A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 12 de junho de 2013

noite estrelada...

Foto baixada agora (via Google Images) de
http://www.arcfile.com/tosaband/wp-content/uploads/2013/01/stars.jpg

Gosto muito de caminhar, em especial à noite. Quando volto da Universidade onde ministro aulas (por volta das 23 horas) não tem quase viv'alma nas ruas (nossa São João não é grande cidade, e ainda por cima tem uma lei que veda bares ficarem abertos depois de certa hora...) e a gente experimenta uma gostosa 'solidão'. Vejo muitas coisas impossíveis de captar quando passo de carro pelo mesmo caminho. Mas de noite é mágico!! O silêncio é o que mais me cativa. Quanto mais velho fico menos suporto barulho, que coisa...

Este final de semestre está me cansando, não sei se é pelo número maior de aulas que precisei assumir. Mas acho que o que me enfastia é a dificuldade que as pessoas tem em nos aceitar como somos - sempre acabamos por aborrece-las, ao que parece. As relações interpessoais estão muito custosas e antagonizadas...; parece que as agendas são a cada vez mais individualizadas, prescindindo cada qual do outro (o que é utópico). Vejo que me encastelo em meu solipsismo, acompanhado da leitura e da reflexão, que sempre me marcaram após a juventude. 

Sempre gostei de vivenciar minha subjetividade, explorando a maravilha que é a mente. Sempre entendi que se eu fosse ser alguma coisa, precisaria polir, acepilhar meus pensamentos. Ainda persigo tal tarefa, por demais trabalhosa. Às vezes acho que não é mais valor a ser alcançado pela maioria das almas, como antigamente. Ao se fiar na TV e outras mídias, tal meta não é prioritária. Fico cada vez mais me sentindo peixe fora d'água!

Mas é só olhar um céu estrelado para acabar com esta bobajada. Cada um responde por si!


sábado, 26 de janeiro de 2013

A Fala Correta


Interessante ficar estabelecido, desde os primórdios dos ensinamentos proferidos pelo Lorde Sidharta a necessidade de cultivar a Fala Correta. Quantos sábios não apontaram para as inúmeras ruínas pessoais, sociais, comunitárias, nacionais etc. determinadas pelo uso impróprio da linguagem. A língua é uma espada de dois gumes! Tanto constrói como destrói.

Todos sabemos que para falar corretamente temos que pensar corretamente; em outros termos, a Fala Correta baseia-se no Pensamento Correto (q. v.), pois o falar consiste no nosso pensamento, expresso sob a forma de encadeamentos adequados de sons, que se articulam em conceitos, estas em ideias, e estas originam os raciocínios. O fantástico é que quando falamos, nossos pensamentos adentram a esfera do público – não mais nos pertencem, deixam de ser particulares, e isso falando pessoalmente, via computador ou pelo telefone...

Estes tempos tem a marca dos sistemas e técnicas de comunicação cada vez mais sofisticados e abrangentes; o que ocorre num lugar pode ser imediatamente conhecido no outro lado do mundo! As ferramentas disponíveis parecem conectar as pessoas instantaneamente, pessoal ou remotamente, analógica ou digitalmente. O contraditório é que a comunicação interpessoal parece, a cada momento, mais difícil de realizar-se de modo excelente, profícuo, pois há muita incompreensão, bloqueios, mal-entendidos e aborrecimentos a partir do que o outro nos diz aqui e acolá. 

A condição fundamental da Fala Correta é o ouvir com atenção. Pode parecer banal, mas o que menos se vê é alguém ‘escutando’; os diálogos por vezes parecem solilóquios, discursos para plateia que não quer ouvir, monólogos frente ao espelho. O que sabemos é que, assim,  se não se consegue escutar de modo cônscio, não se pode realizar a  Fala Correta, pois fica-se girando em torno de nossas ideias, não respondendo ao que o outro ou outra efetivamente disse. Eu vislumbro isso toda vez que tenho a impressão, a partir do que o outro profere, de que este outro não está a me escutar; é como se ele ou ela parecesse não assumir ou considerar o que eu estou pensando, dizendo em nossa conversa, nas suas falas... é muito estranho. Tem conversa que saímos dela ‘iguais’ como no começo da mesma!

Muitas vezes consultamos um terapeuta porque não conseguimos conversar com o próximo e, pior, conosco mesmo... A pessoa que tem problemas comunicacionais habitualmente tem dificuldades na família, no emprego, na escola etc. Um dos conselhos que os psicoterapeutas encorajam é a pessoa escrever o que precisa falar – cartas ou mesmo e-mails. Escrever dá mais segurança pois pode-se refletir melhor o que vai se dizer; visualizamos o que o outro pode pensar, ao lermos nossas palavras e, assim, ‘calibrar’ nossos termos e avaliar sempre a adequação do que queremos transmitir. Mas escrever é difícil, tememos a avaliação do outro.

Um outro conselho, agora prescrito por mestres zen, é praticar o silêncio; em outras palavras, ficar menos dependente e escravizado pelas palavras. Quando se pratica o silêncio, meditando sentado, andando ou agindo (p. ex., lavrar pratos é uma excelente contemplação, dizem os adeptos avançados da meditação, o que eu concordo em gênero, número e grau) abrimos boas portas para exercitar a clareza dos nossos próprios pontos de vista e averiguar os bloqueios que subjazem em nossa forma de pensar. Se aprendermos a ouvir com a mente em silêncio, veremos que podemos compreender muito mais a partir das mesmas coisas que estão à nossa frente.

A fala, como qualquer ferramenta, é perigosa se usada de modo impróprio. A pessoa sábia é aquela que se conscientiza que a fala deve ser construtiva, amorosa, compassiva.