obtido de http://pichorra.wordpress.com/2007/11/09/ via google...
Gosto de garimpar imagens pela web e achei muito hílare a gravura acima. Eu pensava ilustrar os pensamentos abaixo com algo parecido... O fato é que estamos vivendo tempos nunca dantes imaginados, sem dúvida alguma. A 'marca genérica' destes tempos é a elevada velocidade das mudanças e sua extensão, abrangência, alcance. Já se disse que voltaríamos célere à Idade Média se não tivéssemos mais energia elétrica, 'de repente'. Fica algo estranho pensarmos viver agora sem web, sem celular, sem e-readers, sem tablets.
Do modo que vejo alguns jovens plugados o tempo todo, imagino o mundo futuro com uma espécie de ecossistema integrado de quinquilharias tecnológicas (vi algo como imagino aqui naquele filme já-quase-antigo, o Matrix) onde o homem será uma espécie de 'adereço', não sei com que grau de importância. Nossas idéias parecem ser cada vez mais contidas nos chips, e banais, dadas a sua transitoriedade...
Sou do tempo em que os objetos e as máquinas eram projetadas como criações do homem para humanizar (paradoxalmente) o ambiente à forma do homem, criando um mundo à maneira do homem (e suas necessidades); as formas, contornos e estrutura dos objetos visavam conformarem-se com suas funções projetadas, e faziam sentido o quanto eram superadas por aparatos mais aperfeiçoados, mais conformes com o que requeria o humanizado da natureza. Hoje já acho que chegaremos em breve na situação que teremos que nos adaptar à maquinaria, à tecnicalidade...
O ambiente humano aparentemente parece mudar hoje a todo instante, e vemos que as referências de uso, de destinação dos objetos definidos há pouco se esgotam rapidamente, pelo fracionamento, pela fragmentação das regras e dos padrões com os quais se planejava/ordenava o entendimento e decodificação da vida cotidiana.
Dizem os entendidos de plantão que temos que reinventar o modo de pensar que utilizamos até então. A insegurança, a falta de parâmetros definidos nos deixam temerosos em priorizar também a flexibilidade, a adaptabilidade, a mobilidade, a velocidade, etc. como valores norteadores das nossas relações e cogitações. Eu, educador, ainda vejo como importantes saber conversar, ordenar as idéias, ser feliz com o que se tem (principalmente nosso corpo limitado e nossas incapacidades), saber encontrar sentido nesta ampla constelação polivalente/multifuncional de fatos concretos e virtuais de crescente e complexa decifração. Vejo os jovens tão aturdidos (uso ambas as acepções do Houaiss eletronico que está aqui embarcado no meu computador), em derrelição... que bom que sou 'velho'!