Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://twocanview.com/tag/critical-thinking/
Iniciamos bem este semestre acadêmico - parece que todas as classes estão motivadas para o trabalho didático (mas sempre tem os renitentes que acham que sala de aula é para brincar, ficar conversando com os colegas, jogar video-game nos celulares - mal sabem o que os espera quando se formarem...).
Uma grande tarefa que procuro realizar com os alunos em todas as aulas é que eles desenvolvam o senso crítico. Criticar (analisar, examinar, perscrutar), na Academia, é o exercício do livre
julgamento de um intelectual sobre as questões (intencionais, metodológicas,
históricas, políticas, religiosas, contextuais, estéticas... etc...) envolvidas
na compreensão de um texto, de um argumento ou de um raciocínio, discutindo
(debatendo, questionando...) logicamente seu significado (sentido,
aplicação...), bem como – principalmente
- a verificação das evidências
subjacentes à verdade e, assim,
ter as condições para apreciar o seu VALOR (utilidade, etc... ). Muitos alunos chegam pensando que 'criticar' é simplesmente (ou somente) 'censurar' - alguns acham que é até imprecar. Mas logo anexam mais um uso ao vocábulo, felizmente.
Eu fui conferir e vi que até no Wikipedia tem um pequeno texto interessante sobre esta habilidade do senso crítico ou criticismo (alguns dizem 'criticidade'), que vale a pena ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento_crítico
Para dar conta de desenvolver o senso crítico, habitualmente as minhas atividades em sala de aula mesclam exposição dialogada e atividades práticas sobre algum tema em pauta. Os textos para
discussão são fornecidos com antecedência ou trazidos pelo docente no dia da
atividade, conforme o planejamento. A leitura prévia do texto por parte dos alunos é fundamental para
instrumentalizar o debate em sala de aula, permitindo adicionalmente aos mesmos tomar os devidos apontamentos que julgarem pertinente. Obviamente, sempre advirto que simplesmente
ler os artigos, separatas, apostilas e capítulos de livros não vai preparar o
aluno para participar dos debates ou redigir trabalhos. Espero sempre que o aluno
se engaje intimamente com a reflexão dos textos, questionando os argumentos e analisando sua lógica. (Ajuda em muito tomar apontamentos enquanto lê, ao mesmo tempo em que sumariza
os principais aspectos apresentados) Se o aluno vem à sala de aula com ao menos
duas questões para discutir é um bom indicativo de seu envolvimento, penso eu. Mas é um trabalho árduo. Muitos alunos passam o ano todo em atitude passiva - não são poucos os que 'entram mudos e saem calados' quase todo dia... Eles não questionam, não observam o questionamento dos colegas, não se engajam. Apassivam-se, literalmente. Negam-se a si mesmos, ao fim e ao cabo, e não desenvolvem habilidades e competências preciosas. Preocupo-me e me exponho denunciando o problema, mas muitos alunos acham que exagero ou até que os destrato... Hard times!