A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 3 de abril de 2012

Relembrei mais uma coisa dos tempos da faculdade...

foto obtida agora de
http://juneravenna.blogspot.com.br/

Uma das vivências mais mobilizadoras que um estudante de Psicologia pode ter são aquelas nas instituições asilares, em especial os hospitais psiquiátricos. Eu tive excelentes experiências em nosocômios de Campinas e em Valinhos, à época administrados por psiquiatras que estão, hoje, na crista da onda, como se diz. Muitas destas ocorrências falo em sala de aula e me divirto com os olhos arregalados de muitos educandos.

Tenho classes interessantes este ano (ainda que com alguns alunos que não sei discernir o que estão a fazer ali) e estou apreciando deveras a comunicabilidade de alguns outros. Deram a me escrever, coisa que pouco vi nestes anos todos de Universidade aqui em São João. 

Tomo a liberdade de pinçar um pedaço do texto de um aluno, R. (preservo seu nome porque ele afirma coisas importantes que podem ferir 'suscetibilidades', por assim dizer) , que me relembrou estas experiências dos anos 70. Diz ele, de um modo bem intenso, e que nos faz refletir estas importantes questões:

"Tenho presenciado cenas que soam estranhas para mim no sanatório, é muito duro, e ao mesmo tempo muito educativo, ver pessoas que não tiveram a mesma sorte que eu na vida, a sorte de ter uma boa família, a sorte de ter recebido uma boa educação, e principalmente a falta gritante de AFETO. Eu realmente acho importante o papel do hospital psiquiátrico, e realmente apoio a luta contra os manicômios, mas eu defendo a mudança de regimento, a mudança de conduta para com os ocupantes; existem pessoas ali, seres humanos que estão sofrendo MUITO, e poucos vão compreender esse sofrimento, e eu me sinto mal sobre esse aspecto, pois a falta de estrutura e de conhecimento em relação aos doentes é desolador, é MUITO triste ver pessoas sofrendo 'sozinhas', sem a minima lucidez e capacidade de entender o que acontece a elas. Não quero ser presunçoso, e muito menos discriminador, mas me incomoda MUITO ver o modo como os psiquiatras tratam aqueles SERES HUMANOS que vivem e convivem ali; é preciso entender seus problemas, é preciso auxiliá-los da melhor maneira possível, não é APENAS AMARRAR E DAR REMÉDIOS, isso é simplesmente "jogar a sujeira para de baixo do tapete". E tenho aprendido muito com os psicólogos que estão ali dentro, é um trabalho LINDO, um trabalho de SER HUMANO, PARA SER HUMANO. Vai muito além de remédios -- é amor, compaixão, serenidade, paciência, EMPATIA; é tentar entender ao máximo o sofrimento daquela pessoa, e ajudar a melhorar ao máximo sua qualidade de vida."

Que legal poder ver idealismo assim, vontade de mudar e de compreender, num plano humano, arraigado à existência. Faz-nos acreditar em nossa profissão. Assino embaixo! Continue assim, caro aluno, você vai ser grande em nosso fazer. Conte comigo...