A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Memórias...

Getty Images

Uma das coisas mais impactantes da minha vida foi quando me dei conta que “existe” uma coisa chamada tempo. Coloquei aspas pois o que realmente existe é o aqui-e-agora: nossa mente que identifica/supõe a sucessão de eventos; assim, analisamos o que passou e o que poderá (ou não) ocorrer à frente, tudo no momento-tempo presente, atual.


A entidade que ajuda nesta tarefa é a tal de memória: parece ser anti-tempo. Enquanto o tempo tenta nos dissipar a vida, a memória presentifica os eventos vivenciados, como que eternizando os bons ou maus momentos.


Quando criança, não temos ainda consciência formada desta entidade tempo; nessa idade ele “demora” a passar. Nossa infância possui muitas memórias pois, como límpida folha de papel, valida qualquer rabisco que surge. Praguejamos contra o tempo, posto que envelhecemos, os nossos filhos ficam adultos como nós, constatamos que muitas pessoas desaparecem da nossa existência. Porém, para a memória, ainda teimamos em ser jovens, novos e (nem todos) atentos a tudo.


É a memória que viabiliza nossa visão-de-mundo, preferências e desejos, coisas que valoramos. Por isso nos emocionamos, sentimos saudades, evocamos as coisas que, a seu modo, superaram o tempo. Subitamente determinado evento (uma música, um filme, uma comida, um odor…)  faz surgir registros que por vezes julgamos sepultados, esquecidos em algum lugar, coisas que estão ou não nos calendários e nas estações, outras criações oriundas da noção de tempo.


A coisa mais triste para uma família é um dos velhos ter a mente declinada, como na doença de Alzheimer. Aquela pessoa se vai, ainda que sem falecer, não reconhecendo a si e os seus. A memória acaba. As pessoas, os laços, as preciosas recordações se acabam. 


É certo privilégio ter boa memória. Eu gosto de reavivar algumas especiais, comprando coisas como o doce sírio halawi (gergelim) e a geléia de mocotó. Leio livros de novo, refazendo percursos intelectuais que me deram muita satisfação. Mas reconheço que minha memória poderia ser melhor, não fossem os problemas de saúde que tive, o pior deles ter tido o vírus da Covid. E, pior,  a idade provecta agora ajuda a problematizar o quadro. Mas estou tentando minimizar os seus efeitos deletérios, zelando pela alimentação equilibrada, o sono reparador e a atividade física constante. 


A coisa mais importante que gostamos de lembrar são os amigos, e amigos de verdade como que se eternizam em nossa mente. Desde que percebemos que o tempo “não passa” para a memória, damos mais e mais valor aos amigos. Amigos são como que tônicos para a vida plena, melhor que ginástica ou fórmulas milagrosas, tão na moda hoje em dia...

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Apotegmas e outras quase-lucubrações.

 

1. Como meus pacienciosos leitores sabem, gosto de aforismas (ou apotegmas), estas frases que contém sabedoria condensada, como pílulas a serem periodicamente assimiladas, remédios para o correto pensar. Meus frasistas prediletos são Oscar Wilde e Millôr Fernandes. Costumo postar ocasionalmente estes 'lembretes' aos amigos queridos do WhatsApp. O correto pensar é como que uma virtude que demoramos a lapidar em nosso espírito - quantos malefícios nos determinamos a nós mesmos quando pensamos sem método! Tenho uma coleção de ditados escolhidos, reunidos numa lista que relembro de vez em quando...

2. Costumo acordar cedo, a não ser que vá deitar muito tarde (o que é raro). Se não tenho compromisso logo no início da manhã, fico mais um pouco acamado para tentar completar as recomendadas sete horas de sono. Tenho um recurso para eliciar soneca adicional: ligo o rádio, numa estação de notícias (geralmente Rádio Eldorado, da capital do Estado) ou peço à assistente digital para tocar música. Em geral seleciono Pearl Jam ou outro conjunto de rock assemelhado. Quando moço acordava e já levantava para as atividades mas agora, beirando os 70 anos, passei a gostar da preguicinha matinal, ainda mais se o tempo está frio...

