da  sociedade, da 'velha guarda'. Lembro-me que muito tempo depois a esposa deste ex-supervisor  veio implorar uma carta de referência para o esposo, pois ele, curiosamente, não conseguia trabalho em nenhum lugar - o máximo que ele, Técnico em Química, conseguia, era ser frentista de posto de gasolina. Eu achava que não deveria ser fornecido esta carta de referência, mas meu pai, já tendo certamente perdoado há muito a má conduta, mandou fornecer a carta. Ele sempre fazia como Cristo faria. Meu pai sabia que alguns funcionários roubavam mercadorias e outros bens dele, mas ele nunca fez denúncia ou reclamação - nunca foi apegado ao dinheiro ou a bens materiais.

          Outra lição (esta hilariante...) foi que certa vez eu instituí o Prêmio 'Óleo de Peroba', para agraciar no fim do ano o funcionário mais cascateiro, mais gabola, das empresas. Um senhor simples, mas fanfarrão, gomeiro, pabola, rebolão e roncador foi logo 'escolhido'  informalmente pelos demais para receber (haveria votação!!) o prêmio ao fim do ano, na tradicional festa de Natal que meu pai sempre promovia para os funcionários e suas famílias, com todos recebendo um grande panetone e garrafão de vinho.

          Para minha surpresa, meu pai mandou, sem eu saber,  todos os colaboradores votarem em mim (precisamente o filho do dono!!) para receber o 'festejado' prêmio - ele nunca aceitaria que pudesse qualquer  funcionário passar por certo vexame, nem que fosse num clima de brincadeira que estava sendo criado (bem, assim eu imaginava...).  Fiquei orgulhoso com a justiça do meu velho pai, e foi muito divertido ver todos os companheiros de trabalho rindo de mim... É uma das muitas lições que guardo com carinho do meu querido pai.
Geraldo V. Dutra

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Início de semestre e outras 'acontecências'...


Esta foto eu fiz de Liv há alguns anos no Guarujá, onde deveríamos ter ido neste ano também; ocorre que propalou-se na mídia certo surto (uns dizem que é real; outros falam de propaganda  contra a cidade...) de 'virose' - então imaginei que seria mais prudente ficarmos por aqui neste ano. Que saudades da praia... fica para o ano que vem! Mas não fiquei triste ou decepcionado não, como poderia parecer. A soberania de Deus em nossa vida é a chave para aceitarmos agradecidos toda e qualquer viravolta que o 'destino'  se nos apresenta... Comentei ontem mesmo que vejo a todo instante Deus me instruindo, admoestando, indicando. Dou muitas risadas de mim mesmo...

Leio no jornal Folha de São Paulo (27 de janeiro 2011, p. C 4 do Caderno Cotidiano) que "Doação de sangue vira pena alternativa a pequenos delitos". Esta opção passou a ser oferecida em Sorocaba a pessoas que cometeram delitos considerados menos graves. Notícia auspiciosa! O setor da Justiça em nosso meio é visto com muitas reservas, em todos os sentidos, e isso vem dar novos ânimos, sem dúvida. Resta saber se o sangue a ser colhido tem eficaz serventia... Sarcasmo à parte, se isso for adotado vai ser efetivamente o nosso deus ex machina para a crônica falta de sangue e hemoderivados. Sou doador e, mês que vem, vou novamente ao nosso Banco de Sangue de São João, que oferece um ótimo atendimento. 

Ontem houve eleição para síndico do meu Condomínio residencial. Foi escolhido outro condômino para gerir o espaço aqui por dois anos (se não aparecesse ninguém, como quando da vez que me candidatei, eu iria segurar o 'abacaxi' novamente). O grupo que o elegeu -  grupo este que geriu o condomínio antes de minha gestão - fez oposição gratúita a mim nestes dois anos passados, e talvez agora efetivamente eles façam alguma coisa, diversamente do estado que eu recebi o condomínio em 2009. Que Deus nos ajude, pois tenho sérias reservas sobre o pessoal, infelizmente. Mas vou fazer parte do Comitê Fiscal, e pretendo glosar de plano quaisquer atos inconformes à boa gestão administrativa.

