A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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sábado, 25 de maio de 2013

Friozinho 'ajeitado'!!

"Cold Blues", by alexiuss,
obtido agora, via Google Images, de
http://fc06.deviantart.net/fs10/i/2006/080/3/1/Cold_Blues_by_alexiuss.jpg

Linda imagem, não? Gosto muito de boas fotos; esta aí é ótima... Lembra-me a infância, quando passávamos temporada na Fazenda Boa Esperança, na cidade de Piraçununga (este vocábulo, de origem indígena - tupi -  quer dizer 'cachaça', aguardente de cana) , de propriedade do sr. Rolf Weinberg - não sei se erro na grafia do nome; era um dos judeus patrões do meu pai - muito boa pessoa, educadíssimo - na empresa que ele trabalhava na época (anos 60, começo dos 70).

'Adoro' o frio - sinto-me bem à vontade. Nesta semana os colegas foram 'encapotados' na Universidade; eu ia só de 'uniforme' mesmo: camiseta paquistanesa preta e calça jeans (como o Steve Jobs...) - não tem nada mais confortável. Só não uso tênis todo o tempo, pois gosto de mocassim.

Nestas férias que se aproximam vou fazer umas mudanças 'logísticas' aqui em casa; sairei das catacumbas, dos porões aqui do casaréu, e ocuparei uma dependencia na parte de cima. Lá em baixo, apesar do isolamento, não temos bom alcance do serviço de celular e da web (wireless). E também Bilú vai precisar de um cantinho para colocar seus apetrechos de trabalho de Fisioterapia, agora que vai se diplomar (é sua segunda faculdade; ela é Administradora de Empresas). Acho que tudo vai se acomodar bem, pois lá na 'antiga' sala tem até instalações sanitárias do lado - esta casa tem vários cômodos pelos 2 pavimentos, e 4 banheiros (!) ; é bem mais que suficiente para nós dois.

No fundo, eu e ela gostamos de sempre estar alterando as coisas aqui em casa e 'sendo alterados' por elas... Gostamos de mudança. É um truísmo que  única coisa fixa neste mundo é que tudo se altera, e não se pode lutar contra esta determinação. Mas Ruth gosta ainda mais que eu de mudar mobília e adereços - interessante esta persistente inclinação dela. Ela é muito zelosa do lar, como eu acho que tem que ser uma esposa; infelizmente, este valor não é mais comum entre as mulheres, atualmente. Sinal dos tempos.

Fim de semana agitado este aqui - temos visita de um jovem casal aqui em casa (ela é minha colega pesquisadora na Universidade) com sua filhinha, também de nome Mariana, como minha primeira menina. No domingo, almoçamos na Igreja. Semana que vem é Semana Cultural no UNIFAE, e vou dar duas palestras, e acompanhar mais uma (desta professora, a Valéria, que vem aqui em casa hoje), todos os temas voltados à Terceira Idade, linha de pesquisa do meu Grupo de Estudos (GP-CNPq) lá onde trabalho. Já elaborei as provas de final de semestre (que 'trabalheira' isso dá...) e me preparo para as férias. Como o tempo anda 'passando' rápido - sinal que estamos velhos! Ah, e na quinta feira próxima vamos buscar Lívia para passar o feriado e fim de semana conosco. Saudades... falo com ela quase todo dia pelo celular, mas ficar junto é mais legal!

Revisando o texto, vi que coloquei muitas aspas nas palavras - será cacoete (acepção 06 do Dicionário Eletrônico Houaiss, por favor... )? Costumo ficar 'polindo' as palavras, pois elas são tão limitadas-poderosas... mas o fato é que aprendi a ama-las, com certo temor e reverência. É a grande experiência que um vivente pode ter, no plano mais elevado do saber. São como que chaves para boa existência; abarcam aquela classe de objetos que ninguém consegue nos subtrair, nos impedir de desfrutar. É a grande invenção da Humanidade - o resto são derivações, derivativos, derivatórios... gosto destes jogos de linguagem!

