A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

noticias... que horror!

Uff... não dá mais para assistir o noticiário, ler jornal, navegar nos sites de informação sobre o cotidiano. Só 'porcariada', como se diria na minha terra. Que horror! Sei que notícia boa não vende jornal, mas assim não dá, só "tragédia"... O que causou mais espécie neste humilde 'escrevinhador' foi a notícia que em nossa Corte maior, o Supremo Tribunal Federal, os ministros (sendo verídicas as informações..., 'salvo erro ou omissão'...) se degladiam como se estivessem num botequim de segunda. Não bastava a notícia que um membro foi indicado pelo Presidente Lula para esta Instituição, sem nem mesmo ter um Mestrado ou coisa assemelhada, agora essa... Sei que somos imperfeitos, todos, mas na Magna Corte esperamos que seus diletos membros sejam inegavelmente possuidores de virtudes elevadíssimas, afins à fina flor da elite nacional, detentores de integridade a toda prova, com o nível maior de preparo, em todos os sentidos, inclusive na moralidade, eticidade, racionalidade, etc... Quando estas expressões sofrem reparo, quando se sabe de condutas que mancham esta expectativa, é de chorar.... Já não falta mais nada!
Recebi de um dos porteiros do condomínio onde moro um recorte da Revista VEJA de 11 de março de 2009 (O Nelson sempre me brinda com textos - muitos eu já havia lido, mas nunca vou dizer a ele - tenho mais é que incentiva-lo a ler e me repassar o que ele considera digno de ler). À p. 22 leio a coluna da escritora Lya Luft, que teve livros categorizados como best seller já há algum tempo. Nomeia seu pequeno ensaio de "No paraíso da transgressão" e, 'lógico', fala do lodaçal da nossa sociedade atual, com seus valores estragados e o certo caos reinante. Ela tece bom panorama de nossa impotência frente a tantos desmandos. Eu poderia adicionar a assemelhada pequenez de nosso sistema educacional, em todos os níveis. Sei mais de perto sobre o nível universitário, calamitoso. Recomendo a leitura...
Na mesma linha, leiam o "manifesto" que o polêmico Ferreira Gullar escreveu na Folha de São Paulo de domingo, 20 de dezembro de 2009 (ano 89, nro. 29.481), à p. E-12 do Caderno 'Ilustrada', intitulado 'Cabra safado não se ama', sobre a classe política... Tenho ou não razão?

sábado, 14 de novembro de 2009

Violência contra a mulher, "de novo"...


Volto ao tema da violência contra a mulher, que sempre (trágica e infelizmente) está em pauta. A última (para registro, vejam que coincidência: fui ver no Aurélio se a palavra ‘última’ tinha ou não acento – esta reforma ortográfica me deixa confuso! - e a consulta devolveu para a locução “a última” duas acepções: - 1. A última notícia; a novidade mais recente; 2. A última asneira, o último absurdo”. No mínimo, emblemático!) situação foi o da moça (de nome Geisy Arruda, 20 anos, perfil de 'mulherão') em São Bernardo do Campo, perseguida, escorraçada por uma turba em sua faculdade (curso de Turismo) por estar trajada com um mini-vestido rosa que, conf. visto nos jornais, não é nenhuma aberração, nem atentado aos bons costumes (não tenho como saber como é o dito de corpo presente). Segundo consta, colegas (e também funcionários e professores que participaram do quase-linchamento) disseram que o indumento “era impróprio para o local, era curto demais, era transparente, era insinuante”. O sururu foi devidamente fotografado e filmado por celulares, qual burlesco espetáculo, enquanto eram providenciados um jaleco para cobrir a moça e, também, representantes da gloriosa força pública, visto que os ‘seguranças’ da Universidade (UNIBAN - Universidade Bandeirante, a 4a. maior do país em número de alunos, mas mal colocada em termos de qualidade de ensino) quedaram-se impotentes para conter a plebe vociferante. Incivilidades à parte (neste quesito, nosso país sempre se supera, a começar pela elite), o que causa espécie são três aspectos, que considero principais, do caso, e que ouso aqui apontar. O primeiro foi o fato de que quem começou a baralhada foi uma moça, no que foi apoiada por outras representantes do belo sexo e, depois, acompanhada em seu clamor por homens (duvido que algum deles iria tomar a iniciativa de vilipendiar a jovem...). Pode parecer um preciosismo deste humilde observador da conduta humana, mas revela muito das relações de gênero que se processa cotidianamente. As mulheres dizem que elas se vestem para as mulheres, e não primariamente para os homens, portanto, o que teria suscitado nelas tão portentosa reação em cadeia? (se fosse um colégio somente para mulheres, sem homem à vista, isto, o bulício, sucederia?)

