Nas famílias sabemos de casos de jovens que sofrem um sistemático processo de desmotivação que as vão comprometer pelo resto de suas vidas, oriundo da simples falta de conversa com seus genitores. Obviamente que cabe ao pai ou à mãe tomar a iniciativa do diálogo, posto que quanto mais imaturo, mais confuso se desenham as realidades nas mentes das pessoas. Se cada um é um universo diverso, ainda que semelhante em muitas coisas, como saber do que se apraz, e mais a um do que a outro? E daí se estabelece, a princípio, muitas situações de estorvo da felicidade, desfrute para o(a) outro(a), mormente de coisas que não nos faz maior diferença.
Para mim, que tenho uma filha nos seus onze anos, a preocupação é recorrente. Angustia-me ve-la digitando, ouvindo, olhando 'ferozmente' seu iPod, o computador, o seu celular, por tardes a fio. Oferecer livros é arriscado, pois a meninada acha ler maçante por demais. Convida-la para sair e passear é, creio, talvez, interessante, mas sei que os amigos são mais motivadores para estar em contacto. Outro dia fui ver o conteudo da pagina de uma destas redes sociais que ela e suas amiguinhas frequentam e fiquei pasmo com a bobajada (sei, "assim é se lhe parece...") que lá é despejada diuturnamente. O fato é que o esforço de comunicar-se é cada vez mais necessário - ela me diz que pareço um 'dicionário ambulante', e juro que nem procuro usar termos muito técnicos! Vou ter que fazer um curso de linguajar popular... ou de gíria, ou de comunicação inter idades - existe algum?
Mas, penso, tenho o direito de determinar sempre o que é melhor para ela? Não estou a impedindo de desfrutar o que é para ela benefício, uma coisa que para mim não o é? Pensamentos, pensamentos... é por isso que alguns casais não tem filhos; no máximo, um animal de estimação!