A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Quase carnaval... e mais alguns apotegmas (4)

Foto obtida de
 https://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval.htm 

1. Carnaval está chegando... Acho bom sempre porque o Brasil parece que só "engrena" depois dos festejos do Rei Momo. Conforme comentei aqui no passado, eu nunca liguei para tais celebrações - fui a uns 'bailes' quando era jovem, mas era tanta gente fumando e bebendo que nunca mais frequentei algo parecido. E ficar a noite toda acordado, não é bom para a saúde... Gostava de ver os desfiles das Escolas de Samba na TV ou nas ruas, mas acho que todo ano é muito parecido, então... E agora com os doramas, prefiro curtir filmes e séries ou ficar lendo no meu Kindle.

2. Gosto muito da língua portuguesa, como sempre comento. Ela é melodiosa e tem nuances fantásticas para nossa interpretação. Nossa cultura forneceu um brilho adicional ao idioma lusitano que  só poderia advir da soma de várias etnias e povos que aqui se mesclaram. Todo dia descubro termos novos, e alguns até anoto tendo em vista sua peculiaridade! E o mais bacana é que a Amazon fornece muitos livros ótimos, com preços baixos, para a gente curtir. Tenho comprado muitas obras da literatura nacional - quem não tira o chapéu para Machado de Assis? - e também em inglês, inclusive alguns clássicos. 

3. Agora provecto cidadão, costumei tirar soneca, como já comentei aqui em outras postagens. Entre outras benesses, é a mais barata e salutar. Se não consigo dormir, só de 'desacelerar' depois do almoço já é bom, e refletir sobre nossas atividades realizadas ou planejadas sempre é apropriado. Quando jovem não gostava de ficar na cama, hoje 'adoro'. Coloco uma playlist de smooth jazz na caixa Alexa (Amazon) e fico absorto, caindo logo no mais das vezes em sono reparador. Recomendo!

4. Volto a comentar um assunto que todo dia vem à baila: muito tem-se falado sobre a tal Inteligência Artificial - que de inteligente não tem muito ainda... Tenho compilado diversos artigos de jornais e revistas e arquivado numa pasta do Google Drive. Alguns livros já começam a surgir ali e lá. 'Revolução' prometida para breve futuro, principalmente para as empresas. Estou cético quanto a isso. A Humanidade em grande parte não domina nem a linguagem nem a Matemática, estando pobre ainda na discussão da eticidade do viver. Sou descrente quanto à sua evolução apropriada, da implementação e uso desta ferramenta, se nem o básico ainda dominamos... Talvez este recurso vá, como de costume, ajudar ainda mais quem tem recursos para a adquirir. Resultado... aumentará ainda mais o interregno entre os pobres e ricos. Quem viver, verá.

5. Mais alguns ditados da minha coleção. Quando colecionar 365, vou perpetrar uma obra tipo "devocionário', comentando cada um por dia, para ser lido como um elixir matinal contra o marasmo da vida... ou um antídoto contra a preguiça mental!

O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.

(Aristóteles)


O silêncio é um amigo que nunca trai.

(Confúcio)


Mentir é feito com palavras e também com silêncio.

(Adrienne Rich)


Amor é uma parte coragem, uma parte escolha e uma parte sorte.

(A. Howard)


Coragem é o preço que a vida exige em troca de paz.

(Amélia Earhart, pioneira da aviação americana)


Não revire o passado, ele é pesado para todos.

(Antônio Skármeta)


O senso de dignidade cresce ao se dizer não para si.

(A. J. Heschel)


O caminho com menos obstáculos é o do perdedor.

(Henry Wells)


Suportam melhor a censura os que merecem elogio.

(Alexander Pope)


O universo não precisa de nós.

(Karl Jaspers)


quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Meditações beeem esparsas... e mais apotegmas (2)


1. Adoro ler, como já sabem, desde criança. Meus queridos pais sempre nos estimulavam, e isto dando o exemplo diário. Para minha felicidade, a adorada esposa presenteou-me neste Natal (sim, antecipado!) com um leitor Kindle, da Amazon, onde temos uma enormidade de desburocratizados recursos para baixar e apreciar obras técnicas ou literárias, grátis ou bem baratas, e podemos carregar nossa 'biblioteca' a todo canto... Estava exagerando - culpa das dores ósteo-musculares - em assistir aos doramas coreanos (quem não está vendo hoje? Virou 'febre'...) e felizmente o apetrecho digital veio me salvar. Temos que equilibrar as coisas!

 As letras realmente me encantam. Estou a ler contos do grande Eça de Queirós, e me assombra a prosa fácil e envolvente do celebrado escritor. Um dos termos que relembrei é o ilustrado acima, que pouco se ouve hoje em dia. Vejo com tristeza como a última flor do Lácio está destratada hoje em dia. 

2. Última vez que comento minhas afecções. Tendo andado de andador semanas atrás (estava com a mobilidade bem restrita - até o Pilates tive que suspender), com novo remédio receitado melhorei sensivelmente das dores do caminhar. Minha consulta de revisão (provisionada com alguns exames pouco invasivos) com o ortopedista (fiz dois anos da colocação da prótese do fêmur) estabeleceu novas diretrizes terapêuticas e estou mais confiante. Confesso que acho até elegante ostentar uma bengala - tenho comigo a que era de meu avô paterno (Dr. Lucas de Souza Dutra), chic demais. 

3. Agora, de certo modo evelhentado, praticamente todo dia, depois de despertar, dei de ficar mais na cama de manhã (coisa que nunca fiz quando jovem), escutando noticiário pelo rádio (rádio Eldorado, do grupo O Estado de São Paulo) ou ouvindo smoth jazz pela assistente Alexa (Amazon). Às vezes escuto rock - outro dia curti a banda Velvet Revolver.  Que preguicinha marota! Por vezes ocorre de pegar no sono de novo - será porque acórdo muito cedo?

4. Meus prazeres atuais resumem-se a comprar vinhos, escutar música, ver bons seriados na TV e ler. Consigo me entreter e ficar feliz sempre... Uma característica pessoal a vida toda foi ser sorumbático, soturno (até meus irmãos me evitavam, eu era muito chato), mas agora aprecio mais as boas amizades, principalmente a companhia de Ruth, uma pessoa delicada e mui amável. Ela me diverte o tempo todo. Que bênção recebida dos Céus!

