A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Última do ano pandêmico (380a. postagem!! Aff...)

 

(nem me lembro mais onde foi isso...)

1. Hoje iniciou-se o verão, às 07:02h.  Espero que não seja muito calorento, pois me exaure por demais! Depois de entregar agora cedo um trabalho encomendado (elaboro ocasionalmente textos específicos sob demanda de empresas de prestação de serviço que, por razões de sigilo, evito mencionar a destinação...) decidi perpetrar esta 380a. postagem (!) aqui no Blog. Coloquei Ella Fitzgerald no CD-player e  'vamo que vamo'  (confesso que 'tudo' fica mais animado pra mim com esta Diva de fundo musical). Tenho andado 'preguiçoso' para escrever: acho que é o novo coronavírus... Este Sars-Cov-2 maldito trouxe-nos muito infortúnio, e o pior é que "veio para ficar":  só em 2022, segundo diversos especialistas, teremos alguma melhora significativa na situação, crédo!

2. A violência sem dúvida foi a grande 'onipresença' deste ano, em especial aquela motivada pelo racismo, estrutural em essência. Um horror, com diversos exemplos, ocorridos em  cenários, pessoas e campos - até o esportivo -  os mais diversos. A corrupção endêmica é outro exemplo desta mácula humana deplorável. Difícil co-existir hoje em dia!

3. Minha mãe esteve hospitalizada (terceira internação neste semestre) e, apesar de cirurgia perigosa e uns dias de UTI, já se encontra convalescendo na vivenda do mano Sérgio em Souzas, bairro de Campinas, aqui no estado de São Paulo. Seus 91 anos nos fazem mais preocupados, mas ela é bem forte o que, por outro lado, também nos deixa animados. Acho que o pior já passou. O chato é não podermos (os 5 filhos) fazer a nossa tradicional festa de Natal, pois 'não tem condições' pelo seu estado de saúde, e ninguém está com disposição para arriscar com 'ajuntamento' - um quase-novo termo que esteve muito presente em nossas cogitações neste ano...

4. Outro dia fomos à magnífica vivenda (cinematográfica!) do casal Érica e Levy, em Águas da Prata, pequena mas mui conhecida cidade vizinha  aqui de Sanja. Lá provei jambolão (uma fruta originária da Índia) e jambo, frutas apetitosas que me relembraram infância e adolescência. Só faltou degustar gabiroba para espanar todos os neurônios gustativos daquele período tão gostoso dos campos de Rio Claro e Pirassununga... Ái que saudades!

5. Vou no meu ortopedista agora em janeiro para iniciar as conversas para futuramente realizar a cirurgia de colocação de prótese aqui no osso da perna esquerda (no ponto em que se conecta com o quadril). Tenho uma grande artrose que me impede o adequado caminhar (correr nem pensar), ficar em pé e que, por isso, implica em outras aborrecidas e constantes limitações... Volta e meia tenho que tomar anti-inflamatórios, o que evito, mas 'tem horas' que tenho que apelar. Por vezes uso 2 bengalas e até começo a ver o 'andador' com bons olhos mas aí Ruth ralha comigo. Brinco que vou comprar um modelo "Ferrari" que vi outro dia, chic por demais, mas ela se irrita e mudo de assunto, rs  rs.

6. Esta pandemia, num mundo digital e cada vez mais inter-conectado, mudou muita coisa em diversos setores da vida em comum, em especial o modo de trabalhar. As reuniões e o co-working mediante aplicativos do tipo Zoom, Whereby ou Google Meet  'vieram para ficar', em suas múltiplas dimensões. Até as reuniões familiares e religiosas ficaram viáveis com estes programas, que possuem versões grátis, bem confiáveis e eficientes. Quem diria...

      Desejo a todas e todos um Santo Natal e, se posso alertar... Não se esqueçam do aniversariante!!!

sábado, 27 de abril de 2013

A morte...

Gravura obtida agora (via Google Images) de
http://alesfuck.deviantart.com/art/Death-is-Coming-176501316

As notícias recentes dos meios de comunicação de massa mostram como tirar a vida do semelhante banalizou-se, trivializou-se. Facínoras adentraram um consultório odontológico na região metropolitana da Capital e, após atemorizar a dentista e seu cliente, atearam fogo àquela profissional, ceifando cruelmente sua vida, pelo motivo dela não ter dinheiro no banco.  Não podemos imaginar a dor dos familiares, em especial dos pais da jovem profissional. É revoltante; estamos a ponto do povo começar a fazer justiça com as próprias mãos, o pior dos cenários. Sei que estes bandidos são muito valentes quando estão armados ou em bandos, mas quando são eles mesmos as vítimas, acovardam-se.