Já fui fazer a barba dos velhinhos; hoje tinha um lá que não gosta de tomar banho e as atendentes me 'ordenaram': "se ele não for tomar banho, não faça a barba dele!!" Eu disse "Fulano, se você não tomar banho não vou fazer sua barba"... e ele disse que ia 'me matar'...  demos muitas risadas, todos que estavam perto...  Ao final, duas mulheres atendentes, santas senhoras, com toda a paciência e boa vontade (como ocorre sempre lá no asilo Lar São Vicente de Paulo) vieram e o convenceram a se banhar (acho que ele faz certo charme, denguice, mas não posso afirmar; ele é simpatico comigo e ficamos depois dando risada da sua teimosia...). O gozado é que eu estava comentando jocosamente com o senhor sentado na cadeira na hora "puxa, faz muito tempo que duas mulheres não me convidam para ir tomar banho..." e não vi que uma das moças estava por perto e ela disse, deixando-me "sem graça":  "... Não seja por isso!!" O fato é que naquele Asilo a camaradagem é enorme, ainda que o serviço seja ininterrupto àqueles 76 idosos que lá residem. Azáfama diária... E só aumenta a demanda de lar de idosos e asilos no Brasil. A Irmã Superiora das Freiras que administram o lar, a querida Irmã Davina, disse-me que se houvesse outro asilo igual àquele a ficar pronto, num momento já estaria com todas as vagas preenchidas, tal é a fila de espera de famílias para colocar lá seus idosos. Que coisa; é o envelhecimento da população, que caminha célere... E eu no meio da turma!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Chimarrão...


gravura obtida agora de
http://blogdaiso.blogspot.com.br/2012/01/regras-do-chimarrao.html

Mas..., báh! tchê, que frio gostoso que está fazendo; fui correndo comprar uma cuia nova, um porongo bem adornado, como se deve (a anterior que eu tinha deu de acoitar cupim, póde??) ... Foi difícil encontrar aqui nesta terra, mas a encontrei numa charutaria, veja só, boa loja, sortida de diversos tipos. Peguei o costume de matear quando trabalhei com os Stefanello, gauchada boa de Cruz Alta (RS), lá em Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Sidrolândia, cidade pequena nos anos 80 (não sei como estaria agora).

O mate já tinha comprado no domingo passado numa churrascaria perto de Campinas, uma erva descansada, verdinha que só ela - vou guardar na geladeira para conservar. Já tomei  muito chimarrão gostoso demais, parece que colocaram  açúcar... Mas sabemos que não se deve inventar com a secular tradição (veja alguns conselhos no blog cujo endereço emprestei a gravura acima), sob pena de criar inimizades... 'Nada a ver'...

Eu gosto de matear também porque tira um tanto a fome 'canina' que teima em me dominar; a idade vai fazendo a gente ficar mais sem-vergonha e, com isso, tendemos a cultivar uma barriguita (panturra, diz Ruth) incômoda. E ajuda na digestão, se bem que nunca tive problemas neste particular, posto que consumo verduras, frutas e legumes em profusão e me exercito regularmente.

A casa está 90% arrumada, depois da mudança do outro domicílio. Falta trazer umas estantes suspensas que ainda estão no antigo apartamento - o pessoal da marcenaria prometeu instalar até o fim da semana. Tenho umas 30 caixas no porão para serem desembaladas, cheias de livros - só a minha Britannica enche um módulo inteiro da estante cor de café. Cheguei a ter uns 3 mil livros (compro desde 1973, quando iniciei a faculdade de Psicologia) mas já doei metade para as Bibliotecas dos dois Centros Universitários aqui da cidade. É um dos poucos prazeres que me permito - gosto de livros; é a maior invenção da Humanidade. Agora vou procurar armazenar livros (em formato) digitais no tablet (ou microcomputador), pois em papel se nos exige espaço e certa logística... Ler é a maneira mais barata de arejar as idéias, colocando as 'ferrugens' pra correr... É altamente apaixonante! Quando ouço alguém dizer que não gosta de ler surpreendo-me; é muito estranho, realmente...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mudamos de domicílio!