5. Mais alguns de meus apotegmas prediletos:


Ser livre significa em primeiro lugar ser responsável para consigo mesmo.

(Mircea Eliade)


Sem medo não há coragem.

(Christopher Paolini)


Um coração pode ser partido, mas vai continuar batendo.

(Fannie Flagg)


Ciência é o que você sabe; filosofia é o que você não sabe. 

(Bertrand Russell)


O otimismo é a virtude mais madura que se pode ter na vida.

(Mário Quintana)


Livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós. 

(F. Kafka)


Acerta quem suspeita que erra sempre.

(Francisco de Quevedo)


Mudar é fácil. Melhorar é muito mais difícil.

(Ferdinand Porsche)


Um mundo sem sonhos é um mundo sem futuro.

(Chuck Bass, personagem do ator e músico britânico Edward Jack Peter Westwick)


Se você é uma pessoa talentosa, isso não significa que você ganhou algo. Significa que você tem algo a oferecer.

(Karl G. Young)

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Apotegmas e outras quase-lucubrações.

 

1. Como meus pacienciosos leitores sabem, gosto de aforismas (ou apotegmas), estas frases que contém sabedoria condensada, como pílulas a serem periodicamente assimiladas, remédios para o correto pensar. Meus frasistas prediletos são Oscar Wilde e Millôr Fernandes. Costumo postar ocasionalmente estes 'lembretes' aos amigos queridos do WhatsApp. O correto pensar é como que uma virtude que demoramos a lapidar em nosso espírito - quantos malefícios nos determinamos a nós mesmos quando pensamos sem método! Tenho uma coleção de ditados escolhidos, reunidos numa lista que relembro de vez em quando...

2. Costumo acordar cedo, a não ser que vá deitar muito tarde (o que é raro). Se não tenho compromisso logo no início da manhã, fico mais um pouco acamado para tentar completar as recomendadas sete horas de sono. Tenho um recurso para eliciar soneca adicional: ligo o rádio, numa estação de notícias (geralmente Rádio Eldorado, da capital do Estado) ou peço à assistente digital para tocar música. Em geral seleciono Pearl Jam ou outro conjunto de rock assemelhado. Quando moço acordava e já levantava para as atividades mas agora, beirando os 70 anos, passei a gostar da preguicinha matinal, ainda mais se o tempo está frio...

3. Creio que já comentei aqui, mas depois que tive o vírus SarsCov2 no começo da pandemia, minha memória, que nunca foi lá aquelas coisas, piorou de vez. Tenho que fazer, com mais frequência do que gostaria, umas 'acrobacias'  mentais para relembrar algo importante. Para isso, ou a Ruth me socorre ou apelo para o bom e velho Google Search, além da agenda e/ou anotações. Mas em geral vou 'comendo pelas bordas' tentando desanuviar o tal nome ou acontecimento que 'evaporou'. Graças aos céus, quando desvio a atenção para outro assunto, justamente aquilo que teimava em não aparecer no meu campo atencional por vezes 'surge' como passe de mágica. Dou muita risada com esta nova faceta de minhas lucubrações... (por causa disso, desconfio que tenho repetido alguns temas aqui neste blog, mas conto com a compreensão dos amáveis leitores!). Creio que se a coisa piorar terei que lançar mão de um gravador digital que tenho, remanescente das coletas de dados em pesquisas de depoimentos que fiz quando docente na universidade, e andar com ele pendurado no pescoço. Coisa chata quando temos que relembrar o nome de pessoas...

4. Mantenho ainda o costume de ler ao menos 3 jornais diários todo santo dia, hábito que tenho desde jovem, pois meus pais incentivavam muito a leitura regular. Leio também livros, por vezes três ou quatro ao mesmo tempo (gasto dinheiro comigo somente com livros e algumas garrafas de vinho), artigos científicos e revistas de variedades. Prefiro ler as coisas em papel, rabiscando ou anotando nas beiradas, transformando meus percursos em uma espécie de 'diário de bordo' intelectual. Mas não perco tempo com coisas violentas ou mesmo quaisquer mídias que não primem pelo uso da racionalidade. Existe muuuuita bobagem hoje por aí, sintoma da falta de educação formal e/ou compromisso com a verdade.  Me aborreço com textos pretensamente eruditos, mas que acabam denotando a apoucamento intelectual do seu emissor... Tempos obscuros!

5. Como relatei na postagem anterior, efetivamente consegui 'aposentar' as bengalas, at last!! Ficaram no passado, com a graça do Pai Celeste... Demorou, mas depois de algumas providências estou com menos dores e consigo até dormir à noite sem precisar apelar para analgésicos. As dores não eram fortes, como no começo da recuperação da cirurgia de colocação de prótese, mas aborrecentes o suficiente para impedir conciliar o sono... Assim que voltar o tempo quente (este ano o frio está durando mais do que as duas semanas costumeiras) vou fazer natação para fortalecer minha musculatura geral. Atualmente só faço o Pilates, pois nem a bicicleta ergométrica estava conseguindo realizar. Mas não pensem que estou a reclamar: sou o mais feliz dos homens, e vocês sabem disso pelas minhas outras postagens... O que propiciou minha recuperação foi um tipo de massagem que realizei, que mobiliza a musculatura e demais estruturas conexas de modo profundo, como que 'descolando' aderências e cicatrizações imperfeitas. Curioso que "de uma hora para outra" minha perna e bacia passaram a doer menos, e isso com as mesmas rotinas que realizava anteriormente. Que bom ter por perto uma pessoa versada em Fisioterapia...

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Esparsos comentários...

Seriado "Bosh" (Amazon Home Video)

1. Tenho re-assistido a séries de TV, da Netflix e da Amazon Home Video, perpetrando verdadeiras maratonas. Uma das que mais gosto é a do marrento detetive (Hyeronimus) Bosh, muuuito bem feita e eletrizante! Existem 7 temporadas, uma melhor que a outra. E, de quebra, ficamos conhecendo no programa artistas de smooth jazz fantásticos. Outra série, obrigatória (mas da Netflix) é o impactante Orange is the new Black. Eu, como psicólogo, sempre descubro ali nos episódios nuances novas do humano, ainda que com viés por vezes violento, quase psicopático...