A nota triste é que dia 22 Vó Lica (ver minha última postagem sobre ela dia 07 de janeiro) veio a falecer. Ela lutou por 21 dias no hospital mas, com quase 91 anos, ficou muito debilitada. e não resistiu. Fomos a Guaxupé no domingo cêdo e voltamos à tarde. Voltaremos lá para dar um abraço mais demorado aos seus filhos, que estão inconsoláveis (que coisa bonita de se ver a devoção deles com a mãezinha...) Ficamos todos a pensar sobre a morte - confrangedor em todos os sentidos.

Recebi o calendário acadêmico 2001 da instituição de ensino que ministro aulas. Muitos feriados neste ano! Os alunos gostam, pois tem um 'refresco', mas atrapalha muito o desenvolvimento das aulas e trabalhos escolares. Existem também outros dias sem aula, com atividades comemorativas e extra-classe, o que limita o alcançar do escopo geral da matéria ministrada em sua completude. Que fazer, é a modernidade... Confesso que não estou tão animado assim para reencontrar aquela parcela de voluntariosos alunos... Vamos ver o que nos reserva 2011 - Soli Deo Gloria!


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fim de férias...

Salt Lake City (UT)

Olha onde eu gostaria de estar agora... Sonho no futuro em passar boa parte do ano lá. Que lugar diferente do que estamos acostumados, mas o melhor são as pessoas, principalmente os parentes da Michelle, esposa do meu filho José Geraldo, além dos meus netos, 'óbvio'...  Estive lá por duas vezes: no casório (pensei que este termo fosse gíria, mas consta do Aurélio!) de JG e depois do nascimento do Drake, primeiro neto. O que ficou marcante foi a secura, sequidão do ar, que é bem chato até acostumarmos (leva uns dias...), o que determina o uso constante de colírios e batons labiais - também, o que se queria, é o meio do deserto! Que obra maravilhosa que estes americanos criaram, no 'meio do nada'... Vale a pena visitar! Quanta coisa para se ver...
          
Última semana de férias - preparar aulas iniciais, arrumar arquivos, averiguar estado das ferramentas de trabalho (netbook, projetor multimidia, etc). Já fiz matrícula na disciplina do mês do curso de Teologia (CPAJ/Mackenzie) - desta vez serão estudos no Pentateuco, com o Prof. Daniel dos Santos, PhD em Estudos Teológicos, com quem já tive aulas. Como a maioria dos docentes do Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper ele é muito cordial, mas exigente, como convém.
          
Bilú foi ver o pai dela, no Bairro Alegre, que fica aqui na periferia de São João, pertinho de Águas da Prata. Aproveito para blogar, ao som de AC/DC  (que beleza este CD-player com disketeira tripla...), comendo um 'mineiro com botas' - banana bem madura e queijo minas, tudo bem quente na frigideira; o sabor doce com o salgado do queijo é irresistível (desconheço a origem do nome da iguaria)! Que 'trem' bom demais; quanto disso me fez a querida vó Zizi, em Belo Horizonte, nos anos 60... saudades que não acabam mais! Esqueci de pedir isso quando da visita à Tia Cordélia mas na próxima não perdôo.
          
Nesta última visita na Livraria Saraiva comprei um livrinho bom de doer - barato e desejado de longa data! Trata-se do Aesop's  Fables (Fábulas de Esopo), da Penguin Books (Popular Classics  #20), London, 1996. A data de publicação é esta, mas não consta a data da reimpressão, pois o livro está novo e com boa apresentação, apesar de 100% recycled paper. Esta obra contem mais de 200 fábulas atribuídas ao famoso ex-escravo (pela sua sabedoria e sagacidade ele foi libertado  pelo seu dono Iadmon - veja bem, é 'iadmon'; a letra 'i' maiúscula aqui parece a letra 'ele' minúscula) contador de estórias, que viveu de 620 a 560 antes de Cristo, tendo sido comentado por Aristófanes, Platão e Aristóteles. Diversão pura, combinada por reflexão que evoca prudência!
          