3. Creio que já comentei aqui, mas depois que tive o vírus SarsCov2 no começo da pandemia, minha memória, que nunca foi lá aquelas coisas, piorou de vez. Tenho que fazer, com mais frequência do que gostaria, umas 'acrobacias'  mentais para relembrar algo importante. Para isso, ou a Ruth me socorre ou apelo para o bom e velho Google Search, além da agenda e/ou anotações. Mas em geral vou 'comendo pelas bordas' tentando desanuviar o tal nome ou acontecimento que 'evaporou'. Graças aos céus, quando desvio a atenção para outro assunto, justamente aquilo que teimava em não aparecer no meu campo atencional por vezes 'surge' como passe de mágica. Dou muita risada com esta nova faceta de minhas lucubrações... (por causa disso, desconfio que tenho repetido alguns temas aqui neste blog, mas conto com a compreensão dos amáveis leitores!). Creio que se a coisa piorar terei que lançar mão de um gravador digital que tenho, remanescente das coletas de dados em pesquisas de depoimentos que fiz quando docente na universidade, e andar com ele pendurado no pescoço. Coisa chata quando temos que relembrar o nome de pessoas...

4. Mantenho ainda o costume de ler ao menos 3 jornais diários todo santo dia, hábito que tenho desde jovem, pois meus pais incentivavam muito a leitura regular. Leio também livros, por vezes três ou quatro ao mesmo tempo (gasto dinheiro comigo somente com livros e algumas garrafas de vinho), artigos científicos e revistas de variedades. Prefiro ler as coisas em papel, rabiscando ou anotando nas beiradas, transformando meus percursos em uma espécie de 'diário de bordo' intelectual. Mas não perco tempo com coisas violentas ou mesmo quaisquer mídias que não primem pelo uso da racionalidade. Existe muuuuita bobagem hoje por aí, sintoma da falta de educação formal e/ou compromisso com a verdade.  Me aborreço com textos pretensamente eruditos, mas que acabam denotando a apoucamento intelectual do seu emissor... Tempos obscuros!

5. Como relatei na postagem anterior, efetivamente consegui 'aposentar' as bengalas, at last!! Ficaram no passado, com a graça do Pai Celeste... Demorou, mas depois de algumas providências estou com menos dores e consigo até dormir à noite sem precisar apelar para analgésicos. As dores não eram fortes, como no começo da recuperação da cirurgia de colocação de prótese, mas aborrecentes o suficiente para impedir conciliar o sono... Assim que voltar o tempo quente (este ano o frio está durando mais do que as duas semanas costumeiras) vou fazer natação para fortalecer minha musculatura geral. Atualmente só faço o Pilates, pois nem a bicicleta ergométrica estava conseguindo realizar. Mas não pensem que estou a reclamar: sou o mais feliz dos homens, e vocês sabem disso pelas minhas outras postagens... O que propiciou minha recuperação foi um tipo de massagem que realizei, que mobiliza a musculatura e demais estruturas conexas de modo profundo, como que 'descolando' aderências e cicatrizações imperfeitas. Curioso que "de uma hora para outra" minha perna e bacia passaram a doer menos, e isso com as mesmas rotinas que realizava anteriormente. Que bom ter por perto uma pessoa versada em Fisioterapia...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Última do ano: fragmentos...

 Papel de Parede Frases Motivacionais, Positividade | Ponto

 

1.  O fim  de 2022 já está aí!! E acabo de saber que o Rei Pelé faleceu... Quanta gente famosa nos deixou este ano. Mas as eleições e a conexa comoção política parece que foi o que mais chamou a atenção do povo. E ficamos uma nação dividida, como os Estados Unidos. Tempos bicudos, realmente. Só por Deus, como se diz...

2.  À medida que envelheço mais e mais, observo que certas memórias adolescentes "do nada" surgem em minha mente, ou as rememoro numa noite de sono. Um ato, ou ação (realizada ou não por mim) mas que permaneceu na mente, dada as circunstâncias - em geral com muita emoção associada (para o bem ou para o mal). Segundo as pesquisas neurológicas sobre a memória, a emoção tem participação importante no processo que determina o que é fixado e recuperado, ainda que o processo envolva re-elaborar a cada vez o conteúdo do memorizado (por isso ocorre que as nossas memórias sejam não muito fiéis, posto que, de certa forma, a cada vez, alteradas). Cuidado em confiar muito nas memórias...