2. Existem pessoas que vemos pouco, às vezes uma ou duas vezes por ano, como o Contador que faz meu Imposto de Renda (que faço desde que comecei a trabalhar), ou o médico que acompanha meus exames clínicos anuais (check-up) - que faço 'religiosamente' desde os 40 anos... Tenho saudades de outras pessoas que, infelizmente, o destino nos afastou. Existe uma pessoa de nome Ariovaldo César Júnior, que deve ainda estar residindo em Araraquara, município do interior de São Paulo, que tenho certeza que, se nos encontrássemos novamente (depois de décadas sem nos vermos), seria como fossem somente alguns meses de separação - que alma boa, santa mesmo, em todos os sentidos. Moramos por um tempo nos anos 70 na mesma república estudantil e afeiçoei-me pela nobreza de seu caráter. Um grande cristão, patriarca de linda Família. Acho que um dia logo-logo vou ter que ir atrás dele... Fecho os olhos e vejo-o sorrindo, alegre e grato pela vida. Soube que sempre realizou obras caritativas, fiel espírita que é. Deus o abençoe!

3. Estou lendo bastante ultimamente. Retomei o gosto pela leitura, um tanto deixada de lado por causa da dor e desconfortos gerais da artrose e da artroplastia, que tiraram muito da minha vontade de viver. Mas tudo já passou e retomo aos poucos as minhas delícias. Leitura seguramente é a maior delas. Posso ficar sem vinho ou cerveja, mas sem leitura é quase impossível... É quase como ficar sem a Ruth - nem imagino!

4. Uma das pragas modernas da cidade são aqueles motoqueiros (motociclista de acôrdo não faz isso) que danificam o escapamento de suas máquinas, determinando a emissão de elevadíssimos decibéis de irritante barulho, perturbando definitivamente a paz social onde quer que infelizmente se encontrem. Abusam da falta de vigilância das autoridades, posto que constitui flagrante prática ilegal. Tristes personalidades que, no afã de chamar a atenção dos semelhantes, acham bacana detonar nossos delicados tímpanos. Mal sabem que, gradativamente, estão periclitando sua acuidade auditiva, ficando não poucos quase surdos ao longo de suas míseras existências, que não respeitam o próximo.

5. O verão foi embora mas o abafamento teima em não nos deixar - que triste sina. Nem na praia gosto de calor. Temo que, com a evidente mudança climática, nossa temperatura em geral vá se situar no topo do termômetro ao longo do ano, com escassos episódios de friozinho, que aprecio tanto. Sofro demais com isso, fico suado, irritadiço. No frio é tudo melhor; conseguimos nos agasalhar e apreciar melhor um vinho... 

6. Agora à noite o nosso guarda noturno se faz presente. Ele é um autônomo que vem nos cobrar a taxa pela vigilância, mais ou menos certeira, todo começo do mês. Das 22 horas até as 4 da madrugada nosso valente paladino percorre nossas ruas e avenidas com variada periodicidade. O ruim é que o gajo, apesar de eu ter já lhe pedido modificar sua conduta, insiste em ficar tocando tresloucadamente um característico apito, que curiosamente denuncia sua presença já no quarteirão anterior. Imagino que o mesmo deva - comercialmente - nos certificar de sua pontual presença, mas também creio que, se houver meliante na circunvizinhança, o mesmo (oops!) também será alertado com incompreensível antecedência, dando tempo de evadir-se em segurança. Intrigante dualidade de seu importante serviço...


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Espiritualidade e outras constatações...

 

Minha galeria de imagens budistas

(hoje o fundo musical é o conjunto Talking Heads, de David Byrne)


1. Eu sempre gostei de estudar (via Psicologia das Religiões) a espiritualidade e suas expressões religiosas concomitantes à cristã reformada, e uma das que mais me surpreendeu foi a Budista, em especial a vertente monástica Zen, e nesta, a Escola japonesa Soto-Zen. A rigor, aqui no Ocidente não se considera o Budismo como 'religião', mas existem ramificações budistas que se aproximam desta concepção. Em minhas viagens turísticas por vezes adquiri imagens que representam a natureza búdica que nos pertence, e arrumei-as numa prateleira aqui ao lado de minha mesa de trabalho (foto acima). Gosto de relembrar os ensinamentos desta popular filosofia de vida, e estas imagens retratam a serenidade e paz que seus praticantes almejam. 

2. Ano que vem teremos eleições presidenciais novamente... Dia 2 de outubro será a data da votação em primeiro turno. Quanto dinheiro desperdiçado, ainda que seja necessária expressão democrática inerente ao nosso sistema político. Mas, como tudo por aqui reflete nossa escasso nível educacional (penso na população como um todo) e o baixo quilate de nossas lideranças (alguém identifica atualmente ou se lembra de algum estadista brasileiro atualmente?) o que resulta é um certo desânimo frente às coisas que continuarão aqui em Pindorama como sempre foram. Outro dia soube da quantidade de brazucas que emigraram (preste atenção: 'imigrar' é quem vem de fora para cá)  nos últimos anos para outros países e fico desconcertado...não sei se conseguiria fazer isso. Sou apegado à minha terra. 

3. Dia 23 de novembro agora farei a cirurgia de colocação de prótese no quadril, lado esquerdo (artroplastia e enxerto ósseo) no Hospital Poços de Caldas - um dos melhores da região, pois é lá que opera meu médico Dr. Anelo Zenni Neto, mui bem referenciado por estas bandas. Um amigo pergunta se estou ansioso; respondo que, há muito, sou cético e determinista o suficiente para não ter esta afecção comum... Aceito o que surgir! Ficarei um dia na UTI e mais outro no Hospital - depois uma ambulância me trará para casa. A provação maior será nas duas semanas seguintes, pois a recuperação é trabalhosa e deve-se ter o maior cuidado com a nova instalação. Mas serei assistido por Home Care do meu plano de saúde, então tudo bem. E tenho uma esposa fisioterapeuta muito amorosa!