Hoje à noite irei acompanhar o irmão Nathanael numa atividade na Primeira Igreja Presbiteriana - reunião dos jovens de 12 igrejas evangélicas aqui da cidade. Oramos para que esta iniciativa seja coroada de êxito: Soli Deo Gloria!!

Salt Lake City (UT)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Finanças práticas e outras "filosofadas"...


Hoje 'rodei' quase 400 km, fui levar a Livia para sua casa e passei por Campinas antes de voltar a São João - Bilú gosta de ir ao Shopping Center, mas tem que ser o Iguatemi... Realmente é melhor que os demais lá de Campinas... Lá eu fiquei vendo o desfile de pessoas, e filosofando o que vai na cabeça de alguns passantes, que se mostram com cada indumentária... algumas almas  demonstram não ter um mínimo de discernimento para vestir-se de modo apropriado para frequentar lugares públicos. Que gosto tem chocar os demais? Sou de outra época, realmente...

Como de costume, fomos à Livraria Saraiva - comprei mais 3 CDs do AC/DC - tenho quase todos, é um dos grandes conjuntos de Rock de todos os tempos. Como de costume também não havia o último CD do Ozzy; acho que quando chega algum a molecada avança que nem hiena num gnu... Vou ter que comprar a peça pela web...

Vi no jornal uma dica ótima para todos nós nestes  tempos de aperto financeiro. Trata-se de um texto com conselhos para gerir a vida financeira. É daquele cartão de crédito, o VISA, e está em modo pdf.  Veja o site http://www.financaspraticas.com.br

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Stress e sua gestão

(Pinturas digitais feitas especialmente para este Blog por Lívia V. Dutra, janeiro 2011)
          
Outro dia pediram-me 'dicas'  para lidar com o famigerado stress. Parece ser a doença destes últimos tempos (a moda sempre se transmuta, outro dia era a ansiedade, outro, a angústia...). Segue abaixo meus recursos; como sempre, faço um condensado do que aprendi por aí... se servir a alguém, valeu a pena! Você vai ver que todos estes procedimentos se interconectam, fazem parte de uma totalidade. Mas olhe, não existe 'fórmula mágica' - cada caso é um caso.  Verifique outros decálogos deste tipo e compare com este. Não costumo fornecer conselhos deste tipo, mas vamos considerar pelo lado construtivo. Aceitamos sugestões, reparos e outras observações educadas...

'Stress'  não é doença, é uma reação adaptativa do organismo (ou seja, é algo normal,  desejável, natural) frente a certas situações - que hoje imprecisamente se rotulam de 'estressantes'... O estresse nocivo à saúde pode se caracterizar por certas reações físicas exacerbadas, problemas físicos difusos e/ou uma sensação contínua de "não se ter tempo". E está demonstrado que, quando o elevado estresse é crônico, o sistema imunológico se torna mais vulnerável, facilitando aparecimento de doenças; a qualidade do sono é prejudicada e pode ocorrer queda de concentração, facilitando ocorrer acidentes. É imprescindível nestes tempos de globalização aprender a gerenciar o nível de stress. Na terapia comportamental, um capítulo importante é dedicado às técnicas de lidar (coping) com estes desafios. Assim, alguns procedimentos úteis podem ser aprendidos e contra-atacam o stress nocivo:

1. Desconecte-se do problema.
É preciso aprender a se desconectar do problema. A saída é mudar a inércia habitual e ter consciência de que é possível, sim, controlar as dificuldades que surgem na vida. Cada caso é um caso - temos que compreender o que ocorre (isso, o compreender,  implica inicialmente em ver como interpretamos aquilo pelo qual estamos passando - ver o item 3. abaixo. Se temos dificuldade nesta fase, não é sinal de fraqueza pedirmos conselho...). A idéia é que você não se sinta agoniado por completo, pois caso isso aconteça dificilmente poderá assumir as rédeas dos acontecimentos que vão se acumulando...