foto obtida agora de 
http://mtmcz.blog.uol.com.br/

Cáspite! Mudamos de residência: antes um belo apartamento, com vista privilegiada; agora uma casa (antiga, mas mui bem reformada) com um imenso porão, arejada, otimamente posicionada quanto ao nascente e o ocaso. Hoje está muito complicado residir em condomínios - para mim foi o suficiente estes 7 anos que estou aqui nesta cidade. Não vou declinar as razões que me fizeram debandar daquela comunidade - são vários; alguns suportáveis, outros imponderáveis, um e outro insultuoso... Não tenho mais idade para pretender amansar certo magote de casmurros parvenus...

Na verdade, veja como o Pai Celestial conduz os eventos - grosso modo, se não fossem os achaques recebidos de uns indoutos à minha atuação como síndico, juntamente com alguns vislumbres temerosos quanto ao futuro da pregressa compropriedade, não teríamos nos motivado a empreender a cansativa mudança. Quantos endereçamentos  a alterar; quanta arrumação/desarrumação; a ampla modificação parece organizar certo 'putsch'  com o nosso andar, nosso viver previsível - não se acha mais nada, 'tudo' some ou está tão bem guardado que esquecemos; tem-se que desinstalar-instalar mil adereços e contar com a boa-vontade de diversos prestadores de serviços, etc... Um horror e, no meu caso, originado por horrores (as palavras tem cada uso!)...

O pior (oh, que tempos os nossos!) é ficar desplugado de internet, de telefone, de TV - algo horrendo (olha a palavra de novo...) eu sei, mas que fazer; um dia, no futuro, nossa posteridade com certeza vai rir de nossa angústia e ansiedade motivada por estas bugigangas eletrônicas, estas arapucas-antes-analógicas-hoje-digitais que moldam nosso viver e fazer. Ainda bem que temos telefone celular!

Espero estar com a casa arrumada daqui a algumas semanas, quem sabe... e isto, trabalhando ali e lá, preparando aulas, etc. Trocando pneu com o carro em movimento; arrumando o casco do navio navegando em alto mar. Complicado.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Repassando... vejam que reportagem interessante!

            Coloquei no portal do Centro Universitário em que trabalho, para todos os meus alunos,  um texto que reproduzo aqui, como bonus de leitura. Ele vem a calhar sobre um tema que sempre reflito com eles e que creio ser fundamental para o seu preparo, a empregabilidade. É muito esclarecedor e espero que os motive a repensar suas prioridades. Todo esforço para conscientizar a moçada é válido, pois muitos me parecem perdido neste mundo globalizado, googleficado...

                      "O PROFISSIONAL QUE O MERCADO QUER"

                        Débora Rubin     -     Fonte: Revista Isto é - Ed. 2212 - 31/03/2012


O mundo do trabalho vive sua maior transformação desde a Revolução Industrial e busca um novo tipo de pessoas.  Agora o que vale mais é ter formação diversificada, ser versátil, autônomo, conectado e dono de um espírito empreendedor.


Esqueça tudo o que você aprendeu sobre o mercado de trabalho. Estabilidade, benefícios, vestir a camisa da empresa, jornadas intermináveis, hierarquia, promoção, ser chefe. Ainda que tais conceitos estejam arraigados na cabeça do brasileiro - quem nunca ouviu dos pais que ser bem-sucedido era seguir tal cartilha? -, eles fazem parte de um pacote com cheiro de naftalina. O novo profissional, autônomo, colaborativo, versátil, empreendedor, conhecedor de suas próprias vontades e ultraconectado é o que o mercado começa a demandar. O modelo tradicional de trabalho que foi sonho de consumo de todo jovem egresso da faculdade nas últimas duas décadas está ficando para trás. É a maior transformação desde que a Revolução Industrial, no século XVIII, mandou centenas de pessoas para as linhas de produção, segundo a pesquisadora inglesa Lynda Gratton, professora da London Business School e autora do livro "The Shift: The Future is Already Here" ("A mudança: o futuro já começou", em tradução livre).