4. Minha memória parece que piorou com o Covid-19, já falei disso aqui. Curioso que consigo minimizar a deficiência percorrendo com os olhos as inúmeras coisas que tenho aqui no meu den room: livros, revistas, apostilas, mangás, centenas de CDs e DVDs, pastas suspensas, estantes com mil 'caquêdos' (gíria de alguns gaúchos para baguios, tralhas, 'porcariadas'), fotos, gravuras, artigos da antiga barbearia, quadros etc. Todo dia eu, revendo esta coisarada, 'espano' a poeira dos meus neurônios... Agora que vou fazer a cirurgia espero retomar as minhas leituras, coisa que amo fazer, desde a adolescência! Foi o meu primeiro amor, ler, ler, ler sem cansar ou ter enfado. Livros há que li e reli diversas vezes, de tão bons e de tanta alegria e satisfação que proporcionam! Fazem lembrar que minha mente é a melhor coisa que possuo...

5. Felizmente consegui trocar o gabinete do meu banheiro; havia rachaduras na pedra e a hidráulica geral não era 'estas coisas'. Estava mal montado - resquícios aborríveis da reforma que o dono anterior perpetrou nesta casa (felizmente já consegui refazer muitas coisas). Um irmão da igreja presbiteriana instalou todo o novo conjunto (que não foi tão caro como imaginava) em meio dia, com todo o capricho e limpeza. Sofri tanto tempo por nada...


segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Ipês amarelos de Agosto...

( fotinhos tirados por mim )

1. Agosto é um mês abençoado pela visão de milhares de Ipês amarelos que florescem quase ao mesmo tempo... uma coisa mais linda que a outra. A foto à esquerda é o que observei quando abri a janela do meu quarto, vários dias daquele mês... A da direita tirei da sacada da sala de estar, na rua ao lado (minha casa é de esquina no quarteirão). Fico por vezes contemplando estas maravilhas,  as flores caindo preguiçosas, uma a uma, de seus galhos; as (diversas espécies de) abelhas passeando de flor em flor; passarinhos buliçosos alimentando-se aqui e ali. Que privilégio!

2. Nossa, tenho roupas de décadas de sua aquisição, especialmente as de clima frio. Como somos, Ruth e eu, muito cuidadosos com as vestimentas, elas duram bastante, e não nos importamos se "saem de moda" e outros apegos do genero... Tenho muitas camisas de manga comprida (poucas de manga curta) e tipo "Polo" (que não gosto de usar - sou muito 'calorento'), mas somente duas jaquetas multi-uso e três ternos para qualquer eventualidade formal. Alguns pullovers e muitas meias esportivas (poucas formais) completam o acervo. Gosto mesmo de usar simples camiseta (preta) e jeans, como o falecido Steve Jobs: na Universidade era conhecido por usar só este tipo de "uniforme" (certa vez uma aluna abusada perguntou se eu possuía apenas aquela camiseta; repliquei que, na verdade, tinha umas trinta daquele modelo!). Sapato, a mesma coisa - e agora que tenho meus problemas ósteo-articulares, uso sapato de tecido, tipo Crocs - muito confortáveis, leves e duráveis. Boas economias nestes tempos bicudos de pandemia.

3. Estão proliferando ali e acolá inúmeras fintechs. Um amigo cordialmente fez-me a tutoria no credenciamento de uma delas, e estou apreciando deveras. É muito prático, desburocratizado. Não precisa, graças à onipresente digitalização de tudo, ir a uma agência física ficar demorando em filas. Inclusive, mediante o downloading de outro aplicativo, adquiri um cartão de crédito, tudo feito pelo celular, tudo muito amigável (o apelo deste ultimo cartão foi a facilidade e financiamento para aquisição de gadgets de uma famosa marca oriunda a leste de Suez...) mesmo para quem não é muito versado em tecnologia, como este macróbio aqui. A vida moderna está apresentando cada "solução" pra gente, muitas deveras irresistíveis! Procuro me manter razoavelmente atualizado; é cacoete da profissão docente - senão a moçada zoa com a gente... Ôôo tiozão...eles provocam.

4. Tenho lido muito, como já noticiei aqui anteriormente. Sabe o que mais aprecio nas narrativas? A criatividade, a correção e rigor da argumentação nos mais diversos discursos. Para um psicoterapeuta e docente de Metodologia longevo como eu (desde fins de 1.977) consigo dissecar 'cirurgicamente' as mais obscuras argumentações. Minhas pós-graduações latu e strictu sensu (8) me capacitaram para tal enlevo. Fico absorto em leitura de autores muito cuidadosos, caprichosos na escrita, o que me faz admirar muito. Atualmente estou com os altamente polêmicos Richard Dawkins e Christopher Hitchens, cientista e jornalista, o último já falecido. Que milagre diariamente renovado poder ler! Ainda bem que li muito de Monteiro Lobato quando criança...

5. Tenho sentido mais solidão agora que antigamente, como já comentei antes. Sempre fui arredio, isolado, algo macambúzio, mas com a idade os valores mudam. Fundamental conhecer a si mesmo, mas somos seres altamente sociais, e a cada dia que passa nos sentimos de certo modo mais 'fragilizados' - sei lá o porquê. Acho que vou ligar para uns amigos e convida-los para vir aqui em casa, pois estou muito limitado para ficar "andando por aí". Mas quem sabe logo poderei colocar prótese no quadril: estão retomando nos hospitais as cirurgias eletivas, que ficaram em segundo plano na pandemia. Creio que vou ter que ir atrás de alguns amigos, pois muitos estão como eu, encorujados em casa... Agora que (parece) esta pandemia está minorando (diferente de semestres atrás, a vida hoje 'voltou' quase 100% ao normal...), e as autoridades sanitárias estão planejando dar a terceira dose de vacina contra o Sars-Cov-2 - de 'reforço' - sinto que muita coisa mudou em sociedade, mas a vontade de socializar sempre será preponderante, primacial... Deus queira!

sábado, 21 de agosto de 2021

Calor no Inverno e outras observações.



 1. Estou relendo novamente livros já lidos, entremeado com obras novas, pois é difícil resistir às novidades. Gosto de examinar varios autores ao mesmo tempo, e alguns tomos ou exemplares estão por vezes espalhados em diferentes locais que percorro diariamente aqui em casa. Mais uma mania, excentricidade ou extravagância, chego a pensar, mas na verdade é um costume de quem já produziu muitos textos acadêmicos: a faina de articular ideias de modo coerente, harmônico, o que requer conferir e entabular diversos aspectos, modos, intercorrências, fontes etc. É um belo exercício de superação. Tenho até sentido vontade de escrever uns livros e artigos, mas por enquanto me concentro na Arte Real.