O segundo fato foi ter o pandemônio ocorrido numa Faculdade, onde se imaginava (cada vez penso menos que isso ainda dali se espera, de fato,) que os humores flamiferventes fossem mais contidos, mais disciplinados, mais tendentes ao crivo da Razão. Penso em meu avô dizendo ironicamente aqui “ledo engano”... Mas o que ocorre é que a Academia, assim como o Congresso e as demais Casas Legislativas, inexoravelmente refletem o que temos hoje em nossa sociedade: entre outras mazelas, a derrocada dos valores, das virtudes, da vida plena, enfim. O terceiro fato, com certa ligação ao primeiro citado acima, é que fica patente que não se reclamou necessariamente de uma peça de vestuário em si; o que ocorreu foi a exemplificação de um machismo encoberto (perpetrado por homens e mulheres), visando relembrar que o corpo feminino deve ser oprimido. Aquela conjunção de fatos acabou sancionando a violência dirigida àquela mulher que, ao que parece, ousou como que subverter certos valores considerados ‘puritanos’. Assim, mais uma vez se acredita justificado utilizar da violência para disciplinar uma mulher, o que configura indelevelmente a onipresente desigualdade de gênero. Esta é, no fundo, a legitimadora deste tipo de indignações e agressões, ainda que fundada em delusão grosseira, posto que, entre outras ilogicidades/irracionalidades que abarca, revive a velha máxima de invocar a culpa de tudo precisamente para a vítima da violência...

E o mais interessante neste imbroglio (escrevo certo?) é que a UNIBAN resolveu expulsar a aluna, por "conduta imprópria". Choveram comentários na mídia enxovalhando a 'Direção' do pretenso 'nosocômio' escolar, o Ministério da Educação e Cultura deu dez dias para a Universidade se explicar, e pipocaram aqui e acolá protestos de alunos, de parlamentares, de representantes de algumas das mais representativas Ongs do coletivo das mulheres em situação de risco, além de Sindicatos, OAB e UNE. Tal celeuma fez o Magnífico Reitor anular a medida (escapando assim de mais uma certa condenação jurídica que sofreria, além dos outros que seguramente a ofendida patrocinará). A Universidade vai transferir a moça de campus, fazendo-a estudar em local alternativo - não se sabe se ela aceitará. Chove também convites à agora personalidade para aparecer em capas de revista (ouvi até em protagonizar película - gozado falar assim visto que todo filme hoje é digitalizado; estou velho mesmo, minha linguagem precisa se atualizar! - um filme destinado ao publico adulto) e conceder entrevistas em programas de fofocas do jet set. No fim, ela ainda vai sair ganhando algum...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Solidão

Não, não resolvi chorar as mágoas ou reclamar; na verdade sou muito abençoado! É que pretendo pesquisar este tema com os idosos do Asilo São Vicente de Paulo, aqui de São João, em minha próxima pesquisa docente do UNIFAE (programa Papec de pesquisa, vinculado à Propeq - Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa). Nos dois dias que trabalhamos lá tenho observado que muitos idosos (os que tem suas mentes conservadas, demonstrando-se lúcidos e ativos em suas atividades) sistematicamente evitam participar das atividades lúdicas e de estimulação lá realizadas. Ao inquirir os mesmos da razão de tal retraimento relatam gostar de ficar isolados, 'na deles'. Dos que participam assiduamente, boa parte apresenta déficits variados em termos motores e cognitivos, o que poderia justificar sua recusa ou má disposição em participar. Mas são os que mais aproveitam as aulas, reclamando se não ficam sabendo das atividades. É tocante presenciar como eles participam.

Alguns dos contumazes idosos que se esquivam das atividades até aparecem no refeitório principal (onde realizamos os trabalhos) depois de uma copiosa exortação que lhes perpetro, chegando por vezes às raias de lamuriento suplicar. Acho-me algo canastrão nestas performances, mas funciona. O fato é que os idosos recalcitrantes, por vezes cascavilhando para demonstrar ocupação, alegam os mais variegados motivos para eximir-se do encargo, numa brincadeira de gato e rato, pois não sei se eles acham mesmo que acredito nas suas cascatas... Mas não deixa de ser divertido. Seria cômico se não fosse trágico.

sábado, 19 de setembro de 2009

Reminiscências...

