A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

O sonhar

ilustração obtida agora de
http://sonhoslucidus.blogspot.com.br

Eu queria discutir agora sonho enquanto conjunto - por vezes 'maluco' - de imagens, de pensamentos ou de certas fantasias que se apresentam à mente durante o sono, e não tanto sonho como sequência de ideias soltas e, por vezes,  incoerentes, ilusórias, às quais o espírito se entrega. Esta última concepção seria aqueles devaneios, expectativas que criamos, em geral bem mais alegres e afortunadas do que merecemos ou efetivamente lutamos por elas. Estas expectativas podem fazer parte de nossos sonhos, mas não são tão fundamentais assim para construir esta atividade natural que está incluída no dormir.

Faz tempo que penso nisso, pois não sei se por causa da idade, mas os meus sonhos tem sido cada vez mais 'amalucados" e elaborados, complexos, enredos que mereciam filme... O que vejo é que meus sonhos são muito criativos, engraçados, problemáticos e desafiadores. Tem sempre uma tarefa a realizar, percalços a sobrepujar, mas sem graves ameaças ou perigos nefastos. Não tem conteúdo que me envergonhe ou me faça menor perante mim mesmo ou os outros. Consigo ver muitas vezes, enquanto estou a sonhar, que aquilo tudo é um sonho, mas a história segue em geral como um cinema que desfruto magicamente, pois não sinto dor quando caio, não sinto sede ou fome e também não sinto cheiros ou outras sensações perceptuais mais radicais. Outro dia sonhei que realizava uma atividade que cumpri por muitos anos, com alegria: correr, exercitar por 15, 20 kilometros facilmente. Revivi a alegria e satisfação que era, apesar de averiguar que era um sonho. Hoje, por problemas de articulação de joelhos (resultado de desgaste, que fazer...) não posso correr nas ruas, somente corrida estacionária, usando aquele mini-trampolim, como disse aqui em outro post.

Os neurocientistas tem se debruçado sobre a temática e, ao que sei, esta atividade essencial de sonhar revela-se como uma construção natural do cérebro, um certo composto  emaranhado de coisas que pensamos durante o dia, também de coisas que estão guardadas na memória e também de coisas, parece, que estão ainda a acontecer (isto é bem polêmico, sei, mas que tem, tem... quem nunca teve sonhos premonitórios?). Desta constatação simples podemos inferir que o conteúdo do sonho revela em grande parte o que costumamos ficar pensando e considerando em vigília.  Se você pensa coisa boa, prática, teus sonhos refletirão isso; se costumas pensar coisas ruins, ameaçadoras, este conteúdo vai povoar teus sonhos, resultando em pesadelos e todo tipo de sonho aflitivo, aterrador. Obviamente tem aqueles sonhos que refletem abusos gastronômicos ou de substancia entorpecente (álcool, principalmente)  ou falta de ar quando se tem apneia, mas aí a explicação do conteúdo do sonho é manifesto: pesadelos 'fisiológicos'...

Não vou entrar aqui em considerações sobre origens subterrâneas destes maus sonhos, como se uma entidade ou homúnculo habitasse nossa mente ou espírito, e aproveitasse a noite para se manifestar. Este negócio de dizer que temos uma 'inacessível' vida mental inconsciente que por vezes aparece quando sonhamos é muito duvidoso, polêmico, e por mais que especulemos não chegamos a conclusão útil para, enquanto ferramenta, metodizar nosso viver (certas correntes em Religião ou Psicologia acreditam que sim...). Mas eu, pessoalmente, não creio que seja tão válido esta tecnologia toda que certos estudiosos desenvolveram: continua-se ao final e ao cabo refém de uma vida inacessível (que tem sua própria lógica...) que não formula ou revela liames fidedignos para termos certeza de estarmos no caminho certo do seu apropriado manuseio... 

Assim, creio que vigiar o que pensamos (e o modo como pensamos o mundo e o viver) é uma maneira de termos bons sonhos; do modo com que se considera a vida e o quê da vida se considera são os maiores componentes dos sonhos, de agora e doravante. Vejo que muita gente dá muita importância ao que se sonha, e se esquece da vida cons-ciente que vive e que, afinal, é o que temos (o viver, nossa particular vivência) mais à mão para exercitarmos cônscia e refletidamente a Razão, ponderando como podemos autonomamente dispor de nossas faculdades e recursos para a passo e passo evoluir, desenvolvermo-nos na realização do potencial de cada um, aperfeiçoando nossa práxis diária.