2. A cada dia que passa acho que fico mais preguiçoso para me exercitar, crédo! Continuo a por a culpa no isolamento da pandemia, mas começo a desconfiar que meu temperamento se alterou sobremaneira, desde o ano passado. Quando jovem levantava bem cedo para correr por uma hora, e fiz isso por décadas (o que resultou minha severa osteoartrose de quadril esquerdo, com dores incapacitantes) mas agora tenho que me esforçar demais para realizar uma bike ergométrica - a única coisa que consigo fazer, além do Pilates clínico, essencial para manter um mínimo de mobilidade. Se não fosse o Pilates creio que estaria usando cadeira de rodas, pois detesto ficar tomando remédios o tempo todo. Mas no ano que vem espero colocar a prótese...

3. Estamos no Inverno mas, no Brasil, é comum intercalar-se calor com 'ondas' de frio. Assim, muitos incautos ficando resfriados pela perigosa alternância de graus de temperatura. Creio que hoje em dia tem ocorrido menos destes desagradáveis estados ditos 'gripais', pois a maioria dos viventes usa máscara facial, então a contaminação por vias aéreas em geral diminuiu muito, ainda que ocorram certas aglomerações - os perigosos ajuntamentos por vezes involuntários de pessoas. Aparentemente teremos boas notícias sobre esta pandemia do Sars-Cov-2 no ano que vem por estas bandas, pois até o fim do ano o (des)governo espera ter 75% das pessoas vacinadas. Mas, por outro lado, não temos certeza, tendo em vista que as tais cepas 'variantes' do malfadado vírus assustam, e não sabemos se temos imunidade a eles, ainda que tenhamos tomado duas doses de vacina (especula-se que talvez tenhamos que tomar uma terceira dose - ó céus!).

4. A nota triste hoje em dia é a retomada do Afeganistão pelos fanáticos Talibãs. Um país com mais de trinta milhões de habitantes, com história milenar, exibindo na TV cenas muito tristes, com violência desmedida e desespero de famílias desamparadas. E não podemos fazer nada por eles, é o sentimento que fica. Triste época que vivemos. Já não bastavam os políticos parasitas, as notícias aterradoras dos meios de comunicação sobre a economia, e temos que relembrar sempre o quão violento e desalmado é o Homem...

5. Em minha querida cidade agora temos uma enormidade de Supermercados, um melhor que o outro, atendendo aos mais diversos gostos, necessidades e expectativas. Isto é o feliz resultado de diversos fatores. Nossa urbe, além de muito bonita e bem cuidada, aparenta ter uma riqueza de empresários, profissionais autônomos e burocratas, em que pese não ter um parque industrial que faça jus à sua pujança. Creio que o setor de serviços (principalmente aliado ao comércio) é a principal força econômica aqui, notadamente por causa de muitos estabelecimentos educacionais (especialmente os universitários). Antevejo um futuro auspicioso para todos os sanjoanenses...    

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Ocasionais reflexões...


1. Hoje em dia, aposentado da docência  ( mas ainda laborando como psicoterapeuta )  tenho todo o tempo do mundo agora para fazer o que mais gosto: ler. Quando criança aprendi algo do grande Monteiro Lobato sobre o valor do livro e da riqueza de ler, e fiquei convencido destas verdades, tanto que foi natural eleger posteriormente a vocação de professor. Mas, como bom filho de mineiro  ( meu pai é de São Sebastião do Paraíso, do Estado de Minas Gerais ), tive profissionalmente planos "B" e "C" na vida, por isso trabalhei ocasionalmente como administrador e mais seguidamente também como Psicólogo Clínico e Organizacional. Olho para trás e sinto-me feliz; creio que faria tudo de novo  (mas com menos erros, obviamente!).

Mas estava falando da coisa boa que é ler. Que riqueza, realmente. Sou daqueles que acabam com muitos livros e revistas abertas ao mesmo tempo sobre a mesa  ( tive em casa e nos escritórios mesas grandes, que nada mais eram que portas lisas, envernizadas, que 'viravam' tampo de mesa, apoiadas sobre apropriados cavaletes )  pois os assuntos levam a outros e detesto ficar sem compreender ou saber de algo que leio em meus textos, o que me leva a abrir 'parenteses' na leitura... O resultado desta estratégia de leitura/estudo é que fiz, além do Mestrado e Doutorado, seis pós-graduações Lato Sensu, mormente direcionadas às necessidades das diversas atividades profissionais que tive, mas que acabaram depois me ajudando no preparo e manejo das muitas disciplinas que ministrei ao longo de 42 anos...

2. Minha casa tem tanta coisa de decoração  ( Ruth e eu gostamos muito de 'empetecar' os cômodos  - mas com critério, viu? ),  quadros etc. que às vezes julgamos que exageramos, chegando talvez a um bric-à-brac.  Mas quem consegue ter coesão em motivos e temas na decoração? Isto seria possível se tivéssemos muito dinheiro mas, como nem de longe é o caso, nosso 'castelo' acaba tendo algo que denominamos divertidamente entre nós de 'rococó chinês'; porém, acaba dando certo. Creio que o fato de Ruth adorar flores, plantas, vasos e afins torna tudo muito harmonioso. Nossa casa quase parece um museu, mas nos sentimos bem aqui: tem objetos oriundos de muitas fontes  ( presentes de amigos e parentes, principalmente meus pais, que viajaram muito pelos outros continentes )  e de muito bom gosto, denotativos de muitas culturas diferentes. Penso em doar para museu de verdade muito dos artigos daqui, pois tem valor educativo...

3. Hoje dia vemos a irracionalidade grassar impunemente pelas diversas paragens sociais  ( em especial e mui lamentavelmente nos preconceitos de genero, no racismo e na política ),  fato que 'autoriza' muitas vezes os viventes a se expressarem em suas diversas dimensões como veros cretinos.  Um comportamento abjeto desta classe de criaturas é interromper a fala do outro, impedindo a pessoa de terminar apropriadamente suas frases. Eu costumo, nesta situação, a continuar a falar, como se o interlocutor não estivesse a perpetrar sua grosseria vocal. É algo constrangedor, mas o curioso é que em geral o(a) malcriado(a) não se dá por vencido(a). Já ocorreu de eu ter que descrever a situação para o indivíduo grosseiro: "você percebeu que eu ainda não tinha terminado de falar?"  ou  "porquê você está me interrompendo quando falo?"   (  já ganhei muitos desafetos pelo fato de denunciar estas más condutas para eles ou elas, mas prefiro perder estas 'amizades' do que ser obrigado a tolerar estes boçais a vida é muito curta para perder tempo com eles ou elas ).  E geralmente, como eu disse, o(a) rude, tosco(a) criatura ainda tenta justificar os maus modos. É de amargar... Alerto aos navegantes que tal impropriedade é muito malvista nas organizações empresariais, o que, junto com outras inadequações, determina em grande parte o cancelamento abrupto de contratos de trabalhos...