Neste sabadão friorento e chuvoso, estou agora aqui em meu apartamento, no escritório que eu mesmo desenhei - na verdade, um espaço composto basicamente de uma peça de mobília de madeira feito sob medida, compreendendo uma mesa suspensa, em forma de 'v', num canto da parede, com uma estante (colocada de modo equidistante acima da mesa, a 30 cm.) que lhe percorre toda a extensão. Entre a estante e o tampo da mesa coloquei computador, impressora, scanner, e toda sorte de utensílios que um professor pode ocupar, além de porta-retratos diversos, chicletes, minha figura do Shrek, lembranças e outros objetos. Tenho tendência a acumular coisas, como minha mãe. Não, não é um apego daninho, como se pode pensar, mas algo positivo, como que para se resignificar constantemente através dos objetos. Nada mais rejuvenescedor do que cultivar lembranças, ainda que isto possa ser polêmico. A vida é para ser celebrada, e o que fizemos e tivemos faz parte de nós, tanto quanto o aqui-agora que pensamos deter.

Eu tinha planejado escrever tantas coisas nestas semanas, mas se não posto as idéias quando ainda estão frescas, parece-me depois que já não se faz meritório. Hoje "falei" via MSN com minha filha Marilia, que mora em Utah, EUA, mais precisamente em Salt Lake City, sede de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, onde já estive duas vezes em seu magnífico Templo. Ela pretende acelerar seus créditos na faculdade de Psicologia e se graduar no ano que vem. É muito especial a idéia de um rebento seu seguir a mesma profissão que você escolheu. Será uma experiência marcante em minha vida. Ela e eu já "trocamos algumas figurinhas", apesar d'eu ter me formado há mais de trinta anos, e numa faculdade brasileira, ainda que esta tenha tanta influência (ainda hoje) das abordagens norte-americanas de psicologia.

Nestas semanas todas que se passaram, o que mais sobressai é o passamento da minha sogra, D. Lourdes Pereira Barroso, aos oitenta e três anos, de maneira súbita mas suave (faleceu dormindo, e sem estar enferma, há pouco mais de um mês). Deixou um enorme vazio, principalmente na vida de minha esposa, que se emociona todo dia ainda.

Para terminar, tive um dia dos Pais triste e alegre este ano - triste por causa da distância total dos meus filhos (não "vi" nenhum crescer...) e netos, mas alegre por ter recebido um mimo simbólico de uma criança na cerimônia do cultinho infantil da Escola Dominical da Igreja Presbiteriana da Vila Brasil, onde sou professor e Diácono. Penso em adotar uma criança, já que Ruth não pode mais conceber. Que falta faz a companhia de quem amamos tanto!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Projeto com o Asilo São Vicente de Paulo

Meu Centro Universitário incumbiu-me de executar, juntamente com outro colega docente e quatro estagiários(as) - dois do curso de Psicologia e dois do curso de Educação Física - um projeto de estimulação psicomotora e cultural com os asilados desta modelar Instituição de São João da Boa Vista. Eu já havia trabalhado anteriormente no outro centro universitário de nossa querida cidade com esta população e havia apreciado imensamente. Agora os céus me abençoam com esta nova empreitada. Quão realizador verificar que, paulatinamente, diversos idosos embotados, tristes ou alienados tornam a relacionar-se, a sorrir, a participar ativamente das tarefas, a esperar por nossa visita, sabendo todos os nossos nomes e dizendo o que gostariam de fazer no dia... Iniciamos as atividades à tarde (vamos 2 vezes por semana lá, por duas horas cada) ouvindo/acompanhando com palmas algumas músicas dedilhadas ao violão pelo nosso bardo, um dos alunos. Ato contínuo fazemos ginástica adaptada à terceira idade, dinâmicas e jogos. Dando prosseguimento às atividades, realizamos estimulação psicomotora fina (p. ex. colagens, montagens, recortes, desenhos, etc.) e encerramos a jornada com esquetes ou dança (como eles adoram dançar!) - um forró, xote, bolero ou samba tradicional. Mas o que mais nos move é o carinho com que meus prestativos alunos brindam às atividades e aos idosos, complementando os amorosos cuidados com que as Irmãs religiosas, as voluntárias e as atendentes propiciam aos idosos, a maioria com deficiências sensoriais, motoras ou intelectuais, oriundas da idade avançada. Há muitas décadas, quando era um mero petiz, incentivado pelos meus queridos pais, eu costumava visitar a Casa das Crianças de Rio Claro (entidade para acolhimento de órfãos e carentes) e depois, mais velho, como vicentino - membro da Sociedade São Vicente de Paulo (Conferência de São Dimas, de Rio Claro, SP) - a cadeia pública do município. Quantas lições de vida aprendi nestas vivências todas, que marcaram indelevelmente meu caráter e influenciam minha vida até hoje. Como é bom trabalhar para o próximo em situação mais necessitada que a nossa - faz-nos mais humildes e menos pretensiosos...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bilú, a mulher...