Há muito tenho intelecções quase-fantásticas logo cedo ao acordar. Por vezes são resquícios de sonhos mirabolantes que perpetro. Infelizmente percebo que logo arrisco esquece-las tão prontamente quanto as recebo. Culpo a infecção do malfadado coronavirus Sars-Cov-2 que tive, logo no começo da pandemia, quando as vacinas estavam somente projetadas... Quando vejo que é coisa importante corro anotar ou fazer um auto-relato gravado, pois sempre surge coisa aproveitável...

3.  Pouco a pouco começo a animar-me novamente, fazendo cursos (doravante só EAD), realizando leituras - compro agora regularmente numa nova livraria que iniciou os trabalhos no Shopping Iguatemi, ou via Amazon - e até saindo mais de casa. Com a pandemia eu tinha ficado igualmente muito caseiro, o que restringe demais a (necessária) vida social, visto que também os poucos amigos ficavam em seus lares...  Mas ninguém tinha coragem mesmo de sair de casa sem que fosse muito necessário! Além da pandemia, aquela dificuldade toda da osteoartrose me deixou muito desanimado. Fiquei por demais taciturno, quase-sombrio, silente, tristonho, reservado, soturno...

4.  Por causa indireta da pandemia, muitas pessoas adquiriram o costume de acompanhar as séries coreanas de TV (em especial os 'doramas') nos aplicativos de streaming. Existem seriados e filmes ótimos, muito bem realizados, em todos os sentidos. Cativam mesmo! Forneci à esposa um tablet e fone de ouvido do bom e agora ela passa 'horas' entretida com os programas. Sabe de cor e salteado o nome de diversos artistas (eu já acho que eles são todos parecidos demais...)

5.  Fim de ano é hora de realizar os exames de saúde preventivos. Até em dentista eu vou. Quero chegar com qualidade de vida aos 90 anos, como meus pais. A par com certa herança genética, a boa longevidade se conquista ou determina com estilo de vida baseado em bom sono, atividade física, alimentação balanceada e o cultivar de amigos valorosos. Sigo esta cartilha há anos... Digo à Ruth que ela infelizmente vai ter que me aguentar mais uns 30 anos ainda. (Ela faz expressão vaga, quase desanimada. Quero crer que faz troça comigo...). 


sábado, 26 de fevereiro de 2022

Tragédias periódicas e outros comentários.


 Fernando Frazão/Agência Brasil

(obtido de https://noticias.r7.com/ em 21/02/2022)


1. Quantas notícias tristes acerca dos desmoronamentos na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro! Agora que o tempo começa a passar e a ampla comoção começa a ser "esquecida", principalmente pelos órgãos de comunicação (sim, a guerra da Ucrânia agora domina o noticiário...) creio que aí sim deveríamos colocar em pauta novamente o assunto e pressionar as excelentíssimas autoridades para que tomassem decisões efetivas para minorar o sofrimento. Todo ano escutamos tais tragédias, com perdas de muitas vidas, resultado de uma enormidade de fatores, principalmente a omissão dos políticos. Difícil não se emocionar com as estórias das famílias impactadas, uma mais triste que a outra. A impressão que fica é que a vida humana, a cada dia, tem seu valor mais diminuído: parece valer quase nada. Como somos frágeis e desamparados... Num instante podemos deixar de existir, restando na memória dos sobreviventes somente saudade dorida e permanente. 

2. Minha recuperação da artroplastia tem sido errática: após uma fase praticamente sem dor, ultimamente tive que apelar para remédios, principalmente à noite. Tenho feito com minudência minha Fisioterapia e Pilates (bicicleta ergométrica minha fisioterapeuta aconselhou-me suspender por um pouco, até o quadro geral ficar mais claro...) mas sem forçar, sem ocasionar dor - ordens médicas. Tenho uma hipótese para o retorno de tal estado dolorido deve-se à postura de minha perna na hora do sono. Como devo, dormindo de lado (que é a melhor posição), colocar um travesseiro ou almofada espessa entre as pernas, sinto que, ao me movimentar durante a noite, a perna com a prótese acaba perdendo o apoio apropriado, prejudicando o próprio sono, inclusive. Voltei a amarrar a almofada na perna, e parece que dormi melhor esta noite - mas pode ter sido também por causa da medicação - prefiro relaxante muscular a analgésicos. Outro dia teimei em não tomar nenhum remédio - temo pelo meu fígado -  e demorei muito a conciliar o sono. Vai demorar para tudo ficar cem por cento...