Conta o fabulista ("The Old Man and Death", in: Jack Zipes' Aesop's Fables. London: Penguin, 1996, p. 150. Fábula CXLIII) que um macróbio, que havia percorrido uma longa caminhada com um enorme feixe de lenha às costas, extenuou-se de tal modo que jogou seu fardo ao solo e desejou morrer, de modo a libertar-se de sua miserável, deplorável condição.

A Morte veio rápida ao seu lado e perguntou o que ele queria. O velho replicou: "Por favor, bondoso senhor, tenha a caridade de me ajudar a levantar e colocar esta carga  em minhas costas!"  Como 'moral' da estória o autor ensina que uma coisa é chamar a morte e, outra, perceber que ela está chegando...

Mas coisa estranha esta de pensar que um dia vamos falecer. A aniquilação é uma das maiores fontes de pavor entre as gentes, seguramente. Creio que nem tanto pelo pessoalmente (e irreversível) inusitado do evento, mas mais pelo desconhecimento do que possa existir do 'outro lado do rio', como se diz. Sei de pessoas que experimentam caliginoso sobressalto e batem na madeira quando aparece o tema. À vezes quando brinco com alguém e digo 'mais um dia perto da morte!' noto o desconforto e contrariedade estampados instantaneamente... Acusam-me de ser tétrico, funéreo, e outros adjetivos mais incisivos. 

Porque não discutir algo que todos enfrentaremos (e que está ficando a cada dia mais corriqueiro)? Como Benjamim Franklin ensinou, só existem 2 certezas na vida, a morte e os impostos. O resto, depende... Dizem que religiosidade é um tipo de resposta que o homem inventou para lidar com esta inelutável convicção, e faz certo sentido. Eu creio até que, por causa desta certeza, possa existir pessoa que chega às raias de perder a razão ou 'acelera' ou realiza o encontro final, pela insuportável angústia da 'espera'. E discutir a morte ajudaria a lidar com a perda de entes queridos, pelas inúmeras situações que a modernidade propicia neste sentido como a violência, o trânsito, o stress...

Já escrevi aqui que, para o crente sincero, que estuda a Palavra, tal problema inexiste. Como diz São Paulo na sua carta aos Filipenses 1: 21, " (...)  o viver é Cristo e o morrer é lucro" (NVI). Estamos aqui e vivamos uma vida reta; se o Pai nos chamar, é para nos coroar, para morarmos junto dEle - podemos ter maior esperança, maior contentamento? Ouvi certa vez que, quando abrimos os olhos, do outro lado, Cristo, nosso mestre e irmão, está de braços abertos para nos receber com um abraço. Não pode existir nada melhor! Quantas coisas eu teria para conversar com Ele! Mas depois iria procurar Lutero, João Calvino, John Stott, meus avôs e outros queridos para abraçar!

Com o conforto e as benesses que algum vivente possa deter, esvair-se-lhe a vida, abruptamente ou não, deve ser bem decepcionante. Por isso que o budista ensina que devemos aprender a nos desapegar de tudo nesta esfera pois, quando o exício, a libitina aparecer, até do exacerbado apego à vida vamos conseguir nos livrar também... O certo então é vivermos os momentos intensamente e contentes, como se fosse o último!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nathanael e Izabel

foto por Lucas V. Dutra

Tenho um casal de amigos que conheci numa Comunidade Presbiteriana que frequentei e que saí ainda no ano passado, por absoluta impropriedade comportamental do pastor que lá presidia. Mas ficou a amizade com este casal; semanalmente vou à casa deles ajudar ao 'Natha' a colocar no papel suas memórias (que ele tem muito bem preservada, apesar da idade) - já temos mais de cem páginas de um livro a ser publicado neste ano. Costumo acompanha-los em cultos e outras atividades; é um casal alegre e damos muitas risadas. Suas filhas (tem 3) e netas moram distantes e ocasionalmente os visitam, e eu 'ajudo' a tomar conta deles... mas longe de ser certo tipo de encargo, e sim divertimento. Eles são muito abençoados por terem uma 'secretária', senhorinha maravilhosa que os assiste nas atividades domésticas.

Sempre me dei com pessoas muito mais velhas que eu, desde criança. Achava que tinham mais paciência comigo e sempre pareciam se alegrar com minhas palhaçadas. Tive certa vez uma amizade que durou muitos anos, com um senhor aposentado da Rede Ferroviária Federal, que residia em Bauru, à rua Azarias Leite - cheguei a visitá-lo várias vezes. Seu nome era Balbeíno Ribeiro de Lacerda. Eu o conheci num congresso do movimento católico romano dos Focolares, em Piracicaba (SP) no início dos anos 70. Eu disse a ele que lhe escreveria cartas mas ele não acreditou, como me segredou tempos depois. E mantivemos a amizade até que ele, viúvo e sem filhos, foi acolhido por uma sobrinha em São Bernardo do Campo e eu nunca mais soube dele, pois já apresentava, ao fim dos anos 80, certa debilidade provecta. Cheguei a guardar uma caixa de papelão de proporções médias cheias das cartas dele, e ele disse que também tinha uma caixa repleta em sua casa, pois  tínhamos o costume de quando chegava uma correspondência, escrevíamos outra imediatamente em seguida, comentando fatos e trocando idéias (naquele tempo não tinha internet...).

