Profeta Jeremias
ilustração obtida agora de
http://www.webquestdirect.com.au
Hoje
é o aniversário de minha segunda filha, a Mariana. Esta reflexão é em sua
homenagem; já a acordei de manhã cedo lá em Petrópolis para a cumprimentar – relembramos coisas
de sua infância, demos algumas risadas... Lembro-me bem das emoções de sua
chegada em 1983; foi muito especial, ela tinha tanto cabelo que saiu do
hospital com pitucho no próprio
cabelo e, com os brincos portugueses nas orelhinhas, parecia bem mocinha!
Este
post complementa dois outros que fiz,
remetendo a perícopes do Profeta Jeremias, um dos meus preferidos, realizados
em o6 dezembro de 2011 e 22 setembro de 2012 (quod vide). Neste último, eu iniciava citando Jeremias 17, 9: O coração é mais enganoso que qualquer
outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? O coração do homem engana porque é
passional, tendencioso, temerário (veja quantas acepções tem este último termo,
um adjetivo, no Houaiss... sim, todos se aplicam aqui), e ganhamos muito quando
nos aplicamos em domá-lo! Já avancei muito neste mister, mas sou reles aprendiz
ainda... Ah, e quando lemos ‘e sua doença é incurável’, vemos que só podemos
administrar esta natural deficiência, nunca expurgá-la. É resultado de nossa
corrupção carnal primeva, intrínseca.
Mas não fiquemos
somente neste versículo 9. A perícope
completa que quero ressaltar é Jeremias 17:5-10 (uso aqui a Bíblia versão NVI –
Nova Versão Internacional):
Assim diz o Senhor:
"Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a
sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.
Ele será como um arbusto no
deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do
deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém.
"Mas bendito é o homem
cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.
Ele será como uma árvore
plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não
temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não
ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto".
O coração é mais enganoso
que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de
compreendê-lo?
"Eu sou o Senhor que
sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a
sua conduta, de acordo com as suas obras. " (aspas conforme o original, inclusive quando incompleta)
Que
ilusão confiar nos homens, nas pessoas que são imperfeitas e inconfiáveis, como
nós o somos! Só redunda tristeza e decepção, o quanto mais nos iludimos nesta
inclinação. Somos ‘malditos’ nisto, vivemos num árido deserto... mas abençoados quando confiamos no
Senhor, e as promessas são acalentadoras. Ressalta-se: quando confiamos nos homens necessariamente nos afastamos de Deus. Ficamos ansiosos e temerosos, marcas do nosso tempo, em especial, mas já alertados para isto desde muito. E a razão para enganosamente
confiarmos nos homens reside no coração, na mente que engana a si mesma, com
suas ficções, devaneios, suas expectativas infundadas, suas ilusórias necessidades, momentâneas,
carnais, sensuais, passageiras.
E
a passagem se encerra com o que deveria ser o liame real de nossa vivência
potencialmente endereçada ao cumprimento de nossa destinação: o fato do Senhor
sondar e examinar nosso coração. Ele requer as adequadas intencionalidades, precisamente a
volição orientada para Sua Lei, justa e intrinsecamente necessária ao nosso
viver pleno. E a ‘recompensa’ aqui não deve ser entendida como simples
mercantilagem entre senhor e servo, mesmo
como uma mercantilice espiritual – antes, trata-se da relação entre um Pai
amoroso e sua prole, orientada, instada a realizar precisamente aquilo que lhe
é melhor, e isto não somente para esta esfera finita, mas para toda a Vida.
(idem, ibidem)