A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A águia e a flecha


Gravura obtida agora de http://www.litscape.com
(veja também o site associado http://litscapeart.com)

Fim de ano, calorão, alunos aborrecidos porque ficaram de exame; as mesmas coisas 'aborrecentes', que tédio!! Que fazer, mas deixemos de lado as lamúrias... Estas férias prometem; teremos mais tempo neste período sabático, visto que as aulas somente serão retomadas em 18 de fevereiro de 2013 - creio que por causa do carnaval, êba!  Vamos, Ruth e eu, visitar os Dutras de Belo Horizonte - até já comprei as passagens de avião.

Pretendo formatar muitas aulas em telas de power point (MS Office) e refazer outras, principalmente aquelas que ministro no curso de Engenharia (disciplina 'Gestão de Projetos'). Vejo que, a cada dia, temos que propor aulas-tarefa, como estudo de caso, com pouca teoria - é a tendência pedagógica atual, que fazer; tudo é muito 'objetivo', prático e utilitarista. Tenho sempre em mente a admoestação de Nelson Rodrigues quanto aos idiotas da objetividade, mas sou voto vencido, como se diz... 

Os alunos em geral (existem exceções) querem nota para 'passar de ano', desesperadamente, hoje em dia; aprender, não necessariamente, visto que os usos que farão do conhecimento não são, neste momento, palpáveis. Os relacionamentos (principalmente em sala de aula) exibem um grau de atrito desnecessário, a meu ver, pois os critérios pessoais que lastreiam comportamentos interpessoais estão muito indiscerníveis quanto ao real valor na construção de relações produtivas e isto a longo prazo, tanto no público quanto no privado...

O mundo moderno está cada vez mais difícil de decifrar, problematizado pela deseducação que campeia (aparentemente) impune. Como já comentei aqui outras vezes, não é mais feio ser grosseiro, incivil; que fazer. Mas no campo educacional isto atinge contornos trágicos, ainda que por vezes cômicos. As pessoas não sabem o mal que fazem a si mesmos com suas condutas descorteses mas, com os valores transmutados, o feio parece aceitável, normal. Creio que alguns grosseirões (tem muita mulher também) nem sabem o quanto são boçais - talvez não tiveram pais para modelarem condutas apropriadas neste sentido.

Relendo aquele livro de fábulas de Esopo (Aesop's Fables, compilado por Jack Zipes, London: Penguin Books, 1996 - Penguin Popular Classics, vol. 20) vi uma estória que ilustra esta situação. Um arqueiro mirou uma águia e alvejou-a certeiramente. Em sua agonia, a ave viu que a flecha tinha sido feita com penas dela mesma. A águia então lamentou e observou que os nossos ferimentos, infligidos pelas armas que nós mesmos provemos, são ainda mais lancinantes... As pessoas muitas vezes dão, elas mesmas, azo a que sejam prejudicadas/desprezadas pelos outros, próximos ou não...