A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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sexta-feira, 1 de julho de 2011

As Lebres e as Rãs; fim de semestre...


Gravura obtida nesta data de 
http://ailhadaspalavras-alvarinhos.blogspot.com

          Hoje, fuçando no google images - que faríamos hoje sem o Google? - para ilustrar esta fábula (nro. LXIV do libreto - página 67 - já evocado anteriormente...) achei a acima colocada; inclusive a autora do despojado mas atraente blog também comenta (com foco diverso) esta mesma fábula. Estou curtindo muito esta série, pois descubro sites interessantes pela web!

          Diz a narrativa alegórica que ... desde que as lebres eram continuadamente ameaçadas pelos inimigos à sua volta, certa vez fizeram uma reunião para debater sua lamentável condição. Consequentemente, elas decidiram que a morte seria mais preferível à sua desesperada situação e saíram para um lago próximo, determinadas a se afogarem como as mais miseráveis e desgraçadas das criaturas.

          Ocorreu que um grupo de rãs estavam assentadas à margem do lago, admirando o luar, e quando ouviram as lebres se aproximando, assustaram-se e saltaram às águas em grande alarido e confusão.  Vendo o rápido desaparecimento das rãs, uma das lebres gritou às companheiras: 'Parem, amigas! Nossa situação não é tão desesperadora como parece! Existem outras pobres criaturas ainda mais covardes que nós!' O  compilador aduz a máxima, fechando a narrativa: "Lembre-se, não importa quão infeliz você seja, haverá sempre alguém que não gostarias de estar  no lugar dele... "

          Muitas lições cabem nesta fabela. Para mim, a mais óbvia é o fato de sermos por vezes pouco indulgentes conosco mesmo, exigindo de nós mesmos perfeição e realizações ótimas em todas as situações. Não nos perdoamos errar, não ser realizador ou competente. Comparamo-nos com os outros, e sempre vemos pessoas 'melhores' que nós, nisto ou naquilo, com mais ou mais vistosa fortuna, etc.   O fato é que sempre encontraremos pessoas melhores (e piores, também) que nós, não importa com o que nos comparemos e com quem... O problema é então a malévola tendência de ficar comparando a todo momento. Nosso foco acaba na constatação de coisas 'resultantes',  das quais desconhecemos precisamente a processualidade que levou ao resultado que estamos a comparar. O foco deveria ser em nosso comportamento - como aperfeiçoa-lo paulatinamente, de modo que a recompensa seja uma decorrência natural. Quando se olha somente resultados, corre-se o risco que julgarmo-nos miseráveis, incapazes, despossuídos, desprezados, etc...

          Quando se cultiva a virtude da humildade, aprendemos logo que tal disposição de ficar comparando é lorpice. Da comparação surge inveja e outros sentimentos perniciosos que obnubilam nosso entendimento, enredando-nos num cipoal difícil de discernir. Mas se olharmos ao outro e vermos que estamos todos juntos 'condenados' a viver num mundo  dado, que recebemos 'pronto', cada um na sua pessoal condição, poderemos divisar que podemos suplantar nossas imperfeições naturais, esperadas, habilitando-nos  de um lado à solidariedade, ao companheirismo, à mútua instrução e, de outro, à sábia apreciação do que  efetivamente somos aqui e agora, e assim poder planejar a pessoa que desejamos ser. Nossa vida, nossa existência, é determinada por aquilo que planejamos ser, pois livre-arbítrio, se o temos, constitue nossa principal natureza - poder decidir quem queremos ser.

          Fim de semestre letivo. Passou depressa mesmo desta vez! (dizem que quando o tempo corre célere é sinal inequívoco de nossa ancianidade...) Espero que consiga descansar neste julho da faina escolar. Outro dia estava comentando com um amigo, veja só, sobre aposentadoria, e ele me disse que, se pudesse, tinha já se aposentado 'ontem', dada a canseira que as relações interpessoais hodiernas determinam. Cansa-se demasiado porque as pessoas não são polidas como antigamente; ser tosco, rude hoje parece ser 'normal' no trato comum. Concordo com o colega - vejo isso em sala de aula muitas vezes, e também pelos corredores da escola, nas ruas, na igreja! A saída para problemas que temos é culpar ao próximo, ou a sociedade, ou ao governo, ou a Deus. Quão sábio aquele cientista que esclareceu que a inteligência abarca muito mais dimensões do que pensávamos, sendo a emocional a primordial. Eu creio que esta dimensão (inteligência emocional) precisamente organiza, estrutura as demais, pelo menos no trato interpessoal. É muito cansativo hoje em dia conviver! E o pior, quanto mais velho se fica, menos paciência parecemos ter, daí o cansaço (ou será o famigerado fastio, o antojo, o enfado, o tédio??)...