A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Senso crítico e criticar...



Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://twocanview.com/tag/critical-thinking/

Iniciamos bem este semestre acadêmico - parece que todas as classes estão motivadas para o trabalho didático (mas sempre tem os renitentes que acham que sala de aula é para brincar, ficar conversando com os colegas, jogar video-game nos celulares - mal sabem o que os espera quando se formarem...). 

Uma grande tarefa que procuro realizar com os alunos em todas as aulas é que eles desenvolvam o senso crítico. Criticar (analisar, examinar, perscrutar), na Academia, é o exercício do livre julgamento de um intelectual sobre as questões (intencionais, metodológicas, históricas, políticas, religiosas, contextuais, estéticas... etc...) envolvidas na compreensão de um texto, de um argumento ou de um raciocínio, discutindo (debatendo, questionando...) logicamente seu significado (sentido, aplicação...), bem como – principalmente -  a verificação das evidências subjacentes à verdade e, assim,  ter as condições para apreciar o seu VALOR (utilidade, etc... ). Muitos alunos chegam pensando que 'criticar' é simplesmente (ou somente) 'censurar' - alguns acham que é até imprecar. Mas logo anexam mais um uso ao vocábulo, felizmente.

Eu fui conferir e vi que até no Wikipedia tem um pequeno texto interessante sobre esta habilidade do senso crítico ou criticismo (alguns dizem 'criticidade'), que vale a pena ver:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento_crítico

Para dar conta de desenvolver o senso crítico, habitualmente as minhas atividades em sala de aula mesclam exposição dialogada e atividades práticas sobre algum tema em pauta. Os textos para discussão são fornecidos com antecedência ou trazidos pelo docente no dia da atividade, conforme o planejamento. A leitura prévia do texto por parte dos alunos é fundamental para instrumentalizar o debate em sala de aula, permitindo adicionalmente aos mesmos tomar os devidos apontamentos que julgarem pertinente. Obviamente, sempre advirto que simplesmente ler os artigos, separatas, apostilas e capítulos de livros não vai preparar o aluno para participar dos debates ou redigir trabalhos. Espero sempre que o aluno se engaje intimamente com a reflexão dos textos, questionando os argumentos e analisando sua lógica. (Ajuda em muito tomar apontamentos enquanto lê, ao mesmo tempo em que sumariza os principais aspectos apresentados) Se o aluno vem à sala de aula com ao menos duas questões para discutir é um bom indicativo de seu envolvimento, penso eu. Mas é um trabalho árduo. Muitos alunos passam o ano todo em atitude passiva - não são poucos os que 'entram mudos e saem calados' quase todo dia... Eles não questionam, não observam o questionamento dos colegas, não se engajam. Apassivam-se, literalmente. Negam-se a si mesmos, ao fim e ao cabo, e não desenvolvem habilidades e competências preciosas. Preocupo-me e me exponho denunciando o problema, mas muitos alunos acham que exagero ou até que os destrato... Hard times!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Caramba, esqueci...

ilustração obtida nesta data de
http://hypescience.com/com-o-erro-se-aprende-a-errar/

          Chateação! Segunda feira fomos, Ruth, Lívia e eu, a Campinas apanhar nossos passaportes e nem me dei conta de pagar boletos que venceram no fim de semana e no dia aprazado. Agora terei que ir de banco em banco (onde o título está em cobrança) pagar cada 'fatura', pois tem juros, etc... Ah, estas modernidades! E o pior é que fiquei à noite descansando - lendo e vendo TV - da maratona que foi o dia (fomos também ao shopping Iguatemi, o melhor da cidade; almoçamos com os irmãos num almoço festivo na casa dos meus pais...) e poderia ter pago via web facilmente as pendências. Quando se envelhece ficamos mais esquecidos, realmente, mas parece que este problema não me apoquentava quando jovem (ou eu não lhe dava a devida importância, não sei dizer...).

          Agora, quarta feira cedo - 6 e 30 da manhã (hora que normalmente já acordei 'faz tempo'...) - feriadão, com este silêncio adorável, ouvindo o chilreio dos pássaros lá fora (como tem pássaros aqui! ah, também  lagartos, alguns grandes...) coloco minhas idéias em ordem. A mesa está uma bagunça, com  papéis para arquivar, livros e diversos objetos e outras coisas para processar. Ao meio dia temos churrasco para nos divertir, com gente jovem, todos colegas de faculdade de Bilú. Antes, farei minha ginástica diária (ou quase...): pular no mini-tramp uma hora, frente à TV, 'escaneando' os canais...

          Ontem à noite, véspera de dia comemorativo do Dia das Crianças, pouquíssimos alunos foram à aula. Ministrei a somente 5 estudantes, e fiquei mais uma vez triste pelas pessoas que não puderam privar da estimulante aula. Discorremos sobre um importante assunto - as condições da relação de ajuda, segundo Carl R. Rogers, dentro da disciplina de Psicologia Humanista-Existencial - entendimento primacial dentre as práticas psicoterapeuticas neste campo do saber. Notei que outros cursos lá de nosso Centro Universitário não tiveram uma presença sequer, e isto em várias classes. Não entendo este tipo de 'desânimo' de nosso alunado. Na verdade nem sei se é desalento ou um tipo de preguiça que se nos assalta cotidianamente, pela enormidade de compromissos e estímulos que esta pós-modernidade nos determina. Mas para esta moçada fugidia esta evasão (pode ser entendida aqui esta palavra especificamente ou no sentido figurado, veja só a polissemia...) é-lhe de certo modo desastrosa: não volta mais esta vivência, esta significativa intelecção. Nem digo pela falta que fará na avaliação de aprendizagem que procederemos ao final do semestre, mas pela oportunidade perdida de segura vivência que cooperaria para moldar, de modo modelar, sua vida profissional.

          A razão desta digressão se perfaz, se apresenta sempre à minha consciência visto que a enormidade de dados e informações (no âmbito mais técnico estes termos tem significações diversas!) impõe novo tipo de escravaria ao cidadão - não dispomos naturalmente de cabedal apropriado para lidar com esta enxurrada... Muitos, ouso dizer - a maioria -  não sabem o que fazer com tanta opinião e conhecimento expressos em revistas, jornais e livros, TV, informes acadêmicos, documentos, relatórios técnicos, ou seja, textos diversos que nos são 'despejados' ininterruptamente... Como formar, em meio a esta torrente, um senso crítico? Creio que este desafio, o criticismo (à vezes leio 'criticidade' - existe?), é o maior que se impõe aos educadores daqui para a frente...