2. Aprenda a relaxar.
O relaxamento contribui muito para o bem-estar. Pratique alguma terapia alternativa, como o yôga, acupuntura ou, se você puder incluir um pequeno luxo na rotina, faça uma sessão de massagem semanalmente. Um bom profissional acupunturista e/ou massoterapeuta à nossa disposição é um achado dos céus! Ter o corpo e a mente relaxados fará com que as situações de estresse sejam menos freqüentes. Muitas pessoas aprendem a utilizar técnicas de meditação (não é nada ‘religioso’, necessariamente, e contribui muito para o autocontrole). Existem centenas de obras no mercado que ensinam isso, e os critérios para escolha (tanto para obras quanto para os profissionais) são os tradicionais - referências, credibilidade, racionalidade, singeleza, cordialidade...

3. Controle seus pensamentos.
O estresse é um processo que depende em grande parte da interpretação que fazemos da realidade. Portanto, aprender a controlar e mudar a "tradução" que fazemos dos acontecimentos são boas estratégias de combate. Pode ser necessária a ajuda de um psicólogo, pois muitas pessoas tem em seu repertório de pensamentos verdadeiros esquemas de idéias irracionais, crenças e máximas que tem efeitos altamente tóxicos em nosso diário cogitar, enredando-nos em práticas nocivas de relacionamento intra e interpessoal.

4. Reestruture suas prioridades.
Se sua grande fonte de preocupação é o seu trabalho e não há possibilidades de você mudar de emprego, pelo menos por enquanto, considere todas as alternativas prazerosas que sejam possíveis. A mais simples é dedicar o seu tempo livre a atividades agradáveis, como p. ex., trabalho voluntário em prol de necessitados. Já se a sua perturbação começa quando você chega em casa, procure distrair-se com programas longe desse ambiente, nem que seja por curtos períodos de tempo. E por aí vai. O quê te preocupa?

5. Adquira hábitos saudáveis.
Infelizmente, os estressados recorrem com certa facilidade ao consumo de álcool, tabaco, fast foods e atividades passivas, como ficar no sofá, assistindo aos programas e filmes na televisão. Os danos que esses hábitos podem causar se multiplicam com a presença do próprio estresse. Tente fugir disso. OUTRA PROVIDÊNCIA IMPORTANTE – Realizar chek-ups anuais completos, com orientação médica específica.

6. Pratique exercícios – ou seja, atividade física que leve a pessoa a molhar efetivamente a camiseta...
O exercício físico está no topo da lista de quem busca saúde, inclusive mental. Somente 45 minutos por dia (pelo menos 5 vezes por semana) ajudam a relaxar a mente e eliminar o estresse, enquanto você aproveita para entrar em forma, e ficar mais atraente, melhorando assim a auto-estima. A maior riqueza é preparar o caminho para uma velhice digna, pois saúde é qualidade de vida! Grande dica (ou recomendação obrigatória...):  consulte um professor de Educação Física (ver critérios no item 2. acima).

7. Pense positivo.
Reverter as idéias negativas e aprender a focar no lado positivo ajuda a reduzir as tensões e a alcançar suas metas. Por exemplo, se está ansioso(a) porque tem um compromisso em que falará em público, pense nas piores coisas que poderiam acontecer e, em seguida, nas possibilidades para que elas ocorram. Formule, a partir destas considerações, um resultado favorável e desenvolva um plano para alcançá-lo. PLANEJAR É TUDO!  Muitas psicoterapias objetivas ensinam procedimentos para tornar isto 'natural' para a pessoa. Digo isso porque temos que aprender, cada um (do seu jeito, com suas idiossincrasias, na sua velocidade, etc...) a lidar com estes desafios (coping), e não é algo fácil. Ver o copo 'meio cheio' é mais difícil do que ver o copo 'meio vazio'...

