A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lembranças familiares

Tia Cordélia, GVD, Liv & Fir

Outro dia estava parlando com Ruth  sobre certas tradições familiares que tanta coisa nos ensinam... Quando criança, meus pais tinham o costume de fazer com que o aniversário  natalício de qualquer um, pai ou mãe,  fosse bem comemorado pela família.  Eles compravam diversos presentes, um para cada filho ou filha entregar para o aniversariante, como se fosse dele(a)s (para nós crianças, era assim mesmo; éramos nós que presenteávamos...): no dia do natalício, meu pai (ou mãe) nos acordava bem cedinho, enfilerava silenciosamente, no maior segredo (adorávamos o 'suspense'...), as crianças na entrada do quarto, entregava um presente para cada um (a começar do mais velho, que ia na frente) e, ao sinal do pai (ou da mãe), entrávamos ‘de surpresa’  no quarto, fazendo o maior alarido, cantando parabéns, etc. e pulando na cama e entregando os presentes.

[ Devo dizer que NUNCA a gente entrava no quarto do casal sem bater na porta (mesmo porque invariavelmente sempre se encontrava trancada...) ou mesmo dormíamos na mesma cama que meus pais.  Quando alguém estava doente meus pais velavam o sono, mas na própria cama da criança, nunca na cama dos meus pais. Também nunca ninguém perguntou ou questionou tal costume, depois de velho é que a gente percebeu; era natural meus pais terem sua privacidade e creio que era certo. Que eu me lembre, quando chegou a minha vez de ser pai, sempre que eu podia carregava minhas crianças para a minha cama, doentes ou não.  Cada um com seu costume – o importante é que se respeite! ]

Pois bem, continuando com a memória – sempre o pai (ou a mãe) levava ‘susto’ com a algazarra de 5 crianças entrando repentinamente nos aposentos, cheios de presentes e o mesmo (ou a mesma) demonstrava muita alegria com nossas gentilezas e carinhos; abriam-se todos os presentes e todos comemorávamos o natalício de um dos queridos genitores. Depois,  íamos todos tomar café e tocar as atividades do dia...

Meu pai sempre presenteava minha mãe. No aniversário, ela ganhava diversos cortes de tecido, que ela costurava com maestria - ela chegou a dar aulas de corte e costura às amigas da vizinhança, e muita neta sua aprendeu a costurar com ela, que tinha o maior carinho em repassar seus conhecimentos, entre as diversas aptidões que era (e é) detentora (uma das mais apreciadas por todos são os dotes culinários!). Lembro que uma vez ela aproveitou a barra de um casado de pele e fez 3 casacos de feltro para os meninos - eu adorava a gola macia, sedosa do dito indumento. Antigamente poucos tinham dinheiro para comprar roupas em lojas - as mulheres costuravam as roupas de uso comum em casa mesmo.

Todos os dias, os 5 filhos reuniam-se às 11:30h em volta da mesa do almoço para a principal refeição, com meu pai numa cabeceira, com seu olhar grave e penetrante, e minha mãe na outra ponta da mesa, administrando a distribuição dos pratos. Ninguém faltava, e aí eram repassadas as instruções, pedidos e, por vezes, algum ‘pito’, exprobação, reprimenda ou sarabanda necessária a algum petiz da vez...

Laços familiares que nunca se quebram!