4. Uma última observação. Estou lendo o livro do renomado estudioso brasileiro Dr. Sidarta Ribeiro, de nome "O Oráculo da Noite"  (Companhia das Letras, 2020)  e estou adorando. Uma obra densa sobre o sono e o sonhar, indispensável para profissionais de saúde, mas mui adequado a todos os que se interessam por esta importante função da vida. Imperdível. Comprei pela Amazon, e em 4 dias estava em minhas mãos. Fui ver primeiro para comprar um exemplar nos sites das fornecedoras tradicionais, mas o preço final era bem mais caro... Por isso que grandes redes de livrarias nacionais estão no vermelho. Nos Estados Unidos foi a mesma coisa. Triste. Eu gostava de ir nas mega-lojas e lá ficar 'assuntando'' novidades e comprando com desconto livros e demais produtos associados... que fazer, agora é a Era Digital!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Quase-divagações esparsas...

Garage Barbershop São João,
na garagem de baixo (porão da casa)

1. Gente, só agora percebi dois erros nesta foto... primeiro, a data estampada no cromo: esqueci de atualizar na máquina; o correto seria em Setembro, quando inaugurei o salão...  outro erro está na placa de funcionamento: começo a jornada às 09 horas, e não às 10, como consta. De qualquer modo o amigo Enilton, da Vistasse, empresa de comunicação visual aqui da cidade, fará esta correção. 

2.  Como o calor me debilita, fico prostrado. Deveria ter nascido em clima mais propício para meu desempenho ser mais adequado. Produzo bem menos neste calorão. Fico sob vento o tempo todo, e tomando tereré gelado. O bom é que agora aqui na Garage posso trabalhar de bermuda, coisa que não posso na faculdade, que pena. Bobeira de 'paiseco' tropical terceiro-mundista que queria ser Europa; só pode ser! Que coisa ridícula (em relação à logicidade que deveria presidir nossas cogitações) obrigar-se a colocar paletó e roupas apropriadas de clima frio nesta canicula. Chega a ser próprio de cretino.

3.  Será que meus cinco netos e netas um dia pesquisarão aqui quem foi o avô paterno deles? Creio que nestes anos todos (daqui a um 'tantico' terei mais de 10 anos de blog...) deixei registrado muito do que penso - sim, sei que isto tudo escrito aqui é um quase-arremedo do vero Lucas Vieira Dutra, filho do Geraldo e da Firmina, nascido em São Paulo (no Hospital São Paulo; paulista, paulistano e são-paulino...)  em 10 de outubro de 1954; só tem um assim - e, combinado com meus escritos e publicações, fotos e filmagens, acredito que terão uma boa ideia do que penso e pensei sobre o viver, o vivenciar. Ah, e tenho 'agora' também duas contas de Facebook, que retrata muito do nosso intra, inter e extra-entorno. Pelo menos acho que eles saberão (principalmente pelo vocabulário) que eu fui e sou alguém que lê muito!

Eu sempre tive muita curiosidade sobre os meus avôs Lucas de Souza Dutra e José Antônio Vieira, grandes homens, patriarcas inesquecíveis, homens de bem e personalidades marcantes para todos que os conheceram. Tenho pouquíssima informação sobre eles (meus pais são muito reservados...) visto que não legaram nada/quase nada escrito; fotos não dizem muito! Do avô Lucas lembro-me somente de uma vez que ele nos visitou em Rio Claro, contando muitas estórias de  caveiras e fantasmas, que me deram pesadelos... Convivi um tanto com o 'vô Niniu' (apelido do avô materno), pessoa amorosa ao extremo, pacienciosa e, lembro muito (apesar de bem criança), bastante alegre e de bem com a vida, em todos os sentidos. Ele me levou de trem várias vezes a São Paulo para fazer tratamento médico por causa de um olho (o direito) que 'não funciona'. Ele faleceu em casa (infarto fulminante); lembro bem do dia, um 'trauma'! Tal lacuna de conhecer quem foram os avôs (mais do que as avós, curioso!) me interpela sempre quando me pergunto quem sou. Nossa descendência nem se lembra dos genitores dos genitores na terceira ou quarta geração, o que é patético...

4.  Bilú chega e comunica que talvez (dependendo que uma tomografia que fará...) deverá se submeter a uma intervenção cirúrgica para retirar um cálculo renal. Provação! Mas Deus é por nós, e tudo se inscreve pela Soberania d'Ele em nossas existências. O cristão cônscio nunca se desespera, apesar de por vezes se desesperançar, pasmar e desmotivar... Creio que, retomando um pouco o que explanei em 3. acima, meus netos saberão que fui alguém dotado (em idade provecta, principalmente) de uma piedade significadora em alto grau, conquistado em duros embates espirituais, onde o Cristo, como sói (de 'soer'...) acontecer, é o vencedor, para minha graça eterna. Sou imensamente grato por isso!

sábado, 6 de setembro de 2014

Bücherwurm...


Logo de uma simpática livraria alemã,
obtido (via Google Images),  de
http://www.buecherwurm-seligenstadt.de


Bücherwurm em português quer dizer 'traça de livros' uma figura para designar aquela pessoa que adora ler, que passa longos períodos em bibliotecas, etc. Noutra semana, visitando a mana Lia em Campinas, vimos um malfadado inseto perambulando ali e acolá e eu disse ao meu cunhado Thomas que o nome do mesmo em nossa língua era 'traça', e ele escreveu em alemão 'Bücherwurm'; e assim trocamos informação sobre termos equivalentes.

