Meu Centro Universitário incumbiu-me de executar, juntamente com outro colega docente e quatro estagiários(as) - dois do curso de Psicologia e dois do curso de Educação Física - um projeto de estimulação psicomotora e cultural com os asilados desta modelar Instituição de São João da Boa Vista. Eu já havia trabalhado anteriormente no outro centro universitário de nossa querida cidade com esta população e havia apreciado imensamente. Agora os céus me abençoam com esta nova empreitada. Quão realizador verificar que, paulatinamente, diversos idosos embotados, tristes ou alienados tornam a relacionar-se, a sorrir, a participar ativamente das tarefas, a esperar por nossa visita, sabendo todos os nossos nomes e dizendo o que gostariam de fazer no dia... Iniciamos as atividades à tarde (vamos 2 vezes por semana lá, por duas horas cada) ouvindo/acompanhando com palmas algumas músicas dedilhadas ao violão pelo nosso bardo, um dos alunos. Ato contínuo fazemos ginástica adaptada à terceira idade, dinâmicas e jogos. Dando prosseguimento às atividades, realizamos estimulação psicomotora fina (p. ex. colagens, montagens, recortes, desenhos, etc.) e encerramos a jornada com esquetes ou dança (como eles adoram dançar!) - um forró, xote, bolero ou samba tradicional. Mas o que mais nos move é o carinho com que meus prestativos alunos brindam às atividades e aos idosos, complementando os amorosos cuidados com que as Irmãs religiosas, as voluntárias e as atendentes propiciam aos idosos, a maioria com deficiências sensoriais, motoras ou intelectuais, oriundas da idade avançada. Há muitas décadas, quando era um mero petiz, incentivado pelos meus queridos pais, eu costumava visitar a Casa das Crianças de Rio Claro (entidade para acolhimento de órfãos e carentes) e depois, mais velho, como vicentino - membro da Sociedade São Vicente de Paulo (Conferência de São Dimas, de Rio Claro, SP) - a cadeia pública do município. Quantas lições de vida aprendi nestas vivências todas, que marcaram indelevelmente meu caráter e influenciam minha vida até hoje. Como é bom trabalhar para o próximo em situação mais necessitada que a nossa - faz-nos mais humildes e menos pretensiosos...