8. Use o humor.
Manter o senso de humor nas situações difíceis é uma recomendação dos experts. O sorriso alivia as tensões e contribui para manter a perspectiva da situação. Já está mais do que comprovado que o bom humor é um mecanismo eficaz para suportar o estresse agudo e sociabilizar com os demais. Aprendi quando pequeno: "Ria, e todo mundo vai rir com você; chore, e você vai chorar sozinho..." É cruel, mas real neste mundo pós-moderno de pessoas egoístas e consumistas... E, principalmente, aprenda a rir de si mesmo!

9. Estabeleça uma rede de apoio - o famoso 'networking'.
A maioria das pessoas que se saem bem em situações de estresse elevado possui uma boa relação social, com amigos, irmãos da Igreja, colegas de trabalho, companheiros do clube... O apoio em momentos de tensão é sempre muito útil. Tem também os benefícios promovidos pela presença de um mascote em casa, preferencialmente cães, mas pessoas se sentem bem com gatos, pássaros e até peixes com que se responsabilizam. Pessoas compromissadas tem menos tempo de ter pena de si mesmo... Agora, nossos melhores amigos deveriam/poderiam estar em nossa família (aquela de onde você vem e/ou aquela que você construiu) - se você não vive bem em família, verifique os porquês...

10. Considere praticar efetivamente a sua Religião. 
           Espiritualidade é uma experiência universal fundamental, presente em todas as civilizações (tanto as antigas quanto as atuais). Encontre, mediante o cultivo (estudo + prática) de sua Fé, o sentido da sua vida. "Vida sem sentido" é a reclamação mais ouvida entre as pessoas desadaptadas, infelizes, adoecidas psicologicamente.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Catástrofe no Rio de Janeiro

          Descobri um site maneiro: www.freedigitalphotos.net . Tem fotos incríveis lá, da melhor qualidade. Foi de lá que eu trouxe estas fotos, para ilustrar o que tenho a dizer sobre a recente tragédia ocorrida nas cidades serranas do Rio de Janeiro.

           Estas notícias nos dão um misto de tristeza e indignação, sempre, para não dizer do horror que causa. Já se sabe que muitas pessoas com parcos recursos (em todos os sentidos) farão de tudo para, ao fim e ao cabo, acabar prejudicando a si mesmas. As pessoas simples tem ainda mais dificuldades em acomodar suas expectativas imediatas com as por vezes funestas consequências de suas decisões, ao longo do tempo. Não somos humildes - pensamos que sabemos, mas não somos sábios, evidentemente...

          Obviamente, quando a enxurrada de entulho e lama desce morro abaixo ou quando o rio sobe além das margens todos se conscientizam ('instantaneamente') que construir habitação de modo irregular em encostas ou terrenos instáveis/várzeas de rios é uma espécie de bomba relógio armada contra nós mesmos, visto que desmatamos, poluimos, queremos tudo 'de graça', não respeitamos a Natureza e seus imperativos. Ora, não é o caso então das autoridades  - presumivelmente mais cônscias - impedirem estes pobres coitados de cometerem tal sucessão de sandices? Já não vejo mais o noticiário - se achar culpados "resolvesse", muitos problemas nacionais  já seriam só (talvez) memória.

          Sim, sei que água não distingue classe social; o problema é mais complexo do que podemos imaginar, mas desde que me conheço por gente ouço que tais ocorrências são manchetes... E sabemos que no ano que vem, certamente, tais tragédias serão 'reeditadas', inclusive porque, pelas mudanças climáticas, estes fenômenos serão mais frequentes e mais  intensos. 

          Impossível não pensar - eu poderia estar no lugar de qualquer pessoa que aparece como vítima nos telejornais. Como somos frágeis; somos um 'estalar' de dedos; para sermos aniquilados basta quase nada! A soberania divina e seus desígnios são insondáveis, e quedo-me tão pequeno! Pouco posso fazer, além de orar a Deus...