3. Iríamos, toda a Sociedade, retomar no começo deste mês de fevereiro as atividades em geral que preveem certo ajuntamento, como as reuniões da Arte Real, mas o recrudescimento da pandemia, via a variante Ômicron, obrigou-nos a deixar tudo como está por pelo menos mais um mês. Em que pese a esta altura  quase 90% da população no Estado de São Paulo estar vacinada (ainda que certa parcela não tenha completado toda a série de aplicações) as internações e mortes voltaram a aumentar, obrigando as medidas restritivas. Mas, se não surgir outra variante, outra cepa de virus mais mortífera, julgam as autoridades que a tendência doravante é amainar as contaminações e, por decorrência, abrandarem-se mais um tanto as restrições sociais. Quanta saudade dos outros tempos! Creio que doravante o povo, tão cioso de sua 'liberdade', vai valorizar mais a convivência...

4. Já comentei anteriormente isso: depois que tive que a Covid-19, minha memória que nunca foi ótima, por falta de sono reparador, ficou pior, ao que parece. Mas, otimista que sou, vejo um lado positivo nisso... Muitas séries de TV que apreciei em canais de streaming não retiro do meu catálogo pessoal, e volto a assistir as mesmas, um ano ou tanto depois! Recentemente encetei apreciar a ótima série policial 'Bosh' (2016, com 7 temporadas de 10 episódios cada), da Amazon Prime Video. O ator Titus Welliver interpreta um detetive durão, marrento, mas apreciador - olha só - de smooth jazz, o que me atraiu ainda mais. Muito bem filmado, com enredos impactantes em cada temporada. Outra série que retomei, agora da operadora Netflix, foi a mui interessante 'Tokyo Stories: Midnight Diner', de 2019, com duas temporadas de 10 episódios cada. Enredos de 25 minutos, com tópicos bem humanos, mas engraçados por vezes. Ali, outra série japonesa que retomei também, 'Samurai Gourmet' (2017), diferente de tudo o que você possa ter visto, com ótimos atores. Fala sobre as descobertas gastronômicas de um recém-aposentado disposto a novas vivências. 

Até mais...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Ética da Virtude: a Fidelidade.

Escrevo novamente sobre a Ética da Virtude, abordando um tópico específico  para aprofundar. Seria interessante ao leitor averiguar a minha postagem anterior a esta e minha outra postagem que se pode ler através deste link: https://reflexoesparsas.blogspot.com/2009/01/#3785834747266441385 para contextualizar o assunto de modo mais aprofundado. 

Hoje abordarei algumas nuances acerca da fidelidade. Este termo é derivado do latim fidelis, expressando atitude de quem é fiel, característica da constância do ente aos compromissos assumidos com outrem ou, complementarmente, aquela característica de quem demonstra zelo, respeito e lealdade, esta entendida como compromisso (quem está familiarizado com meus escritos sabe que, para mim, a tríade zelo-comprometimento-respeito é a essência ou substância do amor). Assim, a fidelidade faz parte intrínseca do amor. Quem verdadeiramente ama é fiel, é confiável, é honesto, é verdadeiro.

Um aspecto do ser fiel é a necessidade de primeiro ser fiel a si mesmo, a fidelidade de si para consigo, pois esta primeira fidelidade ao que somos, nossos valores etc. fundamenta nossos (exigentes, imprescritíveis) deveres, nossos compromissos. A pessoa deve cultivar-se, "conhecer-se" bem, para bem expressar fidelidade. Pois um aspecto que embasa o ser fiel é a fidelidade ao nosso bem-pensar, às nossas preciosas cogitações. Cultivar precisamente aqui o rigor, a correção, e esforçar-se para rememorar as boas ideias e intelecções que cultivamos, que experienciamos em nossa vida, querer conserva-las vivas, vibrantes, significativas. É assim antídoto a fanatismos, a dogmatismos, pois não tememos mudar de ideia, mas muda-la para melhor, como os fatos determinam, e não as preferências ou inclinações da moda ou do grupelho que possamos momentaneamente pertencer. Resumindo - fidelidade à verdade, e fidelidade à verdade lembrada (a verdade res-guardada, memorizada).

