ilustração obtida nesta data de
http://hypescience.com/com-o-erro-se-aprende-a-errar/
Chateação! Segunda feira fomos, Ruth, Lívia e eu, a Campinas apanhar nossos passaportes e nem me dei conta de pagar boletos que venceram no fim de semana e no dia aprazado. Agora terei que ir de banco em banco (onde o título está em cobrança) pagar cada 'fatura', pois tem juros, etc... Ah, estas modernidades! E o pior é que fiquei à noite descansando - lendo e vendo TV - da maratona que foi o dia (fomos também ao shopping Iguatemi, o melhor da cidade; almoçamos com os irmãos num almoço festivo na casa dos meus pais...) e poderia ter pago via web facilmente as pendências. Quando se envelhece ficamos mais esquecidos, realmente, mas parece que este problema não me apoquentava quando jovem (ou eu não lhe dava a devida importância, não sei dizer...).
Agora, quarta feira cedo - 6 e 30 da manhã (hora que normalmente já acordei 'faz tempo'...) - feriadão, com este silêncio adorável, ouvindo o chilreio dos pássaros lá fora (como tem pássaros aqui! ah, também lagartos, alguns grandes...) coloco minhas idéias em ordem. A mesa está uma bagunça, com papéis para arquivar, livros e diversos objetos e outras coisas para processar. Ao meio dia temos churrasco para nos divertir, com gente jovem, todos colegas de faculdade de Bilú. Antes, farei minha ginástica diária (ou quase...): pular no mini-tramp uma hora, frente à TV, 'escaneando' os canais...
Ontem à noite, véspera de dia comemorativo do Dia das Crianças, pouquíssimos alunos foram à aula. Ministrei a somente 5 estudantes, e fiquei mais uma vez triste pelas pessoas que não puderam privar da estimulante aula. Discorremos sobre um importante assunto - as condições da relação de ajuda, segundo Carl R. Rogers, dentro da disciplina de Psicologia Humanista-Existencial - entendimento primacial dentre as práticas psicoterapeuticas neste campo do saber. Notei que outros cursos lá de nosso Centro Universitário não tiveram uma presença sequer, e isto em várias classes. Não entendo este tipo de 'desânimo' de nosso alunado. Na verdade nem sei se é desalento ou um tipo de preguiça que se nos assalta cotidianamente, pela enormidade de compromissos e estímulos que esta pós-modernidade nos determina. Mas para esta moçada fugidia esta evasão (pode ser entendida aqui esta palavra especificamente ou no sentido figurado, veja só a polissemia...) é-lhe de certo modo desastrosa: não volta mais esta vivência, esta significativa intelecção. Nem digo pela falta que fará na avaliação de aprendizagem que procederemos ao final do semestre, mas pela oportunidade perdida de segura vivência que cooperaria para moldar, de modo modelar, sua vida profissional.
A razão desta digressão se perfaz, se apresenta sempre à minha consciência visto que a enormidade de dados e informações (no âmbito mais técnico estes termos tem significações diversas!) impõe novo tipo de escravaria ao cidadão - não dispomos naturalmente de cabedal apropriado para lidar com esta enxurrada... Muitos, ouso dizer - a maioria - não sabem o que fazer com tanta opinião e conhecimento expressos em revistas, jornais e livros, TV, informes acadêmicos, documentos, relatórios técnicos, ou seja, textos diversos que nos são 'despejados' ininterruptamente... Como formar, em meio a esta torrente, um senso crítico? Creio que este desafio, o criticismo (à vezes leio 'criticidade' - existe?), é o maior que se impõe aos educadores daqui para a frente...