Gravura obtida (via Google Images),  de
http://de.123rf.com/lizenzfreie-bilder/b%C3%BCcherwurm.html

Pelo que vi, é um (figurativamente) bichinho bem querido pelos alemães - é uma boa imagem daquele povo, muito estudado, treinado em lidar com a vida. A formação cultural deles é impressionante. Praticamente todo mundo fala inglês. Mas aqui em brasólia costumamos dizer 'rato de biblioteca' àquela pessoa que aprecia avidamente os livros, debruçando sobre eles horas e horas. Eu já fui uma pessoa assim - preferia livros às pessoas ou animais. Li bastante mesmo, principalmente romances, boa Literatura. Hoje consigo ser mais equilibrado, pois minha cabeça já não guarda mais tanta coisa mesmo...

Mas coloco isso aqui porque parece que as novas gerações não tem paciência para ler - tudo é mais instantâneo e 'telegráfico' por causa dos terminais tipo smartphones, tablets e que-tais. Sempre pergunto em classe quem tem costume de ler, e poucos se identificam. Inclusive já apontei nestes comentários esparsos - os jovens nos interrompem muitas vezes em nossas falas, pois parece que nos estendemos por demais (para eles...)  Eles nos acusam de não sermos objetivos, de nos expressarmos de modo prolixo, verbosamente. Mas ocorre que as coisas não são simples, são complexas, e seus processos exigem análise por vezes minudente... Não sei como tal barafunda vai se resolver, mas continuo apreciando os livros por causa disto - só com paciência conseguimos decifrar um pouco que seja esta nossa realidade, e a compreensão se dá pela interpretação que fazemos e, portanto, para tanto (até rimou!) temos que ter pertinente informação prévia...  e da melhor maneira disponível ! Alea jacta est...

quarta-feira, 27 de março de 2013

Boring...

fotinho obtida agora (via Google Images) de
http://funny-pictures-lol.com/181/boring-baby


Acabo de vir agora da caixa de correio... e nada; passo algumas vezes por dia por lá, para não encontrar a correspondência que nunca chega. Meus dias são sempre os mesmos; rotina boa de se viver! Creio que quando se consegue tudo na vida ficamos procurando sentido nas coisas em si insignificantes. As pessoas são sempre as mesmas, encantadoramente cansativas, mas precisamos do contubérnio - quem, em sã consciência, o evita?

Mas ontem recebemos aqui em casa diversas pessoas que não conheço bem, e foram poucas horas divertidas. Adoro crianças - quanto mais velho fico, mais penso que deveria ter passado minha vida toda a maior parte do tempo com elas. As minhas, eu curti bastante, mas já há muito foram tiradas de mim; que fazer. As lembranças ninguém surrupia, felizmente. Crianças não tem preocupação em te agradar, como se sabe; são honestas e diretas em seus sentimentos, por isso nos são tão preciosas. O mundo adulto é muito cruel, falso e acabrunhador. Já se disse que quanto mais conhecemos as pessoas, mais amamos os animais. Nunca pensei que isto seria tão exato!

O que me salva são as leituras, boas leituras. Como o reino das palavras me seduz, e isto há muito tempo. Enlevo-me facilmente pelas páginas de um conto ou uma análise arguta, ou em um texto clássico dos grandes literatos, em especial os cristãos medievais ou, mais especialmente, da Reforma. Gosto da sonoridade dos vocábulos, do signo e significado - será maluquice? (considere aqui a acepção '4' do Dicionário Houaiss Eletrônico, por favor) Mas o que me tem salvo realmente é a Religião. Ter encontrado Deus foi o divisor de águas; sim, Aquele que nos faz desistir de ficar a todo tempo procurando sucedâneos para nossas impossibilidades existenciais.
. . .
Anoto tudo em papel, pois a memória anda fraca, e não é de hoje (também, aproximo-me dos 60...); o mais hílare é que esqueço onde os guardei, deixei - que júbilo quando os encontro.  É muita coisa para darmos conta - esta pós-modernidade está ficando muito chata. Digo a Bilú todo dia que exultarei quando não precisar mais de tablet, computador, celular smartphone, carro, e outras 'conveniências' - e o pior é que nos perguntamos como os antigos viviam sem tudo isso... viviam muito melhor!!!
. . .
Vou preparar aulas agora, para alunos que não se interessam (alguns, não todos, felizmente, mas parece que estes são que nos apoquentam mais...) e ficar depois 'arrependido' se minha lógica em denunciar o descalabro os deixam chateados... ô nevrose! Às vezes penso se deveria ser como muitos de meus colegas que não se importam com a formação cidadã dos alunos, mas já confessei aos meus educandos - não consigo ser diferente em sala de aula depois que vivenciei tantos gigantes nas aulas de Pedagogia, há tempos atrás... Vejo-os como meus colegas, daqui a alguns anos, e quero olhá-los de frente; o ser que sou hoje no trato com eles  desejo se-lo depois também.  Ministrar aulas é missão, e pretendo levar isso com honra até o fim, ainda que incompreendido e, por vezes, caluniado. Perto do que Cristo passou, isto não é nada; eu nem deveria anotar isso...
. . .
Que coisa... saiu o sol agora, timidamente, após quase 3 dias de copiosa chuva. Adoro chuva; quem passa temporada na zona rural, no ramo do agronegócio, sabe como é preciosa a água, em todos os sentidos! Mas tudo o que é demais desacoroçoa qualquer vivente. Mas são as "águas de março"; nossas orações para aquele pessoal que mora em situação de risco, nas encostas ou nas baixadas que se inundam ano após ano... É muito triste ver todo dia no noticiário da TV o pessoal tirando água barrrenta de suas casas. 'Só por Deus' mesmo.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Chimarrão...


gravura obtida agora de
http://blogdaiso.blogspot.com.br/2012/01/regras-do-chimarrao.html

Mas..., báh! tchê, que frio gostoso que está fazendo; fui correndo comprar uma cuia nova, um porongo bem adornado, como se deve (a anterior que eu tinha deu de acoitar cupim, póde??) ... Foi difícil encontrar aqui nesta terra, mas a encontrei numa charutaria, veja só, boa loja, sortida de diversos tipos. Peguei o costume de matear quando trabalhei com os Stefanello, gauchada boa de Cruz Alta (RS), lá em Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Sidrolândia, cidade pequena nos anos 80 (não sei como estaria agora).