Exibe fidelidade quem cultiva em seu espírito a boa memória (porque a matéria não tem "memória", tem o seu ordenamento físico-eletro-químico), lembrando-se em seu pensar, daquilo que quer rememorar. Podemos decidir as coisas ou criar/inovar porque reunimos novamente coisas úteis, verdadeiras, previamente alocadas lá na mente. A verdade nos interpela!

Rememora bem quem cultiva pelo apropriado razonar o que experimenta, aquilo que ao final do processo "arquiva" na mente. O conhecimento é preciosa riqueza, que se deteriora se não polida, aperfeiçoada, questionada, trabalhada diuturnamente frente às novas experienciações que o viver (com sentido, com significado) propicia.

(Vemos aqui como a Educação é - também - importante no vivenciar humano com sentido e proveitoso resultado: não se pode bem viver se não se cultiva o viver bem, instruído pela Razão, algo que exige refinamento, esforço, instrução, reflexão)

Podemos intuir disto tudo o perigo da infidelidade que ronda perigosamente em torno de cada um de nós, o que vai exigir constante vigilância e discernimento aprimorado para evitar a (auto-)traição, que parece residir junto com a fidelidade. Mas no fundo é ilusão que nossa mente faz, como aquele que caçoa de si mesmo. Fidelidade fundamenta a racionalidade. Quem trai a si mesmo não se ama, e quem não tem amor-próprio não 'ama' nada bem e, pior, não pode exigir amor de ninguém...

Devemos ser fiéis à fidelidade.


domingo, 18 de abril de 2021

Tempos pandêmicos e quadrinhos.

[ Coloco agora no dispositivo a música "You go to my head", magnificamente conduzida pelo saxofonista americano Art Pepper (disco 'Bunny')... É um maravilhoso entorno para escrevinhar estas modestas linhas... ]

Jornal Folha de São Paulo

1. Gosto muito de quadrinhos (em inglês cartoon). Considero uma forma refinada de arte visual ilustrada bidimensional, com um potencial de entretenimento/comunicação enorme, permitindo, além de diversão, refletirmos nossa realidade pessoal e/ou social, por meio de abordagem satíricas ou mesmo fazendo caricaturas. Tenho diversas revistas de quadrinhos aqui, dos mais variados formatos, sendo que a modalidade que mais aprecio é a dos 'mangás': produções características da Terra do Sol Nascente, em especial aquelas que envolvem estórias de ninjas e samurais. Acima, temos um exemplo de uma forma "resumida" de quadrinho que os jornais (e algumas revistas) costumam publicar nas páginas de variedades. Elas possibilitam a quase instantânea transmissão sintetizada de informações, subsidiando ao leitor pontos importantes para considerar, ou somente divertir. Nesta 'tirinha' acima podemos apreciar, p. ex.,  uma caracterização da dubiedade por vezes absurda, quase 'cinematográfica', que envolve o cenário político atual aqui do Brasil...

Jornal O Estado de São Paulo

Neste segundo quadrinho, de um famoso cartunista americano - Addison Morton Walker ('Mort Walker', falecido em 27 de janeiro de 2018)  fiquei pensando se o autor não insinua o (desrespeitoso) tratamento que certa parte da população concede aos jornalistas, esta classe trabalhadora tão importante numa democracia... Nestes inusitados tempos de enxurradas de fake-news, temos que prestar mais atenção nos acontecimentos impactantes do dia-a-dia, nos diversos setores. Assim, é imprescindível selecionar veículos sérios de comunicação, onde labutam profissionais gabaritados, para que possamos formar nossa opinião de modo fundamentado, discernindo a natureza das naturais preferências (mormente tendenciosas) que possam toldar nosso julgamento. Mas concedo que hoje em dia esta tarefa está cada vez mais difícil de ser realizada de modo confiável.


2. Acima, uma fotinho deste eventual escrevinhador, tirada há pouco aqui no celular. Resolvi cortar doravante barba e cabelo à "máquina dois", como diria um barbeiro ao regular a altura da máquina elétrica empregada para desbastar os pelos... Já usei barba e cabelos compridos (principalmente quando tive a Garage Barbearia, de saudosa memória), mas sei o trabalho que dá mantê-los em ordem. Ficou agora mais prático, higiênico e, melhor de tudo, autorizado pela patroa (ela diz que aprecia barba tipo 'cafajeste')! Mas o fato é que está na moda usar barba 'por fazer', coisa inimaginável há pouquíssimas décadas atrás. Convenhamos que é muito aborrecido usar gilette, navalha ou aparelho elétrico todo dia, como antigamente se impunha. A moda se altera constantemente  (em geral vai e volta)...