Nas novas gerações esse fenômeno é mais evidente. Hoje, poucos recém-formados se veem fiéis a uma única empresa por toda a vida. Em grande parte das universidades de elite do país, os alunos sequer cogitam servir a um empregador. "Quando perguntamos onde eles querem trabalhar, a resposta é: na minha empresa", conta Adriana Gomes, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo. Entre os brasileiros que seguem o modelo tradicional, a média de tempo em um emprego é de cinco anos, uma das menores do mundo, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - os americanos trocam mais, a cada quatro anos. O ritmo dinâmico inclui mudanças de função, de empregador, e até de carreira.


O cenário atual contribui. "Estamos migrando de um padrão previsível para um modelo no qual impera a instabilidade", diz Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Quem apostar na estrutura antiga vai sair perdendo, segundo a professora Tânia Casado, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. Isso significa, inclusive, rever o significado de profissão. "O que passa a valer é o conceito de carreira sem fronteiras, ou seja, a sequência de experiências pessoais de trabalho que você vai desenvolver ao longo da sua vida", define Tânia, uma das maiores especialistas em gestão de pessoas do País. Dentro desse novo ideal, vale somar cada vivência, inclusive serviços não remunerados, como os voluntários, e os feitos por puro prazer, como escrever um blog.


O conceito não é novo. Surgiu em 1993 da mente futurista de Michael Arthur, professor de estratégia e negócios da Universidade Suffolk, nos Estados Unidos. Só agora, quase 20 anos depois, é que a teoria começa a virar realidade. De acordo com sua tese, a carreira sem fronteiras é aquela que se apoia no tripé "por quê, como e com quem". "É preciso se perguntar o que você quer da sua vida e por quê; estudar para obter a técnica necessária e, por fim, estabelecer relações nas quais exista uma troca de conhecimentos", explica Tânia, estudiosa da tese de Michael. Ou seja, você pode até passar anos no mesmo lugar, como fizeram seu pai e avô, desde que tenha a mente flexível do profissional sem fronteiras e busque autoconhecimento, atualização constante e intercâmbio de experiências.


O novo profissional também tem que ter jogo de cintura para os novos arranjos trabalhistas. "A tendência é ter mais flexibilidade na remuneração, no tempo de duração da atividade, no conteúdo e no fuso e local de trabalho", destaca Werner Eichhorst, diretor do Instituto de Estudos sobre o Trabalho de Bonn (IZA, sigla em alemão), na Alemanha. O home-office, prática de trabalhar em casa que começa a ganhar terreno, será a realidade de milhões de brasileiros nos próximos dez anos, sobretudo nas grandes cidades sufocadas pelo trânsito.


A revolução trabalhista está na pauta do dia por diversas razões. Em seu livro, Lynda Gratton apresenta o resultado de um estudo feito com 21 companhias globais e mais de 200 executivos na London Business School. Do extenso debate, ela elegeu as cinco forças que estão moldando o trabalho e, claro, seus profissionais. Em primeiro lugar, está a tecnologia. Como na Revolução Industrial, quando as máquinas aceleraram a produtividade, hoje a vida em rede e os recursos de ponta eliminam uma série de empregos e modificam outros tantos. No cenário brasileiro, há de se considerar a herança deixada pelas amargas décadas de 1980 e 1990, nas quais o desemprego e a terceirização explodiram - segundo Pochmann, o número de trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria subiu de 11,7% para 58,2% somente entre 1985 e 1990. Nos últimos anos, o desemprego vem diminuindo e a formalização aumentou. Esse crescimento, porém, se deve mais pela geração de novos postos de trabalho com carteira assinada do que pela regularização do trabalho informal. Hoje, 45% dos brasileiros ativos não são registrados, de acordo com o Ipea.