           Muitos dirão que agora 'apelei'. É que minha esposa acaba de me assanhar aqui no escritório que tenho no apartamento. Se não houvesse uma Ruth teria que inventar uma. Que conjunto de virtudes e idiossincrasias. Quantos fãs ela tem! Difícil alguém não se apaixonar pela sua personalidade. As escrituras sagradas dizem ser um dom de Deus ter uma boa esposa e eu o sei quanto é verdade. Uma companheira que desmerece este epíteto desgraça inapelavelmente o vivente, sem dúvida. Pois eu me considero um renascido, um resgatado, um restaurado no matrimônio desde que conheci a Ruth, e isto aos 50. Ela sabe o que significa realizar uma parceria conjugal - configurar existencialmente uma dupla, uma equipe em todas as dimensões. Tarefa complexa dizer o quanto suas qualidades facilitam a diuturna tarefa de compartilhar. Mas sei que pouco seria nesta esfera atual se não tivesse sua assistência e amizade desinteressada. Sim, sou um apaixonado, ainda, daqueles que sentem um frio na barriga quando vê a amada de repente, ou se emociona quando a vê trabalhando e espalhando seu charme. Sabe, estamos planejando como vai ser a comemoração de nossas bodas de prata, daqui a 20 anos. Quem viver, verá.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mudanças...

Estou me lembrando de uma grande amiga que há muito não vejo - a Vó Cotinha. Ela era avó de uma ex-namorada, e era uma finíssima dama, na verdadeira acepção da palavra. Precisaria de muitas páginas para descrever suas virtudes (que se espraiavam em múltiplas dimensões, desde as gastronômicas, passando pelas interpessoais, até as espirituais...), mas a que mais gostava era a sua sedutora jovialidade, do alto dos seus mais de 70 anos. Espirituosa também, e por um de seus luminosos comentários me lembrei de sua adorável pessoa. Ela disse que nos anos de sua meninice em Taubaté, haviam tão poucas pessoas a vagar pelas suas ruas poeirentas que ela, à época de nossas conversas (1979-1980...), se admirava como a cidade havia crescido e quanto os costumes haviam mudado. Relatava que havia visto valores de cinco gerações - da avó, da mãe, os da sua própria, a dos filhos e, à época, a dos netos (e se estiver viva, agora a dos bisnetos...) e que tal maravilha causava espantosa espécie. Estou agora no mesmo patamar experiencial e espero ver meus bisnetos. Eu, que via somente tv branco e preto na infância e música em bolachões 78 rotações, vi surgir o computador pessoal, algo banal nos dias de hoje; surpreendo-me como a tecnologia avançou, e quem sabe o que mais verei ainda! Mas o ponto que quero chegar é que (e digo isso facilitado pelas experiências que tenho a partir de minhas profissões), paradoxalmente a estes tempos ricamente 'tecnocráticos', os jovens de hoje aparentam estar mais e mais necessitados daquelas instruções vivenciais que eram tão caras a nossos genitores antigamente - a urbanidade e virtudes ditas 'espirituais' - especialmente esta, como aquela dimensão que dá a 'liga' a outras tantas habilidades e competências que a técnica aparentemente supre hoje, mas que faltam ao completo e harmônico/equilibrado existir num mundo cada vez mais caótico... O problema hoje é que temos tantos 'gurus', livros e informação, que os verdadeiros critérios para discernir esta barafunda estão embaralhados e indiscerníveis dos 'maus' critérios. Neste âmbito, como crítico exemplo, nem a religiosidade mais é veiculada nos meios de comunicação de massa como um referencial crível, dada a polifacetada expressão. É lugar comum referir-se aos 'bons tempos' (o que é uma certa ilusão de veros macróbios...) mas, ao contrário de alguns amigos meus, não gostaria de ser jovem nestes últimos dias...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Blog, O Retorno...