3. Dica de livro muuuito legal, principalmente para quem trabalha na área da saúde O rio da consciência, de Oliver Sacks (São Paulo: Companhia das Letras, 2017).  Foi a última obra deste renomado médico, professor e neurocientista inglês, falecido em agosto de 2015 aos 82 anos.  Ele publicou muitos outros livros de sucesso tanto para especialistas quanto ao grande público, caracterizados por escrita flúida e empolgante, mas nem por isso menos criteriosa e aprofundada, rigorosa. 

Este livro (um tanto memorialista) aborda fatos sobre Darwin, Freud e aspectos sobre a nossa vida mental - p. ex.  homeostase, qualias, percepção, memória e neuropatias - que nos deixam ainda mais apaixonados pelos mistérios que envolve a consciência e seus produtos. Para aqueles como eu que valorizam a Ciência como o melhor instrumento que o Homem alcançou, considero esta obra um sedutor relato de como, apesar de tantos percalços que a vida pode trazer, ainda resta muita beleza para ser admirada! 

sábado, 22 de outubro de 2016

Memória... apagando??

 Foto obtida agora (via Google Images) de
https://blogwithvhelps.files.wordpress.com/2014/09/memories-2.jpg

1.  Pessoal, acho que estou com um processo de depleção de memórias... Não estou em pânico porque acho até que é da idade (interessante, ao sentar aqui na barbershop e começar a escrever, este termo 'depleção' veio dos meus subterrâneos - palavra que devo ter aprendido nas minhas leituras de juventude e/ou na idade quase-madura) - e,  afinal, lembro de algumas coisas antigas razoavelmente, e consigo hoje ter boa autonomia, mas para assuntos recentes ou banais tenho uma dificuldade quase-exasperadora de rememorar. Estou começando a avisar as pessoas mais amigas ou íntimas: se a  coisa desmemoriante piorar (e eu não me der conta, pois até agora parece que estou no comando...), ou eu desandar, peripatético ou não, por favor, eu rogo, me avisem! No limite, determinei à patroa para não perder a saúde por minha causa (já é um assunto sólido de pesquisa na Academia o stress do cuidador...), deixando o meu cuidado a profissionais. Imagino se um dia ficar com Alzheimer e ela for me visitar num nosocômio ou Lar, vou certamente ficar alegre conhecendo 'todo dia'  uma mui atraente moreninha...

2. Hoje cedo assisti a dois DVDs com os Bee Gees (Live By Request, e One Night Only) e matei as saudades. Quantas décadas de sucesso musical fizeram estes irmãos! Melodias lindíssimas eles compuseram e que marcaram muitas vidas. 

Então... eu faço muitas coisas para treinar a mente/memória, como ler, experimentar sons, odores e imagens diversificadas; levo vida bem ativa, como uma noz ou amêndoa todo santo dia, tomo alimentação bem 'colorida' etc. e tal; portanto, se ficar gira um dia, vai ser certo azar... Agora, por exemplo, estou a relembrar um cara que ouvi muito, principalmente na faculdade - nossa, acho que já falei sobre tudo isso aqui... rs rs - o Johnny Winter, muito bom, um blues-man e roqueiro norte-americano da maior constelação. Estou espanando os neurônios, decididamente.  Mas no fundo, amigo, Deus está no comando e tudo vem pela Soberania d'Ele portanto, confio e agradeço, o tempo todo. E quando lembro/reconheço vez por outra que esqueci maldades e porcariadas das pessoas, até acho bom! Mas eu gostaria de lembrar mais do tempo, principalmente, em que convivi com as crianças, que foi muito intenso, mas quase nada restou. Muitas coisa 'sumiram' de minha mente; parece que pouco vivi - apesar 62 anos... Às vezes penso que meu treinamento zen-budista e do Yôga (que me foram muito intensos em algumas décadas), ensejando o desapêgo e o viver inarredável  do aqui-e-agora, determinaram-me uma modalidade alternativa de considerar precisamente o vivenciar. Medito muito nisso e, cáspite!,  não chego a conclusão.