Outras três forças citadas por Lynda Gratton são globalização, mudanças demográficas e preocupações ambientais. A primeira traz com ela a entrada de novos países no grande jogo econômico global - como o próprio Brasil. A segunda diz respeito à quantidade de gente no mundo - seremos nove bilhões em 2050 -, e à maior expectativa de vida. E a terceira tem a ver com as mudanças necessárias na forma de produzir e consumir para reduzir os impactos no meio ambiente. Por fim, a autora destaca a quinta força: as tendências de comportamento humano. Mais gente viverá só, as famílias serão menores e as relações afetivas serão foco de maior atenção. Trabalhar em casa ou próximo da moradia, mais que uma questão sustentável, será uma opção pelo bem-estar, algo que o brasileiro já valoriza. Em uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), no começo do ano, a meta profissional mais desejada em 2012 pelos entrevistados é "melhorar a qualidade de vida", acima até da opção "ganhar mais". "O workaholic está saindo de moda", afirma a professora Adriana Gomes, da ESPM. "Aos poucos, as pessoas foram percebendo que a produtividade delas caía a médio e longo prazos."


Não é só o profissional que deve estar preparado para tamanha virada. As empresas, sobretudo as grandes corporações que se expandiram ao longo dos últimos 20 anos, também precisam arejar suas convicções. Uma das principais mudanças é dar mais autonomia para que o funcionário crie, produza e evolua sem ficar estafado. Tânia Casado, da USP, coordena um grupo de estudo que tem se debruçado sobre um tema fresquinho, curioso e fundamental para o mundo corporativo: o "opt-out". Trata-se da prática, ainda pouco conhecida e aplicada, na qual as pessoas podem continuar sua trajetória dentro de uma empresa sem ter que necessariamente seguir a trilha convencional de subir na hierarquia. "Executivos de grandes grupos me procuram preocupados com a fuga de talentos e me perguntam o que podem fazer para retê-los", diz a professora. Isso inclui principalmente mulheres que gostariam de passar mais tempo com seus filhos após a licença-maternidade, sem abrir mão da carreira. A resposta de Tânia é: opt-out. Ofereça opções ou os talentos vão embora. Principalmente em um momento bom da economia.


O desafio de lidar com esse novo perfil é tão grande que é o tema do Congresso Anual de Gestão de Pessoas (Conarh) deste ano, que será realizado em agosto. "Os profissionais, em especial os jovens, guiam suas carreiras por suas causas e valores", diz Leyla Nascimento, presidente da ABRH, que organiza o evento. "Se percebem que seu empregador não compra a sua causa, ele simplesmente vai embora." Outra insatisfação grande, segundo ela é não ser reconhecido, cobrado e valorizado, o que exige melhorias na comunicação e na forma como as lideranças atuam. Até mesmo o uso das redes sociais é visto como uma questão estratégica. "É uma realidade e não pode mais ser ignorada."


Nas empresas de médio porte, em especial as de tecnologia, esse novo profissional já encontra território acolhedor. Na Conectt, os 150 funcionários têm a liberdade de propor ideias a qualquer momento. São eles que decidem também os programas de bem-estar, além de desfrutar de horários maleáveis. Alguns designers nunca pisaram na sede da empresa, em São Paulo, e trabalham remotamente de diferentes pontos do Brasil. No ano passado, um programador recém-contratado avisou que sairia em seguida para passar uma temporada na Austrália. Foi incentivado e lhe asseguraram que teria sua vaga na volta. Segundo o sócio-diretor Pedro Waengertner, o importante é a equipe entregar o trabalho, independentemente da quantidade diária de horas trabalhadas, e ela se sentir parte fundamental do processo. "O funcionário é um ativo valioso e, para reter os melhores, é preciso ter flexibilidade", diz ele.