Estive ausente, peço perdão, mas tive inúmeros afazeres (e nem tantas coisas importantes a dizer... prefiro calar, na melhor tradição zen...) e ‘urgências’, além de doença na família, operação de menisco e outras coisas... , agora, volto com saudades.

Coloquei aqui no meu cantinho (meu escritorinho do apartamento, com os moveis que eu desenhei – na verdade duas ‘mesas’ superpostas que formam um espaço de estudo e estante para colocar papéis, fotos, computador e periféricos, utilidades diversas e gadgets) as fotos dos meus filhos. Estão de certa maneira ‘congelados’ no tempo, pois, por egoísmo e/ou sadismo das minhas ex-mulheres (“ex-mulher é para sempre...”), foi-me negado o direito de acompanhar de modo perene o desenvolvimento deles. Meus 3 filhos do primeiro casamento vejo-os adolescentes na foto, e Lívia como um nenê, linda como ela só. Meus quatro rebentos, como se netos fossem, só os vejo de vez em quando (raramente?). Os mais velhos já há muito tem a vida deles e os contactos resumem-se em mensagens por e-mail (e não só porque dois deles moram no exterior). Com a Lívia, filha caçula, do segundo casamento, pelo menos telefono e escrevo regularmente/semanalmente; afinal, ela tem somente 8 anos. Mas vai crescer também e dar seguramente mais importância à família da genitora; que fazer, é de certo modo ‘natural’. Sim, parece que a Natureza é algo ingrata com os pais-homens, auxiliado pela Justiça que tem ali as mulheres em foro privilegiado, além de outras benesses... Pelo menos os céus são testemunhas que nunca me casei pensando em separação; eu nunca imaginei o divórcio, mas certas decisões peremptórias se interpõem, a contragosto. O fato de sentir que meu Deus nunca me abandonou me faz muito grato e aumenta ainda mais meu compromisso com a Fé.

Estou na fase mais feliz da minha vida, terminando um curso de Teologia Reformada no Mackenzie (e logo, 2010, iniciando a fase II destes estudos pós-graduados – mais um ano e meio de disciplinas teológicas), com ótima participação na minha congregação presbiteriana (IPB) da Vila Brasil, aqui em São João da Boa Vista. Aulas terminando neste semestre, férias à vista e livros a ler já separados. Vou estudar outro tanto de As Institutas, de Calvino, um clássico, para dizer pouco.

Vamos ver se apareço mais. Prometo.

domingo, 1 de março de 2009

Receita de um café especial.

Tenho um costume já estabelecido em meu casamento – fazer o café matinal de Ruth. Não entendam mal – não é obrigação, e sim ato de amor, que se estabeleceu sem que palavras fossem necessárias. Ela me brinda com tantas coisas que até que faço pouco por ela (concedo sempre às representantes do belo sexo: a mulher vive muito bem sem o homem; este sem a mulher não vive), mas não é de ‘trocas’ que falo aqui, é cortesia, ações-de-quem-gosta, concretudes, ausência de só-discurso. Pego o café em grão, premium, de Minas, duas precisas porções de uma medida já padronizada – uma ‘colher’ de plástico em forma de ‘v- e pulverizo-o num moedor só a isso destinado. Enquanto isso, escaldo a canequinha de porcelana que ela aprecia (deixando dentro da mesma uma colherinha de prata que servirá para mexer o açúcar). Se eu não fizer a bebida na nossa máquina doméstica de café expresso, coloco então a água filtrada (proveniente do pote de barro que a mantém suavemente oxigenada e descansada) no compartimento inferior do bule de café, bule este específico para café rápido aquele tripartido que faz a água ebulir rapidamente da parte inferior para o depósito superior, passando por um filtro, também de alumínio, onde repousa o pó, já previamente ali depositado. Antes de se colocar o equipamento ao fogo brando, estas 3 partes do bule são firmemente rosqueadas entre si pela porção medial, conferindo certa segurança na operação. Ao escutar-se a água esgotar, apaga-se o fogo, retira-se a água quente da canequinha, coloca-se o ebúrneo açúcar cristal na medida certa e deposita-se gentilmente o precioso néctar até o segundo terço. Serve-se em salva de prata com um toalhete de papel sedoso, adornado com um beijo, sem precisar perguntar se ficou gostoso, pois sempre se sabe a resposta. (P.S. - não tomo mais café - nem vinho, que eu gostava, por problemas de saúde. Um dia comento...)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Egoísmo e Fineza