3. Bilú voltou agora de um passeio à tarde no centro da cidade e, homessa! trouxe-me um jornal. A esta hora um 'hebdomadário' é difícil de se achar nas bancas de revista. Como mudei meus hábitos desde que abri este estabelecimento, trabalhando aqui de terça a sábado das nove às treze horas e das quinze às dezenove horas, fica mais apertado dispor de uma hora para fazer o que precisamos fora de casa. Mas quem tem uma 'santinha' como esposa não se aperta...

foto obtida agora (via Google Images) de
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quarta-feira, 27 de março de 2013

Boring...

fotinho obtida agora (via Google Images) de
http://funny-pictures-lol.com/181/boring-baby


Acabo de vir agora da caixa de correio... e nada; passo algumas vezes por dia por lá, para não encontrar a correspondência que nunca chega. Meus dias são sempre os mesmos; rotina boa de se viver! Creio que quando se consegue tudo na vida ficamos procurando sentido nas coisas em si insignificantes. As pessoas são sempre as mesmas, encantadoramente cansativas, mas precisamos do contubérnio - quem, em sã consciência, o evita?

Mas ontem recebemos aqui em casa diversas pessoas que não conheço bem, e foram poucas horas divertidas. Adoro crianças - quanto mais velho fico, mais penso que deveria ter passado minha vida toda a maior parte do tempo com elas. As minhas, eu curti bastante, mas já há muito foram tiradas de mim; que fazer. As lembranças ninguém surrupia, felizmente. Crianças não tem preocupação em te agradar, como se sabe; são honestas e diretas em seus sentimentos, por isso nos são tão preciosas. O mundo adulto é muito cruel, falso e acabrunhador. Já se disse que quanto mais conhecemos as pessoas, mais amamos os animais. Nunca pensei que isto seria tão exato!

O que me salva são as leituras, boas leituras. Como o reino das palavras me seduz, e isto há muito tempo. Enlevo-me facilmente pelas páginas de um conto ou uma análise arguta, ou em um texto clássico dos grandes literatos, em especial os cristãos medievais ou, mais especialmente, da Reforma. Gosto da sonoridade dos vocábulos, do signo e significado - será maluquice? (considere aqui a acepção '4' do Dicionário Houaiss Eletrônico, por favor) Mas o que me tem salvo realmente é a Religião. Ter encontrado Deus foi o divisor de águas; sim, Aquele que nos faz desistir de ficar a todo tempo procurando sucedâneos para nossas impossibilidades existenciais.
. . .
Anoto tudo em papel, pois a memória anda fraca, e não é de hoje (também, aproximo-me dos 60...); o mais hílare é que esqueço onde os guardei, deixei - que júbilo quando os encontro.  É muita coisa para darmos conta - esta pós-modernidade está ficando muito chata. Digo a Bilú todo dia que exultarei quando não precisar mais de tablet, computador, celular smartphone, carro, e outras 'conveniências' - e o pior é que nos perguntamos como os antigos viviam sem tudo isso... viviam muito melhor!!!
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Vou preparar aulas agora, para alunos que não se interessam (alguns, não todos, felizmente, mas parece que estes são que nos apoquentam mais...) e ficar depois 'arrependido' se minha lógica em denunciar o descalabro os deixam chateados... ô nevrose! Às vezes penso se deveria ser como muitos de meus colegas que não se importam com a formação cidadã dos alunos, mas já confessei aos meus educandos - não consigo ser diferente em sala de aula depois que vivenciei tantos gigantes nas aulas de Pedagogia, há tempos atrás... Vejo-os como meus colegas, daqui a alguns anos, e quero olhá-los de frente; o ser que sou hoje no trato com eles  desejo se-lo depois também.  Ministrar aulas é missão, e pretendo levar isso com honra até o fim, ainda que incompreendido e, por vezes, caluniado. Perto do que Cristo passou, isto não é nada; eu nem deveria anotar isso...
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Que coisa... saiu o sol agora, timidamente, após quase 3 dias de copiosa chuva. Adoro chuva; quem passa temporada na zona rural, no ramo do agronegócio, sabe como é preciosa a água, em todos os sentidos! Mas tudo o que é demais desacoroçoa qualquer vivente. Mas são as "águas de março"; nossas orações para aquele pessoal que mora em situação de risco, nas encostas ou nas baixadas que se inundam ano após ano... É muito triste ver todo dia no noticiário da TV o pessoal tirando água barrrenta de suas casas. 'Só por Deus' mesmo.