Nesse cenário de mudanças aceleradas, a legislação trabalhista brasileira é um entrave. Criada em 1943 por Getúlio Vargas e alterada em poucos detalhes ao longo das últimas décadas, a essência da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) corresponde a um Brasil que já não existe. A rigidez da CLT, que impede, por exemplo, a opção de meio período para várias profissões, é o ponto mais criticado pelos especialistas. Um estudo realizado no ano passado pelo IZA, de Werner Eichhorst, em parceria com a USP, faz um comparativo entre os dois países e mostra que a possibilidade de os funcionários alemães negociarem seus salários diretamente com os empregadores, sem sindicatos nem governo no meio, ajudou a salvar 350 mil postos durante a crise de 2008. No Brasil, a pesquisa aponta a cultura de desconfiança entre as partes como fruto de uma lei extremamente paternalista. Resultado: dois milhões de casos julgados na Justiça do Trabalho a cada ano.


Apesar do embaraço legal, o mercado trata de pressionar, na prática, por mudanças. "Os empregadores vão achando as brechas até alguém ter a coragem de mudar", acredita a professora Adriana, da ESPM. O governo Dilma acena com transformações. Irá propor ao Congresso duas novas formas de contratação, a eventual e a por hora trabalhada. As alterações podem dar mais dinamismo ao mercado e permitir que quem dá expediente dois dias na semana ou três horas por dia seja integrado formalmente à força produtiva do País. Se a proposta for adiante, estará em maior sintonia com a realidade atual.


Afinal, a revolução no mundo do trabalho já começou.

(assino embaixo!!)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mudanças...

Estou me lembrando de uma grande amiga que há muito não vejo - a Vó Cotinha. Ela era avó de uma ex-namorada, e era uma finíssima dama, na verdadeira acepção da palavra. Precisaria de muitas páginas para descrever suas virtudes (que se espraiavam em múltiplas dimensões, desde as gastronômicas, passando pelas interpessoais, até as espirituais...), mas a que mais gostava era a sua sedutora jovialidade, do alto dos seus mais de 70 anos. Espirituosa também, e por um de seus luminosos comentários me lembrei de sua adorável pessoa. Ela disse que nos anos de sua meninice em Taubaté, haviam tão poucas pessoas a vagar pelas suas ruas poeirentas que ela, à época de nossas conversas (1979-1980...), se admirava como a cidade havia crescido e quanto os costumes haviam mudado. Relatava que havia visto valores de cinco gerações - da avó, da mãe, os da sua própria, a dos filhos e, à época, a dos netos (e se estiver viva, agora a dos bisnetos...) e que tal maravilha causava espantosa espécie. Estou agora no mesmo patamar experiencial e espero ver meus bisnetos. Eu, que via somente tv branco e preto na infância e música em bolachões 78 rotações, vi surgir o computador pessoal, algo banal nos dias de hoje; surpreendo-me como a tecnologia avançou, e quem sabe o que mais verei ainda! Mas o ponto que quero chegar é que (e digo isso facilitado pelas experiências que tenho a partir de minhas profissões), paradoxalmente a estes tempos ricamente 'tecnocráticos', os jovens de hoje aparentam estar mais e mais necessitados daquelas instruções vivenciais que eram tão caras a nossos genitores antigamente - a urbanidade e virtudes ditas 'espirituais' - especialmente esta, como aquela dimensão que dá a 'liga' a outras tantas habilidades e competências que a técnica aparentemente supre hoje, mas que faltam ao completo e harmônico/equilibrado existir num mundo cada vez mais caótico... O problema hoje é que temos tantos 'gurus', livros e informação, que os verdadeiros critérios para discernir esta barafunda estão embaralhados e indiscerníveis dos 'maus' critérios. Neste âmbito, como crítico exemplo, nem a religiosidade mais é veiculada nos meios de comunicação de massa como um referencial crível, dada a polifacetada expressão. É lugar comum referir-se aos 'bons tempos' (o que é uma certa ilusão de veros macróbios...) mas, ao contrário de alguns amigos meus, não gostaria de ser jovem nestes últimos dias...