Não sei se, maximizado pela minha idade (medianamente) avançada, estes temas da velhice ficaram ainda mais 'impactantes', como se diz. Mas sempre fiquei impressionado com o descaso que a juventude trata os idosos. Achava e acho absurdo o fato de que certas pessoas 'não pensam' que um dia irão também ficar velho(a)s... A injustiça ao próximo tem seu ápice no tratamento desrespeitoso que a sociedade ministra àqueles que um dia a ajudaram a ser o que é, para o bem ou para o mal. Quando estudei o tema da violência interpessoal vi que o subtema de violência contra o idoso é o que concentra os detalhes mais deploráveis. É da natureza humana esta propensão, que fazer. Volto ao assunto.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Violência Cotidiana

Já se tornou comum expressar-se a noção da violência como algo banalizado, costumeiro, como que imbricado nas atividades que todos usualmente temos que realizar. Os estudiosos apontam que violência, em especial a dirigida contra a mulher, minorias, o idoso ou à criança, ainda que momentaneamente nos sensibilizem, não têm atualmente o condão de suscitar em nós maior reação do que um enfado ou passiva indignação, beirando a conformismo puro e simples. Na origem e manutenção da conduta violenta, estes mesmos estudiosos apontam falhas na educação familiar e escolar, determinando que o comportamento geral cidadão comum por vezes é o veículo 'multiplicador' desta cultura de violência, com seu individualismo exacerbado, com o consumismo desenfreado e os propagados valores de uma vida descartável e passageira. Como na política e  no futebol, todos temos nossas teorias porque chegamos a este estado de coisas.
            
 Modestamente me atrevo a provocar algumas reflexões, oriundas de minhas observações pessoais. Dizem que a beleza está nos detalhes, e ouso dizer que as relações interpessoais estão violentas já no 'varejo', o que diríamos no 'atacado'. Me explico – um dos atos que considero mais comezinho de urbanidade, de convivência social, é precisamente cumprimentar o vizinho, o colega de trabalho, um senhor ou senhora que cruzamos na rua, mesmo uma criança pequena que nos dirige o olhar. O que vemos hoje é um desfile de carrancas e concomitantes negações deste simples gesto, nos mais variados cenários (e mais lamentavelmente no próprio lar), o que já nos contamina e predispõe a devolver ao próximo passante a descortesia, e assim vamos disseminando uma intransigência pela simples presença do outro. Parece que o sorriso é uma expressão cada vez mais escassa, recebida somente em situações de interesse, nem sempre manifesto. Como podemos esperar gestos de compreensão e tolerância, voltados à manutenção uma cultura de convivência harmônica, de solução pacífica dos naturais conflitos, com base na sonegação ampla e generalizada de atos simples de gentileza, de palavras afáveis e olhares receptivos como vemos hoje?

Não nos apercebemos do mal que originamos ao tratar o circunstante com qualquer tipo de desconsideração, ainda que involuntária, por menor que seja. O contínuo recebimento do desdém, do desprezo do outro, somando-se aos inúmeros eventos semelhantes já vívido, expressivo em sua memória, faz o desventurado por vezes exorbitar do que julga ser razoável para ele próprio, como que 'autorizando', justificando o comportar-se de igual ou pior modo. E a cena está posta para os descalabros que assistimos todo dia, o que nos faz pensar duas vezes em ligar ou não a TV ou a comprar um jornal na banca da esquina. 

Todos os antigos lembram nesta hora 'os velhos tempos' quando, sob a denominação do termo 'escrúpulo', resumiam-se diversas maneiras de proceder em sociedade como denotativo de um caráter elevado ao seu detentor. Os pais e familiares efetivamente treinavam seus rebentos nas maneiras aprimoradas de convivência (isso era ponto de honra), que incluía o respeito aos demais, a polidez, o 'desconfiômetro' – a capacidade de se auto analisar quanto à possibilidade de estar aborrecendo ao próximo – e, principalmente, o amplo cultivo de virtudes, entendidas como aquelas disposições constantes da mente e do espírito as quais, por um autônomo esforço da vontade, inclinam seu possuidor à prática do bem. Assim, a pessoa escrupulosa era tida como um modelo de cidadão, de pessoa, merecedora de confiança e admiração. Mas parece que os valores pós-modernos não se coadunam com esta formulação. Não causa mais espécie uma pessoa ter a vida desregrada, desdourada, tresloucada, e julgar-se no 'direito' de nos afrontar, com diferentes graus, impondo-nos um verdadeiro suplício de Tântalo. Talvez evoque, quando muito, um enfado ou um esgar...