O mate já tinha comprado no domingo passado numa churrascaria perto de Campinas, uma erva descansada, verdinha que só ela - vou guardar na geladeira para conservar. Já tomei  muito chimarrão gostoso demais, parece que colocaram  açúcar... Mas sabemos que não se deve inventar com a secular tradição (veja alguns conselhos no blog cujo endereço emprestei a gravura acima), sob pena de criar inimizades... 'Nada a ver'...

Eu gosto de matear também porque tira um tanto a fome 'canina' que teima em me dominar; a idade vai fazendo a gente ficar mais sem-vergonha e, com isso, tendemos a cultivar uma barriguita (panturra, diz Ruth) incômoda. E ajuda na digestão, se bem que nunca tive problemas neste particular, posto que consumo verduras, frutas e legumes em profusão e me exercito regularmente.

A casa está 90% arrumada, depois da mudança do outro domicílio. Falta trazer umas estantes suspensas que ainda estão no antigo apartamento - o pessoal da marcenaria prometeu instalar até o fim da semana. Tenho umas 30 caixas no porão para serem desembaladas, cheias de livros - só a minha Britannica enche um módulo inteiro da estante cor de café. Cheguei a ter uns 3 mil livros (compro desde 1973, quando iniciei a faculdade de Psicologia) mas já doei metade para as Bibliotecas dos dois Centros Universitários aqui da cidade. É um dos poucos prazeres que me permito - gosto de livros; é a maior invenção da Humanidade. Agora vou procurar armazenar livros (em formato) digitais no tablet (ou microcomputador), pois em papel se nos exige espaço e certa logística... Ler é a maneira mais barata de arejar as idéias, colocando as 'ferrugens' pra correr... É altamente apaixonante! Quando ouço alguém dizer que não gosta de ler surpreendo-me; é muito estranho, realmente...

domingo, 10 de abril de 2011

Massacre do Realengo (RJ), tempo que passa, e casamento....

Rio de Janeiro, RJ, Brasil

1. Domingão... saudades de escrever aqui! Nesta semana, inegavelmente, o assunto majoritário foi o massacre do Realengo (RJ). Perguntam-me a razão disto, como se eu fosse oraculu – só se for na forma figurativa! Existiriam “mil” razões, explicações, portanto, não esclareceriam muita coisa. Só o Pai Celestial poderia dizer com certeza; nós, somente especulações. É que o absurdo do ato obsta qualquer razoamento produtivo sobre o mesmo. O fato concreto é o resultado (trágico, em todos os sentidos) e a sociedade precisaria precatar-se contra estas reais possibilidades de seus membros – Lei de Murphy! Eu acho absurdez uma escola ou qualquer instituição ou local onde se aglomera pessoas, a qualquer título, que não disponha de aparatos de segurança das gentes, em diversos níveis. Eu, que não sou especialista, sempre tenho ‘mentalidade de espião’ (quem não viu aquela película, “Identidade Bourne”?) quando estou em aglomerações e fico a imaginar o que eu poderia fazer em caso de grave crise, ou de atentado, de baralhada, etc. O que constato é que a maioria dos lugares nesta brazólia carece de condições mínimas de suporte a pessoas, como áreas de escape apropriadas, informações sobre ‘como proceder em caso de’, etc. Somos um país com muito amadorismo, em se tratando de administração pública (para não falar do resto... eu, que sou da área da educação, nem me atrevo a comentar ali coisas as mais comezinhas... ).

          O fato concreto é, depois de tudo ocorrido, como ficarão as famílias destroçadas, as crianças sobreviventes (que moram numa cidade onde violência em suas diversas formas ocorre em maior profusão em comparação com as demais) que presenciaram os acontecimentos ou que estavam perto, os profissionais que cuidavam delas, etc. Confesso que, como muitos, me emocionei diversas vezes, pois como não pensar nos meus filhos e netos (Lívia com idade praticamente igual às das crianças brutalizadas) e, nesta conjuntura, como são insondáveis os desígnios divinos, em especial no que tange à minha pessoa. Somos tão frágeis; o Pai nos consumiria com menos de um estalar de dedos, se quisesse! Quedo-me com o rosto por terra pela magnificência de sua Soberania; nem tenho como razonar sobre tudo de modo claro, sinto-me impotente em todos os sentidos.

2. Somente nove semanas de aula temos, para terminar este semestre letivo. Costumo dizer que o tempo ‘passa mais depressa’ para quem mais se envelhece. A cada dia vejo mais e mais se confirmar esta minha observação, pois as aulas parecem ter começado ‘outro dia’!... Tenho o costume de acordar e dizer, enquanto abro a janela e vislumbro a criação de Deus, ‘mais um dia perto da morte!’ (Ruth detesta quando digo isso - será que ela tem medo de morrer?; bobagem!...) mas digo a frase como agradecimento ao Pai Celeste, pela graça (e encargo) de viver aqui mais um dia, com todo o enfado e cansaço que, dia-a-dia, se avolumam. Penso como Paulo, que assumia ser graça maior o estar com o Cristo, se privilegiado assim fosse... Mas o Pai nos quer estar por aqui; façamos de tudo, em disciplina e ordem!

3. Gosto de ler e, mais ainda, de reler certas obras. Tenho este costume desde moço. É a terceira vez que releio “O que estão fazendo com a Igreja”, de Augustus Nicodemus Lopes (Teólogo e Chanceler do Mackenzie), Ed. Mundo Cristão, SP, agosto de 2008, 201 páginas. É tiroteio para todo lado, principalmente contra os liberais. É o prolífero escritor, creio, um lúcido comentarista do movimento evangélico nacional, e fiel às suas convicções.

          Ele escorrega um tanto quando esquece que certos temas não podem ser considerados de modo superficial (como no capítulo 21, sobre casamento e divórcio), simplista, reducionista, o que nos leva a violar certos valores, como a caridade. Em todo caso, sei que é mais ‘fácil’ ou tentador observar que um perneta não corre bem quando temos as duas pernas... Eu agradeço a Deus ter estudado Psicologia, o que me faz mais humilde nas apreciações sobre os defeitos ou imperfeições dos outros, pois 'cada caso é um caso', mesmo que não sejamos relativistas ou liberais ou libertinos. Mas recomendo firmemente o livro a todos. Leitura obrigatória a qualquer reformado que efetivamente sabe da contribuição de Calvino.