             Nesta semana pude ver novamente como é difícil a convivência interpessoal em geral (e entre pessoas que já foram cônjuges anteriormente; como ouvi certa vez,  “uma ex-mulher é para sempre”...). Sim, no meu caso, vi novamente que, mesmo que me esforce para ser ético, elegante, cuidadoso, cortês; mesmo que confesse meu arrependimento e me desculpe, a ex-esposa pode relembrar rude, traiçoeira e  de modo boçal que ela ainda nos carrega como pesada mágoa encarnada, depois de tanto tempo, envenenando-se inutilmente. Chega a dar pena e nos suscita ao pensamento desonroso que somos, pelo menos ali, melhores que ela (o que realmente não significa muita coisa).  Que viés (por vezes) pernicioso este meu de ‘psicologizar’ os acontecimentos, mas é quase inevitável.  Porquê certas coisas tem o condão de fragilizar tanto determinadas pessoas? Por mim, digo que considero  um auto-treinamento meu ‘insistir’ que as coisas são menores do que eu, e que não é justo deixá-las nos derrubar.  Quando vejo isto nos outros constato como todos temos cruzes a carregar que podem ser, paradoxalmente, um palitinho para os outros. Lembro-me de uma crônica (se assim posso nomear) de Danuza Leão, publicada na Folha de São Paulo em 25 de setembro de 2005 (‘Considerações sobre o egoísmo’, baixar em http://www1.folha.uol. com.br/ fsp/cotidian/ff2509200505.htm) no caderno Ilustrada. Ela dizia que os egoístas não amam os demais mas, antes, não amam a si mesmos. Podem ser até boas pessoas, mas tem uma falha essencial, aquele ‘desconfiômetro’ que minha mãe sempre me lembrava quando era criança.  A grande indagação da articulista é se este tipo de pessoa pode mudar, e como. O bom senso diz que sim, mas o processo é que são elas.  Novamente, neste caso, vejo que (para mim) funciona aquela reflexão sobre o desenvolvimento das virtudes. Os antigos (notadamente Aristóteles) ensinavam que o modo de ‘evoluir-se’ para melhor como ser humano era cultivando as virtudes. Mas o que é uma virtude? Como vimos, sabe-se que, grosso modo, constitui num padrão de comportamento e sentimento: uma inclinação sistemática e consistente para agir de certa maneira e desejar e sentir certas coisas em determinadas situações. Sabemos por experiência própria que possuir emoções apropriadas é essencial para o que nomeamos ‘a arte do bem viver’, consistindo virtude (em grande parte) na posse e uso de raciocínios apropriados sobre as condutas condizentes/adequadas que devemos executar na situação em que nos encontramos, eventos que se nos são dados.  É qualidade por demais complexa, que custamos a nos conscientizar. Mais uma lição a relembrar.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ahh.. a complexidade moderna...

Ontem estava confabulando com meu querido amigo Gilberto, à saída do Centro Universitário onde somos docentes. Moço novo, confessava sua tristeza com certo rapaz, um tanto escasso em calor humano, por assim dizer. Disse-lhe que um dia este rapaz também teria filhos e aí veria como é importante certa fineza no trato interpessoal.  Eu, que já sou avô (hmm... parece se tratar de outra pessoa - é como doença ruim, só ocorre com o vizinho) aprendi a dominar um pouco meus sentimentos; a gente pensa muito errado, habitualmente. O velho problema é a mágoa que se nos apodera. é um veneno que custa a esvanecer (falo com experiência própria, e não foi uma só vez...). Mormente é uma equação que nunca fecha, e nos debilitamos. Que duro aprendizado e, paradoxalmente, para muitos o tempo a passar não ajuda a minorar, antes, piora a afecção da alma...
Porisso que muitos não acreditam em coisas que não detenham - em si ou em virtude de sua processualidade - certo 'poder mágico'  para nos fazer melhorar ou fazer desaparecer aquilo que cremos ser a razão de nosso infortúnio, que seja coisa ou pessoa. Mas o que poucos sabem é que o mal, como Epiteto ensinava, não são as coisas em si, mas sim o que o homem pensa sobre a coisa (veja o exemplo da garrafa meio cheia ou meio vazia...) - é uma questão de ponto de vista.  Sim, falar é fácil, por isso que muitos pensam que psicoterapia não é coisa séria, mas é um raciocínio dos mais pavorosos em seu reducionismo. Volto ao assunto. Agora tenho que ir na casa do amigo Julio - alguém vai lá levar uma picanha...  (não, não ligo tanto para a carne, como muito pouco isso, gosto mais muito mais dos amigos...)